A paisagem é linda, nuances da Amazônia, maravilhas
da natureza e algumas mazelas. Na caravana do Música na Estrada pode-se
desfrutar tanto de um amanhecer, quanto de um por do sol, sem falar na lua
crescente que está no céu esta semana. Mas não pense em glamour. É mais fácil
passar no crivo do júri previsto pelo edital do projeto, do que seguir com
ele para chegar nas cidades do interior do Estado. Para participar inteiramente
é preciso topar uma espécie de laboratório musical relâmpago "on the
road".
Natália
Matos, Antônio Novaes e Projeto Secretos Macacos, que integram a primeira leva
de artistas do projeto, sabem disso e, junto a equipe técnica, saíram de Belém,
na quarta-feira, às 5 horas da madrugada, viajaram por 14 horas de
estrada, até chegar em Marabá, onde pernoitaram. Hoje, pela manhã, seguiram
por mais três horas para chegar a Parauapebas, onde nesta noite de
quinta-feira, iniciam as apresentações.
Pelo quarto ano consecutivo, o Música na Estrada
sai de Belém para levar diversidade musical a cidades mais distantes da
capital. Na rota deste ano, estão os municípios de Parauapebas, Curionópolis,
Canaã dos Carajás e Marabá, no sudeste paraense.
Músicas do novo CD - “A viagem é um tanto cansativa,
mas eu aproveito pra dormir e de vez em quando acordar, cantarolo o Raul seixas
que tá tocando no ônibus, vejo o que os meninos estão falando. Tem sido ótima a
experiência, estou gostando muito”, diz Natália Matos, que apresentará pela
primeira vez o repertório do CD que ela lançará em agosto deste ano, com
participação de Zeca Baleiro, cantando a música “Coração Sangrado”, de autoria
de Dona Onete.
“Estou num momento em que quero abraçar todos os
palcos. Está sendo muito bom. É a primeira vez que vou apresentar o repertório
do disco, não todo, pois o show é mais curto aqui, mas vou mostrá-lo em
primeira mão aqui em Parauapebas e Curionópolis. Trouxe uma banda reduzida, com
o Hélio Neto (guitarra), Heraldo (percussão), Príamo Brandão (baixo) e Adriano Souza (bateria)”, conclui.
A banda Projeto Secreto
Macacos, formada por Jacob (efeitos, escaleta, vozes e programação), Rodrigo
Ferreira (teclados), Junior Feitosa (bateria), Arthur Cunha (guitarras), Ribamar Carneiro (baixo) e Clécio Leitão (programação e
samplers), já está mais acostumada a circular por outras cidades e festivais.
Já participou do Se Rasgum, do Festival de Cultura
de Verão, gravou um programa Timbres, ao vivo, na capela São José Liberto, em
Belém, além de ter feito vários shows também fora do estado como Belo
Horizonte, no Parque Municipal, e no Rio de Janeiro, no Circo Voador. E já fez
parte também de coletâneas virtuais como “Yo no Hablo su Lingua”, na qual a
banda foi a única brasileira a participar. E até por isso, para eles, viajar
com o Música na Estrada, não houve dificuldade.
Viagem também pelo ar - A viagem foi sem dúvida longa
para estes artistas, só não mais que a de Antônio Novaes, que está morando em
São Paulo, mas mesmo assim resolveu se inscrever no edital e acabou sendo
selecionado. Antônio era da extinta “A Euterpia”, banda atuante
entre o final dos anos 1990 e a primeira década dos anos 2000. Ele diz que também
está gostando da experiência e sente-se estimulado a participar desse tipo de
projeto.
“A viagem foi muito tranquila. A estrada que não
ajudou muito em determinados momentos, mas passou rápido e chegar aqui, já
sentindo essa história, ver o palco montado, é muito legal, dá uma sensação
gostosa, de que vale à pena trazer essa musica pra esse lugar. É muito boa a
sensação de trazer nossa musica pra cá, além disso, a interação que o projeto
proporciona, com a galera, é muito bacana”, diz Novaes.
Para integrar sua banda no Música na Estrada,
Antônio Novaes está contando com alguns convidados. “Eu assumi a voz principal,
mas convido sempre uma voz feminina pra dar um timbre mais bonito e este já é
um formato que se definiu. E desta vez chamei a Cacau Novais, que fez comigo o
Terruá Pará e que deu super certo”, conta o músico.
“Ela gravou uma versão do Brechó do Brega, música
minha, que eu adorei, junto com o Adamor do Bandolim e com o Pio Lobato, além
de uma musicista que fazia o xilofone, ficou lindo, daí chamei ela novamente.
Vou tocar pela primeira vez com o Príamo Brandão, no baixo, com o Theo, no
trompete, e com o Adriano Sousa, na bateria. A banda é nova, diferente da que
fiz no Terruá”, conclui.
Shows nas praças das cidade - Os shows nas quatro cidades por
onde passar serão realizados em praças, gratuitamente. Em Parauapebas, o show será na praça de eventos da cidade, integrando a programação de aniversário da cidade, que completa 26 anos de
fundação. Dois artistas locais participarão, a cantora Melina Fôro e banda
Sonora Flor, e o cantor e compositor Beto Di Mayo.
Depois de Parauapebas, os músicos, à exceção de
Melina e Beto, fazem mais uma apresentação, em Curionópolis, no domingo, 11 de
maio, Dia das Mães, trazendo mais uma vez, um recorte da diversidade da música
brasileira, no Pará. Após estas apresentações, os artistas desta primeira etapa
se despedem do projeto e retornam a Belém.
A carreta palco, porém, segue na estrada, enquanto
um novo grupo de músicos e cantores se deslocam da capital, em direção ao
sudeste paraense, desta vez, para tocar em Canaã dos Carajás, no dia 15 de
maio, e Marabá, no dia 17. Nestas duas cidades, serão realizados shows de
Pedrinho Callado e Allan Carvalho, dois compositores que costumam participar e
a levar premiações em festivais da canção nesta região, fazem parte desta
segunda leva.
Além deles, as cantoras Camila Honda e Larissa
Leite, da nova geração de cantoras paraenses, assim como Natalia Matos, e
complementando o grupo, a programação, em Canaã e Marabá, conta ainda com o bom
rock 'n' roll da banda molho Negro. Em Marabá, haverá mais uma participação do
cantor Beto Di Mayo e do músico Diego Aquino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário