sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Aos Ventos Que Virão" tem Pré-estreia no Cine PE


Será na noite da próxima quarta-feira, a pré-estreia nacional de “Aos Ventos que Virão”, novo longa metragem do cineasta Hermano Penna (o mesmo do aclamado “Sargento Getúlio”). Narrando uma saga brasileira que cobre três décadas de história, o filme faz parte da Mostra Competitiva do Cine PE, o Festival de Cinema de Pernambuco.

A trama acompanha a trajetória de Zé Olímpio (Rui Ricardo Diaz, que viveu o papel título de “Lula, o Filho do Brasil), um ex-cangaceiro que abandona suas terras e sua família para tentar vida nova em São Paulo, ao lado da esposa Lúcia (a atriz e cantora Emanuelle Araújo).

É uma história de lutas, diz Hermano Penna. “Lutas contra o preconceito, o subemprego e a intolerância. E onde a construção de Brasília pode despontar como uma nova esperança”, afirma. Quando perguntado se o filme é baseado em história real, Penna sorri: “É baseado em muitas histórias reais... e imaginárias...”.

“Aos Ventos que Virão” será distribuído pela Pandora, e sua data de estreia em circuito comercial está previamente agendada para o segundo semestre de 2013. O filme teve cerca de 90 % da cenas rodadas em  Sergipe, com locações em Poço Redondo e Canindé do São Francisco.

 Aos Ventos que Virão

Direção: Hermano Penna

Roteiro: Hermano Penna, com a colaboração de Jaqueline Tavares e Paulo Sacramento

Direção de Fotografia: André Lavenère

Direção de Arte e Cenografia: Jefferson Albuquerque Jr.

Produção Executiva: Ana Clara Rafaldi

Montagem e Edição: Lessandro Sócrates

Direção Musical: José Luiz Penna e Tiago Araripe

Elenco:  Rui Ricardo Diaz (Zé Olímpio), Emanuelle Araújo (Lucia), Luis Miranda (Nêgo de Rosa) , Lucio Tranchesi (Assis), Edlo Mendes(Sargento Isidoro), Marat Descartes (Palestrante), Francisco Gaspar (Quatorze).

Duração: 94 minutos

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Concurso de Violão homenageia Sérgio Roberto de Oliveira

Sérgio Roberto Oliveira


A X Mostra e o VI Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter, que neste ano acontecerá entre os dias 01 e 04 de outubro, no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro, vão lançar luz também à obra de Sérgio Roberto de Oliveira. O compositor carioca, indicado ao Grammy Latino 2012 na categoria Melhor Álbum de Música Clássica com o CD “Prelúdio 21 – Quarteto de Cordas”, terá sua obra “Agitado” (1° movimento de “Umas Coisas do Coração”, indicada ao Grammy Latino 2011 na categoria Melhor Obra de Música Clássica Contemporânea) como uma das peças de confronto, ao lado de “Samba Rosa”, do Fred Schneiter. 

Além disso, o concurso também vai oferecer o prêmio “Melhor Intérprete da Música de Sérgio Roberto de Oliveira” e a X Mostra terá a estréia da sua obra “Tasto” para violão e orquestra de cordas, tendo como intérpretes Luís Carlos Barbieri e a Orquestra Jovem do Conservatório Brasileiro de Música, sob a regência de Ueslei Banus.

A Mostra de Violão Fred Schneiter foi realizada pela primeira vez em 2004. O intercâmbio com violonistas da América Latina e a regularidade bienal do Concurso são características que tornam o evento cada vez mais tradicional no meio cultural do violão latinoamericano.

Além de Sérgio Roberto de Oliveira, a edição deste ano terá como convidados os violonistas Alberto Cumplido (Chile) e Esteban Ojeda (Venezuela), que estará se apresentando ao lado de seu Trio (violão, cuatro venezuelano e marcas). Também estará presente o vencedor do V Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter/ 2011, o sul matogrossense Cyro Delvizio.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Tiê realiza pocket show no Riomar

 Tiê marcará presença no evento Moda Riomar Glam Storm

Quando a cantora Tiê realizou um show no Teatro Tobias Barreto em setembro de 2011, ela ainda não era tão conhecida do público sergipano. A maioria dos espectadores tinha se deslocado ao teatro para conferir a apresentação de Oswaldo Montenegro, porém não se decepcionou com a performance da cantora paulista, que em 2009, havia lançado seu disco de estreia “Sweet Jardim” e, naquele ano, o segundo da carreira, “A Coruja e o Coração”.
Agora, Tiê retorna a Aracaju, consagrada como uma das vozes mais delicadas da nova geração de cantoras da MPB, além de uma compositora promissora. Amanhã, às 20h30, seu talento poderá ser apreciado novamente, na praça central do Shopping Riomar, quando realizará um pocket show dentro da programação do evento Moda Riomar Glam Storm, que marca a abertura da temporada outono/inverno 2013.
 Mãe de duas filhas- Liz e Amora-, a cantora encerrou o ano de 2012 com o pé direito. Apresentando-se para um público de mais de dois milhões de pessoas, Tiê abriu o show do “Reveillon da Virada”, na Avenida Paulista, em São Paulo. No seu currículo ainda constam shows no Coquetel Molotov, Planeta Terra, SXSW e Rock In Rio, tanto no Rio de Janeiro como em Lisboa.
Depois de lançar o disco totalmente autoral “Sweet Jardim”, que lhe rendeu apresentações em todo o Brasil, Nova York, Montevideo, Londres, Paris e Berlim, a cantora estreou seu segundo disco, “A Coruja e o Coração”, novamente com produção de Plínio Profeta. Este último trabalho – com participações de nomes como Jorge Drexler, Marcelo Jeneci e Karina Zeviani, além de parcerias e versões de Thiago Pethit, Dorgival Dantas e Tulipa Ruiz – tem como um dos destaques a versão flamenca de “Você Não Vale Nada”, sucesso da banda sergipana Calcinha Preta.
A cantora adquiriu uma paixão especial e incontrolável pela trama global “Avenida Brasil” e resolveu então fazer uma versão do seu projeto “Na Cozinha ou no Jardim” (no qual reúne músicos amigos no jardim ou na cozinha de sua própria casa, para pequenos pocket shows transmitidos ao vivo pela internet) só com os sucessos da trilha da novela mais comentada dos últimos tempos.
Daí em diante, tamanho o sucesso do público sobre as versões da trilha sonora de “Avenida Brasil”, as músicas tornaram-se repertório obrigatório, dando vazão ao novo formato dos shows de Tiê. Enquanto prepara seu terceiro disco, com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano, suas apresentações agora reúnem versões de músicas de novelas, que vão de “Humilde Residência” a “Você Não Vale Nada”, mescladas com canções de seus discos.
Neta de Vida Alves – atriz que protagonizou o primeiro beijo da TV brasileira, na também primeira novela nacional de TV –, a cantora cursou Relações Públicas na FAAP, estudou canto em Nova York e foi dona de um brechó/restaurante em São Paulo. Foi no Café Brechó que Tiê conheceu duas figuras importantes para sua carreira na música: Dudu Tsuda, que a apresentou para toda sua turma de amigos músicos e o compositor Toquinho, com quem gravou sua primeira música e viajou por todo o Brasil e exterior em turnê antes de lançar seus álbuns.

Quem não quiser perder a apresentação da cantora, é bom chegar cedo ao Shopping Riomar, porque a noite promete ser concorrida.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Mostra do Filme Livre aporta no Museu da Gente

"Esse Amor que nos Consome" é o longa-metragem da mostra



A Cacimba de Cinema e Vídeo, que integra o Circuito de Cineclubes da Mostra do Filme Livre, realizará amanhã, às 19h, no Museu da Gente Sergipana, uma mostra de filmes, entre curtas, médias e longa-metragens. Com entrada gratuita, a sessão especial contará com exibições dos curtas, “O Universo Segundo Edgar A. Poe” de Alexandre Rudáh; “Monstrolândia” de Ivan Cardoso; “Crisálida” de Thiago César; “A Onda Traz, O Vento Leva” de Gabriel Mascaro e o longa, “Esse Amor que Nos Consome” de Allan Ribeiro.

O curta de Alexandre Rudáh configura-se como uma espécie de slideshow que apresenta recortes de “Eureka: Um Poema em Prosa”, ensaio filosófico e cosmológico escrito por Edgar Alan Poe. As imagens do filme foram selecionadas a partir do site brainheamorrhageisthecure.tumblr.com e o texto é interpretado pelo ator Pedro Paulo Rangel. Logo em seguida, será exibido o inédito “Monstrolândia” de Ivan Cardoso, uma espécie de via crucis brasileira em sua eterna e infrutífera busca pela excelência olímpica. “Monstrolândia é fruto de pensamentos cruzados de um brasileiro frustrado com o nosso fracasso olímpico e um xeque-mate na miopia legalizada que reina no cinema brasileiro”, dispara Ivan Cardoso, que incluiu neste chocante curta-metragem, a subtrama que conta a história de um enxadrista que se transmutou em cão.

“Crisálida”, do cearense Thiago César, segue o cotidiano de um autista que constrói seu próprio mundo todos os dias. “Com um traço psicodélico e bem humorado, o filme é curta com tempero novo”, segundo Manu Sobral. Nem um pouco convencional é “A Onda Traz, o Vento Leva” de Gabriel Mascaro. O personagem principal chama-se Rodrigo. Ele é surdo e trabalha numa empresa instalando som em carros. O filme é uma jornada sensorial sobre um cotidiano marcado por ruídos, vibrações, incomunicabilidade, ambiguidade e dúvidas.

Por fim, será exibido o filme “Esse Amor que Nos Consome” de Allan Ribeiro. A trama envolve os personagens Gatto e Barbot que são companheiros há quatro décadas. Ao se instalar num casarão abandonado no centro do Rio de Janeiro, eles passam a viver e ensaiar com sua companhia de dança. A luta diária se mistura à criação artística e à crença nos seus orixás. Através da dança, eles se espalham pela cidade marcando seus territórios.

O evento é uma realização do Banco do Brasil e Ministério da Cultura, e chega à 12ª edição consolidado como uma das mostras pioneiras na exibição e na discussão de novas possibilidades estéticas para o audiovisual. O Museu da Gente Sergipana localiza-se à Av. Ivo do Prado, 398.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Bethânia traz a Aracaju "Carta de Amor"

Bethânia canta em meio ao criativo cenário de Bia Lessa


Depois de três meses de espera (a data inicial do show era em janeiro), os sergipanos poderão conferir o show “Carta de Amor”, da nova turnê de Maria Bethânia. Marcado para este domingo, às 20h, no Teatro Tobias Barreto, o espetáculo é baseado no disco “Oásis de Bethânia”- 50º álbum da carreira da cantora- composto por 10 canções, sendo metade delas inéditas.

Cada uma das músicas do disco recebeu um arranjo inédito de convidados especialíssimos, que unidos à voz única de Bethânia, trazem o tempero ideal para a sonoridade marcante do novo trabalho. E é esta sonoridade nova que “Carta de Amor” traz.  “O show vem do disco; é a base de onde eu parti, da mudança sonora que fiz ali com vários músicos”, conta Bethânia. “O título do show não se refere apenas à faixa do disco ‘Carta de Amor’, mas a todo tipo de amor que canto no show: o amor maduro, o amor inconstante, o amor traído, o amor eterno, o passageiro, o triste, o alegre...”, completa.

 “Convidei o Wagner Tiso, maestro das Minas Gerais, para tocar com uma cantora baiana!”, brinca. Além de Wagner Tiso (maestro e piano), Gabriel Improta (violão e guitarra), Paulo Dafilin (violão e viola), Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Marcelo Costa (percussão) e Marcio Mallard (cello) a acompanham.

Wagner, que já gravou com Bethânia, mas está dividindo o palco com ela pela primeira vez, acha a experiência inovadora. “Já toquei com outros baianos, mas com Bethânia é diferente porque ela leva o teatro para o palco. Trabalhar com ela é interessante artisticamente porque ela sabe muito bem o que quer e trata com muito respeito o trabalho e a carreira. É uma pessoa doce e educada, firme naquilo que quer para seus shows”. O maestro completa: “Meu objetivo é colorir as ideias de Bethânia. Levo para o show minha cabeça orquestral, o que dá um contraste bonito entre o recôncavo dela e minha mineirice. E conto com a ajuda desses músicos maravilhosos”.

 E é a leveza e a cumplicidade em cena da cantora com os músicos que têm chamado a atenção do público e críticos desde a estreia do espetáculo no Rio de Janeiro em 18 de novembro e depois em Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza – todos no ano passado e com ingressos esgotados. Da iluminação aos arranjos, da banda ao maestro, da cenografia ao figurino, tudo parece novo neste show, mostrando que Bethânia, aos 67 anos e 48 anos de carreira, se renova sempre.

No repertório do show, dividido em dois atos, constam “Salmo” (Rafael Rabelo e Paulo Cesar Pinheiro), “Calúnia” (Marino Porto e Paulo Soledade), “Barulho” (Roque Ferreira), “Casablanca” (Roque Ferreira), “Carta de Amor” (Paulo Cesar Pinheiro), “O Velho Francisco” (Chico Buarque) do disco “Oásis de Bethânia” e “Canções e Momentos” (Milton Nascimento e Fernando Brant),  “Sangrando” (Gonzaquinha), “Negue” (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos), “Marambaia” (Rubens Campos e Henricão), “A Casa É Sua” (Arnaldo Antunes e Ortinho), além de um medley de sambas de roda.    

 Quem assina a direção e o cenário de “Carta de Amor” é Bia Lessa, já a iluminação fica a cargo de Tomás Ribas. Os ingressos para o espetáculo já estão à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 350 (inteira) e R$ 175 (meia) na plateia e R$ 250 (inteira) e R$ 125 (meia) no mezanino.

Crédito da Foto: Taiz Dering 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ballet de Londrina dança ao Som de Stravinsky

Ballet de Londrina ao som de "A Sagração da Primavera"




Em comemoração aos 20 anos de existência, o Ballet de Londrina decidiu realizar uma turnê pelo Nordeste, incluindo a capital sergipana como um dos seus destinos. Neste sábado, às 20h e no domingo, às 19h, no Teatro Atheneu, a companhia estará apresentando suas versões para as obras “A Sagração da Primavera” (1913) e “Petrouchka” (1911), ambas de Igor Stravinsky (1882-1971). 

O programa de repertório de Stravinsky também marca as comemorações do centenário de “A Sagração da Primavera”, uma das peças que serão apresentadas. Nessa obra, o imortal enredo, arrebatado pela música do compositor russo, apresenta os desígnios da condição humana. Baseada em uma antiga lenda russa, a peça narra o sacrifício de uma virgem oferecida aos deuses da Primavera em troca da fertilidade da terra. A música feita por Stravinsky se tornou uma base frequente para ballets produzidos por grupos de dança de todo o mundo. 

O Ballet de Londrina, através do coreógrafo e diretor da companhia, Leonardo Ramos,  faz uma releitura contemporânea de uma obra que inaugurou a vanguarda europeia. O coreógrafo explora a horizontalidade e novos eixos de apoio e equilíbrio dos bailarinos, característica que conquistou o status de linguagem própria da companhia londrinense. A versão não orquestral da música de Stravinsky é executada por quatro pianos, que assumem o papel de todos os instrumentos. O que se vê no palco é um embate de forças em que a fragilidade da condição humana escreve a sua narrativa ora de grande delicadeza ou de total crueldade.

Já em “Petrouchka”, o Ballet de Londrina leva às últimas consequências a enganosa teia da paixão não correspondida, alimentada pelo amor a si próprio. A história é baseada em uma festa folclórica russa organizada anualmente em São Petersburgo, onde dançarinos, acrobatas e animais amestrados divertiam os moradores. No teatro improvisado, um mágico apresenta uma história com bonecos que pareciam pessoas de verdade: o Mouro, a Bailarina e Petrouchka, que em russo significa pierrô. O trio percorre a trajetória humana vulnerável ao amor, a vaidade, o ciúme.

O espetáculo, com duração de 80 minutos, contará com as duas coreografias e um intervalo. A realização conta com apoio do Ministério da Cultura e a Tigre, projeto contemplado pelo Prêmio Funarte/Petrobras Klauss Vianna. A turnê que já passou pelas cidades de Fortaleza (CE), Mossoró e Natal (RN), Recife (PE), Maceió (AL) e chega a  Aracaju, no próximo final de semana, depois seguirá para  Salvador e Camaçari (BA).

Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro a preços populares R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Haverá descontos para academias de dança. Mais informações pelo telefone 3179-1910.


Crédito da Foto: Bruno Martins

segunda-feira, 15 de abril de 2013

"O Segredo da Arca de Trancoso" chega a Aracaju





Depois da estreia internacional no Festival de Teatro em Frankfurt (Alemanha) e realizar a estreia nacional em Salvador dentro da programação do V Festival Latino-Americano de Teatro – Filte 2012, o Grupo Vilavox seguiu em cartaz em Salvador com “O Segredo da Arca de Trancoso”, numa temporada que começou no dia 22 de setembro e permaneceu até 28 de outubro, na sede do grupo – Casa Preta Espaço de Cultura, no bairro Dois de Julho. 

Hoje,  às 17h, no Museu da Gente Sergipana, o espetáculo sob a direção de Claudio Machado e com texto do pernambucano Luiz Felipe Botelho será encenado gratuitamente. Inspirado no universo dos contos orais brasileiros, ele conta a história de um menino encarregado de levar uma arca de madeira até um local muito distante. Numa sucessão de surpresas, homens e mulheres com toda a sorte de intenções, animais e criaturas fantásticas surgem no caminho, tentando tomar posse da arca, demonstrando que aquele estranho objeto é muito mais poderoso do que se podia imaginar. Logo ele descobre que a tal arca parece ter o poder de transformar a vida de todos os que tentam ver o que ela contém.

A montagem é a primeira incursão do grupo fora da caixa cênica, bem como inaugura seu diálogo com o público infanto-juvenil e nesses dois meses ocupou as ruas do bairro e um terreno ao lado da sua sede, promovendo um encontro com espectadores de todas as idades e classes sociais dos mais diversos bairros da cidade.

Com uma história poética, bem humorada e musical, a peça transita por temas conhecidos do grande público, personagens curiosos e inspirados na cultura e no folclore nacional. Essas características, tanto do texto quanto da encenação, vêm garantido uma boa acolhida pelo público do espetáculo e a abrangência às mais diversas faixas etárias encontradas na rua.

A sonoridade do espetáculo é  marcada ainda por uma intensa pesquisa feita no Acervo de Instrumentos Musicais Tradicionais Emília Biancardi com peças vindas de diversos países do mundo, que resultou na utilização de réplicas e em recriações de instrumentos utilizados em cena pelo elenco.

O novo trabalho celebra os onze anos de trajetória do Vilavox e inaugura um novo momento do grupo: explorando espaços alternativos e a rua como ambientes para a encenação.


domingo, 14 de abril de 2013

Howard Hawks Integral

A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro, realiza de 12 de abril a 12 de maio em Belo Horizonte a mostra Howard Hawks Integral.  A retrospectiva, inédita no Brasil, revisita a obra de um dos cineastas norte-americanos mais aclamados pelo público e crítica ao longo dos últimos 60 anos. Serão apresentados 44 títulos em longa-metragem, lançados entre 1926 e 1970. A entrada é gratuita e o ingresso deve ser retirado meia hora antes de cada sessão.
 
Várias produções apresentadas na mostra são raridades absolutas, outras tiveram Hawks como principal mente por trás de suas concepções (mesmo sem sua assinatura na direção) e algumas terão mais que uma versão exibida. O conjunto vai dar oportunidade ao espectador de atravessar todas as fases de um nome essencial da cinematografia mundial e cujo legado permanece entre cineastas contemporâneos, como Clint Eastwood e John Carpenter.
 
“Hawks é historicamente considerado pela crítica o exemplo mais refinado do autor cinematográfico, que consegue equilibrar um cinema de grande apelo popular a um estilo marcante e singular”, ressalta Rafael Ciccarini, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgador, curador e organizador da retrospectiva. Na abertura da mostra, na noite do dia 12 de abril, foi exibido o clássico "Levada da Breca" (1938), com Cary Grant e Katherine Hepburn.

Entre as dezenas de filmes de Howard Hawks, o espectador poderá assistir a comédias românticas ("Suprema Conquista", 1934; "Levada da Breca"), aventuras ("Uma Aventura na Martinica", 1944; "Hatari!", 1962; "Faixa Vermelha 7000", 1965), policiais ("Scarface", 1932; "À Beira do Abismo", 1946), terror ("O Monstro do Ártico", 1951), faroestes ("Rio Vermelho", 1948; "Onde Começa o Inferno", 1959; "El Dorado", 1966) e musicais ("Os Homens Preferem as Loiras", 1953).

Grandes nomes da história de Hollywood tiveram algumas de suas melhores interpretações sob as lentes de Hawks, como Marilyn Monroe, Montgomery Clift, John Wayne, Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Cary Grant e Katherine Hepburn. Dois raros longas do diretor – "Enquanto os Maridos se Divertem" (1927) e "O Último Caso de Trent" (1929), ambos ainda da fase pré-cinema falado – estão incluídos na retrospectiva. Haverá projeção de cópias em película 35mm e 16mm para a maioria dos filmes. Apenas dois títulos assinados por Hawks ("The Road to Glory", 1926; "The Air Circus", 1928) ficaram de fora, por inexistência de cópias.

Sobre o diretor- Hawks (1896-1977) foi um cineasta que atravessou o século XX e entendeu como poucos a melhor maneira de domar a máquina hollywoodiana, ao mesmo tempo estando dentro dela sem jamais deixar de fazer os filmes da maneira como gostaria. Para o grande diretor Orson Welles, de Cidadão Kane, Hawks era o maior talento no cinema feito nos EUA. O crítico e cineasta Peter Bogdanovich o considerava o mais elegante e de moral elevada dentre os artistas da tela. No Brasil, o realizador Rogério Sganzerla o caracterizou como um criador cujo interesse estava em temas invariavelmente instintivos.

Ele nasceu no dia 30 de maio de 1896 no estado de Indiana (EUA). Antes de se tornar diretor, trabalhou como motorista de caminhão, piloto de corridas, asscensorista e, ao chegar a Hollywood, roteirista e montador. Foi amigo pessoal dos escritores William Faulkner e Ernest Hemingway, com quem elaborou alguns trabalhos, e era considerado um dos mais eficientes cineastas da indústria de Hollywood. Morreu aos 81 anos, no dia 26 de dezembro de 1977, após uma queda dentro de casa. Dois anos antes, fora agraciado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood com um Oscar honorário, dedicado ao conjunto de sua obra. Ao longo da carreira, Hawks concorreu uma única vez ao Oscar de melhor diretor, por Sargento York, em 1942. 

Formação- Com objetivo de aprofundar a relação do espectador com a obra de Howard Hawks, a mostra vai contar com a presença do crítico da Folha de S. Paulo, Inácio Araujo, para ministrar o curso “Hawks – O gênio à altura do homem”, entre os dias 17 e 19 de abril.

Quatro palestras integram a programação da mostra. No dia 18 de abril, quinta-feira, às 19h15, o professor e crítico da revista Cinética Luiz Soares Jr fala sobre “Os Profissionais de Hawks: Crônicas da existência”, que pretende tratar dos grupos de profissionais que constituem os personagens dos filmes de Hawks e os afetos e questões existenciais que se refletem nessas interações.

A relação do diretor com a chamada “política dos autores”, tendo como eixo o faroeste Rio Vermelho, é o tema do Prof. Dr. Mário Alves Coutinho,  no dia 25 de abril, às 19h30. A Prof. Dra. Ana Lúcia Andrade (EBA-UFMG) vai falar, no dia 2 de maio, às 19h, sobre a comédia excêntrica dos anos 1930, relacionando o trabalho de Hawks ao de outros grandes nomes do gênero, como Frank Capra, Ernst Lubistch, Billy Wilder e Preston Sturges. No dia 9 de maio, às 19h, o Prof. Dr. João Luiz Vieira (UFF-RJ) fará uma palestra exclusivamente sobre Hatari!, clássico considerado por muitos como o melhor Hawks.

Já no dia 16 de abril, às 16h, o cineasta mineiro Geraldo Veloso, o editor e crítico da revista eletrônica Foco, Bruno Andrade, e o crítico baiano André Setaro participam de um debate, mediado pelo Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, Rafael Ciccarini, sobre a obra de Howard Hawks.

Um livro-catálogo com dezenas de textos sobre o cineasta – entre inéditos e republicações, incluindo autores como Peter Bogdanovich, Jacques Rivette, Jonathan Rosenbaum, Rogério Sganzerla e Jean Douchet – será lançado durante a mostra.

Fonte: Assessoria de comunicação da Mostra

sábado, 13 de abril de 2013

Seminários da Crítica (na íntegra) do 39o Festival SESC Melhores Filmes

Demorou um pouquinho para sair, mas aqui estão, os links dos Seminários da Crítica que aconteceram na semana passada, dentro da programação do 39o Festival SESC Melhores Filmes.
 
No primeiro dia, participaram os críticos Rubens Ewald Filho, Ubiratan Brasil, José Geraldo Couto, Inácio Araújo e o escritor Zuenir Ventura. Mediado pela jornalista Rosário Caetano, o seminário teve como tema principal "Cinemas de rua x Grandes Complexos".
 
Já no segundo seminário, onde a principal abordagem girou em torno dos "Blockbusters brasileiros x Cinema independente", participaram a blogueira que vos escreve, Luiz Zanin, Marcelo Miranda, Daniel Schenker e o professor Sérgio Mota. Maria do Rosário Caetano mais uma vez conduziu a "mesa virtual" e o debate contou, lá pelas tantas, com a intervenção especial do diretor Claudio Assis.
 
A mim, foi delegada a tarefa de falar sobre descentralização do Eixo Rio-São Paulo da produção cinematográfica. Para os interessados em conferir as conversas na íntegra, seguem os links:

- Seminário da crítica, 04/04: "Cinemas de rua x Grandes complexos": http://youtu.be/Jb-GMbinx8k

- Seminários da crítica, 05/04: "Blockbusters brasileiros x Cinema independente": http://youtu.be/m_ls0OhBO74

sexta-feira, 12 de abril de 2013

"Titeuf": bela animação francesa

Cena de Titeuf: o filme_http://bangalocult.blogspot.com
Titeuf e Nadia: amor à primeira vista ?

Estou atrasadíssima com relação à apreciação de alguns filmes que assisti em São Paulo. "Dentro da Casa" de François Ozon é um deles. Mas antes de me debruçar na crítica do mais recente filme do diretor francês de "Oito Mulheres", "Swimming Pool" e "Potiche", escreverei sobre a animação franco-suíça "Titeuf: o Filme" dirigido por Zep.

Baseado no personagem em quadrinhos, criado pelo artista Philippe Chappuis, o  filme mostra o dia a dia do topetudo Titeuf, um divertido garoto, que além de ir para a escola estudar, tem que lidar com o descaso de Nadia (voz de Mélanie Bernier), a garota mais bonita da sala, por quem ele é apaixonado, mas que não o convidou para o seu aniversário. Como se não bastasse  essa "desgraça", os pais de Titeuf pedem 'um tempo'  e o garoto terá que conviver uns dias somente com o pai e, ocasionalmente, visitar a mãe na casa de sua avó.

É muita mudança para uma criança na faixa dos oito anos, mas por sorte, o diretor aborda a rejeição amorosa e a separação dos pais de forma neutra, sem julgamentos e sem cair no melodrama. A imaginação de Titeuf o salva, por vezes, da dolorosa realidade. Ela vai ser capaz de  levá-lo a lugares bem divertidos, como da Pré-história ao Faroeste, onde ele encontrará um velho aventureiro, estranhamente parecido com Johnny Hallyday (ídolo roqueiro francês dos anos de 1960); sem falar, de passagem, do universo do Grande Mugul... 

A animação é voltada para o público da primeira infância, mas nada impede de adultos e aficionados pelos quadrinhos curtirem também. A versão legendada (limitante para a gurizada) é um primor, tendo em vista que Donald Reignoux (voz de Titeuf) constrói muito bem o personagem principal e o fato de ser 2D, só enaltece o trabalho dos desenhistas e coloristas envolvidos no projeto.

Ainda que a duração do filme seja um pouco esticada (75 minutos) e, o final desenrole-se abruptamente,  aposto numa indicação ao Oscar de Animação no ano que vem. Seria bom se passasse por aqui, no Cine Cult.



quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Mar Está Prá Peixe





O sergipano José Martins Ribeiro Nunes, o Zé Peixe, faleceu no dia 26 de abril de 2012. Figura lendária em Sergipe, o prático ficou conhecido nacionalmente, por conduzir, a nado, embarcações que saíam e entravam em Aracaju, pelo rio Sergipe. Ao longo de seis décadas de vida no mar e no rio, Zé Peixe salvou vidas e seus feitos heróicos foram reconhecidos com medalhas e homenagens. Morreu aos 85 anos, saindo da praticagem, apenas três anos antes, por conta de sua saúde frágil, em decorrência do Mal de Alzheimer.

Mas a persona emblemática ainda povoa o imaginário de muitos sergipanos e curiosos que ouvem falar pela primeira vez de seus feitos. Como era o dia a dia de Zé Peixe quando não estava no seu habitat natural- o mar? Que outras habilidades possuía o exímio nadador? Para estimular ainda mais esse imaginário, o Trotamundos Coletivo traz a público, amanhã, a partir das 19h, na Galeria do SESC/centro, a exposição “Marés: Um Olhar Sobre Zé Peixe”. O projeto, que tem como foco o universo simbólico elaborado em torno da figura de Zé Peixe e seu desdobramento na construção da memória, vai ser apresentado por meio do diálogo entre estímulos visuais, sonoros e textuais.

Para isso a exposição contará com o entrelaçamento narrativo de 34 fotografias, quatro áudios, uma seleção de reportagens publicadas na imprensa e desenhos do próprio Zé Peixe. As imagens selecionadas integram as séries Liberdade, Maresia, Encontro e Ressaca que serão apresentadas em duas fases, chamadas pelo coletivo de marés. A primeira delas celebra a personagem e seus afetos e está caracterizada pelas séries Liberdade e Encontro, a serem exibidas de 11 a 30 de abril. A segunda, que dialoga com o  adeus e os vestígios do espaço por meio das séries Maresia e Ressaca, será aberta ao público entre os dias 8 e 22 de maio.

Ana Lira, uma das integrantes do Trotamundos Coletivo, juntamente com Marcelinho Hora, Alejandro Zambrana e Arnon Gonçalves, explica como se deu a divisão da exposição em dois momentos. “A primeira parte está relacionada ao período em que Zé Peixe ainda estava vivo. Os registros estão marcados pela sua presença física e a  materialidade dos objetos que ele produzia, sobretudo desenhos. Já na segunda parte da exposição, o coletivo discute a perda, a ausência e a materialidade está mais rarefeita”.

As imagens da série Liberdade mostram os resultados da percepção dos integrantes acerca da persona de Zé Peixe. Ela traz retratos pessoais, que não necessariamente são fotografias do homem, mas uma representação de como sua figura e sua filosofia ficaram marcadas na vida dos fotógrafos do coletivo. Encontro, por sua vez, aborda as relações afetivas que permearam a vida do prático: as suas paixões cotidianas, as relações de família, as memórias e a visão de quem o conheceu.

Maresia traz uma reflexão a respeito do espaço habitado por Zé Peixe: o mar, a cidade, a casa, os barcos, as rotas das águas. Ressaca, a última série da exposição, é uma conversa acerca da partida. Suas imagens refletem sobre a ausência e os significados dados ao mito de Zé Peixe após o seu falecimento em 26 abril de 2012.

Além das imagens, os quatro áudios que integram a exposição serão usados para evocar imagens no público. Que imagens vêm à  tona, dentro de cada pessoa, a partir de um estímulo sonoro que diz respeito ao universo de Zé Peixe? O que cada um de nós pode oferecer de memória visual para o universo narrativo em torno do personagem?

Durante a exposição, os visitantes serão incentivados a darem um retorno dessas imagens evocadas por meio dos áudios para o e-mail olharmares@gmail.com. As pessoas podem fotografar, desenhar, pintar, fazer colagens ou qualquer representação visual que dê conta do que elas viram ao ouvir os áudios e enviar por e-mail. Essas imagens serão colocadas no blog do trabalho, com o devido crédito e um depoimento do visitante (se assim ele desejar).

Os textos publicados na imprensa e selecionados para a mostra trazem um exemplo da interpretação da figura de Zé Peixe, ao longo de sua trajetória. O jornalismo também é  uma forma de criar representações, seus relatos evocam memórias, sedimentam estereótipos e ajudam a configurar uma imagem em torno de um mito.

“A nossa expectativa é que o público comece a olhar para esses mitos, como Zé Peixe, por um outro paradigma que não o biográfico. Aliás, a exposição não tem esse caráter. A partir dos áudios e das imagens na exposição, os visitantes serão estimulados a desenvolver ideias acerca de Zé Peixe”, explica a fotógrafa.

Café Cultural e Palestra- A programação da exposição “Marés: Um Olhar Sobre Zé Peixe” também contará com um Café Cultural, no dia 8 de maio de 2013, no SESC/centro. O evento, que coincide com a abertura da segunda parte da exposição,  contará com a presença dos fotógrafos do Trotamundos para um debate aberto  com entrada gratuita. Nesse encontro serão discutidos os processos criativos e os diálogos que geraram a exposição.

Formado por Alejandro Zambrana, Ana Lira, Arnon Gonçalves e Marcelinho Hora, o Trotamundos vem desenvolvendo projetos nas áreas de produção fotográfica, estudo de linguagem, formação e discussão da fotografia em Sergipe, desde 2010.

O coletivo desenvolve ações que estão sendo reconhecidas por colaborar com a formação de um público interessado em fotografia, promover diálogo entre gerações diferenciadas de profissionais da área, incentivar um olhar sobre a memória e a identidade cultural do estado, além de desenvolver atividades tanto em espaços de arte quanto em ambientes públicos.

Entre seus principais projetos estão o Conversando Fotografia, Mercado 24h, Quem Faz a Foto? e a documentação fotográfica do lançamento do disco O Circo Singular, de Patrícia Polayne. O Trotamundos teve trabalhos publicados na revista Aracaju Magazine, no site da revista + Soma e vem participando de diversos encontros no país, como o Encontro Norte Nordeste de Produtores da Fotografia, realizado em Belém, o Onda Cidadã, no Itaú Cultural, em São Paulo, e na primeira edição do Pequeno Encontro da Fotografia, realizado em Olinda, Pernambuco.

A Galeria do SESC/centro localiza-se à Rua Dom José Thomaz, 235. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 10 às 19h. Acesso gratuito. Mais informações pelo telefone (79) 3216-2753 ou pelo e-mail: sescgaleria@gmail.com

domingo, 7 de abril de 2013

Irandhir Santos, o Camaleão

Irandhir e Cláudio recebendo os prêmios pela "Febre do Rato"



Antes da cerimônia de entrega dos prêmios do 39o Festival SESC Melhores Filmes, ocorrida na quarta passada, interceptei no hall do Cine SESC, para uma rápida entrevista, o ator pernambucano Irandhir Santos. Bastante elegante, vestindo um terno escuro e com os cabelos milimetricamente cortados, o ator em nada lembrava o poeta anárquico Zizo, em "A Febre do Rato" de Cláudio Assis, pelo qual ganharia algumas horas depois, o prêmio de Melhor Ator pela crítica  (o filme ainda venceria nas categorias Melhor Filme- crítica e público-, Melhor Direção- público- e Melhor Roteiro-crítica).
 
Seu último trabalho no cinema, o segurança de rua Clodoaldo de "O Som ao Redor" de Kléber Mendonça Filho, poderá lhe render premiações no próximo ano, na 40a edição deste festival. É esperar para ver. Enquanto isso, vale conferir (ou rever) suas atuações em filmes como "Tropa de Elite 2" de José Padilha, "Quicas Berro D'Água" de Sérgio Machado, "Viajo Porque Preciso Volto Porque Te Amo" de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes e "Olhos Azuis" de José Joffily e constatar a versatilidade de Irandhir.
 
Graduado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco e nascido em Barreiros, o ator de 35 anos, viveu a maior parte de sua infância em Limoeiro, interior pernambucano. Trabalhou no teatro de seu Estado Natal, mas foi no cinema que se notabilizou, recebendo prêmios nacionais e internacionais por suas vigorosas atuações. Abaixo, trechos da entrevista com o ator: 

A cada novo personagem no cinema, você tem surpreendido a crítica e o público e vem galgando sua trajetória como ator. Como é administrar tantos projetos, quase que simultâneos, e manter-se em evidência ?
 
Irandhir Santos- Acho que minha primeira escolha, há sete anos, quando comecei a fazer cinema, foi por pura necessidade. Na época, em Recife, não existia outra maneira de se aproximar dessa arte, senão fazê-la. Bolei essa estratégia prá mim: quero fazer, porque quero me aproximar, porque quero aprender essa arte. Foi uma estratégia, adotada há um tempo atrás, que foi dando certo. Cada projeto eu fui tendo experiências diferentes e esse é um dos pontos também da escolha, para que você tenha uma versatilidade da própria experiência, que te ajuda a crescer nesse sentido.
Mas os projetos eles têm que me 'tomar' também. Eu tenho que me sentir de alguma forma movimentado por eles, mexido, desafiado, porque se não for assim, não vale a pena topar por algo que você não acredita, por algo que você não se sinta cooperando ou somando. São esses elementos que me instigam a escolher os próximos projetos.

Você trabalhou com três cineastas bem exigentes dentro de um set de filmagem: José Padilha, Kléber Mendonça Filho  e Cláudio. Como foi trabalhar com personalidades tão distintas e em trabalhos tão fortes ?
 
Irandhir Santos- Três diretores bem distintos, que têm peculiaridades na sua maneira de realizar trabalhos. O Cláudio deixa seu convite à realização do projeto, instigando as pessoas que ele convida. Desafiando a seu modo, com muita verve, muita força e isso se reverbera também durante as filmagens. Kléber é um pouco mais paciente, anda num ritmo propício...quem conhece Kléber reconhece alguém mais paciente com o tempo das coisas, isso também acaba refletindo no seu projeto. E o Padilha é um cara que é muito objetivo no que faz. Ele te chama e sabe precisamente o que quer com você. Isso é ótimo, facilita o seu trabalho.
São três diretores que têm características distintas, mas em todos eles, há um zelo com a pessoa do ator. Senti-me protegido e sendo muito bem amparado na experiência que tive com os três projetos e com esses três diretores. 

Já tem algum novo projeto engatilhado, lendo algum novo roteiro ?

Irandhir Santos- Engraçado retornar agora a São Paulo, porque em janeiro/fevereiro eu estava filmando um projeto chamado “Obra”, com roteiro e direção do Gregório Graziosi, seu primeiro longa-metragem todo feito em São Paulo. Conta a história de um arquiteto e sua relação com a cidade. Foi incrível porque nunca havia ficado em São Paulo dessa maneira, trabalhando e vivenciando a cidade.  Retornar para Recife e depois voltar a São Paulo por conta desse evento do SESC, a sensação é de que não saí daqui.
Agora, estou lendo um roteiro e conversando com o Roberto Gervitz, que vai realizar um filme chamado “Mãos de Cavalo”, adaptação de um livro de Daniel Galera. Um excelente livro, por sinal.  A gente está na fase da conversação, porque o projeto deverá ser rodado no segundo semestre.

O Papa é argentino e dizem, que "Deus é brasileiro". Para você, Cinema Nacional x Cinema Argentino...
 
Uau!! Você agora me pegou em dois pontos que sou extremamente apaixonado. Cinema nacional, sem dúvida nenhuma, mas o cinema argentino que para ser franco, é um pólo que me interessa bastante. Adoraria trabalhar também com os hermanos.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Noite de Premiação do 39o Festival SESC Melhores Filmes


Roberto, Luiz Zanin, Zé Geraldo Couto, Rosário Caetano, Amilton Pinheiro e João
 
 
Claudio Assis diretor da Febre do Rato
 
 
Iradhir Santos- Melhor Ator pela Crítica
 

Edgard Navarro- Melhor Diretor Crítica
 

Betty Faria prestando homenagem a Reichenbach
 

A blogueira e o ator João Miguel
 

Djin Sganzerla (centro) foi a mestre de cerimônia
 
 
Noite muita movimentada no Cine SESC, ontem, à noite, por conta da abertura  do 39º Festival SESC Melhores Filmes. Várias personalidades do mundo cinematográfico e críticos marcaram presença no evento, que premiou os melhores filmes do ano passado, em várias categorias, aclamados pelo público e pela crítica.

O início da cerimônia foi marcado pela execução do Hino Nacional, pelo pianista Nelson Ayres, responsável pelas trilhas de "Falsa Loura" e "Garotas do ABC" (ambas produções de Carlos Reichenbach, grande homenageado da noite). Quem fez “as honras da casa” como mestre de cerimônia foi a atriz Djin Sganzerla, que logo após o pronunciamento de Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo, apresentou os grandes vencedores dessa edição do festival.

Os melhores filmes estrangeiros escolhidos pela crítica e público, agraciados com o Troféu confeccionado por Emanoel Araújo, foram:  

A Separação (Melhor Filme e Direção/crítica)

Batman- Cavaleiro das Trevas Ressurge (Melhor Filme/público)

A Invenção de Hugo Cabret (Melhor Direção/público)

Michael Fassbender (Melhor Ator/público e crítica)- Shame

Tilda Swinton (Melhor Atriz/crítica)- Precisamos Falar Sobre Kevin

Meryl Streep (Melhor Atriz/público)- A Dama de Ferro

 
Já na premiação dos nacionais, o grande vencedor foi “A Febre do Rato” do pernambucano Claudio Assis. Mais contido, em seu pronunciamento, do que de costume, Assis  “acertou na mosca”, ao dizer que gostaria que a itinerância do Festival SESC Melhores Filmes não se restringisse às cidades do interior paulista: “que os filmes possam ser vistos também nos cinemas dos SESC de outros Estados”, ocasião em que foi muito aplaudido.

Dividiram o microfone com ele, o ator Irandhir Santos e o roteirista Hilton Lacerda também laureados no evento, pelo mesmo filme. O discurso do diretor baiano Edgar Navarro, também vencedor da noite, pelo filme “O Homem que Não Dormia”, foi um tanto longo e desnecessário. No entanto, a certa altura quando falou em “masturbação”, causou uma saraivada de palmas ao brincar com o rapaz que fazia audiodescrição simultânea: “como foi que você descreveu isso que falei, rapaz, que não vi ?”. 
 O polêmico cineasta ainda soltou essa pérola:  “os três “M” mais importantes da vida são: masturbação, maconha e meditação. Não deu outra, foi ovacionado. Merece também destaque o discurso do diretor Marcelo Machado (Tropicália), pelos problemas que a Cinemateca anda enfrentando. Ele pediu, às autoridades, maior atenção para a instituição imprescindível ao cinema nacional.

Abaixo, a lista dos nacionais premiados:

A Febre do Rato (Melhor Filme/crítica e público)

Claudio Assis (Melhor Direção/público)

Edgar Navarro (Melhor Direção/crítica)- O Home que Não Dormia

Irandhir Santos (Melhor Ator/crítica)

João Miguel (Melhor Ator/público)- Era Uma Vez Eu, Verônica

Camila Pitanga (Melhor Atriz/público e crítica)- Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios

A Música Segundo Tom Jobim (Melhor Documentário/crítica)

Tropicália (Melhor Documentário/público)

Afonso Poyart (Melhor Roteiro/público)- 2 Coelhos

Hilton Lacerda (Melhor Roteiro/crítica)

Ivo Lopes Araújo (Melhor Fotografia/público)- Girimunho

Mauro Pinheiro Jr. (Melhor Fotografia/crítica)- Sudoeste

Além disso, foi prestada uma homenagem ao diretor Carlos Reichenbach, falecido no ano passado. Não só a sua esposa recebeu um troféu das mãos da atriz Betty Faria- com quem Carlão teve a oportunidade de trabalhar  em "Anjos do Arrabalde", "Bens Confiscados"- como uma bela exposição retrospectiva de sua carreira foi aberta no hall do cinema. A expografia está bárbara!!!

A 39ª  edição do festival SESC Melhores Filmes prossegue até o dia 05 de maio.  O acesso às exibições dos filmes é gratuita.