segunda-feira, 31 de maio de 2010

A. C. Viana na Ilustríssima

É uma pena que a versão impressa de grandes jornais de circulação nacional como O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e O Globo só chegue em "Terras de Ará" para assinantes. Antigamente, algumas bancas recebiam, diariamente, quando não, pelo menos nos finais de semana, os referidos diários em que podíamos nos deliciar com os suplementos culturais.

Agora,  para ficar por dentro de forma mais minunciosa do que acontece em Sampa ou no Rio de Janeiro só conferindo as versões on line destes jornais. Ah, mas tem aquele entrave de também ter cadastro no site do jornal ou então, ser assinante UOL. Quanta dificuldade!!! O melhor mesmo é seguir para essas metrópoles e voltar com a mala cheia de papel (revistas, jornais, flyer, zines, etc. etc. e etc.).

Mas se alguém por aqui teve acesso à Ilustríssima (antigo Caderno Mais!) de ontem, do jornal Folha de São Paulo, deparou-se com um conto do sergipano Antônio Carlos Viana. "Princesinha" que ganhou ilustração de Luisa Ritter, tem uma carga de pessimismo mais amena que os habituais contos do autor. Mas sua marca registrada está ali, em cada parágrafo.

Basta conferir, como ele  inicia o texto: "Nossa saída foi procurar Jesus, só ele mesmo para nos salvar". Realismo cru, sem meandros e com um filete  de ironia. Boa leitura para se começar a semana.


Texto: Suyene Correia

sábado, 29 de maio de 2010

Hotel 5 Estrelas



A primeira temporada brasileira de "Hotel Medea- An Overnight Experience" teve sua estreia ontem, no Oi Futuro, localizado no bairro do Flamengo, na capital carioca. O espetáculo é dividido em três atos e possui seis horas de encenação, sendo iniciado às 23h45 e encerrada às 5h30. Uma verdadeira maratona dramatúrgica pela tragédia grega de Medeia, começando com o encontro e união entre Jasão e Medeia, passando pela descoberta da traição e terminando com o extermínio dos filhos.

Os especatdores assumem o desafio de passar  noite adentro sendo parte da rama, guiados pelos atores e suas personagens, transitando e atuando popr cenas, instalações, projeções e reconstruções de festejos populares. Durante toda a temporada no Oi Futuro (até o dia 19 de junho), o espetáculo percorrerá com a plateia por outros espaços além da sala de teatro e irá interagir com obras de outros artistas em cartaz, como as da fotógrafa baiana Lita Cerqueira, na exposição "A Fotografia Como Eu Sou".
A trilha sonora do espetáculo é assinada pelo sergipano Hélder Aragão- o DJ Dolores- que conviveu durante uma semana com o grupo, participando diariamente dos ensaios, capturando vozes, sons e o espírito da experiência teatral para "samplear" tudo nas composições.

Encenado pela Cia. Zecora Ura Theater e tendo como diretor, o brasileiro Jorge Lopes Ramos, "Hotel Medea" pesquisa e reapropria-se do encontro humano com as novas tecnologias de informação e relacionamento e de elementos tradicionais- dos ritos, dos orixás e dos folguedos populares trabalhados nos encontros realizados pelo grupo em Pernambuco e Maranhão. 

As escolhas partiram do desejo de explorar os dilemas modernos que permeiam o universo do mito- ou da tradição- e das tecnologias. "Hotel Medea" compartilha da ideia de que é preciso transormar esta dicotomia numa relação híbrida e atemporal. O espetáculo revisa as realações do próprio "fazer teatro" e as recria dentro das novas condições da arte, da comunicação e dos relacionamentos.

O diretor Jorge Lopes Ramos, que tinha o argumento de "Hotel Medea" na cabeça, divide a direção artística com a atriz, performer e preparadora psicofísica Persis-Jade Maravala, responsável por interpretar Medeia em cena. Nas andanças pelo Maranhão, a  dupla conheceu o diretor e aderecista Urias de Oliveira, que juntou-se ao elenco e contribuiu para a preparação do elenco.

O espetáculo acontece às sextas e sábados, das 23h45 às 5h30, no Oi Futuro (rua Dois de Dezembro, 63- Flamengo). O ingresso apenas para a parte 1 (das 23h45 às 1h30) custa R$ 15. Quem preferir assistir ao espetáculo inteiro,  terá que desembolsar R$ 30. "Hotel Medea" é falado em inglês e português.

Fotos do espetáculo: Ludovic Cognets

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O "Arteiro" Rubens Lisboa



No próximo dia 29 de maio, às 21h, no Auditório da Biblioteca Pública Epiphânio Dória, o sergipano Rubens Lisboa estará lançando num show gratuito, seu quarto disco, intitulado “Arteiro”. Neste novo trabalho, 100% autoral, o cantor e compositor traz 14 faixas bem diversificadas, incluindo samba (‘Doce Salgado’), ciranda (‘Três Flores’), maracatu (‘Maracatu do Brejão’) e blues (‘Um a Zero’), num mix que não sai do ritmo e deve conquistar novos admiradores à sua legião de fãs.

Tendo lançado seu primeiro disco solo em 1998, o segundo- “Segundas Intenções”- em 2001 e o terceiro- “Todas as Tribos”- em 2007, Rubens Lisboa mostra agora um trabalho de sonoridade mais acústica, que vem recebendo críticas elogiosas de críticos musicais do eixo  Rio-São Paulo. A seguir, trechos da entrevista concedida pelo cantor, com exclusividade à blogueira.


Bangalô Cult- Comparando o seu disco com certos produtos que têm chegado ao mercado recentemente, como os novos trabalhos de Céu, Juliana Kehl e Tita Lima, só para citar alguns,  onde há uma mescla da tradicional “batida” MPB com células eletrônicas, você de fato está andando na contramão, como diz uma faixa de seu novo CD. Por que a escolha de um disco mais econômico, com apenas um violonista, um baixista e um percussionista compondo a base musical?

Rubens Lisboa-  Porque eu estou em um momento no qual resolvi valorizar a canção no seu nascedouro. Estou buscando a simplicidade. E quero que as pessoas cantem as minhas músicas. É o meu objetivo mais urgente enquanto compositor. Amo o trabalho dessas meninas lindas que você citou, são batalhadoras da boa música brasileira, assim como eu, e se formos reparar estamos buscando a mesma coisa. Muda o invólucro, essa coisa de utilizar o que você chamou de células eletrônicas, por exemplo. Eu, depois de três discos gravados acompanhado por uma banda, resolvi me entregar à ousadia de utilizar apenas um trio formado por grandes músicos sergipanos: Saulo Ferreira, Robson Souza e Pequeno (respectivamente no violão, baixolão e percussão) e posso garantir que está sendo uma experiência muito rica a prazerosa.

BC- Sua verve romântica está mais aguçada nesse trabalho que nos discos anteriores. Assim como seu lado meio autobiográfico (nas letras das composições, parece que conhecemos mais o lado pessoal de Rubens Lisboa). O que o motivou a seguir esse caminho em “Arteiro” ?

RL-  É, as pessoas andam comentando isso, mas não foi proposital. Nunca fui um romântico de carteirinha. Talvez esteja passando por um momento mais apaixonado, vai saber... Quanto a esse viés mais pessoal, um compositor sempre está presente em todas as suas criações, seja de uma forma ou de outra, um pouco mais em algumas, um pouco menos em outras. Mas estejam certos de que raríssimas composições minhas são de fato autobiográficas. Na maioria delas incorporo vivências e sensações que capto por aí pela vida afora, observando as pessoas. Minhas personagens são várias e é por isso que digo que o meu trabalho é plural.

BC- Por falar nisso, você não deixa de se expor nesse disco, revelando opiniões que, com certeza, suscitarão discussões.  Um exemplo é a canção “Talento Serigy”, que fala daqueles tipos locais que vão dormir anônimos e acordam artistas. Está preparado para as críticas?

RL-  Embora entenda que, além de divertir, entreter e emocionar, também é função inerente ao artista trazer a lume questionamentos e suscitar discussões, não vejo o porquê de tanta celeuma a respeito de “Talento Serigy”. É só uma música, o mundo não vai mudar por causa dela. E é apenas uma opinião: a minha. Utilizei-me da lenda do índio Serigy para fazer uma observação sobre certos fatos que vejo aqui na minha terra. Mas sei que isso é um fenômeno mundial, essa coisa de tanta gente se achar portadora de um talento que não lhe é aderente e com isso terminar atrapalhando o reconhecimento de quem realmente o possui. E nem se trata de um tema praticamente original: a Zélia Duncan já o abordou antes, ainda que sob sua ótica própria. Acho que somente se incomodarão com essa canção aqueles em quem a carapuça se adequar. Quem se garantir, seguirá em frente, incólume. 

BC- Conte um pouco como foi o processo de produção do disco (composição, tempo em estúdio, masterização no Magic Master) e a escolha dos músicos.

RL-  Este foi o meu trabalho mais tranquilo. Havia várias canções inéditas na minha cabeça e comecei a trabalhar com Saulinho em cima delas. Quando vimos, eram quase cinquenta. Daí, surgiu a vontade de gravá-las, o que se deu em seis meses, depois de selecionarmos quatorze. Aqui, faz-se necessário destacar que o CD conta, sim, com várias participações especiais de outros músicos, os quais me deram a honra de se fazerem presentes, sempre que as músicas assim exigiam. Resolvi masterizar o álbum no Rio de Janeiro, mais especificamente com o Ricardo Garcia no Magic Master, para que a sonoridade final do CD ficasse exatamente como a que perseguíamos desde que começamos a formatar o trabalho. E acho que conseguimos.

BC- Você misturou vários estilos musicais nesse “Arteiro”, como samba, ciranda, maracatu, blues e funk.  Como você espera que o público receba esse mix de informações?

RL-  Essa mistura é a característica maior da minha obra. Isso está presente desde o meu primeiro CD. É o que eu quero, é no que eu acredito. Sei que estrategicamente falando pode até soar mais complicado as pessoas virem a assimilar rapidamente esse ecletismo. Mas o caminho complexo sempre me foi o mais sedutor. Eu não nasci para me sujeitar a rótulos. Faço a música que acredito e ponto. Amo o samba, mas não quero ser tachado de sambista. Adoro baião, mas não quero ser rotulado de forrozeiro. Curto o pop, mas não quero ser chamado de roqueiro. E de mais a mais, o público que me acompanha já conhece o meu caldeirão sonoro. E as novas gerações que quero conquistar possuem uma mente bastante aberta quanto a essas possibilidades múltiplas de gêneros e estilos.

BC- Como vai ser o formato do show na Epifânio Dória (você estará acompanhado por quais músicos, terá um caráter intimista)?

RL- O CD, embora possua uma sonoridade acústica, não tem nada de intimista. E o show segue nesse sentido. Tem momentos pulsantes e outros de emoção à flor da pele. O repertório é calcado logicamente no novo CD, mas haverá passagens pelos meus outros discos e cantarei também músicas inéditas em minha voz. Serei acompanhado pelos três músicos que citei acima, além das participações especiais de Gilberto (na flauta), Igor (na gaita), Marcus Vinicius (no violão) e Diogo Montalvão (nos teclados). E haverá também as vozes maravilhosas das irmãs Adriana e Nurimar me amparando nos vocais.

BC- Você semanalmente avalia os lançamentos de discos no mercado fonográfico. De crítico, agora você passa a criticado, com o lançamento desse disco. Como lida com a opinião do público e da crítica especializada?

RL-  Sempre optei pela delicadeza e educação quando analiso os discos que resenho. Sei do trabalho que dá, da enormidade de tempo que consome e da quantidade de pessoas envolvidas em cada um desses projetos. Por isso, tento respeitar ao máximo o artista analisado. É uma pessoa que está se expondo demais e somente por isso já mereceria todo o cuidado de quem escreve. Gosto muito de ouvir opiniões sobre o meu trabalho, seja de pessoas leigas ou daquelas especializadas em música. Mas hoje em dia já aprendi a depurar o que vale a pena ser assimilado ou o que é apenas fruto de despeito e frustração alheia.

BC- Quem quiser adquirir o disco após o lançamento, ele será encontrado onde? E quanto custará?

RL- Aqui em Aracaju, o CD “Arteiro” já se encontra disponível na Casa do Artista e na CD Club, acho que ao preço de R$ 15. Quem preferir adquiri-lo através da internet, poderá fazê-lo através dos sites da Saraiva (www.saraiva.com.br), da Siciliano (www.siciliano.com.br), da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e das Lojas Fnac (www.fnac.com.br).

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Encontros com 40 Grandes Autores



Acaba de ser lançado pela editora LEYA, o livro de entrevistas "Encontros com 40 Grandes Autores" do jornalista Ben Naparstek. A obra oferece um perfil de renomados escritores internacionais, a partir de conversas entre eles e Naparstek, revelando também detalhes do processo criativo de cada um.

Dentre os nomes conhecidos do grande público estão Umberto Eco, José Saramago, Ismail Kadare, Robert Fisk, Paul Auster, Noam Chomsky, Catherine Millet e Carlos Fuentes, só para citar alguns. O jornalista australiano afirma que procurou manter um olhar cético sobres seus entrevistados, para evitar "ser seduzido pela inteligência ou charme" de figuras tão proeminentes.

Dividido em duas partes- Ficção e Não-Ficção- o livro coloca autores no lugar de personagens e vasculha suas trajetórias e particularidades. Em suas 247 páginas, a obra proporciona verdadeiros encontros literários dos autores com leitores- fiéis ou futuros. O preço sugerido pela editora portuguesa é de R$ 39, 90.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Sertão abre espaço para o Rock

A partir de hoje, será dada a largada para a 8ª edição do Rock Sertão, maior evento dessa natureza que ocorre em terras sergipanas, mais precisamente no município de Nossa Senhora da Glória. Este ano, com mais um dia de programação (20 a 22 de maio), o evento oferece ao público além das apresentações musicais, a oportunidade de debater e discutir em palestras e oficinas, assuntos como mídia independente, o futuro da indústria fonográfica, políticas públicas de incentivo à cultura, dentre outros temas.

Às 8h, na Câmara de Vereadores inicia a oficina liderada por Carol, estudante de Teatro da UFS. A partir das 13h, no Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa haverá exposição de arte,  palestra sobre os 20 anos da Lacertae e apresentação musical com os artistas do campo do Crioulo (Zé de Jorge Violeiro e Primo o Homem do Berimbau de Boca) e alunos da Casa Zabumbambus. 

Às 14h, acontece a palestra da professora Rejane Harder sobre “A Importância da Educação Musical no Ensino Básico”.  À noite, a partir das 19h, tem exibição de filmes na praça do Coreto e apresentação de Alex Sant`Anna com participação de A Banda dos Corações Partidos.

Na sexta-feira, sobem ao palco do festival, a partir das 21h, as bandas Villa Carmen (SE), Fator RH (SE), Mamutes (SE), Vendo 147 (BA), Mopho (AL) e Mundo Básico. No sábado, último dia do Rock Sertão, o público irá curtir o som do Urublues (SE), Rosie And Me (PR), Lacertae (SE), NaurÊa (SE), Karne Krua (SE) e Impact (SE). 

Texto:  Suyene Correia

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pontão Avenida Brasil oferece oficinas

As oficinas de Plataforma TV Web e de Web Rádio são as primeiras oferecidas pelo Pontão Avenida Brasil. Ao todo, 40 vagas foram ofertadas. Para a oficina de Plataforma TV Web, foram disponibilizadas 20 vagas. De 24 a 26 de maio das 14h às 22h, os participantes terão 20 horas de conteúdos teóricos e práticos para entender a plataforma e publicar vídeos, podcasts e boletins de oficinas. O oficineiro é o comunicólogo com especialização em hipermídia, Ricardo Ruiz.

A oficina de Web Rádio acontecerá de 27 a 31 de maio das 14h às 22h. Os 20 participantes discutirão sobre o funcionamento da web rádio e produzirão programas experimentais. À frente das 40 horas da oficina está o jornalista Sérgio Melo que, atualmente, desenvolve o projeto Conexão Rádio Amnésia. É consultor especializado em Cultura Popular em programas da ONU para o Desenvolvimento no Brasil.

O Pontão  Avenida Brasil é o primeiro de Sergipe. “A diferença entre o Pontão e os pontos de cultura é que ele dialoga com outros estados. Estamos inicialmente articulando com Bahia, Pernambuco, Paraíba. Ele vem incorporar o Ponto de Cultura Figuras em Trânsito, que foi conveniado com o Ministério da Cultura em 2005”, explica Rosângela Rocha, responsável pela elaboração do projeto do Pontão.

Mais informações pelo telefone 3302-7090 ou 3302-7092. 

sábado, 15 de maio de 2010

Pra se Enamorar


 Lembro-me de uma matéria publicada no ano passado na Revista ÉPOCA, em que chamavam a atenção para cinco cantoras/compositoras da nova geração da MPB: Ana Cañas, Céu, Mariana Aydar, Maria Gadú e Tiê. Dessas, até a semana passada, ainda não tinha conhecido o trabalho da paulistana Tiê. 

Depois de algumas "viajadas" em seu primeiro disco "Sweet Jardim", cheguei à conclusão de que ele está no mesmo patamar que "Vagarosa" de Céu. Mesmo com todo arrojo de Maria Gadú, com o disco homônimo, Ana Cañas com "Amor e Caos" e Mariana Aydar com "Peixes Pássaros e Pessoas", o disco de Tiê vence pela delicadeza, não só de sua voz adocicada na medida certa, como também a simplicidade/profundidade de suas letras.


O amor é o tema principal de suas composições. Ela fala de encontros e desencontros, da paixão, da perda, mas sobretudo da esperança de um novo começo. Na maioria das faixas, Tiê toca violão imprimindo um tom intimista ao disco e quando o piano de Plínio Profeta, responsável pela produção musical, entra em ação, a combinação fica primorosa.

Destaques para as canções "Dois", 5 Andar", "Passarinho", "Chá Verde" e a versão estilizada de "Se Enamora (E'L'Amore)". Tiê ainda dá uma canja em francês com "Aula de Francês" e  em inglês, com "Stranger But Mine".

Texto: Suyene Correia

Foto: Capa do CD "Sweet Jardim" que já foi lançado em países como França, Inglaterra e Alemanha

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Segredos de Hollywood



Você sabia que a primeira opção do diretor Joseph L. Mankiewicz e do produtor Darryl Zanuck para viver o papel de Margo Channing em "A Malvada" era a atriz Claudete Colbert e não, Bete Davis ?

Que Nicholas Ray, diretor de "Juventude Transviada" e James Dean, astro do filme, que morreu uma semana antes da estreia do clássico, têm mais semelhanças do que o internauta possa imaginar ?

Que mesmo proibido para menores, "Perdidos na Noite" foi uma espécie de divisor de águas entre a Velha e a Nova Hollywood, vencendo o Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro em 1970 ?

Pois bem, essas e muitas outras curiosidades podem ser descobertas ao folhear o livro "Os Bastidores de Hollywood na Vanity Fair" organizado por Graydon Carter e lançado, recentemente, pela Editora Agir, com tradução de Clóvis Marques.

O editor Carter reuniu 10 artigos escritos por colaboradores da revista que através de entrevistas com atores, diretores e produtores, revelam segredos dos sets de filmagens de clássicos da cinematografia mundial. Os textos são uma espécie de making of  de "A Malvada", "Juventude Transviada", "A Embriaguez do Sucesso", "Sob o Signo do Sexo", "Cleópatra", "A Primeira Noite de Um Homem", "Primavera Para Hitler", "Perdidos na Noite", "Os Embalos de Sábado à Noite" e "Reds".

Imperdível para cinéfilos e para quem curte a cultura pop!!!

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Capa do livro que custa em torno de R$ 50

"Virote Coletivo" será lançado na Cultiva


Decididamente, a cena musical sergipana está dando uma guinada. De uns cinco anos para cá, bandas interessantes surgiram, alguns novos espaços abriram suas portas para deixar o rock entrar de vez, eventos ligados ao universo musical (cover ou não) se estabeleceram no calendário e um grupo de artistas, técnicos e interessados no processo do fazer musical local uniram-se para formar o Fórum Música Sergipe, que hoje, pela manhã, lançou a Campanha "Pra Tocar", em prol da música sergipana.

O caldeirão das ideias culturais está fervendo e o próximo "caldo" a ser servido para a comunidade, poderá ser provado amanhã, às 22h, no Cultiva (antiga Casa do Rock). Lá, será lançado o Virote Coletivo, um grupo que surgiu da vontade de pessoas (músicos e produtores) em movimentar por conta própria a cena musical da qual fazem parte e criar ações planejadas para fomentar um mercado autoral, independente e auto-sustentável.

Mas o Virote Coletivo não é um ‘exército de um homem só’. Ele é um só em Sergipe, mas no Brasil (e até na America Latina) eles fazem parte de um grupo de mais de 50 coletivos espalhados por todos os países e organizados e conectados de forma que todos se auto-ajudem na cadeia produtiva.

Divulgação, circulação, comunicação e distribuição formam a base para este trabalho que é o mais novo formato de desenvolvimento produtivo da música independente do país. Com o lema “artista igual a pedreiro”, a rede Fora do Eixo já é uma cadeia solidificada e eficaz quando o assunto é produção cultural.

Inclusive, o Virote Coletivo faz parte do Circuito Fora do Eixo. Existente desde dezembro do ano passado, com o nome de Rede Música Sergipe, o coletivo deu uma pausa e retoma agora suas atividades como força total e de nome novo.

O lançamento oficial acontece amanhã, na Cultiva (Rodovia José Sarney, em frente ao Oca Bar), com a apresentação das bandas Plástico Lunar, Mamutes, Anéis de Vento, The Baggios e a Nautilus. Ingressos ao preço de R$ 10.

Texto: Suyene Correia

Foto: divulgação

Legenda da Foto: Banda Nautilus que será uma das atrações do lançamento do Virote Coletivo

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pelas Ruas de Havana




O título acima é também o que nomeia a exposição individual do fotógrafo José Aquino que tem abertura marcada para amanhã, às 20h, na Galeria de Arte Álvaro Santos. Com 40 trabalhos em cor e P & B, Aquino revela aos sergipanos um pouco da Cuba que foi flagrada pelas suas lentes em duas oportunidades: outubro do ano passado e abril deste ano.

Não só a arquitetura do país insular poderá ser vista na exposição, em cartaz até o dia 25 de maio, como também sua maravilhosa geografia e os tipos peculiares cubanos. "Cuba é como qualquer país com seus acertos e defeitos, mas não deixa de ser um país intrigante", diz o fotógrafo.

A exposição por aqui mal começou e o fotógrafo, que no ano passado realizou a individual "A Imagem da Sintonia Humana" no Espaço Cultural Yázigi, já recebeu convite para expor no país de Fidel. A ideia é formar um grupo de amigos também fotógrafos e  conferirem as belezas das praias Pinar Del Rio, Santa Clara e Cayo Largo.
A Galeria de Arte Álvaro Santos está localizada à Praça Olímpio Campos, s/n. e o horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, e aos sábados, das 8 às 12h. Acesso gratuito.

Texto: Suyene Correia

Fotos: José Aquino

ORSSE apresenta Aída (o concerto)

A Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE), sob a direção do maestro Guilherme Mannis, traz no próximo dia 20 de maio, às 20h30, ao Teatro Tobias Barreto, a Ópera Aída, do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901). 

A apresentação, que será em forma de concerto, faz parte da Temporada Anual de Concertos 2010 que, mantendo sua característica inovadora, realizará a primeira montagem da Ópera no Estado de Sergipe. Será um evento de grande porte que ainda integrará diversos agrupamentos musicais do estado tais como: a tradicional Lira Sancristovense, sob comando de José Fortunato e do Coro Sinfônico da ORSSE e do Coro Masculino da Primeira Igreja Batista de Aracaju, ambos sob regência de Daniel Freire.

No elenco, importantes nomes do cenário lírico nacional como: Elayne Casehr, Aída, Amonasro, interpretado por Davi Marcondes; Marcelo, como Radamés; Regina Elena Mesquita será Amneris; Saulo Javan, no papel de Ramfis e Martha Herr como Grande Sacerdotisa. E, para abrilhantar ainda mais, a apresentação contará com os talentosos solistas sergipanos: Cláudio Alexandre, como Faraó e Jônatas Matias, como o Mensageiro. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Circo Íntimo



Após turnê com apresentações em São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, a cantora Patrícia Polayne está de volta a Aracaju e fará uma apresentação no sábado, dia 15, no Capitão Cook. O Circo Íntimo é uma adaptação acústica do seu show Circo Singular.

Patrícia Polayne sobe ao palco acompanhada dos músicos Dudu Prudente (bateria e percussão) e Fabinho (baixo). Outros músicos convidados prometem incrementar o show com participações especiais.  Durante a noite, a cantora também irá lançar o videoclipe de “Arrastada” (direção de Gabriela Caldas), da música que venceu, este ano, o I Festival Nacional de Música da Arpub (Associação das Rádios Públicas do Brasil) nas categorias “Música com Letra” e “Melhor Arranjo”, e que é o carro-chefe do seu primeiro álbum “Circo Singular”.

Lançado em 2009, o álbum foi produzido com recursos do Prêmio Produção Pixinguinha da FUNARTE, com produção de Junior Areia, baixista do Mundo Livre S/A, e participação especial de Roberto Menescal. Desde o seu lançamento, Patricia Polayne vem conquistando notoriedade nacional por este trabalho. 

Em dezembro do ano passado, foi selecionada para realizar dois shows no Conexão Vivo Circuito Off da Feira Música Brasil, em Recife, Pernambuco. Recentemente,  também se apresentou pelo Conexão Vivo em Belo Horizonte; e realizou dois shows em Salvador: um dentro da programação do Pelourinho Cultural, e outro a convite da produtora Lícia Fábio. Em março, Polayne também aportou na capital paulistana para duas apresentações.

O show " O Circo Íntimo" está marcado para acontecer no próximo sábado, às 23h, no Capitão Cook. Ao adquirir o ingresso, ao preço de R$ 10, ganha-se um CD promocional do "Circo Singular".

sábado, 8 de maio de 2010

Arte+ Literatura= Livro-Objeto




Foi aberta ontem, à noite, na Galeria de Arte do SESC/centro, a exposição de livros-objeto que faz parte do projeto Pluralidades, coordenado pelos professores do Curso de Design Gráfico da UNIT, Márjorie Garrido e Fernando Marinho.

Os trabalhos expostos são de alunos da disciplina História da Arte e da Tecnologia e apesar de não terem esse propósito, dialogam com a arte contemporânea. "Na verdade, a ideia é chamar a atenção para a questão da diversidade cultural, as questões de gênero e a livre expressão do afeto de forma positiva. Não estamos peocupados em classificação, em rótulos mas sim na reflexão sobre a diversidade", diz Márjorie.

Até o dia 04 de junho acontecerão performances, exibição de vídeos e palestras no auditório do SESC/centro e no Auditório Geraldo Chagas (UNIT/centro). Os eventos são abertos ao público e a programação completa pode ser conferida no site www.pluralidades.com

Texto e Fotos: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Obra sem título de João Augusto Nascimento e Itamar de Carvalho

Legenda da Foto 2: Algumas das "Falanges" de Lucas Ribeiro, Rodrigo José Pinheiro e Rodney Barbosa

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Barba Perfeita

O rapaz era tímido que doía, só de olhar. Esguio, de cabelos negros desgrenhados e barba bem ralinha, como se ainda fosse impúbere, mirava o chão de tanto medo dos olhares alheios. Feio ele não era. Talvez aparando a franja e consertando a "corcunda" gerada pelo vício de postura, ele até chamasse a atenção da mulherada.

Se conseguissem mirar os olhos levemente esverdeados e adocicados do rapaz com certeza se encantariam. Difícil, porém, era alcançar essa proeza. O que seria capaz de fazer aquele garoto, deliciosamente misterioso, de androgenia latente, erguer a cabeça e fitar os olhos de outrem ?

Greg era o seu nome e estava prestes a completar 21 anos. Por incrível que pareça, apesar da idade, só tinha se barbeado umas cinco vezes na vida. E como destestava aquilo... Preferia deixar os pelos crescerem até o chão, do que passar por aquela experiência continuamente. Já tinham lhe indicado até cêra quente para fazer a depilação e ficar livre do sacrifício cortante, mas achava estranho o método e preferiu seguir até a farmácia para comprar um novo barbeador.

Ele vestiu uma camiseta monocromática, que pouco se destacava sobre a sua pele lânguida. Completou o look com uma bermuda de surfista- emprestada do irmão- e com um All Star bege desbotado.  Apesar de não ter que andar mais que 300 metros para chegar ao seu destino, não optou pela  confortabilidade de um calçado aberto. Não suportava sandálias. Odiava ir à praia também.

Seguiu a passos largos, afinal já era noite e aquelas cercanias inspiravam cuidados redobrados de atenção. Ao entrar na drogaria, dirigiu-se logo à sessão de aparelhos de barbear e escolheu o de preço intermediário. Tinha até refil  custando mais que R$ 20. Decididamente, não fazia parte desse grupo de consumidores. Mas o coroa que estava à sua frente na fila, era adepto. Até se assustou quando ele se virou, inexplicavelmente, e puxou conversa. 

- "Rapaz, essas giletes estão caras, não? Mas não tem jeito, é melhor pagar mais caro e surtir efeito, que comprar prestobarba que não presta, que deixa o rosto arranhando. Você é sortudo, tem poucos pelos. Deve comprar um desses a cada semestre". E soltou uma risada. 

O jovem levantou o rosto meio que de lado, sem saber ao certo se o mirava e respondeu: - "É mais ou menos por aí...".

-"Esse jogo aqui, por exemplo, está custando R$ 22. Mas o investimento vale a pena. Tenho duas filhas pequenas e quando chego em casa, com o rosto sem estar lisinho, as meninas reclamam, não querem nem me abraçar".

"E o que eu tenho com isso? Esse cara deve ser pirado", pensou o rapaz.  Mas enquanto metade de seus pensamentos iam para uma direção, a outra metade tomava um rumo inesperado. No fundo ele estava gostando daquele papo fútil. Ficou preocupado com os outros que lhe rodeavam, já que poderia estar dando "bandeira".

A fila não andava, mas nem ele e nem o coroa que exalava virilidade parecia estar preocupado com isso. Pensou até em trocar o tipo de barbeador que tinha escolhido. Só para não se arriscar em perder o lugar, decidiu levar aquele mesmo. Numa outra oportunidade, quem sabe...

-"Você mora aqui perto ?", perguntou o homem mais velho. "De repente te dou uma carona..."

Será que ele estava ouvindo direito? O cara estava oferecendo uma carona, assim, sem mais nem menos ? A fila andou. Chegou a vez do seu companheiro de prosa pagar o Mach 3 e ele sem saber se aceitava o convite. Começou uma sudorese nervosa pelo corpo e antes de dizer que "sim" para a carona,  o quarentão se despediu abruptamente. Bateu levemente no seu ombro e disse "até qualquer dia desses".

Ele ficou paralisado, não emitiu nenhum som, tamanha a frustração. Antes, contudo, de oferecer o produto que estava em suas mãos para o funcionário do caixa, pediu um minuto e pegou um prestobarba similar ao que o coroa levara. Esqueceu o preço hiperinflacionado e apressou o passo até em casa.

Não via a hora de experimentar aquele novo produto de "alta eficiência". Mas do que o desejo de testá-lo, sua ânsia se devia à possibilidade de obter o resultado propagado pelo homem que conhecera há pouco.
Quem sabe um dia não se encontrariam novamente e ele discursaria sobre as propriedades daquele jogo de lâminas tríplice? Nunca mais se esqueceria daquela barba perfeita.

Texto: Suyene Correia

Razões Inversas encena no palco do Lourival Baptista

Neste sábado e domingo, a partir das 20h, a companhia paulista de teatro Razões Inversas estará apresentando no Teatro Lourival Baptista o espetáculo "Anatomia Frozen". O espetáculo apresenta três narrativas que se entrelaçam: uma psiquiatra americana que escreve uma tese sobre assassinatos em série, um pedófilo e assassino em série condenado à prisão perpétua na Inglaterra e a mãe de uma de suas vítimas, a garotinha Nina, que desapareceu aos dez anos de idade.

Esses três personagens são dissecados pela encenação em um ambiente asséptico, cirúrgico, no qual pode-se observar a anatomia da violência e da psicopatia social. Para quem quiser conferir a peça,  o acesso é gratuito.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Arte Plural em evidência no SESC

A Galeria de Arte do SESC abre suas portas na noite desta quinta-feira, para a vernissage do projeto intitulado "Pluralidades" -composto de uma exposição de livros-objeto, ciclo de debates e mostra de vídeos- e que foi idealizado pelos professores de artes visuais Fernando Marinho e Márjorie Garrido. 

A mostra possibilita um inventário de fragmentos culturais através de diferentes linguagens. O título deriva da palavra plural, termo que considera o outro em sua multiplicidade, numa tentativa de atribuir sentidos e desnudar os diversos discursos. Segundo Márjorie, a exposição é uma parceria entre o SESC, a UNIT – matriz originária do projeto- e a UFS que ampliou a rede de participações, possibilitando o acesso e a promoção dos novos olhares sobre a diversidade cultural e questões de gênero e sexualidades reveladas através da arte, do design e da comunicação. 
 
 A abertura oficial da exposição acontece nessa quinta-feira, às 19h, com o lançamento do site www.pluralidades.com e a apresentação da performance “Ato Ilúcido” com Dino e Juracy Júnior. A mesma fica em cartaz até o dia 04 de junho, mas a partir do dia 13 deste mês, será desenvolvida uma vasta programação envolvendo  debates, performances, exibição de vídeos e café cultural (ver programação completa no site).

" O Segredo" de Juan José Campanella


Com um certo atraso, abro espaço no Bangalô Cult para falar do vencedor do Oscar 2010: "O Segredo de Seus Olhos" do argentino Juan José Campanella. Confesso que o filme me surpreendeu (e muito!!) até os 110 minutos de exibição. Nos dez minutos finais, no entanto, um balde de água fria de frustração foi jogado em cima de mim, devido a um desfecho apelativamente mal escolhido pelo diretor (seria uma influência da terra do Tio Sam, já que dirigiu episódios das séries "House" e "Lei e Ordem" ?).

Por esse motivo, ainda penso que a estatueta dourada deveria ter ido parar nas mãos de Michael Haneke ("A Fita Branca"), mas como "águas passadas não movem moinhos...", concentro-me neste policial de roteiro bem elaborado que tem seus méritos e prende a atenção do espectador em quase toda sua duração.

Campanella não dispensa o ator Ricardo Darín mais uma vez ( que já participou dos seus filmes "O Mesmo Amor, a Mesma Chuva", O Filho da Noiva", "Clube da Lua) e o escala para viver o papel de Bejamín Esposito, funcionário de um Tribunal de Justiça. Ao se aposentar, ele resolve escrever um livro, partindo de um acontecimento que vivera 25 anos antes.

Na época, ele foi encarregado de investigar um assassinato brutal, mas como a Argentina de 1974 estava envolta numa nuvem de violência política, de modo que a pena para o culpado, não lhe pareceu justa. A partir do artifício do flashback é que Campanella  vai descortinando toda a trama, que por mais detetivesca que pareça, no fundo é guiada pelo amor. Vários tipos dele, inclusive.
O amor não consumado entre Esposito e sua antiga chefe Irene Hastings (Soledad Vilamil); o amor incondicional entre Ricardo Morales (Pablo Rago) e sua esposa (a jovem assassinada) e o amor perverso do algoz Isidoro Goméz (Javier Godino) para com sua vítima.

Como se não bastasse, o diretor equilibra com maestria os momentos de suspense com os de humor no roteiro adaptado do livro homônio de Eduardo Sacheri. O ator Guillermo Francella na pele do alcoólatra Pablo Sandoval, colega de trabalho de Esposito, é responsável pelas inúmeras gargalhadas que ecoam na sala de cinema durante a projeção do filme. Sua interpretação é memorável, assim como a de Darín, sempre competente.

Mas se "O Segredo de Seus Olhos" é um dos melhores exemplares do cinema argentino atual por conta da direção (os enquadramentos são muito bem elaborados), fotografia, direção de arte e elenco, o ótimo roteiro faz "desandar o caldo", não alcançando o patamar de excelência por ter um desfecho beirando o patético. Ainda não foi dessa vez, que o cineasta argentino produziu uma obra-prima!

Texto: Suyene Correia
Legenda da Foto:  Esposito (Darín) e Irene (Vilamil): feitos um para o outro ? 

domingo, 2 de maio de 2010

Drama delicado de Esmir Filho será exibido na Notívagos


"Os Famosos e os Duendes da Morte"- filme vencedor do Troféu Redentor, no Fest Rio 2009- de Esmir Filho será exibido na próxima Sessão Notívagos, programada para acontecer no dia 08 de maio, às 23h, no Cinemark Jardins.

O jovem cineasta de 27 anos conheceu o esboço do que viria a ser o livro "Os Famosos e os Duendes da Morte" do escritor gaúcho Ismael Caneppele e decidiu filmá-lo. Ambos assinam o roteiro desta história que aborda notadamente as relações interpessoais, perpassadno por questões como solidão, amor e amizade.

Meio autobiográfico, o livro segue os escritos virtuais de um adolescente do interior do Rio Grande do Sul  que se comunica com o mundo através da internet. Cheio de sonhos e perspectivas, ele se vê sufocado pelo isolamento em que vive, tendo como meio de fuga a relação que mantém com outros internautas através de um blog.

Fã de Bob Dylan e com dificuldades de diálogo com a mãe, o garoto de 16 anos, que usa o nickname de Mr. Tambourine Man (interpretado pelo estreante Henrique Larré) vê sua vida alterada com o retorno de um antigo morador da cidade, vivido pelo próprio Caneppele e com a morte da garota com quem mantinha contato virtual.

Para Ismael, é pelo novo olhar sobre o Brasil que o filme propõe, que deve ter conquistado o Júri do Fest Rio 2009. "O livro é uma viagem dentro da cabeça do protagonista e isso se constata na tela também. É um filme sensível, delicado e que mostra um Brasil pouco explorado pelo cinema nacional", diz o escritor, roteirista e ator.

Além da direção segura, "Os Famosos e os Duendes da Morte" também tem mérito pela trilha sonora assinada por Nelo Johan (vão atrás das músicas desse cara) e fotografia de Mauro Pinheiro Jr.). Uma viagem sem fronteiras num mundo real e virtual ao mesmo tempo que, finalmente, poderá ser visto pelo público local.

Um detalhe curioso: os vídeos da garota Tuane Eggers que aparecem no decorrer do filme foram descobertos por Esmir Filho numa ampla pesquisa feita por ele na internet. Ele gostou tanto do que viu, que convidou a garota para fazer parte do casting.

Ainda sobre a Notívagos, antes da exibição do longa, os presentes irão conferir o curta-metragem "Supermemórias" de Danilo Carvalho, com canções do líder Catatau (Cidadão Instigado). Logo após a exibição do filme de Esmir, haverá apresentação da banda sergipana Elvis Boamorte e os Boavidas e da cearense Cidadão Instigado no hall do cinema. Quem não quiser perder essa dobradinha execelente, vale a pena garantir logo o ingresso antecipádamente, na Casa da Cópia do Shopping Jardins ao preço de R$ 20 (preço único). O ingresso dá direito a três bebidas (cerveja, água ou refrigerante) durante o show musical.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Julian (Ismael Caneppele) e Jingle Jangle (Tuane Eggers) em clima romântico no filme "Os Famosos..."