quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sergipano participa de Antologia da Big Time Editora

Ramon Diego_escritor sergipano_http://bangalocult.blogspot.com

 O inverno está quase indo embora, mas os ventos do outono parecem ainda soprar com força total, lá pelas bandas de Nossa Senhora da Glória, na região do semi-árido sergipano. Tudo por conta do jovem poeta Ramon Diego Câmara Rocha, um estudante  universitário, graduando do curso de Letras Português/Francês (UFS), que nas horas vagas, faz o que mais gosta: poetizar.

Numas dessas ações poéticas, nasceu “O Amor Não Cabe em Poema Concreto” e Ramon não pensou duas vezes, inscrevendo a solitária composição no concurso literário promovido  pela paulista Big Time Editora. Resultado: ficou em 9º lugar (num universo de 1.500 inscritos) e, juntamente com mais 49 escritores, fará parte da coletânea “Ventos Soprados pelos Ventos do Outono”, a ser lançada no dia 08 de setembro, na sede da Editora, localizada no bairro de Itaquera.

“Fiquei muito honrado pela classificação que, confesso, foi inesperada. Já participei de alguns concursos, inclusive alcançando a pré-classificação, mas a seleção final para publicações é sempre muito severa. Penso que o resultado veio a calhar por conta da minha intenção futura de publicar um livro solo de poemas. Foi um impulso a mais,  além de ser o único no livro representando Sergipe e a cidade de Nossa Senhora da Glória”, diz.

Por sinal, o livro solo que já está pronto (só aguardando patrocínio para a publicação),  poderá contar com o trabalho luxuoso da designer Sandra Hiromoto (responsável pelo projeto gráfico do livro de crônicas “A Mulher que Não Queria Acreditar” de Fernanda Takai). 

Explica-se: Ramon Diego, que certa vez entrevistou a cantora da banda Pato Fu para a revista eletrônica Impressões ( http://impressoes.soudegloria.com.br ), tomou conhecimento do trabalho de Hiromoto e enviou-lhe a antologia “Retalhos” (da qual participa com 10 poemas). A designer apreciou tanto seus versos que disponibilizou-se a conceber a capa do primeiro livro do gloriense, sem ônus.

Apesar do rosto de adolescente e da pouca idade- 21 anos-, quando discute sobre literatura, Ramon mostra-se um expert. Admirador de Manuel Bandeira, Manoel de Barros e Ferreira Gullar, o destemido poeta é um agitador cultural na cidade natal. Recentemente, participou da I Mesa Literária do Rock Sertão com o tema “Música e Literatura- Pontos de Convergência” e promoveu, juntamente com a Associação Sertão na Arte, o 1º Sarau da instituição. Por conta da participação na antologia “Retalhos”, ele foi convidado para a Bienal do Livro de Sergipe em Itabaiana e para  a 26ª edição do Cantinho Cultural dos Correios. 

Pela força e direção que o vento teima em soprar, a impressão é que ainda ouviremos falar muito de Ramon Diego. O jovem que enveredou  pela literatura, basicamente no ensino médio, influenciado pelo poeta Jorge Henrique Vieira, pela cronista Carmem Sílvia de Almeida e o historiador Thiago Fragata, demonstra ter escolhido a poesia como forma de construção da sua subjetividade apoiada no peso da palavra, na lapidação e amor pela mesma.

Agora, é esperar que o livro circule por aqui e que os brasileiros conheçam o talento desse sergipano. Começando pelos próprios conterrâneos...

Cabedal toca "Novos Caetanos" no Cultiva

A banda de rock Cabedal realizará amanhã, a partir das 22h,  no Bar Cultiva (Rodovia José Sarney, em frente ao Oca Bar) o show intitulado "Novos Caetanos" em homenagem aos 40 anos dos antológicos álbuns  "Transa" de Caetano Veloso e "Acabou Chorare" dos Novos Baianos.

Gravado em Londres e lançado em 1972, o álbum "Transa" ganhou o status de "o melhor disco de Caetano” por parte do público e da nova geração de músicos brasileiros.  O disco é uma mistura das referências que Caetano Veloso, durante seu exílio, assimilou na capital britânica, em contato com a modernidade do rock em ebulição, e na sonoridade brasileira, produzida não só como tentativa de afirmação de suas origens, mas também como fruto da saudade de casa.

“Acabou Chorare”, eleito pela revista “Rolling Stone Brasil” o melhor disco brasileiro de todos os tempos, completa também 40 anos. Lançado em 1972, o disco marca a grande inspiração exercida por João Gilberto aos Novos Baianos. “Acabou Chorare” apresenta uma grande diversidade musical, unindo, majestosamente, o samba, a bossa nova e o rock progressivo.

No palco, a galera do Cabedal contará com as participações de Saulinho Ferreira (Maria Scombona, Ferraro Trio), Betinho Caixa D'agua e Aragão (NaurÊa), Renata Abreu, Igor Côrtes. Os rapazes prometem tocar todas as faixas de ambos os álbuns antológicos, além de algumas canções do disco "O Novo Pastiche & O Pastiche Novo", lançado em 2010, pela banda sergipana. 

O "esquenta" ficará a cargo do DJ Leo Levi. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos  na Freaks (Shopping Jardins).



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Aracaju recebe Caravana Petrobras Cultural

A Caravana Petrobras Cultural desembarca em Aracaju amanhã, para divulgar a edição 2012 da Seleção Pública Petrobras Cultural. A Caravana é realizada desde 2004, durante o período de inscrições do Programa e busca democratizar e ampliar o acesso às informações sobre o processo.

O evento, que acontece no Hotel Aquarios, na Orla da Atalaia, é gratuito e sujeito à lotação do espaço. Para participar, os interessados devem se inscrever através do e-mail : caravanappc_se@infonet.com.br ou telefone (79) 3042-7121.

O encontro é destinado a instituições, produtores e pessoas interessadas em participar da seleção pública do Programa. Ao longo de suas cinco edições, a Caravana já percorreu 75 cidades, atendendo um público de aproximadamente 10 mil participantes.

As inscrições para a Seleção Pública Petrobras Cultural 2012 estão abertas até o dia 1º de novembro e podem ser feitas pelo site www.petrobras.com.br/ppc, onde também é possível consultar o cronograma dos encontros com horário e local.

Este ano, o Programa vai destinar R$ 67 milhões, a maior verba de todas as edições, à seleção de projetos de todo o país em 11 áreas culturais, dentro das linhas: Preservação e Memória e Produção e Difusão.

Mais informações no site: www.petrobras.com.br/ppc

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"360", Círculo que não se Fecha



Há dois dias, fui assistir ao novo filme de Fernando Meirelles, "360". Uma decepção. O nome sugere que a história dê uma volta completa e termine com os diferentes núcleos 'alinhavados' de forma a não deixar pontas soltas no roteiro. Ou o tecido escolhido foi de péssima qualidade, ou a ponta da agulha era romba demais. No fim, fica tudo esgarçado.

Meirelles já nos deu produções internacionais bem melhores, como "O Jardineiro Fiel" e "Ensaio Sobre a Cegueira". Desnecessário citar seu grande trabalho na telona: "Cidade de Deus". Peter Morgan, o roteirista de "360", também já mostrou ter talento para construir tramas fabulosas, como em "Frost/Nixon" e "A Rainha". Mas, nesse encontro, mal sucedido, quem sai perdendo é o espectador, que após quase duas horas de projeção, não sabe o porquê foram gastos tantos milhões de dólares e desperdiçado um elenco daquele quilate (Jude Law, Anthony Hopkins, Raquel Weisz, Ben Foster, Maria Flor) com uma trama tão insossa.

O tema principal gira em torno das relações amorosas ou, simplesmente, sexuais dos personagens. Há espaço para casais que traem seus companheiros, concomitantemente; prostituta que ascende num esquema regido pelo mundo virtual; pai que não se cansa de procurar a filha desaparecida, há anos; jovem que após ter descoberto que o namorado a traía, decide se envolver com o primeiro que aparece: o problema é que ele é um maníaco sexual, recém saído da prisão.

O problema é que cada sub-trama do filme, quando se inicia, não consegue chegar a um final convincente. Algumas situações são forçadas e outras completamente sem sentido ou desnecessárias. Criou-se uma expectativa grande, para com o encontro de um ótimo diretor- Meirelles- com um ótimo roteirista- Morgan. Mas, ao contrário do que poderia se esperar, "360" é um filme muito aquém da genialidade de cada um desses dois profissionais. Porque não dizer, esquecível.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ORSSE será regida por um Italiano

Dando continuidade às celebrações do Ano da Itália no Brasil, logo mais, às 20h30, no Teatro Tobias Barreto, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) realizará o sexto concerto da série “Cajueiros”, sob a regência do renomado maestro italiano Francesco La Vecchia.

Após o sucesso da ópera “Tosca” em maio, que foi o primeiro concerto alusivo às comemorações, a ORSSE que tem a direção artística do maestro Guilherme Mannis, coordenação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e patrocínio do Banese e Instituto Banese, tem oferecido ao público um vasto repertório, capaz de incluir sinfonias de períodos históricos variados, obras pouco conhecidas ou inéditas em Sergipe e no Brasil, e ao lado de solistas e regentes de carreira internacional.

Este é o caso do maestro La Vecchia, grande expoente da música erudita na Europa e maestro titular da Sinfônica de Roma desde 2002. No programa, o singular Intermezzo da Ópera “Cavalleria Rusticana”, do italiano Pietro Mascagni, um dos trechos mais conhecidas do compositor.

Em seguida, o “Idílio de Siegfried” de Richard Wagner, que foi o presente de aniversário à sua esposa Cosima. Concluindo a noite, a magistral “Sinfonia n. 3 em Mi Bemol Maior” de Ludwig van Beethoven. Inicialmente dedicada a Napoleão Bonaparte, a sinfonia é uma das mais revolucionárias e controversas de toda a história da música universal.

Quem não quiser perder essa apresentação única, os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 20 e R $10 (meia).

terça-feira, 21 de agosto de 2012

8a Edição do Cine MuBE abrirá inscrições

O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) realiza no dia 1º de setembro a festa de lançamento da 8ª edição do Cine MuBE Vitrine Independente, festival que revela e premia novos talentos do cinema. Para celebrar a abertura das inscrições, um coquetel vespertino e ao ar livre marcará a nova temporada do evento. Durante o coquetel, serão anunciados os integrantes do júri.

Com inscrições de 1 de setembro a 20 de outubro, o festival tem curadoria do crítico de cinema Christian Petermann e oferece a oportunidade para novos talentos apresentarem toda sua arte e técnica por meio das exibições de curtas e médias-metragens em um evento focado no cinema independente. Seguindo o modelo das edições anteriores, entre os dias 6 e 8 de dezembro haverá uma programação especial no MuBE para a exibição dos títulos selecionados. Na sexta-feira, dia 7, serão exibidos os médias-metragens em competição e no sábado, dia 8, os curtas – ao final das exibições, serão revelados os vencedores e acontecerá o evento de premiação.

Os interessados em apresentar seus trabalhos poderão se inscrever gratuitamente. O regulamento pode ser encontrado no site www.cinemubevitrine.com  O festival premiará produções em onze categorias: melhor curta-metragem pelo júri, melhor curta-metragem pelo público, melhor média-metragem pelo júri, melhor média-metragem pelo público, melhor diretor curta-metragem, melhor diretor média-metragem, melhor atriz, melhor ator, menção especial de curta-metragem pelo júri, melhor roteiro e, como novidade desta edição, melhor produção estrangeira.

Os interessados devem encaminhar os filmes (em três cópias obrigatórias), de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, para o seguinte endereço: Av. Europa, 218 - São Paulo, aos cuidados de Karen Alcantarilla - karen@mube.art.br

SERVIÇO

Evento: 8º Cine MuBE Vitrine Independente
Local: MuBE – Museu Brasileiro da Escultura – Avenida Europa, 218, Jardim Europa – São Paulo/SP
Festa de Lançamento: 01 de setembro, às 16h30
Inscrições: 01 de setembro a 20 de outubro
Festival: dias 06, 07 e 08 de dezembro de 2012
Entrada: gratuitaInformações: www.cinemubevitrine.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vem Aí, O Ano Mágico do Cinema Francês

Pickpocket de Robert Bresson_http://bangalocult.blogspot.com

Depois do sucesso das mostras Krzysztof Kieslowski, no ano passado e John Cassavetes, no último mês de julho, o SESC/SE através do Departamento Nacional do SESC, realiza de 27 a 31 de agosto, a Mostra “1959: O Ano Mágico do Cinema Francês”.

A mostra contará com cinco títulos- “Quem Matou Leda ?” de Claude Chabrol; “Os Incompreendidos” de François Truffaut; “Pickpocket” de Robert Bresson; “Acossado” de Jean-Luc Godard e “Hiroshima Mon Amour” de Alain Resnais- que serão exibidos no SESC/centro e SESC/Socorro (sempre às 14h), com entrada gratuita, sendo que três sessões noturnas e duas vespertinas, na unidade de Aracaju, contarão com debates.

“Convidamos cinéfilos, pesquisadores na área de cinema e críticos para contribuir com nosso trabalho de formação de plateia. Após a exibição dos filmes, cada um deles irá discutir um tema específico, com relação àquele filme ou ao diretor”, explica Wolney Nascimento, técnico de cinema do SESC/centro.

Na abertura oficial da Mostra, que acontecerá às 19h, no dia 27 de agosto, no auditório do SESC/centro, será exibido o filme “Quem Matou Leda ?” e o jornalista Ivan Valença discutirá sobre “A Nouvelle Vague e a Redescoberta do Cinema”. Esse filme, que explora a decadência das relações burguesas na França do Pós-Guerra e demonstra influências Hitchcockianas, será reprisado, no dia seguinte, ao meio-dia.

O segundo filme, “Os Incompreendidos” será exibido no dia 28/08, às 14h30, e logo após, o cinéfilo e Mestre em Física, Murilo Navarro tecerá considerações sobre “Os Incompreendidos e o Homem que Amava o Cinema”. À noite, às 19h, o filme de estreia de Truffaut, com nítida característica autobiográfica, terá nova sessão, bem como no dia seguinte, às 9h e ao meio-dia.

Na quarta-feira, terceiro dia de Mostra, a exibição noturna será do filme “Pickpocket” de Robert Bresson. A jornalista que vos escreve, comentará sobre “A Estética Bressoniana”. Apesar de não ser enquadrado como um diretor da Nouvelle Vague, Bresson marca presença na Mostra, justamente, por ter influenciado esses jovens diretores com seu estilo único de filmar.

Será possível rever “Pickpocket”, que conta a história de um batedor de carteira compulsivo, no dia 30/08, ao meio-dia. Às 14h30, haverá exibição de “Acossado” e debate com o Mestre em Cinema, Caio Amado. Ele discorrerá sobre o tema “Entre a Dor e o Nada”. O filme de Jean-Luc Godard, um dos mais analisados e festejados da história do cinema, por conta de seu desprendimento artístico e por subverter as regras clássicas narrativas, será exibido também ao meio-dia da sexta, 31/08.

Neste último dia de Mostra, haverá exibição de “Hiroshima Mon Amour”, às 9h e às 19h. Após a exibição noturna, o Prof. Dr. Carlos Japiassu debaterá sobre “Hiroshima Mon Amour- Amor e Barbárie: Os Limites do Humano”. O filme que será também será exibido no dia 27/08, ao meio-dia, possui uma complexa concepção narrativa, repleta de artimanhas temporais que descontinuam ações. Após assistir a “Hiroshima Mon Amour” os espectadores são levados a refletir sobre o que é ficção e o que é documentário ? Qual o papel das imagens em um mundo dominado pelo absurdo ?


Sobre a Nouvelle Vague- Para que o público não assista aos filmes sem uma base prévia sobre o assunto Nouvelle Vague, começa hoje, à tarde, no SESC/centro, o curso “Godard, Sartre e a Nouvelle Vague: Cinema e Filosofia” ministrado pelo Prof. Dr. Romero Venâncio. Até esta sexta-feira, Romero irá debater sobre o existencialismo e o cinema de Godard e, para isso, utilizará como ferramenta coadjuvante, os filmes “Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague” de Emmanuel Laurent, 2010 e “Godard: o amor e a poesia” de Luc Laguier, 2007.

“Um roteiro como este do Francês Antoine Baecque (escritor de uma monumental biografia de Jean-Luc Godard), transformado em filme documental por Emmanuel Laurent, nos mostra a Nouvelle Vague cinematográfica como uma privilegiada encenação familiar. Em ‘Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague’, é como se o movimento de mais de 50 anos atrás, exercido magistralmente pelas excelências artísticas de Godard, Truffaut, Chabrol, Rivete, Rohmer, Agnès Varda e outros, pudessem ser resumido ao ímpeto criador de apenas dois. Mas, obviamente, a Nouvelle Vague foi mais que esses dois artistas geniais do título, e talvez muito ainda tenha a agradecer ao diretor da cinemateca francesa, Henri Langlois, que fala breve e espetacularmente no filme”, diz Romero Venâncio.


O curso dará a oportunidade dos alunos verem também “Godard: o amor e a poesia” de Luc Laguier, 2007. Menos conhecido que o documentário de Laurent, esse filme mostra a relação profissional e sentimental entre Godard e a atriz Anna Karina (que esteve no Brasil, recentemente, como homenageada do Festival Internacional de Cinema de Brasília). 

“O filme começa com a seguinte frase emblemática: ‘É a história de um período especial na vida de um cineasta especial’. Trata-se de destacar um momento na vida de Jean-Luc Godard e de sua relação com Anna Karina. O diretor do documentário fez uma pesquisa e descobriu a importância determinante nos filmes de Godard que vão de 1960 a 1965, onde a presença de Anna Karina aparece como ‘o rosto feminino da Nouvelle Vague’ e o amor inspirador de Godard. Portanto, um filme que trata de ‘amor e poesia num cinema particular’ ou a ‘história de mulher a filmar e amar’. O filme nos deixa o sentimento de que sem Anna Karina a Nouvelle Vague de Godard teria outro rumo bem diferente do que conhecemos”, finaliza o professor Romero.
Sem dúvida, essa iniciativa do SESC/SE, em exibir a Mostra “1959: O Ano Mágico do Cinema Francês”, com a chancela do Departamento Nacional do SESC, só corrobora a preocupação da instituição em estimular a formação de plateia para a arte cinematográfica. As últimas mostras, com total sucesso de público, confirma que a equipe de cinema do SESC, está indo pelo caminho certo. 

Cabe agora, uma maior sensibilidade da Diretoria Regional em implementar um projeto de Sala de Cinema do SESC em Aracaju. Já passou da hora, não ? Os cinéfilos ficariam extasiados com essa ação.

Legenda da Foto: Em "Pickpocket",  Bresson abusa do conceito de que "a câmera era o olha do espectador"

domingo, 19 de agosto de 2012

Clube Cine Maneco começará amanhã

Sabiam que o boteco Tio Maneco já está quase completando dois anos de existência? Isso mesmo, lá se vão dois anos de aposta na diversidade de programação da noite aracajuana! Com uma proposta de apoio aos músicos independentes do Estado, o Tio Maneco desde o começo tem aberto as portas da casa para apresentações e pocket shows de qualidade, sempre valorizando o músico local.

Agora, chegou a vez do audiovisual entrar na programação. O boteco fechou uma parceria com o Festival Tr3s.minutos, e criou o Clube Cine Maneco! Há um tempo o bar já vinha exibindo filmes, às segundas-feiras, e agora o cinema voltará ao telão do Maneco em alto estilo.
Amanhã, a partir das 20h, o Tio Maneco iniciará a sua programação de exibição de curtas sergipanos, com a curadoria e produção de Marcus Mota (Marcolino Joe) do Festival 3 Minutos.  Serão exibidos  “Ainda Lembro”, de Rafael Lins; “Vida Social”, de Marlon Delano; e “O Relógio não tem Culpa”, de André Aragão e Gabriel Azevedo.

O boteco Tio Maneco localiza-se à Rua Manoel Espírito Santo, 593 (ao lado do COC). O acesso para o Clube Cine Maneco é gratuito.

sábado, 18 de agosto de 2012

"À Beira do Caminho": Um filme de excessos

Não tinha como deixar de lembrar de "Las Acácias" (2010), filme de Pablo Giorgelli, à medida que eu assistia  "À Beira do Caminho" (2012) de Breno Silveira. Ambos têm como protagonista, um caminhoneiro rude, solitário, que tem sua vida transformada, a partir do momento que dá carona a um (a) passageiro (a) desconhecido (a).

No filme argetino, o motorista Ruben (German de Silva)  leva a bordo da boleia de seu caminhão, uma jovem mãe (Hebe Duarte) com  um bebê de colo. No filme brasileiro, é um pré-adolescente, Duda (Vinícius Nascimento), órfão de mãe e em busca do pai, que termina seguindo viagem com o caminhoneiro João (João Miguel) até São Paulo.

Mas as semelhanças acabam por aí. O road movie portenho é bem melhor que o brasileiro e não é difícil descobrir o porquê. "Las Acácias" emociona sem ser piegas, tem um roteiro enxutíssimo (não perde tempo com flashbacks autoexplicativos), conta com atores afiados e o melhor de tudo, não cai na armadilha do clichê.

Já o filme de Breno Silveira derrapa feio ao abusar do melodrama e peca por querer, a  todo custo, explicar ao espectador, o passado misterioso de João. Esses excessos  prejudicam a fluência da história e as interpretações de João e Vinícius oscilam entre momentos de brilhantismo (de ambas as partes) com outros puramente burocráticos (do segundo).

Dira Paes, com um papel pequeno, mais bastante significativo à trama, ilumina a tela e faz com que, esqueçamos, momentaneamente, da enxurrada de canções do Rei que inunda a trilha. Outro incômodo: a narrativa sendo alinhavada com as frases "feitas" dos caminhões, não me pareceu um recurso oportuno. Ainda assim,  se o diretor brasileiro queria emoção fácil, sem nenhum refinamento, parece que conseguiu alcançar o objetivo com esse filme.

Quem não ficou "à beira do caminho" foi Pablo Giordelli. A história de "Las Acácias" rende grandes emoções a cada fotograma e foge do psicologismo barato. Em matéria de roteiro, o cinema argentino está anos-luz do brasileiro.

Duvida ? Assista "Las Acácias.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Humortadela: O Retorno

O Humortadela, maior site de humor da América Latina, que teve suas atividades encerradas em maio de 2011, volta ao ar nesta segunda-feira, para todo o Brasil. O portal, criado por Sérgio Batista em 1995, foi comprado pela empresa brasileira Orapois (www.orapois.com.br), que tem seu foco em conteúdos de entretenimento, e pertence ao grupo Verisoft, que mantém outras companhias de telecomunicações e internet.

O site volta com sua essência e conteúdo, incluindo todas as famosas charges e sextoon. Vitor Lisboa, diretor da Verisoft, afirma que, até o final do segundo semestre, toda a estrutura do site antigo estará de volta. “Estamos muito contentes em voltar com o Humortadela, considerado por muitos um dos melhores sites quando a Internet no Brasil estava apenas começando”, comemora o executivo.

Para os curiosos, a página no Facebook do Humortadela já está ativa, com tirinhas de humor e ação de engajamento com os usuários. Serviço: www.humortadela.com.br
                                                           www.facebook.com/humortadela

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

90 Anos de Rádio no Brasil

História do Rádio no Brasil_http://bangalocult.blogspot.com


Este ano, o rádio completa 90 anos de existência no Brasil. Um dos melhores presentes que esse meio de comunicação poderia ganhar é o lançamento de “História do Rádio no Brasil”, da pesquisadora e professora universitária, Magaly Prado.

Há décadas, esse meio de comunicação é companheiro diário de milhões de brasileiros em suas tarefas cotidianas: o rádio divulga notícias, transmite esportes ao vivo, leva música, entretenimento e informações. Como a escritora afirma na obra, “O rádio é o veículo do tempo por excelência. Escrever sobre esse meio é incluí-lo em um tempo histórico que lida com o tempo de emissões, o que torna essa trajetória mais interessante ainda”.

A obra lançada pelo selo Da Boa Prosa, da editora Livros de Safra, não se trata somente de um resgate da importância histórica desse meio de comunicação, mas também de uma luz  focando os principais momentos do rádio e dos profissionais que encantaram plateias e influenciaram diretamente a formação cultural brasileira.

O livro traz registros curiosos, como a foto de Ary Barroso transmitindo um jogo, de cima do telhado; Lauro Borges e Castro Barbosa comandando o “PRK-30”; as irmãs Linda e Dircinha Batista no centro do Rio e Gluace Rocha, Elídio Costa, Samaritana Santos, Vicente Marchelli participando de “Quadros de uma Exposição”, na Rádio Jornal do Brasil.

“História do Rádio no Brasil” retrata momentos fundamentais por meio de uma linguagem envolvente e imagens históricas e inéditas de profissionais que marcaram as comunicações no Brasil. Além da leitura contínua, é possível também seguir os principais acontecimentos da “Linha do Tempo”.  Deve se tornar leitura obrigatória para profissionais e estudantes, além de fonte de consulta e formação para os milhões de apaixonados pelas notícias, música e entretenimento que o rádio oferece. O preço sugerido é de R$ 75.

Sobre a autora- Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Doutoranda em Comunicação e Semiótica e Mestre em Tecnologia da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, onde leciona pós-graduação em Redes Sociais, Colaboração e Mobilidade.


Graduada e pós-graduada pela Faculdade Cásper Líbero, na qual ensina Produção de Rádio e Radiojornalismo. Ministra aulas de Introdução ao Jornalismo na ESPM-SP, onde é responsável pelo Portal de Jornalismo dos alunos. É professora substituta no curso de Jornalismo da ECA-USP e professora convidada do MBA da Rádio e TV da Universidade de Tuiuti (UTP).

Jussara Silveira faz show pelo MPB Petrobras



Amanhã, a partir das 21h, no Teatro Tobias Barreto, a cantora Jussara Silveira estará se apresentando dentro do projeto MPB Petrobras. Depois de levar o show “Ame ou se Mande” para Maceió, Recife, Fortaleza, São Luiz e Natal, Jussara encerrará a turnê pelo Nordeste, na capital sergipana.

Apresentado com sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo durante os últimos meses de 2011- época em que lançou o CD “Ame ou se Mande”- o show chega a Aracaju com repertório formado por “escolhas do coração”. Acostumada a ser acompanhada por cordas de violão, a cantora inova ao trazer para o palco a percussão de Marcelo Costa e o piano de Sacha Amback (também responsáveis pela direção musical do novo disco). Considerada por Gal Costa uma das três melhores cantoras do país, Jussara Silveira ganha depoimento apaixonado de Arnaldo Antunes que a define como uma intérprete de “densidade emocional extrema, que não deságua em dramaticidade”.

E é essa densidade, que percebemos quando ela interpreta ‘A Voz do Coração’(Celso Fonseca/Ronaldo Bastos), ‘Madredeus’ (Caetano Veloso), ‘Marcianita’ (José Imperatore Marcone/Galvarino Villota Alderete - Versão: Fernando César) ou ‘Ifá’ (Cezar Mendes/Capinan), ‘Tenho Dó das Estrelas’ (Zé Miguel Wisnik sobre poema de Fernando Pessoa), canções que compõem o CD “Ame ou se Mande” e não devem ficar de fora do repertório deste show.

A apresentação de amanhã, ainda brinda a plateia com a première de três canções do disco “Flor Bailarina”: ‘Canta Meu Semba’ (Paulo Flores) e ‘Lemba’ (José Manoel Canhanga), além da clássica ‘Calunga’, do compositor pernambucano Capiba (1904-1997). Pela escolha de repertório e fidelidade das interpretações ao espírito das músicas, o novo show de Jussara Silveira configura uma autêntica celebração da lusofonia, das mais nobres expressões literárias e musicais de Brasil, Angola e Portugal.

Com sete CDS gravados – “Jussara Silveira” (1997), “Canções de Caymmi” (1998), “Jussara” (2000), “Nobreza” (2006), Entre o Amor e o Mar (2006), Ame ou se Mande (2011) e “Flor Bailarina” (2012), e com participações em discos e coletâneas de outros artistas, como Cássia Eller e Batatinha, a cantora mineira, radicada em Salvador, vem, cada vez mais, conquistando a admiração e o reconhecimento de público e de crítica.

No show de abertura, o público confere o trabalho de João Liberato (flauta) e João Omar (violão). Graduados e mestres em música pela Universidade Federal da Bahia, Liberato e Omar (filho de Elomar) tocam juntos há seis anos e desenvolvem um intenso trabalho de pesquisa e divulgação da música de câmara com essa formação instrumental. Com passagens por importantes eventos da música instrumental do país como o Projeto Pixinguinha e o Festival BNB de Música Instrumental, o duo se propõe a levar ao público um repertório variado de músicas para flauta e violão, explorando diversas facetas da música erudita e popular brasileira.

Segundo João Liberato, o repertório será composto de composições do próprio João Omar, Egberto Gismonti, além de inéditas de João Omar com Elomar. O flautista baiano diz que a música instrumental tem conquistado novos adeptos em Aracaju, mas ainda está longe do consumo interno ser suficiente para mantê-la. “Temos músicos muito bons, versáteis que têm se destacado fora daqui. O importante é que a música instrumental tem crescido bastante em Sergipe e com qualidade, mas se o público interno ainda não é suficiente para consumir tudo quem tem sido produzido por aqui, esses profissionais tem se apresentado além fronteiras e tido sucesso”.

Com o patrocínio exclusivo da Petrobras, o projeto completa 15 anos de atividades e mantém em 10 capitais uma programação musical de qualidade a preços populares. Os ingressos já podem ser adquiridos a R$ 20 (inteira) e R$ 10  (meia). O MPB Petrobras é uma realização da Caderno 2 Produções Artísticas, com produção local de Mércia Barreto. Toda a renda do show será doada ao GAAC – Grupo de Apoio à Criança com Câncer.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Vencedor da Promoção Bangalô Musical



Para quem não conseguiu participar da Promoção Bangalô Musical dessa vez, não precisa ficar triste. O blog pretende fazer, eventualmente, promoções similares a esta.

Dessa vez, a felizarda foi Débora Campos de Belo Horizonte. Ela foi a mais rápida dos internautas a responder a pergunta corretamente e ganhará um CD da banda RADIOLA (resposta correta da promoção).

Essa banda, do cenário independente musical baiano, possui uma faixa do seu mais novo disco "ArRede- Tempo Sem Nome" que se chama 'III.III.III.III.III.III'. No todo, o som da banda soa um tanto esquisito, à primeira audição, mas aos poucos, nossos ouvidos vão se acostumando com as experimentações utilizadas pela banda capitaneada por Nancy Viegas e que traz nas faixas elementos do samba de roda, soul music, rock e ska.


Legenda da Foto: A felizarda Débora Campos, que de tão tímida, preferiu estampar o prêmio

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Duas Novas Boates em Aracaju

Neste final de semana, a noite aracajuana estará agitada com a inauguração de duas novas boates. Hoje, quem abre as portas para os baladeiros é a Infinity Club. A casa noturna, instalada na antiga F1 Club, vizinho ao Parque dos Cajueiros,  conta com projeto e ambientação da competente arquiteta Michele Goes.  

Na  noite de inauguração, o convidado especial será o DJ Paulo Pringles, um dos profissionais mais versáteis e requisitados para as baladas pelo Brasil. Seu repertório é composto de muito house, tribal e eletro e sua marca registrada é a interação com o público. O DJ, aliás, já tocou algumas vezes em Aracaju. Para quem ainda não conhece o talento do rapaz para agitar as pistas, essa é uma boa oportunidade.
A participação do   Dj Cafu também está garantida.

Depois de um merecido descanso, os notívagos poderão conhecer, no sábado, a partir das 23h, a In Box (localizada atrás da AABB, na Rodovia José Sarney). A boate é composta por áreas internas e externas amplas, oferecendo aos seus clientes, danceteria indoor, iluminação sincronizada com o ritmo da música e ambiente climatizado, lounge, decks, bangalôs e um bar-ilha.

A proposta da In Box, comandada por Júlio Viana e Álvaro Déda, é trazer para Aracaju, DJs e atrações especiais, conectadas às tendências do cenário nacional. E para começar, a noite de inauguração contará com a presença do DJ residente, Budah Moderno e da DJ Top Less.

O estilo de Budah Moderno é uma combinação perfeita e, às vezes, excêntrica entre a house music e o techno. O DJ deverá explorar o set de “Geração Eletrônica”. Já Léo Conceição, a Dj Top Less, abusa da sensualidade ao comandar seus pick ups.

A In Box abrirá amanhã, apenas para convidados. Mais informações pelo telefone 3211-2853.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Promoção Bangalô Musical

Quer ganhar um CD de uma banda do cenário musical independente baiano ?

Basta acertar à seguinte pergunta: "Qual o nome da banda que utiliza seis vezes a mesma numeração romana para nomear uma das músicas de seu último disco ?"

Quem souber a charada, basta enviar a resposta para o e-mail: bangalocult@gmail.com

A promoção é de caráter, exclusivamente, cultural. E o vencedor da promoção será aquele que primeiro enviar a resposta certa para o endereço eletrônico do blog.

O CD será enviado para o endereço do vencedor. Não durma no ponto e mande logo sua resposta.

* Quer uma dica ? O blog já divulgou o trabalho desta banda...

LeYa lança "Tempo de Reportagem"

Tempo de Reportagem_Editora LeYa_ bangalocult.blogspot.com

Por incrível que pareça, não foi durante a graduação na UFS, que ouvi falar do jornalista Audálio Dantas. Foi durante uma entrevista que realizei com o cineasta Jefferson De, durante o Curta-SE 4 (2004), que descobri a importância do jornalista alagoano para a imprensa brasileira. Jefferson teve o seu curta “Carolina”, escolhido como melhor Documentário no Festival de Cinema Sergipano. O filme, um misto de documentário e ficção, apresenta ao público um pouco da história de Carolina Maria de Jesus, uma favelada que tornou-se conhecida, internacionalmente, na década de 1960, por conta da publicação de seu livro “Quarto de Despejo”.

O descobridor dessa personagem emblemática foi Audálio Dantas. O ano era 1958 e o então, jornalista da Folha da Noite, foi incumbido de fazer uma matéria sobre uma favela que crescia no bairro Canindé, às margens do Tietê. O objetivo era mostrar como viviam os moradores desse local e do tempo inicial estipulado de uma semana, para colher os dados, Audálio só precisou de três dias. Ele publicaria a reportagem “O Drama da Favela Escrito por uma Favelada” (Folha da Noite, 09/05/1958) e ganharia projeção, de tal modo que, no ano seguinte, passaria a integrar a equipe da revista O Cruzeiro.

Audálio se tornaria uma espécie de padrinho de Carolina Maria de Jesus, tendo feito a compilação dos textos do diário da catadora de papel, que mais tarde se transformaria no “Quarto de Despejo”. A escritora mineira ainda lançaria mais três livros: “Casa de Alvenaria”, “Pedaços da Fome” e “Provérbios da Carolina Maria de Jesus”. Mas aí, já é outra história.

A primeira delas, no entanto, é a que abre o livro “Tempo de Reportagem- Histórias que marcaram época no jornalismo”, compilação de 13 reportagens escritas por Audálio Dantas, lançado na semana passada, pela Editora LeYa. No livro, que conta com prefácio de Fernando Morais e um apêndice composto por um prefácio da 1ª edição do livro “O Circo do Desespero”;  “Os Contos das Coisas Acontecidas” assinado por Samir Curi Meserani e uma entrevista com o autor, feita pelos jornalistas Eliane Brum, Claudiney Ferreira e Ricardo Kotscho, o leitor poderá se deleitar com textos jornalísticos interessantíssimos, a exemplo de “Povo Caranguejo”, “O Prédio” e “A Maratona do Beijo”.

Outro ponto positivo da publicação, são os textos de making of  inéditos, escritos pelo próprio Audálio, antes de cada reportagem compilada. A partir desses textos de apresentação é que percebemos que o jornalista não se limitava apenas a fazer a reportagem. Ele “entrava” na vida das pessoas e conseguia histórias memoráveis, sem medo de mostrar seu lado desagradável e incomum.

Admirador do estilo jornalístico do sergipano Joel Silveira, Audálio Dantas, natural de Tanque D’Arca (AL), trabalhou em importantes veículos de comunicação do país, como os jornais Folha da Manhã e Folha da Noite e as revistas O Cruzeiro e Realidade. É autor de mais de 10 livros, sendo “O Chão de Graciliano” contemplado com o Prêmio APCA 2007. Audálio, que denunciou o assassinato de Vladimir Herzog pela ditadura militar, foi o líder que transformou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em trincheira  da resistência democrática.

Atualmente, é conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE) e do Instituto Vladimir Herzog. Pretende lançar, em outubro, “A Segunda Guerra de Vlado”, um trabalho que vinha desenvolvendo há 36 e que, finalmente, consegue colocar um ponto final.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ponto de Partida traz "Travessia" a Aracaju

Espetáculo Travessia_Grupo Ponto de Partida_bangalocult.blogspot.com


O Vivo EnCena, programa cultural da Telefônica Vivo para as artes cênicas, inaugura neste ano uma parceria com o Ponto de Partida, grupo que acumula 32 anos de trabalhos ininterruptos e uma marca já reconhecida na cena cultural.

A parceria permite uma série de ações como espetáculos, workshops e intercâmbio com outros grupos culturais, não só em Minas Gerais como também em outros Estados brasileiros. Com patrocínio da empresa de telefonia, o grupo apresentará neste mês, dois musicais e um infantil nas cidades de Aracaju, Recife e Maceió.

O espetáculo reservado para Aracaju, nos próximos dias 10 e 11 de agosto, no Teatro Atheneu, será o musical “Travessia”. Uma verdadeira ‘viagem’, que conta a história do trabalho, da luta e da festa do povo brasileiro, e faz um passeio por nossa música em grande companhia: Villa Lobos, Tom Jobim, Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Elomar, Gonzaguinha, entre outros.

“Travessia” é música encenada, é o som formalizado em imagens. Às vezes, a música é o texto dramático, às vezes, apenas o ritmo é o condutor e, em outras ocasiões ainda, a cena determina a música. Em todas essas formas, quase sempre, o resultado é surpreendente.

Neste espetáculo, o Ponto de Partida continua sua pesquisa de linguagem em que o ator é o centro da encenação. Ele canta, dança, interpreta, empresta seu corpo para desenhar o espetáculo. O palco está nu e os elementos de cena tanto são signos para leitura do espetáculo, como instrumentos de percussão.

Este espetáculo, dirigido por Regina Bertola e com direção musical de Gilvan Oliveira, além de ter percorrido várias cidades brasileiras,  tem uma carreira essencialmente internacional, com temporadas na África, na América Latina e na Europa. Agora, poderá ser conferido em solo sergipano, a preços populares: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

Grupo mineiro- Com 32 anos de trajetória, o Ponto de Partida estabeleceu-se como uma referência na investigação teatral. Pesquisou e desenvolveu uma linguagem única para musicais brasileiros e construiu uma dramaturgia inédita a partir da obra de autores como Guimarães Rosa, Drummond, Jorge Amado, Manoel de Barros, Adélia Prado, Bartolomeu Campos de Queirós e compositores como Milton Nascimento e Chico Buarque.

Formou-se tecnicamente com os principais nomes do país – Fernanda Montenegro, Sergio Britto, Cacá Carvalho, Jorginho de Carvalho, Gilvan de Oliveira, para citar alguns e já se apresentou por todo Brasil, Europa, África e América do Sul. Agora tem a honra de estrear em Recife e Maceió e retornar a Aracaju, com a parceria do Vivo EnCena.

Para essa turnê, o grupo escolheu, dentre suas 32 montagens, alguns dos espetáculos que mais representam seu trabalho: “Travessia”, um musical que está há 20 anos em cartaz e que além de ter reinaugurado o Teatro Avenida, em Angola, representou os 50 anos da Unesco, em Paris; “Ciganos”, da obra de Bartolomeu Campos de Queirós, um espetáculo divertido e delicado que circulou por todo país e também por Portugal e Uruguai e “Os Gnomos contam a história do Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, de Jorge Amado, um clássico, há 22 anos em cartaz, única obra de Jorge Amado para crianças.

Esses dois últimos espetáculos, por sinal, foram apresentados pelo grupo mineiro, há um ano, no Teatro Tobias Barreto e lotaram as dependências da casa de espetáculo.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Como Elaborar Projetos de Pesquisa em Música ?

O SESC/centro realiza de 25 de agosto a 01 de setembro, uma oficina de elaboração de projetos de pesquisa em música, ministrada pelo professor Antônio Chagas, mestrando da Universidade Federal da Bahia. As aulas irão acontecer aos sábados, das 09 às 12h. A oficina é voltada aos alunos de graduação do curso de Licenciatura em Música, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e profissionais formados com interesse em ingressar em cursos de pós-graduação na área de música.

Segundo o técnico em música do SESC, Fábio Oliveira, a oficina irá colaborar na formação acadêmica dos músicos, visto que para ingressar na carreira de professor universitário é necessário títulos de especialização, mestrado e doutorado. “Com o surgimento do curso superior em Música na UFS, em 2007, chegamos a uma época onde temos os primeiros graduados, com isso a cada ano teremos profissionais formados que podem almejar uma carreira acadêmica”, disse Oliveira.

O professor Antônio Chagas é fruto desse novo momento no Estado. Após se formar na primeira turma de Licenciatura em Música da UFS, ingressou no mestrado da UFBA, que possui uma das mais renomadas escolas de música do país. Nessa oficina, ele relatará aos participantes seu percurso e dará o passo a passo do que fazer para seguir a trajetória acadêmica.


As inscrições para a oficina de elaboração de projetos de pesquisa em música estão abertas nas centrais de atendimento do SESC. Mais informações 3216-2727 ou www.sesc-se.com.br.

No Embalo da Música Brega

A partir de hoje, entra em cartaz em várias capitais brasileiras (incluindo Aracaju), o documentário “Vou Rifar Meu Coração” da diretora Ana Rieper. O filme rodado, parcialmente, em Sergipe, convida-nos a conhecer histórias de amor bem peculiares, de anônimos que têm na música romântica ou brega, o combustível para alimentar suas paixões ou desilusões.

Ao mesmo tempo em que a trilha sonora, composta de sucessos de Amado Batista, Lindomar Castilho, Agnaldo Timóteo, Odair José, Wando e Nelson Ned, embala as cenas captadas pelo olhar sensível do fotógrafo Manuel Águas, vamos nos familiarizando com as dores e os amores de personagens tão ricos, como o frentista Maguila, deixado pela mulher e “trocado por outro”; o prefeito de Monte Alegre, Osmar, que diz que “as duas piores coisa na vida é perder eleição e ter duas mulheres”; ou da travesti, Marquise, em busca do seu amor verdadeiro.

A riqueza do filme não para por aí. É impressionante o poder que Ana Rieper tem de aproximar num mesmo patamar, os fãs de seus ídolos, obtendo também destes últimos, depoimentos reveladores. Cito o de Agnaldo Timóteo sobre o seu lado “aventureiro” e o de Lindomar Castilho, que explica como “todos podem perder a cabeça por ciúme” em alusão ao crime que cometeu no passado.

No entanto, para chegar ao resultado primoroso, que constatamos na tela, a diretora dedicou cerca de uma década ao projeto. O primeiro esboço do roteiro foi feito em 2003. Antes disso, entre 1998 e 2002, a diretora carioca morou em Aracaju, por conta de um projeto que desenvolveu junto às comunidades ribeirinhas do São Francisco.

“Foi durante este período, de andanças pelo interior de Alagoas e Sergipe, que fui me familiarizando com o cotidiano dessas comunidades, percebendo a influência do cancioneiro romântico nas vidas dessas pessoas. A partir daí, comecei a pensar num filme que abarcasse esse universo”, conta Rieper.

Passaram-se quase sete anos, desde o primeiro roteiro esboçado até as primeiras pesquisas de campo. Em 2010, a diretora juntou-se a Ivy Almeida e a Raphael Borges (mais conhecido como Mingau) e viajou durante cinco meses, à caça de seus protagonistas. As filmagens duraram quatro semanas e a montagem consumiu três vezes mais deste tempo.

Ao todo, foi consumido cerca de 1 ano e três meses na realização de “Vou Rifar Meu Coração”, que graças ao patrocínio da Petrobras (pelo Programa Petrobras Cultural) e ao apoio do BNDES, pode ser produzido em digital. Se por um lado, este formato de produção reduz os custos e facilita sua operacionalidade, por outro lado, a distribuição pelo país fica limitada, tendo em vista que são pouquíssimas as salas de cinema pelo país, dotadas de projetores digitais.

“Quando os complexos de cinema possuem essa possibilidade de exibição, geralmente, dedicam a sala para os blockbusters e filmes nacionais, como ‘Vou Rifar Meu Coração’ ficam em desvantagem”, diz a diretora.
Outro ponto preocupante para Ana Rieper, com relação à longevidade nas exibições do filme, é o retorno esperado pelos exibidores na primeira semana. “Um filme como ‘Vou Rifar Meu Coração’ cujo número de espectadores vai aumentando conforme o boca a boca, não pode ficar apenas uma semana em cartaz. É preciso que seja dado tempo mínimo para que o filme alcance sua meta, que vai ser bem distinta, por exemplo, da meta esperada de um blockbuster. O problema é que os exibidores não enxergam essas diferenças, querem resultados imediatos na bilheteria, exigindo um desempenho igual para filmes de públicos distintos e apelos diferentes”, explica Rieper.

Para ela, o problema da distribuição de títulos nacionais não perpassa apenas pelo número de salas de exibição espalhadas pelo país, mas por um conjunto de fatores, que inclui também a falta de política de fomento à distribuição.

Mesmo antes de entrar em circuito, “Vou Rifar Meu Coração” já tem chamado a atenção em festivais nacionais e internacionais. O filme recebeu o prêmio de Melhor direção e Melhor Montagem no 7º FestiCine Goiânia (2011); prêmio de Melhor Direção de Arte em um Documentário e Premio especial da Associação de Críticos (Fipresci Uruguai) no V AtlanticDoc (2011) e Melhor Filme Brasileiro no Festival de Documentários Musicais In-Edit (2012).

Há dois meses, Ana Rieper veio a Sergipe e realizou exibições de “Vou Rifar Meu Coração” nas cidades de Laranjeiras, Canindé do São Francisco, Simão Dias e Moita Bonita (no Circo Águia Azul, onde foi rodada a cena do cover de Amado Batista). “As exibições foram fantásticas em todas as cidades. No circo, em especial, o público que lotou o recinto, reagiu bem ao filme. A intenção dessas exibições no interior de Sergipe foi a de que os personagens se vissem na tela, além de oportunizar a uma boa parte da população, o acesso ao filme”.

A partir de hoje, no entanto, quem não quiser perder essa pérola, pode conferi-lo no Cinemark Jardins, nas sessões de14h55-19h10 e 23h40 (esta última, somente sábado).  É diversão garantida!







quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cia. Voar Teatro de Bonecos apresenta "Os Meninos Verdes"


Os Meninos Verdes_Cia Voar Teatro de Bonecos


Neste sábado, às 17h e domingo, às 10 e 17h, no Teatro Atheneu, os atores da Cia. Voar Teatro de Bonecos (DF) estarão apresentando o espetáculo "Os Meninos Verdes", adaptação da obra de Cora Coralina.

No espetáculo de quase uam hora de duração, as pequenas criaturas verdes, encopntradas no jardim de Dona Cora, conquistam o afeto da poetisa através de brincadeiras, estripulias, do exercício da imaginação e da pureza. Tudo com simplicidade, assim como no livro, onde a autora usou ternura para narrar meninices, brincadeiras e sonhos, provocando a identificação não somente nas crianças, mas também nos adultos.

Ao todo, são quatro atores- Marco Augusto, Jullya Graciela, Lúcia Corrêa e João Henrique Veloso- que dão vida aos personagens bonecos. Graças ao Edital FAC 2011 (DF), a Cia. Voar Teatro de Bonecos propôs o projeto Jornada Nacional, de circulação, composto dos quatro espetáculos que foram montados no período de 2003 a 2009.

Quem quiser conferir o espetáculo, o ingresso custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). O Teatro Atheneu localiza-se  à rua Vila Cristina, 367.