quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Cine Vitória recebe Mostra de Cinemas Africanos

Oito filmes inéditos, ambientados no continente africano, aterrissam na tela do Cinema Vitória de hoje até o próximo domingo, dia 10 de fevereiro. Eles fazem parte da Mostra de Cinemas Africanos que tem curadoria da brasileira Ana Camila Esteves e da espanhola Beatriz Leal Riesco. 

Na programação, produções dedicadas ao universo feminino no território africano, como o nigeriano "M de Menino" de Chika Anadu (2013), a produção de Burkina Faso "Fronteiras" de Apolline Traoré  (2017), a produção francesa "Solte a Voz" de Amandine Gay (2018) e a sueca "Martha e Niki" (2016) de Tora Mártens; ao universo infantil, como o queniano "Supa Modo" de Likarion Wainaina (2018) e também de Burkina Faso, "Wallay" de Berni Goldblat (2017) e filmes de cunho ativista, a exemplo do sul-africano "Vaya" de Akin Omotoso (2016), e o sudanês "No Ritmo do Antonov" (2014) de Hajooj Kuka.

Excepcionalmente, no sábado e no domingo, após a sessão de "Vaya" e "Solte a Voiz", respectivamente,  haverá um bate papo com as realizadoras sergipanas Everlane Moraes e Luciana Oliveira que discutirão sobre a produção e circulação de filmes africanos no Brasil e a representatividade da mulher negra nos cinemas africanos e brasileiro.

O recorte curatorial atende à demanda por proporcionar espaços de exibição no Brasil de filmes recentes produzidos na África, nos últimos cinco anos, bem como promove o contato do público com as estéticas e narrativas presentes numa cinematografia quase completamente desconhecida do público brasileiro. Salvador e Porto Alegre já receberam a Mostra e, depois de Aracaju, será a vez dos catarinenses terem acesso a essas produções.

O ingresso custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O Cinema Vitória localiza-se à Rua do Turista, anexo ao Centro de Turismo (centro).

Quinta-feira (07/02)

16h- "Fronteiras"

18h- "Supa Modo"

Sexta-feira (08/02)

16h- "Martha e Niki"

18h- "M de Menino"

Sábado (09/02)

14h- "No Ritmo do Antonov"

15h40- "Vaya"

Domingo (10/02)

14h- "Wallay"

15h40- Solte a Voz"


terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Inscrições abertas para Mostra Pajeú de Cinema

Até o dia 28 de fevereiro, estarão abertas as inscrições para a 5a Mostra Pajeú de Cinema, que será realizada de 04 a 18 de maio em Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Iguaracy e Ingazeira. Os filme selecionados serão exibidos em mostras oficiais, matinês e programas acessíveis nos referidos municípios pernambucanos.

Podem se inscrever filmes produzidos em qualquer formato de captação de imagem, de qualquer gênero, realizados a partir de 2016. As inscrições deverão ser feitas pelo site www.mostrapajeudecinema.com.br e para se inscrever os realizadores/produtores deverão preencher formulário online no site do festival. Cada realizador poderá inscrever quantos filmes desejar. a lista com as obras selecionadas será divulgada até 15 de abril de 2019.

A 5a edição da Mostra Pajeú de Cinema conta com o incentivo do Funcultura/Fundarpe, secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Everlane Moraes lança "Pattaki" no Festival Internacional de Cinema de Roterdã


Pattaki_pôster_http://bangalocult.blogspot.com
Pôster de "Pattaki" que será exibido em Roterdã 


A cineasta baiana, radicada em Sergipe, Everlane Moraes embarcou para a Holanda, a fim de marcar presença no Festival Internacional de Cinema de Roterdã, que acontece de 23 de janeiro a 03 de fevereiro. Ela, que passou os últimos três anos em Cuba, estudando direção de documentário na renomada Escuela Internacional de Cine Y Television, localizada em San Antonio de Los Baños, agora verá seu curta de conclusão de curso, intitulado "Pattaki" (2018), exibido na mostra "Soul in The Eye" que tem foco no cinema brasileiro negro contemporâneo.

Ao todo, foram selecionados 25 filmes de curta-metragens para compor essa mostra, sob a curadoria de Janaína Oliveira, que será aberta com o filme "Alma no Olho" (1973) do cineasta e ator negro Zózimo Bulbul (1937-2013)  e com "Pattaki" da diretora sergipana. "Estou muito feliz pelo fato de 'Pattaki' estrear, internacionalmente, dentro da mostra 'Soul in The Eye' que faz alusão ao primeiro curta-metragem de Zózimo Bulbul, esse grande cineasta e pensador, referência do cinema negro, que acreditou tanto nos jovens e na produção audiovisual brasileira. Minha ideia é trabalhar no aprofundamento do que é cinema negro no Brasil  e me conectar mais com esse tema", diz Moraes.

A cineasta tinha tentado emplacar seu curta "Aurora" (2018) em mostras competitivas de alguns festivais nacionais, sem êxito. Agora, conseguiu a primeira janela de exibição internacional com "Pattaki" num festival europeu importante. Belissimamente fotografado pelo baiano Fábio Rebouças e contando com  moradores de Havana Vieja- bairro central da capital cubana- "Pattaki" explora um universo muito particular, por vezes, etéreo, onde cada habitante se relaciona de forma singular com o elemento água.

Para Moraes, todo  cubano na sua essência  é um peixe, mas um peixe que vive fora do mar, que vive com sede e "recordando" a água, como um peixe fora d'água. "No Candomblé, meu orixá é Iemanjá, que no idioma Yorubá significa 'mãe cujos filhos são como peixes'. Tentei unir a questão da cultura e da religião afro com as minhas impressões sobre a relação paradoxal dos cubanos com o mar, esse mar do medo, dos balseiros, do suicídio...esse não acesso do cubano ao mar, configurado pela falta de peixe no prato dos nativos, essa água em abundância que circula a ilha, ao mesmo tempo essa falta de água dentro das casas. Isso tudo são contradições sociais, as quais eu fui codificando internamente e imaginando uma fábula para representá-las. Surgiu a ideia do filme coral,  onde fui colocando elementos simbólicos para reforçar um relato dos habitantes e seu território", explica. 

Tomando como referência a tela "Mulher-Peixe" de René Magritte e alguns trabalhos da gravadora Belkis Ayón, a sergipana capricha na elaboração dos planos, no uso do som como potencializador das sensações (Vítor Coroa) e na edição econômica (Keily J. Estrada), criando uma obra complexa, um tanto barroca e esteticamente desconcertante, onde cinco cubanos- Lazara Isis, Amparo Molina, Alexander Quiala, Rodolfo Ofarril e Mauria Herrera-, numa noite de lua cheia, são hipnotizados pelos poderes da "Deusa do Mar".

"Espero  que 'Pattaki' ganhe visibilidade neste Festival de Roterdã e nos próximos que ele for selecionado, pois a minha ideia é pleitear um projeto chamado 'Pattakis', série de 12 ou 13 episódios, onde em cada um pretendo desenvolver um orixá, sendo filmado no Brasil, Cuba e África", revela.  Diretora dos curtas "Caixa-D'água: Qui- Lombo é Esse ?" e "Conflitos e Abismos"- ambos realizados no Brasil, antes da viagem à Cuba- e das produções cubanas "El Reflejo" (2016), "Allegro Ma Non Troppo: la Sinfonia de la Belleza" (2016), "La Santa Cena" (2017) e "Monga, Retrato de Café" (2017), "Aurora" (2018), Everlane Moraes, no momento, trabalha na montagem de um documentário sobre o processo de produção de um longa-metragem da cineasta Viviane Ferreira, desenvolve projeto com a Irmandade Filmes (que reúne três produtoras: Palenque Filmes, Pattaki Filmes e Estúdio L.) e já está de viagem marcada para o Talents Guadalajara, em março, no México.