segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Das Passarelas para os Palcos

Born to Die_Lana Del Rey

A modelo norte-americana Elizabeth Grant- que adotou o nome artístico de Lana Del Rey- terá seu primeiro disco chegando às lojas do Reino Unido, hoje e, no resto do mundo, amanhã. Não sei se por aqui, teremos a chance de vê-lo de imediato empilhado nas prateleiras das lojas, mas se isso acontecer, aguardem aquele que parece ser o lançamento fonográfico mais aguardado no início desse ano.

No entanto, pelo que ouvi no youtube, não é o CD "Born to Die" que traz 12 faixas (a edição de luxo traz três canções bônus) e chega como grande cartão de visita de Lana, que devemos ficar atentos. Mas seu primeiro disco, lançado em 2009, um EP de nome "Kill Kill", quando a cantora se lançava com o nome de Lizzy Grant.

Não sei ao certo se essas canções compõem o referido EP, mas percebi que para se encantar com a jovem de 25 anos, o melhor é apostar nas baladas 'Yoya', 'On Our Way', 'Money Hunny' e 'A Star for Nick', que nas batidinhas pops articuladas com efeitos eletrônicos, que sobram em "Born to Die". Desse disco de estreia, deixe se levar pela sonoridade de 'Milion Dollar Man' e Summertime Sadness', aliada à voz peculiar de Del Rey (que funciona em estúdio, mas nos palcos...).

O som da caixa é retrô, mas esqueça qualquer comparação com os fenômenos surgidos nos últimos anos em terras inglesas. Amy Winehouse e Adele já fizeram história na música contemporânea porque sabia(e)m  fazer ao vivo. O mais aconselhável é ouvir Lana Del Rey no CD Player de casa, sem maiores exigências. 








sábado, 28 de janeiro de 2012

Teatro Atheneu Reaberto ? Até que Fim!!!

Parece brincadeira, mas não é. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), o Teatro Atheneu, finalmente, será inaugurado no próximo dia 01/02. Digo finalmente, porque para quem não se lembra, a casa de espetáculos foi fechada em setembro de 2008 para uma reforma e, pelo tempo da execução da obra, bem que daria para construir, quem sabe, um outro teatro.

Com um investimento total próximo aos R$ 3 milhões (Goverono Federal e Estadual), diversas modificações foram executadas no espaço com o objetivo de modernizar o local. Toda a parte estrutural passou por grandes melhorias como a substituição do sistema de ar-condicionado, reforma da bilheteria, administração e hall de entrada, assentamento de carpete na parte da platéia, pintura interna e externa, além de reforma da cobertura.

Outras áreas que também receberam melhorias foram o assoalho do palco e o telhado, que estavam degradados pelo tempo; ajustes no projeto elétrico, que foi detalhadamente refeito; separação da parte hidráulica, sanitária e de esgotamento, que anteriormente era interligada ao Colégio Atheneu; e a troca do piso de mármore da escadaria de entrada.O projeto se preocupou também em atender aos portadores de necessidades especiais, através de uma completa adequação de sanitários, construção de rampas e reserva de espaço para esses espectadores.

A segunda fase da obra se destinou  à instalação do equipamento cênico, com aquisição de novos adereços como cortinas, carpetes e similares; nova maquinaria de palco e reforma das poltronas, que passarão de 900 para 850 devido aos assentos especiais para obesos e espaço para cadeirantes. Além disso, um novo e moderno sistema de iluminação e sonorização foi adquirido.

Resta saber quando o Teatro Tobias Barreto também  ganhará um cuidado maior por parte do Governo do Estado e, levando em consideração o tamanho do gigante instalado no DIA, talvez tenhamos aí, uma reforma a perder de vista...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Theo Angelopoulos (1935-2012)

Paisagem na Neblina_filme de Theo Angelopoulos


O cineasta do "silêncio e da contemplação" nos deixou. Theo Angelopoulos morreu na noite de ontem, vítima de uma hemorragia cerebral, decorrente de um atropelamento por moto. Responsável por uma filmografia ímpar, composta por obras inesquecíveis como "Paisagem na Neblina", "A Eternidade e Um Dia", "Um Olhar a Cada Dia" e "O Passo Suspenso da Cegonha", Angelopoulos estava com 76 anos e em plena forma.

Apesar da sua terra natal passar por um momento crítico, economicamente falando, o cineasta grego estava envolvido na produção intitulada "The Other Sea" e morreu no momento em que buscava locações para o novo filme.

Se o internauta não conhecia o diretor, pode ficar por dentro de sua trajetória artística navegando o seu site oficial  (http://www.theoangelopoulos.com ). Mas o melhor mesmo é alugar um dos seus filmes e perceber como o cineasta explorava com maestria as angústias existenciais dos personagens nas tramas que conduzia.

Recomendo para início de conhecimento de sua filmografia, o tocante "Paisagem na Neblina" (1988). Trata-se da incursão de dois irmãos rumo à Alemanha para encontrar o pai que nunca conheceram. Nesta jornada rumo ao desconhecido, Voula e Alexandre passam por maus bocados e o processo de amadurecimento das crianças é inevitável. O incrível é como Angelopoulos delineia essa passagem da infância para a adolescência. Puro cinema.

Legenda da Foto: Voula (Tania Palaiologou) e Alexander (Michalis Zeke) rumam de trem para a Alemanha atrás do pai em "Paisagem na Neblina"

SERCINE 2012 abre Inscrições

O 2º  Sercine - Festival Sergipe de Audiovisual (antigo Festival de Cinema Universitário de Sergipe)- está com inscrições abertas para os realizadores que desejam participar do evento. Ele acontecerá de 7 a 12 de maio e as inscrições prosseguirão até o dia 29 de fevereiro.

Os realizadores poderão concorrer em duas categorias: Nordeste e Universitário, sendo esta última, aberta a todo o país. Durante as mostras serão exibidos alguns longas e os curtas que forem selecionados. As inscrições podem ser feitas no site www.sercine.com.br e mais informações também podem ser obtidas através deste endereço eletrônico.

O Sercine é uma realização da Cacimba e uma produção da Rolimã Filmes e Sete Nove Audiovisual.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

José Caldas Conversa sobre Fotografia na Semear

Farol do Cabeço em 1989_foto José Caldas

Farol do Cabeço em 2006_foto José Caldas



A 14ª edição do projeto “Conversando Fotografia” recebe o fotógrafo sergipano José Caldas para uma edição especial. O debate será realizado nesta quarta-feira, às 19h, um dia após a abertura da exposição “O Brasil e a Transformação da Paisagem”, na Galeria Jenner Augusto na Sociedade Semear (rua Vila Cristina, 148), que também recebe o diálogo com Caldas. Após o debate, haverá uma visita guiada pela exposição com o fotógrafo.

Esta é  a primeira vez que o “Conversando Fotografia” recebe um convidado cujo trabalho tem um foco mais específico na fotografia de paisagem e nas intervenções causadas no espaço brasileiro. Este foi um dos temas apontados pelos participantes do evento para vir à tona na discussão da fotografia em Sergipe – e José Caldas é um dos nomes mais fortes a refletir sobre o assunto. Em sua trajetória de 20 anos como profissional da área, ele documentou transformações fortes na Amazônia, nas serras do Cipó e Mantiqueira, nas trilhas do Rio São Francisco, entre outros. 

Essa documentação, contudo, não vem desconectada de uma discussão política sobre os impactos das intervenções, o que torna o trabalho de Caldas mais emblemático. Ele não se coloca diante da paisagem brasileira como mero observador, mas como alguém que tem na fotografia, um meio de refletir sobre esse diálogo entre homem e natureza. Diante de seu trabalho, é pouco provável que o expectador fique indiferente, uma vez que é levado a observar a própria atuação dentro deste ciclo de elaboração e destruição do espaço em que se vive. 

O poder de tocar o outro com suas inquietações vem do comprometimento de olhar para o que as pessoas frequentemente ignoram no cotidiano e um observador mais atento conseguirá perceber que as fotografias de José Caldas trazem pistas das mudanças que um determinado espaço está por adquirir. Ele aprendeu a ler os códigos da natureza e procura sensibilizar novos olhares em suas andanças pelo Brasil. 

Além do próprio ato de fotografar, os livros e exposições são formas de alimentar este diálogo. Entre os mais recentes estão “Retratos do Brasil Profundo” e “Minas: estado de espírito”, este último lançado no início de 2011, na própria Sociedade Semear. Para quem ainda não tem as obras, o fotógrafo estará disponibilizando alguns exemplares para aquisição durante o debate. Mais informações sobre José Caldas podem ser encontradas nos sites: http://www.brasileatransformacaodapaisagem.com e http://www.josecaldas.fot.br

O Trotamundos Coletivo responsável pelo projeto Conversando Fotografia disponibiliza  os resultados das conversas no twitter (www.twitter.com/trotamundosbr) e no blog http://trotamundoscoletivo.wordpress.com

Legenda das Fotos: Farol na região do Cabeço (SE) fotografado por José Caldas em 1989 e 2006

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Filipe Catto no JC

Aos fãs do Filipe Catto, foi publicada entrevista com ele na edição de hoje do Jornal da Cidade. Quem não puder conferir o impresso, o link de acesso à entrevista é http://www2.jornaldacidade.net/cultura.php

Uma boa oportunidade de conhecer um porquinho mais sobre este cantor, que vem dar um novo fôlego à MPB. Que ele possa, muito em breve, vir mostrar seu talento nas Terras de Ará. Torçamos!!!!


Filipe Catto_cantor

Prêmio Agente Jovem de Cultura selecionará 500 projetos

O dia 31 de janeiro será o prazo final para as inscrições do Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais. Ao todo, serão distribuídos 500 prêmios de R$ 9 mil cada, às iniciativas propostas, realizadas e concluídas por jovens agentes culturais de todo o país, entre 15 e 29 anos. Podem participar brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes há mais de três anos no Brasil.

A premiação contemplará ações voltadas para as áreas de Comunicação, Articulação e Mobilização Cultural, Cultura e Tecnologia, Pesquisa, Acervo e Diálogos Intergeracionais no Campo da Cultura, Formação Cultural, Produção e Expressão artística e Cultural, Intercâmbios e Encontros Culturais, Cultura e Sustentabilidade, divididas em três categorias. Serão 100 prêmios para a categoria Jovem adolescente (15 a 17 anos), 200 para a categoria Jovem (18 a 24 anos) e outros 200 para a categoria Jovem adulto (25 a 29 anos).

Segundo a secretária de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura (SCC/MinC), Márcia Rollemberg, o prêmio “é o primeiro passo de um processo de ação mais ampla e permanente, que vai envolver trabalhos de fortalecimento da formação do agente jovem de cultura, incluindo bolsas de formação, com uma parceria, também, do Ministério da Educação (MEC)”. Ela afirmou que a partir deste ano o trabalho será amplo, visando fortalecer os agentes de cultura.

O Prêmio Agente Jovem de Cultura será desenvolvido pelo MinC, por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude e os Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Saúde (MS). A iniciativa conta com o total de 5,7 milhões em apoio financeiro.

O edital está disponível para download no www.cultura.gov.br/culturaviva

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Roth e a "Deusa da Vingança Divina"

Philip Roth_escritor


Por Margueritte Durrel

Acabei de ler o mais recente livro de Philip Roth, "Nêmesis". Uma “Novela” assustadora e surpreendente ao mesmo tempo, que integra uma tetralogia composta também pelos títulos "Homem Comum", "Indignação" e "A Humilhação". Todos esses livros são histórias curtas que apresentam o protagonista  em situações onde não se tem controle sobre o seu destino: a morte, a guerra, a decrepitude ou uma epidemia.

O livro parece simples. Seu estilo é direto e fluente e não é inovador quanto à forma, mas provoca um grande impacto emocional no leitor. No meu entender, a beleza da obra encontra-se na dificuldade de identificar o narrador – saber quem ele é e onde está. Esse fato provoca uma tensão constante na narrativa e gera um clima de suspense sobre o destino do personagem.

"Nêmesis" conta a história do jovem de 23 anos, Eugene Bucky Cantor, judeu, pobre, professor de educação física e inspetor de pátio de uma escola judaica de Newark, no Estado de New Jersey, onde ocorre um surto de epidemia de poliomielite, no verão de 1944. É importante lembrar que nessa época ainda não havia a vacina contra a doença.

Bucky Cantor é um atleta vigoroso e dedicado aos seus alunos, mas vive atormentado por não ter  sido convocado para a guerra junto com seus amigos, em virtude  de sua miopia. Diante da epidemia, desenvolve um profundo senso de responsabilidade, mantendo as  atividades físicas no pátio da escola e procurando acalmar as crianças diante do pânico desenvolvido pela comunidade.
Entretanto, pouco a pouco a situação torna-se calamitosa  e Bucky Cantor resolve abandonar a cidade, indo ao encontro de sua namorada Márcia no alto das montanhas Pocono, onde há ar fresco, livre da pólio.  A decisão de se afastar dos seus alunos, dá início à tragédia pessoal de nosso “heroi”. A partir daí, passa a questionar o sentido de um “Deus” que permita tal ordem de coisas e desenvolve um sentimento de culpa medonho por haver  se afastado das suas “obrigações”.

A leitura de Nêmesis nos faz lembrar de "A Peste", de Albert Camus. Porém, enquanto neste, a cidade de Oran, torna-se uma metáfora da condição humana, numa França ocupada pelos nazistas, no livro de Roth, seria a doença a nêmesis pessoal de Bucky Cantor. Na mitologia grega, "Nêmesis", título deste que é o 31° romance de Roth, é a deusa da vingança divina.

Philip Milton Roth nasceu em 19 de março de 1933, em New Jersey, EUA. É considerado, por alguns críticos, o maior romancista vivo da língua inglesa. Escritor controverso, seus livros, não raro, provocam escândalos, como é o caso de sua primeira obra "Adeus Columbus" (1959), que causou a ira dos rabinos, bem como o "Complexo de Portnoy" (1969), bombardeado pelas comunidades puritanas da época. É difícil encontrar outro escritor americano com uma obra tão vasta  e bem sucedida quanto a de Roth. São considerados seus melhores livros  "O Avesso da Vida", "Operação Shylock" e "O Teatro de Sabbath".

Após 52 anos de carreira, ele continua um dos favoritos na lista dos cotados para o Nobel de Literatura. Torço para que isso aconteça.

Legenda da Foto: O escritor Philip Roth teve "Nêmesis" no Brasil, lançado pela Cia. das Letras

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LeYa lança Biografia de Adele

Adele_Biografia_Ed. LeYa


Antes reservada, praticamente, às ilustres personalidades mortas, que deixaram (ou não) alguma contribuição à sociedade, a biografia vem nos últimos anos ganhando espaço no mercado editorial, tendo como foco, artistas ainda vivos. Quando não, com carreiras bem incipientes.

O adolescente Justin Bieber, por exemplo, ainda nem completou 18 anos e já acumula uma biografia “Justin Bieber Uma Biografia Não Autorizada” escrita por Chas Newkey-Burden (2011); dois livros com fotos e curiosidades sobre sua carreira- “Justin Bieber” de Tori Kosara (2010) e “Justin Bieber Primeiro Passo para Eternidade : Minha História” (2010) assinada pelo próprio cantor-; além do documentário “Never Say Never” de Jon Chu (2011).

Agora, a mais nova biografada é a cantora, Adele. Como se não bastasse o recorde de vendas no Brasil, de seu DVD/CD “Live At The Royal Albert Hall” (ainda que o mesmo apresente alguns probleminhas, como a falta de legendas para acompanhar uma Adele extremamente verborrágica), pegando carona no “fenômeno musical inglês”, a Editora LeYa lançou recentemente em todo o país, “Adele” de Chas Newkey-Burden (que responde pelas biografias de Bieber,  Amy Winehouse, Brangelina, entre outros).

O livro de cerca de 200 páginas, além de trazer fotos da cantora em momentos diversos, segue a vida da cantora, desde a infância, quando morava com a mãe, Penny, no bairro multicultural de Tottenham, no norte de Londres até as apresentações que realizou no segundo semestre de 2011 (já com os problemas de laringe, que iriam resultar numa cirurgia das cordas vocais em novembro último).

A leitura da biografia flui facilmente e prazerosamente, tanto quanto ouvi-la entoando “Hometown Glory” ou o arrasa-quarteirão “Someone Like You”, e não se surpreenda se no meio do livro, quando Chas Newkey-Burden enveredar pelo lado criativo da compositora Adele, você tirar da estante os discos “19” e “21” e colocá-los no CD Player.

Talvez por ter sido também o biógrafo de Amy Winehouse, Chas Newkey-Burden insista em vez por outra, comparar o comportamento de Adele ao de sua compatriota morta em julho do ano passado. Mas a verdade é que ambas apresentam alguns pontos em comum: estudaram na mesma escola- BRIT School-; quando surgiram na mídia foram fenômenos mundiais (Adele ainda é um fenômeno); exploraram o gênero soul em suas canções (Amy, muito mais que Adele) e o álcool é um companheiro constante na vida de Adele, ainda que em bem menos proporção do que foi na vida de Amy e em contraste com esta última, negue utilizar drogas pesadas.


Porém, o livro “Adele”, ainda que seja direcionado aos fãs da cantora, pode suscitar curiosidade naqueles aficionados em conhecer mais sobre os bastidores do mundo da música. O autor conta com riqueza de detalhes como Adele ascendeu musicalmente, sua incursão inicial pelo mundo digital (Myspace) e, logo em seguida, o encantamento da  XL Recordings, através do presidente Richard Russell, que viu na adolescente um futuro promissor. Como o próprio Russell diz a certa altura, “procuro por originalidade. Qualidade e originalidade e a esperança de que o artista possa durar”.

Pelos números que já acumulou, 15,3 milhões de cópias vendidas em todo o mundo do CD “21”, (o mais vendido no ano passado); Prêmio Critic’ Choice do BRIT Awards (2008) e dois Grammy, Melhor Artista Revelação e Melhor Performance Pop Vocal Feminino (2009), entre outros tantos recebidos, Adele ainda tem muito chão a percorrer.

Há perspectiva, inclusive, da cantora aportar no Brasil ainda neste primeiro semestre, para uma série de shows no Sudeste. Torçamos. Enquanto isso, o melhor que os fãs e admiradores podem fazer é colocar “21” para tocar e folhear sua primeira biografia, lançada no país. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Em terra de surdo, quem tem um ouvido é rei

Filipe Catto_cantor


Desde que vi estampada na capa da Revista Época (que está nas bancas), a foto do cantor Michel Teló com a chamada "Ele Ainda Vai Te Pegar", decidi dar uma conferida no youtube para ver quem era esse "fenômeno" paranaense. Afinal, o cara tinha conseguido matéria com 10 páginas na revista do grupo Globo (que não quer dizer muita coisa), mas com um currículo de 220 shows no ano, com média de 20 mil pessoas, não contive a curiosidade.

A decepção ao ouvi-lo foi semelhante ao escutar pela primeira vez "Tchubaruba", sucesso na rede da cantora de então 15 anos, Mallu Magalhães. Naquela ocasião, foi uma matéria na Revista BRAVO (de oito páginas) que me levou a conhecer o fenômeno adolescente. Não gostei da voz suave de Magalhães, não achei nada de extraordinário em suas canções, mas a sensação foi menos traumática do que senti hoje à tarde ao ouvir o hit "Ai, Se Eu Te Pego". 

Nem vem que não tem Teló. Você pode até ludibriar a massa (inclusive estrangeira), mas a mim...que é isso rapaz?! E ainda levar a fama de inventor do batidão  (mistura do forró com o vanerão gaúcho), como se isso fosse a apoteose da nova música "popaleresca" brasileira ? Estaria a massa sofrendo de uma surdez contagiante ?

O alívio veio algumas horas depois, quando me deparei com o Programa Ensaio da TV Cultura. Pensei que este programa com o gaúcho Filipe Catto já tivesse ido ao ar e eu, perdido. Sorte minha, que não. Já era para eu ter comentado sobre ele, aqui no blog,  há mais ou menos dois meses, quando ganhei seu disco de estreia, "Folêgo". Eis que é chegada a hora.

Fiquei encantada com a personalidade do rapaz de 23 anos, que desde pequeno acompanhava o pai Oscar (também cantor), em apresentações por Porto Alegre. E depois de conferir uns vídeos dele postados no youtube, veio aquele misto de encantamento, de gozo, por ouvir um novo intérprete brasileiro surgindo com extrema qualidade.

Algumas críticas foram logo comparando-o a Ney Matogrosso, principalmente, pelo timbre de voz. Em muitos momentos, no entanto, só consigo enxergá-lo como Elis Regina, por conta da sua maneira de se entregar às canções. O próprio Catto, no Programa Ensaio, revelou que "Elis é minha professora de canto". Porém, não acontece nada de forma deliberada, calculada. Filipe é pura intuição à flor da pele e de uma autenticidade cativante.
Fã também de Janis Joplin, Maysa, Maria Bethânia, P.J. Harvey e Nick Cave, o cantor natural de Lajeado, apresentou algumas de suas melhores composições, como "Adoração" (a que mais aprecio), "Saga", "Crime Passional" e "Juro Por Deus", além das regravações de "Ave de Prata" (Zé Ramalho), "Rima Rica/Frase Feita" de Nei Lisboa e "Garçom" de Reginaldo Rossi.

O ponto alto, no entanto, foi sua interpretação comovente de "Luz Negra" de Nelson Cavaquinho (com um arranjo singularíssimo). Filipe Catto não economizou elogios ao compositor carioca, morto em 1986, e falou de suas preferências musicais, como samba, música latina e boleros. Para ele, não existe música brega. "Existe aquela música que me toca, emociona, e outras que apesar de lindas, não me emocionam". "Garçom" de Reginaldo Rossi está no primeiro grupo para Catto e basta comprovar isso, através do arranjo inspirado que a canção ganhou no disco de estreia do cantor gaúcho.

Não sei se um dia, Filipe Catto virará um fenômeno nacional, mas mesmo que isso não aconteça, ficarei aguçando meu aparelho auditivo com talentos como ele e torcendo para que, em breve, possa conferir sua apresentação ao vivo. Seja lá onde for.

Legenda da Foto:  O compositor e cantor Filipe Catto foi uma das gratas surpresas do ano passado  no cenário musical brasileiro  

domingo, 1 de janeiro de 2012

Os melhores filmes de 2011

Primeiro de janeiro de 2012. Depois daquele sofrível show de Sorriso Maroto e o burocrático de Daniela Mercury (neste só fiquei até a quinta música) na Orla de Atalaia, eis que me deparo na internet com a morte do jornalista Daniel Piza. Uma perda irreparável. Morto aos 41 anos, vítima de AVC. Quem ainda não conferiu seus livros (que são muitos e diversificados, para um profissional tão jovem e eclético), leia-os, o cara merece uma homenagem.

Mais o motivo pelo qual venho escrever esta postagem é a divulgação de minha lista de melhores do ano, no campo cinematográfico. Sem mais delongas, meus favoritos são: "Poesia", "Incêndios", "Biutiful", "Medianeras", "Melancolia", "A Árvore da Vida", "O Garoto da Bicicleta", "Namorados Para Sempre", "A Pele que Habito", "O Palhaço" e "Trabalhar Cansa".

Só espero que em 2012, tenhamos uma melhor safra de filmes, que o Cine Cult possa suprir nossas necessidades da melhor forma possível, que os concorrentes ao Oscar 2012 sejam melhor gabaritados que os do ano passado e que Cannes, Veneza e Berlim nos revelem promessas no campo da direção, roteiro e interpretação.

OBS: Alguns filmes têm o ano de produção como 2010, mas foram exibidos no Brasil no ano passado