terça-feira, 28 de outubro de 2008

Coleção Aplauso Ganha 30 Novos Títulos











Nem só de exibições de filmes vive a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Na última terça-feira, dentro da programação da 32a edição, capitaneado por Leon Cakoff e Renata de Almeida, foram lançados 30 novos títulos da Coleção Aplauso editados pela Imprensa Oficial.
Entre eles, as biografias de Louise Cardoso, Geórgia Gomide, Vladimir Carvalho, Ivan Cardoso, Orlando Senna, Lolita Rodrigues, entre outros, além da publicação de roteiros de filmes (“Estômago”,“Fim de Linha”, “Chega de Saudade”, “Não Por Acaso”, “O Céu de Suely”...) e na “Série Especial”, a biografia de Walmor Chagas.
Todos os biografados e respectivos biógrafos compareceram à festa de lançamento, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, que contou com um público expressivo, entre admiradores, familiares e colegas de trabalho.
Coordenada por Rubens Ewald Filho, a Coleção Aplauso registra a memória viva da história e da cultura brasileira trazendo para o leitor, depoimentos dos principais personagens enfocados e daqueles que testemunharam sua trajetória artística. Muitos desses livros são fartamente ilustrados, com acervos particulares de fotos, de modo que muito desse material não se encontra à disposição do público em geral.
Extremamente acessível- a média de preço dos livros pequenos é de R$ 15 e dos maiores, R$ 20- a coleção é uma obrigatoriedade para aqueles que desejam conhecer um pouco mais da história cultural do Brasil. Contando com projeto gráfico de Carlos Cirne e pesquisa iconográfica assinada por Marcelo Pestana, a Coleção Aplauso atualmente conta com mais de 130 títulos e pode ser adquirida através do site www.imprensaoficial.com.br/livraria
Foto 1: O jornalista Carlos Alberto Mattos e o biografado Vladimir Carvalho, que este ano passou por Aracaju, durante exibição de "O Engenho de Zé Lins"
Foto 2: Ivan Cardoso- conhecidíssimo da galera que curte filmes trash- não deixou a irreverência de lado
Foto 3: Walmor Chagas era só alegria por conta do livro em sua homenagem "Ensaio Aberto para Um Homem Indigando"
Foto 4: Hermes Leal (editor da revista de Cinema) escreveu a biografia de Orlando Senna
(ao seu lado)

Fotos e texto: Suyene Correia

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Júri Internacional escolhe Filme de Iniciantes




Foi divulgado no último sábado, através de coletiva de imprensa, no Cine Artplex 2, a lista de filmes em competição da 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, na categoria Novos Diretores. Os filmes foram escolhidos pelo voto popular e os 12 mais votados serão avaliados pelo júri internacional e concorrerão ao troféu Bandeira Paulista- uma criação da artista plástica Tomie Ohtake- a ser entregue nesta quinta-feira, na noite de encerramento do festival.
O júri, formado pelo cineasta britânico Hugh Hudson, o cineasta brasileiro Jorge Bodanzky, o produtor alemão Meinolf Zurhorst, o produtor e diretor francês Nicolas Klotz e a diretora iraniana, Samira Makhmalbaf, foi apresentado pelos diretores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida.
Eles terão a difícil tarefa de escolher o melhor filme de ficção, numa disputa acirrada, entre diretores que têm, no máximo, dois longas-metragens no currículo. Os concorrentes são: “As Lágrimas de Minha Mãe- Berlim-Buenos Aires” de Alejandro Cardenas Amelio, “El Regalo de La Pachamama” de Toshifumi Matsushita, “Estranhos” de Erez Tadmor e Guy Nattiv, “Harrison Montgomery” de Daniel Dávila, “Machan” de Uberto Pasolini, “Maldeamores” de Carlitos Ruiz Ruiz e Mariem Perez Riera, “Moscou, Bélgica” de Christophe Van Rompaey, “O Amigo” de Micha Lewinsky, “O estranho em mim”, de Emily Atef, “The Bluetooth Virgin de Russell Brown, “trato é Trato” de Jonathan Gershfield e “Tulpan” de Sergey Dvortsevoy.
Já na categoria Documentário, onde estarão como jurados, os diretores Laís Bodanzky, Heitor Dhalia, entre outros, estão competindo “Conhecendo Andrei Tarkovsk” de Dmitry Trakovsky, “Crianças da Pira” de Rajesh S. Jala, “Fumando Espero” de Adriana Dutra, “KFZ-1348 de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, “Mais Sapatos” de Lee Kazimir e “Recurso Intangível Número 82” de Emma Franz.
Foto 1: O bem antenado diretor francês Nicolas Klotz também terá a difícil tarefa de escolhar o melhor filme na categoria Novos Diretores
Foto 2: Jorge Bodanzky fala da satisfação de participar do júri internacional
Fotos e Texto: Suyene Correia

Filha de Peixe, Peixinha é...







Já tinha me encontardo com a cineasta iraniana, Samira Makhmalbaf, na coletiva de sábado para a apresentação do júri internacional que escolherá o melhor filme de ficção na categoria Novos Diretores.
Tímida e ao mesmo tempo solícita, a jovem diretora era apresentada pelos organizadores da Mostra, Leon Cakoff e Renata Almeida aos convidados do evento e ouvia tudo com muita atenção.
Nesse primeiro encontro com os jornalistas, ela disse estar muito feliz de participar da Mostra e poder escolher o melhor filme indicado através do gosto popular. Adepta do cinema independente e seguidora dos passos do pai, o também cineasta Mohsen Makhmalbaf, Samira disse não se importar em presidir o júri, caso seja convocada para a função e que deixará o coração lhe guiar para escolher a melhor película.
“Não importa se quem dirigiu foi um homem ou uma mulher, isso não pesará na minha escolha. Antes de ser mulher e iraniana, sou humana e o filme que mais me tocar, terá meu voto”, disse, ao ser questionada pela jornalista Rosário Caetano, se tinha predileção pelo olhar feminino no cinema.
No dia seguinte, num bate-papo mediado pelo crítico de cinema, Rubens Ewald Filho, pude observar melhor a diretora de “A Maçã” e “Cavalo de Duas Patas”.
Apesar de jovem, Samira era segura nas respostas dos questionamentos feitos por uma platéia interessada. Uma persona extremamente sensível e sincera, que já escapou até de um atentado no Afeganistão, durante as filmagens de seu último longa, “Cavalo de Duas Patas”.
“Uma bomba foi lançada num mercado durante as filmagens. Não sei exatamente se para nos atingir, mas aconteceu exatamente quando estávamos naquele lugar. Seis pessoas da minha equipe ficaram feridas, e uma delas, após dias no hospital, não resistiu e acabou morrendo. Pensei em interromper as filmagens, mas a própria equipe não aceitou e terminamos indo para outro local, finalizar as tomadas. Senão fosse um cavalo que serviu de ‘escudo’ para a gente, provavelmente teria acontecido o pior”, revela.
Perguntei a ela se conhecia a filmografia de alguns cineastas brasileiros em alta no exterior, como Walter Salles, José Padilha e Fernando Meirelles, mas sua resposta foi negativa, já que no Irã existe uma censura muito grande e não teria como conferir esses filmes, a não ser pelo DVD.
Aliás, ultimamente, a diretora e sua família não moram no país de origem. Banidos pelo governo e proibidos de filmar na terra natal, a família Mahkmalbaf vive entre o Paquistão, Índia e outros países vizinhos. Essa vida de andarilha a cansa e seu sonho é poder voltar para o Irã em paz.
Fã de Fellini e do filme “Nanook- o Esquimó” de Robert Flatherty, Samira é um exemplo de mulher, cineasta, ser humano. Realizou além dos filmes citados no início da postagem, um curta muito bonito na coletânea de curtas-metragens, “11 de Setembro”. Inclusive falou que a experiência foi ótima, onde explorou ao máximo a falta de comunicabilidade inserida num contexto muito especial. “Apesar daquelas crianças afegãs viverem no meio do terrorismo, elas não sabiam o que acontecia no outro lado do mundo. Não sabiam nem onde ficavam as Torres Gêmeas. Da mesma forma como muitos pessoas não se importam com o que acontece naquele país”.
Samira é uma luz contrastando com as vestes escuras que sempre utiliza. Que essa luz não se apague tão cedo...

Foto 1: Eu e a cineasta que tanto admiro

Foto 2: No bate-papo com Ewald Filho e a platéia, ela se mostrou segura, madura e humana. A tradutora Marina Gilii passou tudo na íntegra

Foto 3: Antes da coletiva da imprensa, pausa para uma conversa

Fotos e Texto: Suyene Correia

sábado, 25 de outubro de 2008

Mostra de Cinema em Ritmo Alucinante

Pessoal, cheguei ontem, à Sampa e nem tive tempo de respirar!! Após uma noite em claro, cheguei ao Heritage Residence às 11h e fui direto para a Central da Mostra pegar a credencial e os passes para assistir aos filmes.
Tenho direito a 30 filmes, além dos filmes das cabine que são restritas aos jornalistas.
Ontem, não vi nenhum que me chamasse a atenção.
O primeiro foi "Trato é Trato" do diretorJonathan Gershfield, que por dinal está concorrendo ao prêmio da Mostra. Logo em seguida, foi a vez de "Encontro às Cegas" de Stanley Tucci e fechando a trinca, "El Greco" de Iannis Smaragdis.
Confesso que dei alguns cochilos durante a exibição do primeiro, por conta do cansaço. mas pelo que deu para perceber, é uma dessas comédias inglçesas com menos humor negro e mais dramaticidade.
O segundo, dirigido e atuado pelo próprio Tucci, fala da possibilidade de um casal se reestruturar após a perda da filha. O inusitado é como marido e mulher (ou seriam ex) tentam se reconciliar em meio às mágoas e ressentimentos.
Já "El Greco" (que eu estava ansiosa para ver) me decepcionou. Cheio de maneirismos, o diretor derrapa ao contar uma parte da vida do pintor greco, desde sua ascenção até a estranha admiração que Niño de Guevara nutre por ele e o leva à Inquisição.
Com cenas completamente amadoras, é para ficar no esquecimento da lista de filmes que já retrataram a vida e obra de pintores famosos.
Hoje participeio de uma coletiva com os jurados que vão escolher o melhor filme da mostra e depois iniciei a jornada de exibições.
Amanhã, falarei melhor sobre os filmes desse segundo dia. Estou cansadaça...
Sem mais

Suyene Correia

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Uma Orquestra Personalíssima




Quem não viu a apresentação da Orquestra do Estado de Mato Grosso, hoje, à noite, que se contente em conferir a performance da mesma em DVD ou siga para Laranjeiras amanhã, às 20h, para a última apresentação desta temporada em terras sergipanas.
Comandada pelo jovem maestro Leandro Carvalho, a Orquestra de Mato Grosso dá um show em matéria de arrojo e pioneirismo. Isso porque, no repertório, além das tradicionais músicas clássicas (Villa-Lobos, Piazzolla, entre outros), desfilam canções regionalistas do centro-oeste brasileiro, bem como composições oriundas de países da América Latina fronteiriços com o Brasil.
Formada praticamente pelo 'naipe' de cordas e percussão (ainda que se for necessário entra em cena o 'naipe' de madeira), a Orquestra do Estado de Mato Grosso acrescenta em sua composição, a viola de cocho. Esse instrumento, tipicamente da região central do país, é que torna o conjunto peculiar, uma vez que esta orquestra é a única do Brasil a contar com instrumentos populares em seu instrumental permanente.
No programa apresentado no Teatro Tobias Barreto, destaque para "Choli" de José Asuncíon Flores, "Alma Llanera" de Pedro Elías Gutiérrez, "Cadê Totinho e Rabello no Coxipó" de Tote Garcia e o grand finale com "Cuiabá 2005" de Ítalo Peron.
Nessa segunda parte do programa, fica nítida a diferença da execução das músicas com a percussão forte e o toque especialíssimo da viola de cocho. Foi justamente na segunda metade da apresentação, que o público se entusiasmou e acompanhou o ritmo das composições, se embalando nas poltronas.
No DVD, produzido pelo Itaú Cultural e Delira Música, há a participação especial do violeiro Roberto Corrêa. Não que ele tenha feito falta nessa apresentação, mas bem que ele poderia estar presente da próxima vez que os músicos passem por aqui.
Aliás, vale a pena adquirir este DVD. O áudio está perfeito e o making of ajuda muito ao espectador entender o espírito vanguardista do regente e diretor artístico, Leandro Carvalho.
Por sinal, este rapaz, vai longe...
O site para mais informações sobre a orquestra e compra de DVD é http://www.orquestra.mt.gov.br/
Foto 1: Leandro comanda a orquestra com maestria no TTB (crédito Suyene Correia)
Foto 2: Fui conhecer o maestro pessoalmente e elogiar a performance dos músicos (crédito Renata Ouro)
Suyene Correia






terça-feira, 21 de outubro de 2008

Rumo à MOSTRA de Cinema

Pessoal, a partir desta sexta-feira, dia 24, estarei em São Paulo, cobrindo a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Apesar de chegar no evento com uma semana de atraso (não poderia me afastar do JC por 15 dias), ainda terei tempo de conferir muita coisa boa.
Já fiz algumas escolhas com relação aos filmes que irei ver, nos quatro primeiros dias, mas quando chegar lá, tudo pode mudar (muitas vezes, o filme que a gente lê a sinopse e acha interessante, é massacrado pelos críticos ou público, e pelo boca-a-boca, terminamos mudando o roteiro).
Estou acostumada com o Fest Rio, mas essa Mostra vai ser minha estréia em Sampa. Tenho uma meta de assistir pelo menos 24 filmes. Que tudo corra bem e que os visitantes do Bangalô possam acompanhar as notícias fresquinhas by Sampa. Até dia 31 de outubro, quando retorno.

P.S. Não esquecerei de conferir a Bienal também.

Suyene Correia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"Elementar, meu Caro Bruno..."

Adoro quando saio de um filme cambaleando!!! De emoção, é claro. E esse "Partículas Elementares" do pouquíssimo conhecido Oskar Roehler, é uma dessas películas que emociona, mas não de forma fácil; sutil.
Ao saber que o filme tratava dos dramas vividos por dois meio-irmãos, que apesar de terem pouco contato, têm muito em comum, achei que seria mais um dramalhão alemão (e existe esta categoria?). Constatei que não.
À medida que os minutos passavam e a projeção alcançava a sua primeira hora, já tinha tido a oportunidade de conferir o quanto as interpretações de Moritz Bleibtreu (Bruno), Christian Ulmen (Michael) e Franka Potente (Annabelle) estavam acima da média. Mérito não só dos próprios atores (Bleibtreu ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Berlim de 2006), como do comando do diretor Roehler, que segundo algumas críticas que li, fez uma adaptação superficial do livro homônimo de Michel Houellebecq.
Como não sou muito de ler esses livros de ficção (prefiro ver as histórias imageticamente traduzidas), não posso fazer uma comparação do qual produto se sai melhor- o livro ou o filme.
Sei que esta estória me emocionou, sobretudo pelo personagem Bruno, com seus dramas, frustrações e obsessões exaustivamente exploradas por Roehler.
Acho que neste aspecto, o filme deixa a desejar, colocando muito de escanteio, as 'neuras' de Michael (excessivamente contido). De qualquer maneira, vale conferir a verdade humana colocada de forma autêntica na tela pelo casting de atores. Reserve duas hora de seu dia para se emocionar. Muitas vezes, vale a pena...

Suyene Correia

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Yael Naim, uma grata surpresa



Quando estive no Rio, nesta semana, 'bati ponto' na Berinjela, um sebo super legal, que fica na Av. Rio Branco (no mesmo subsolo que a big Livraria Leonardo da Vinci). Pois bem, dei uma vasculhada na parte de CD, e eis que encontro um disco com capa bem bacana, cuja artista é Yael Naim.
Nunca tinha ouvido falar na figura, embora fazendo recentemente uma pesquisa na internet sobre a cantora francesa, criada em Israel, descobri que ela ficou famosa para as bandas de cá do Brasil, no início desse ano, por conta de sua música 'New Soul' que embala o comercial de um laptop da Apple.
Como ainda não havia conferido tal comercial, estava completamente out sobre o talento da garota (uma quase balzaquiana). Sei que ao folhear o encarte, mesmo antes de pedir para ouvir o disco, já me deparo com letras em francês, inglês e hebraico. Mas foi ao escutar a voz suave, os arranjos bastante convidativos à audição e a versatilidade das canções (em termos harmônicos), que decidi adquirir o produto.
A cada vez que ouço o CD, dá vontade de ouvir novamente. Para não enjoar logo meus tímpanos (já que tudo demais é sobra), prefiro aguardar o dia seguinte e 'viajar' novamente nas 13 faixas encantadoramente executadas pela franco-israelita.
Quem sabe num desses 'amanhãs', ela não aporta no Brasil para realizar um show?
Aguardemos...

Foto 1: Capa do CD "Yael Naim & David Donatien"

Foto 2: Contracapa do CD (não lembra a paisagem de "Primavera, Verão, Outono, Inverno e...Primavera" de Kim Ki-Duk ?)


Suyene Correia

Comentaristas, deixem seus contatos....

Pessoal, quem tem deixado comentários para minhas postagens, por favor, deixem e-mail de contato, pois não estou conseguindo responder a vcs, ok?
Seria bom que tivéssemos um feed-back, não acham?
Então, mãos à obra, ou enviem um e-mail para suyenecorreia@gmail.com
A blogueira agradece...

Suyene Correia

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Depois de um refresco, volto à labuta

Ontem fui ao Rio de Janeiro, a fim de cobrir o lançamento dos editais do Programa Petrobras Cultural 2008/2009. O evento aconteceu no MAM e contou com as presenças de Juca Ferreira, (Ministro da Cultura), José Sérgio Gabrielli (Presidente da Petrobras) e Wilson Santa Rosa (Gerente Executivo de Comunicação da Petrobras), além da imprensa e personalidades da cultura nacional.

Bem elegante, Marieta Severo foi a Mestre de Cerimônias e antes que as os "principais atores" da festa se pronunciassem, assistimos a um vídeo institucional apresentado por Andréa Beltrão (sócia de Severo, no Teatro Poeira).
Como a cerimônia acabou relativamente cedo, deu tempo de eu fazer um tour cultural.

Aproveitei e conferi a exposição do MAM, que traz parte da Coleção Gilberto Chateaubriand (o pessoal já está montando a grande exposição sobre os 60 anos do MAM que deve ser aberta ainda este mês) e a pequena, porém, brilhante exposição (conta com uma única instalação) de Alex Fleming, "Sistema Uniplanetário In memoriam Galileo Galilei"
Depois dei uma passadinha no Centro Cultural da Justiça Federal e conferi também a exposição "De Dentro Para Fora" de Edna Kauss; "Íntimo", a exposição fotográfica (manipulada digitalmente) do espanhol Miguel Fernández e escultura de Sandro Lucena; a criatividade de do artista plástico Zitto Bedat em criar suas esculturas através de folhas de livros, na mostra "Releitura" e a mais concorrida do espaço, a exposição "Um Soneto Para Carolina- Cartas e Lembranças dos Últimos Anos da Vida de Machado de Assis" (achei meio massante essa coisa de ficar ouvindo através de fones, a narraçção das cartas de Machado, enquanto as mesmas são mostradas em vídeo).

Infelizmente, como a Greve dos Bancos ainda não acabou, o Centro Cultural da Caixa estava fechado. Museu Nacional de Belas Artes também só contava com exposição de acervo e o Centro Cultural Banco do Brasil, se preparara para receber uma big exposição de arte contemporânea. Antes de seguir caminho para a zona sul, marquei presença na Berinjela (sebo de livros e discos).
Segui para o Espaço Unibanco e fui comprar meus souvenirs e livros na "Luzes da Cidade". Depois de tanta caminhada e carregada de muito peso (embaixo de um sol de 35oC) terminei meu roteiro cultural "batendo ponto" na Livraria Prefácio.
Se eu não tivesse tão cansada, teria ido conferir a bem comentada exposição do Corpo Humano no Museu Histórico Nacional. Fica para a próxima...

P.S. Quem tiver interesse em inscrever um projeto cultural para o Programa Petrobras Cultural é só acessar http://www.petrobras.com.br/ e tomar conhecimento do formulário.

Foto: Juca Ferreira (bem charmoso de brinquinho dourado) falou sobre a importância da parceria que o Minc faz com a Petrobras

Crédito da Foto: Steferson Farias

Suyene Correia

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira Explora a Natureza Humana

Nossa!!!! Não é fácil assistir a esse filme de Fernando Meirelles e sair do cinema sem estar com cabeça envolta em um turbilhão de pensamentos. Aqui, não interessa se é cego, se enxerga, se é negro, branco, de classe social mais alta ou da periferia. O que interessa é perceber o quanto nós, somos vulneráveis a situações limites: fome, limitação, privação sexual, etc.
Mas isso, muitos outros filmes já mostraram. O que teria esse de diferente ?
Antes de mais nada, é bom avisar aos internautas que eu não li o livro de José Saramago, do qual o filme se baseia. Fui com uma expectativa de ver um produto bom, acima da média, pelo que li na mídia nacional. Confesso que esperava mais, um resultado mais arrebatador, porém a direção de Meirelles é segura e cada vez mais distante da maioria dos diretores brasileiros.
Pontos Altos do filme: Fotografia única de César Charlone; música marcante de Marco Antônio Guimarães e Uakti; interpretação na medida de Julianne Moore e muito boa de Alice Braga, direção de Meirelles.
Pontos Baixos: talvez o fato de algumas cenas lembrarem o caos instalado em filmes como "Extermínio" (bom comparativo), "Fim dos Tempos" e "A Volta dos Mortos Vivos" (comparação duvidosa).
Um colega meu que estava ao meu lado, na sessão das 16h20 ( a primeira do dia foi suspensa, porque o filme chegou com atraso), disse que o livro é ligeiramente melhor, mais completo.
Para mim, que não li ainda, não ficou esse gostinho de quero mais. Ainda que na maioria das vezes em que se adapta um livro para as telas, os comentários negativos beirem esse ponto.
Depois de um mês de espera, é melhor vocês correrem para conferir esse filme inusitado, pois se ele depender do público para dobrar mais uma semana (na minha sessão tinha uma média de 20 pessoas), essa será a única.

Suyene Correia

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Contagem Regressiva para a 32a Mostra Internacional de Cinema de SP

Para aqueles que curtem o cinema como eu e, eventualmente, viajam para outras cidades a fim de conferir os festivais de audiovisuais, a boa pedida é a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Juntamente com o Festival do Rio, a Mostra é a principal vitrine das produções nacionais e internacionais, com estréias previstas para o fim do ano e início do próximo. Algumas dessas pélículas exibidas no Rio e em São Paulo, vêm para o Cine Cult, no Cinemark, sendo a única oportunidade de não ficarmos 'chupando o dedo' frente à programação montada no Sudeste do país.
A partir deste sábado, a Central da Mostra localizada à Av. Paulista, 2073, (Conjunto Nacional, ao lado do Cine Bombril) começa a vender os pacotes permanentes e promocionais. O Permanente Integral sai ao preço de R$ 390, enquanto que o Permanente Integral Folha (15% de desconto para assinantes) é de R$ 331,50. O Permanente Especial custa R$ 90, enquanto que o Permanente Especial Folha (15% de desconto) R$ 76,50. O Pacote de 20 ingressos sai a R$ 165 e o Pacote de 40 ingressos R$ 285.
Eu aconselho a compra dos pacotes, pois os cinéfilos que têm o tempo mais livre, não vai querer ficar de fora de nada, além de ter mais tranqüilidade para chegar ao local de exibição, sem o stress de "será que ainda tem ingresso para este filme"?
Mas, para os que estão com a grana apertada e preferem seguir as críticas (do boca-a-boca ou mesmo especializadas) que começam a se espalhar rapidamente após as primeiras exibições, o melhor é não dar um tiro no escuro e ser mais seletivo. A saída são os ingressos individuais que saem ao preço de (segunda a quinta), inteira - R$ 14 e meia - R$ 7 . Sextas, sábados e domingos, a inteira sai a R$ 18 e a meia R$ 9. Para adquirir ingressos no dia da sessão, somente nas salas de cinema.
Titulares do Cartão Petrobras e funcionário do Sistema Petrobras têm desconto de 50% na compra de até dois ingressos por sessão. Estudantes terão descontos somente na compra de ingressos individuais diretamente nas salas de cinema ou pelo site da Ingresso.com (www.ingresso.com.br). O desconto a estudantes não se estende às permanentes e aos pacotes promocionais.
Quem quiser embarcar nesta aventura, a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa no dia 17 de outubro e vai até o dia 30 deste mês.

Suyene Correia

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Enxurrada de Filmes Bons (Aleluia!!!)


Conversando, ontem, com meu amigo e jornalista, Ivan Valença, fiquei sabendo que nesta sexta-feira, irão entrar em cartaz nos cinemas sergipanos quatro filmes brasileiros. Os que mais me interessam são "Ensaio Sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles (e quem não está ansioso por ver??) e "Os Desafinados" de Walter Lima Jr. . Completando a lista estão "Encarnação do Demônio" de José Mojica Marins (que passou neste final de semana, na Virada Cinematográfica) e a comédia assinada por Jorge Fernando, "A Guerra dos Rocha".

Não me recordo agora o nome dos dois filmes estrangeiros, mas um deles é uma animação. Porém, o que interessa é que após uma "prensa" de Ivan, numa de suas publicações semanais sobre a estréia de filmes em Sergipe, direcionada ao Cinemark, parece que este multiplex conseguiu acordar e oferecer ao público sergipano, títulos de qualidade.

Quem ainda não foi conferir "Linha de Passe" do Walter Salles e Daniela Thomas, é melhor correr. O filme circunspecto já ficou duas semanas em cartaz e com tanto filme nacional chegando, dificilmente ele continue à disposição do público.

Preparem o "bolso" e avante!!! O final de semana está recheado de opções cinematográficas...
Foto: Julianne Moore, em terra de cego, quem tem dois olhos é rainha.
Suyene Correia

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"Capotei" na Virada Cinematográfica

Gente, não foi fácil ficar com os olhos atentos aos três filmes exibidos na 2a Virada Cinematográfica promovida pelo Cine Cult (leia-se, Roberto Nunes) com o apoio do Cinemark, na madrugada de ontem.

Não só porque meu dia tinha começado cedo- no sábado, pela manhã, fui ao cinema assistir a uma sessão para convidados de "Chega de Saudade", o excelente filme de Laís Bodansky- como também pela qualidade dos filmes exibidos nesta sessão especial.

Estava curiosa em ver a mega-produção "Encarnação do Demônio" de José Mojica Marins e a animação "Branca De Neve Depois do Casamento", uma co-produção da Bélgica, Polônia, Inglaterra e França.

O filme surpresa somente foi revelado minutos antes de sua exibição. Terminou sendo "Ainda Oragotangos", um plano seqüência de 80 minutos sem pé nem cabeça, dirigido por Gustavo Spolidoro, que anda fazendo sucesso em alguns festivais por aí.

O primeiro filme da noite, "Encarnação..." até que atendeu às minhas expectativas. O filme tecnicamente é bem feito e nada lembra as produções toscas das décadas de 60/70 de Zé do Caixão. É bem verdade que a história é fraca, mas quem se importa? O que vale aqui é rir das escatologias mostradas na telona ou virar o rosto (como vi algumas garotas fazendo durante a exibição) num misto de aversão e "gênero".

Valeu a espera de três meses (ele foi o vencedor do I Fest Paulínia, em julho deste ano, mas voltei antes de sua exibição no festival do interior paulista) para ver o filme que fecha uma trilogia de Zé do Caixão, iniciada por "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1963) e, na seqüência, "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (1966).

Após um breve intervalo, onde os ânimos foram revitalizados à base de refrigerante e água, o público de mais de 400 pessoas, que preencheu quase que totalmente as salas 5 e 6, retornou aos seus lugares para conferir "Ainda Orangotangos" do gaúcho Spolidoro.

O filme é baseado no livro de Paulo Scott e termina sendo um emaranhado de várias pequenas estórias. Personagens que não têm, a princípio, nenhuma ligação uns com os outros, de repente, vemos que suas vidas são mais próximas do que eles mesmos possam imaginar.

Não é pelo fato de ser o primeiro plano-seqüência do país, que Spolidoro sai vitorioso dessa experiência inaugural. Pelo contrário, mostra que apesar de contar com atores muito bons (na sua maioria), precisa se afinar melhor com o roteiro. Fico imaginando se um sergipano fizesse algo similar- filmar tantas situações banais, sem nada a dizer- será que teria tanta mídia assim...

Já eram quase 4 da matina, quando iniciou o derradeiro filme desta virada, "Branca de Neve Depois do Casamento" de Jean Paul 'Picha'. Pensei que iria me divertir com esta sátira aos contos infantis, não só enfocando Branca de Neve e os 7 Anões, mas também A Bela Adormecida e Cinderela.

Qual nada???!!! O filme de conotação erótica nem atinge o público infantil (a censura é 16 anos) e nem o público adulto, já que a avalanche de besteirol é inenarrável. As piadas são de péssimo gosto e quando o diretor arrisca ser mais inteligente (tentando seguir algumas boas tiradas de Shrek), derrapa ladeira abaixo.

Vamos ver se da próxima vez, tem filmes mais "cabeça" e o público maduro, que até agora, não se mostrou entusiasta da virada, marque presença. Roberto diz que a dificuldade de conseguir boas películas dá-se pelo fato dos distribuidores colocarem muitos obstáculos para liberar as cópias para cá. Tentemos, então, tirar essas pedras do sapato...

P.S. O café da manhã patrocinado pelo Shopping Jardins e preparado pelo Ágape estava DIVINO!! Os refrigerantes foram uma gentileza da CIAL (Coca-Cola) e o Forno de Minas também apoiou a virada.


Foto: A Bela Adormecida se arruma para conquistar o marido de Branca de Neve

Suyene Correia