Dos cinco indicados ao
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano, apenas o palestino “Omar” de Hany
Abu-Assad, ainda não passou por aqui. Depois do dinamarquês “A Caça” de Thomas
Vinterberg; do italiano “A Grande Beleza” de Paolo Sorrentino e do cambojano “A
Imagem Que Falta” de Rithy Panh (ainda em cartaz no Cine
Vitória), o representante belga “Alabama Monroe” de Felix Van Groeningen
poderá ser conferido pelos sergipanos, a partir da próxima terça-feira, no Cine Cult Riomar.
Em alguns momentos, o
filme de Van Groeningen lembrou-me “A Guerra Está Declarada” de Valérie
Donzelli. Mas ao contrário deste último, carregado de uma atmosfera
constantemente pesada e angustiante, “Alabama Monroe” conta com um elemento
importantíssimo para aliviar as tensões: a música country.
O músico Didier (Johan
Heldenbergh) é apaixonado pelo bluegrass country e toca banjo numa banda
especializada nesse gênero musical. Ele começa um romance com a tatuadora Elise
(Veerle Baetens) e não tarda, para ela se integrar ao grupo. Apesar das
diferenças (ele ateu, ela católica; ele caipira, ela urbana), casam-se e têm
uma filha Maybelle (Nell Cattryse).
A vida do casal segue
feliz, sem tapas e muitos beijos, até que a pequena Maybelle adoece. A partir
daí, os protagonistas reagirão de forma diferente diante da enfermidade da
filha e uma crise se instala. Até que ponto o amor será capaz de amenizar a dor
do casal e evitar o distanciamento entre os cônjuges ?
Através de uma montagem
fragmentada, com utilização de flashbacks, vamos acompanhando os altos e baixos
do cotidiano de Didier e Elise. Se num passado, não muito distante tudo era
alegria, o presente se mostra melancólico e, não tarda o estupor do choque se
dissipar, dando margem ao sentimento de revolta.
Pena que o filme perca
muito, da sua força, no momento de explosão de Didier. Sua crítica ao
imperialismo ianque -da Era Bush- e a discussão que faz sobre ciência e
religião soa por demais forçada, artificial e incômoda. Faltou sutileza, ao
diretor, para conduzir esse momento crítico.
Ainda assim, “Alabama
Monroe” (adaptado da peça de mesmo nome, escrita pelo ator Johan Heldenbergh e por Mieke Dobbels) merece
ser descoberto. Ganhador dos prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Atriz no
Festival de Tribeca e prêmio do público na Mostra Panorama no Festival de
Berlim 2013, o concorrente belga tem poucas chances de arrebatar a estatueta
dourada de Filme Estrangeiro, mas potencial de sobra para conquistar os corações da plateia. A
conferir!!
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