Polayne: casamento perfeito com a ORSSE |
Da mesma maneira que a cantora e compositora Patrícia Polayne não se cansa de ouvir Elis Regina, uma legião de admiradores não perde a oportunidade de conferir uma apresentação da artista sergipana, dona de uma presença cênica bastante singular e várias vezes premiada em festivais nacionais de música. Seja no teatro, nos espaços culturais da cidade e de outros Estados ou em shows internacionais, público cativo é o que não falta para prestigiar a performática artista.
Por isso, não será surpreendente, se a plateia
lotar as dependências do Teatro Tobias Barreto, no próximo dia 5 de junho, a
partir das 20h30, para ouvir a cantora interpretando “O Circo Singular- as
canções de exílio” acompanhada da Orquestra Sinfônica de Sergipe sob a regência
de Daniel Nery.
Patrícia, que já teve a oportunidade de cantar com
a ORSSE, no final do ano passado, no Auto de Natal promovido pelo Instituto
Banese, interpretou as canções ‘O Circo Singular’ e ‘Arrastada’ e ficou
emocionada com a apresentação. Agora, o desafio é maior, já que o disco de
estreia da cantora será tocado na íntegra e o a gravação do show conceberá um
DVD.
“Quando desci do palco, na apresentação do Auto de
Natal, estava emocionadíssima. Na mesma noite, recebi
o convite para me apresentar na temporada 2014, com projeto que agora se
realiza. Ao saber que eu seria a primeira artista sergipana, a ter todo seu
disco interpretado pela ORSSE, imediatamente, veio a ideia de registro
audiovisual. Afinal, será um momento histórico. A secretária de cultura, Eloisa
Galdino, ‘comprou a briga’ na hora e convocou uma das melhores produtoras de
vídeo daqui, a Brasil Filmes, que também topou a empreitada. Na divulgação,
tenho brincado nas redes sociais, convidando a todos, pretensiosamente, para ‘o
casamento do ano’ (risos). O casamento entre o popular e o erudito; entre a
cantora sergipana e a orquestra do seu lugar. Absorvi e expressei essa
atmosfera na sessão de fotos, de Janaína Vasconcelos para o cartaz do evento,
que tem como apoiadores, além da Brasil Filmes, o Instituto Banese e a Fundação
Aperipê”, conta.
Sempre acompanhada de músicos parceiros como Allen
Alencar, Pedrinho Mendonça, Dudu Prudente, Fábio
Oliveira, Pedro Yuri, Maire Barreto, Dami Narayana, Vinícius Big John, entre outros,
Polayne sente em casa quando está no palco com eles. A afinidade surgiu
naturalmente, à medida que as turnês foram acontecendo e todos amadurecendo
juntos, ao longo das novas experiências. Dessa vez, o projeto tem o peso do
ineditismo e a cantora mergulhará numa outra atmosfera, a erudita.
“Serei regida, também e tudo muda: a
performance, o olhar, a respiração têm de ser espontâneos porém, sob
concentração absoluta. Tudo, sem perder minha marca. Sendo eu mesma. Conheci o
maestro Guilherme Mannis, no ano passado, quando trabalhamos juntos e me
apaixonei pela sua sensibilidade e profissionalismo. Foi de extrema delicadeza
e atenção ao meu repertório. Ele assumiu os arranjos de todas as canções do
disco. Falou-me de coisas sobre a música que faço que me emocionaram muito,
vindo de um amestro e arranjador. Sempre que falo com ele sobre o concerto,
digo que estou tremendo nas bases. São 64 músicos, sem muita intimidade
comigo e com a minha música. É outro ambiente pra eles, também. Pra mim, a
responsabilidade só aumenta. Não leio nem escrevo música. Sou totalmente
intuitiva com as melodias e o tempo do compasso. E na primeira apresentação,
tive muito medo de errar. Mas nossa química e a afinidade dos músicos com o
repertório, relaxaram-me. Nossa experiência foi bonita e forte, senti nos
olhos deles, ao final da apresentação, que deu tudo certo.
É um tanto dramático pra mim, uma
cantora assumidamente popular, lidar com a técnica profunda da música, como no
caso de uma Orquestra Sinfônica. Achei que não daria conta. Mas a partir da
experiência da nossa primeira apresentação, sentimos que deu ‘liga’. Oxalá
seja lindo, mais uma vez”.
Passados dois anos do último grande show de Polayne
no Teatro Atheneu, quando esboçou a despedida de “O Circo Singular” com um show
de encerramento da turnê, a intérprete oficial de ‘Quintal Moderno’, ‘Rio Sim’,
‘Lentes de Contato’ e ‘Dote da Donzela’ volta a Aracaju (depois de uma
temporada de sucesso no Rio de Janeiro) com o intuito de gravar seu
segundo disco.
“Estou de volta a Aracaju
por esse motivo. Vim gravar o disco na minha casa e com músicos com quem venho
trabalhando. Quero gravar as bases aqui por questões afetivas. No momento,
estou em fase de namoro com Aracaju e fugindo do clima pré-copa do Rio. Mas
pretendo finalizar o disco lá. As novas canções já estão pré-produzidas, o que
é meio caminho andado. Já estão todas gravadas e curtidas nesse intervalo de
tempo, pois venho tocando o repertório do disco novo nos shows. Gosto do processo inverso de maturar as
canções e depois levá-las para o estúdio. Em tempos modernos como os nossos,
tempos de cyber espaço, sabemos que o conceito de ‘controle sobre o ineditismo’
é, no fundo, uma inacessibilidade equivocada para o público e para sim
mesmo. É bonito lançar um disco novo que todo mundo canta nos shows.
Gostaria de lançá-lo no aniversário de meu filho, Caíque Moreno, em setembro.
Será meu presente para ele. Até lá, para dar um aperitivo, vou soltando alguns
singles, na internet”, explica.
Por falar em Caíque, eventualmente, ele
tem dado ‘uma palhinha’ nas apresentações da mãe. Sobre a possibilidade do
jovem seguir seus passos, Polayne responde entusiasmada. “Espero que sim! Sempre
brinco sobre isso com meus amigos, dizendo que com Moreno como meu músico,
transformo cachê em renda familiar. Controlo-me para não ‘corujar’, mas
não tem jeito. No entanto, nunca forcei a barra. Ele procurou o violão
sozinho e tem se dedicado. Dami Narayana, filho de Maire Barreto e também meu
músico, é o professor dele. Moreno já toca bem melhor que a mãe. Sinto que,
atualmente, ele também tem se dedicado a compor. Quando vi que já tocava
direitinho, convidei-o para tocar comigo no Sarau Quintal Moderno, que era um
clima mais informal. Foi lindo! Desde então, tenho chamado algumas vezes
pra participar em algumas canções, nos shows. Amo cantar com ele. Meu filho é a
minha principal inspiração”, conclui.
Quem não quiser perder o show da
cantora com a Orquestra Sinfônica de Sergipe, melhor garantir logo o ingresso
na bilheteria do Teatro Tobias Barreto, ao preço de R$ 20 (inteira) e R$ 10
(meia).
Crédito da foto: Janaína Vasconcelos
Crédito da foto: Janaína Vasconcelos
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