Na noite da última
quinta-feira, dia 05 de junho, o público que compareceu ao Teatro Tobias
Barreto, testemunhou durante pouco mais de uma hora, o enlance perfeito entre o
talento da cantora Patrícia Polayne e a competência da Orquestra Sinfônica de
Sergipe (ORSSE), sob a regência do maestro Daniel Nery.
O desafio era tentar
unir, com perfeição, a verve popular/regional de Polayne com a erudição do
grupo orquestral. O resultado foi surpreendente e o que se vivenciou foi um
espetáculo catártico, com uma interação singular entre os músicos, a cantora e
o público, à medida que as 11 faixas do álbum “O Circo Singular- As Canções do
Exílio” da compositora eram executadas.
Os integrantes da ORSSE
já estavam devidamente acomodados em seus lugares, trajando roupa de gala,
quando Patrícia Polayne surgiu vestida a caráter: de noiva. Aparentando,
inicialmente, uma leve apreensão, colocou-se ao lado esquerdo do maestro Daniel
Nery como uma diva do melhores musicais e após os primeiros acordes da canção ‘O
Circo Singular’, paulatinamente, foi afirmando seu compromisso com a plateia e
deixando-se levar pelos arranjos elaborados por Guilherme Mannis (que devido a
um concerto internacional, não pode estar presente).
Ainda que um tanto
contida na interpretação das duas primeiras canções- ‘O Circo...” e ‘Sapato
Novo’- não demorou para Patrícia se soltar e levar o público ao êxtase com sua performance.
A cantora não conteve as lágrimas após os versos de ‘Arrastada’ serem cantados
num uníssono pelo público. Respirou fundo, controlou a emoção e cantou outro de
seus hits, ‘Lentes de Contato’.
Na execução ‘Quintal Moderno’, em que Polayne
demonstra seu carinho pela capital sergipana, uma ressalva: penso que o músico
responsável por sustentar o ritmo, tocando a caixa, tenha passado um pouco do
tom, evocando uma marchinha de carnaval. Nada a ver com a atmosfera lisérgica
da canção que diz “Aquário! Aquário!/É tempo de para pro mar/É tempo de internauta
a pé/É tempo de coivara sideral/Aquário! Aquário!/Invento o meu quintal moderno
/Cantando a água sobre o teto /E colho o verde verso/Atemporal...//
Mas os fãs e
admiradores (sejam da própria cantora, sejam da orquestra) não estavam preocupados
com filigranas. Entoavam, efusivamente, os refrões de cada canção, a exemplo de
‘Aparelho de Memoriar’ e ‘O Dote da Donzela’. A bossa teve espaço quando
Patrícia Polayne cantou ‘Rio Sim’, um dos momentos mais emocionantes do
concerto. Faltava pouco para o
espetáculo terminar.
‘Sabiá, Beija-flor’, ‘
Para o Infinito’ e ‘Olhai o Tempo do Interurbano’ completaram o repertório, mas
o “the end” demoraria um pouco para se concretizar. Ovacionada, Patrícia
Polayne retornou par o bis de ‘ O Circo
Singular’. Como fez questão de dizer, logo na apresentação do concerto, o mesmo
foi dedicado a Dona Nadir da Mussuca e todos os brincantes desse Estado.
A líder do Samba de
Pareia da Mussuca (Laranjeiras) retribuiu a homenagem. Subiu ao palco, entregou
um buquê de flores à ‘nubente’ e não decepcionou aos presentes, dando uma
palinha com o percussionista Pedrinho Mendonça. Quem disse que o público queria
que ela fosse embora?
Graças a uma iniciativa
da Secretaria de Estado da Cultura, a apresentação foi gravada pela Brasil Filmes e o resultado será lançado,
posteriormente, em formato DVD. Para os que não conferiram a apoteose de ontem,
só resta aguardar, o próximo encontro entre a ORSSE e Polayne.
Crédito da Foto: Fabiana Costa/Secult
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