Os
colegas de trabalho e artistas Nailson Moura e Antônio da Cruz uniram forças
para viabilizar a exposição “Narrativas Imagéticas” e o livro “Crônicas do
Ateliê”. Hoje, a partir das 20h, será aberta a individual do
fotógrafo Moura, na Galeria de Arte Álvaro Santos (GAAS), ocasião em que também
será lançado o livro, contendo fotos de sua autoria, juntamente com crônicas de
Cruz.
Ambos os
trabalhos fazem parte de um projeto maior- “Brotando das Mãos”- idealizado pelo
fotógrafo Nailson Moura que, agora, vira realidade. A partir de suas viagens
pelo sertão sergipano, Moura começou a observar nas comunidades,
trabalhos magníficos feitos de palha, madeira, barro, pedra, pelos artesãos,
munidos apenas de ferramentas rudimentares. “Dava a impressão que o produto
final ‘brotava das mãos’ desses
anônimos artistas. Daí, quando resolvi fotografá-los e transformar em
projeto, batizei-o de ‘Brotando das
Mãos’”.
A ideia
inicial de Moura era só fotografar esses anônimos e transformar o
trabalho em livro. Com o passar do tempo, ele começou a registrar outros
artesãos em ação, a exemplo de Beto Pesão e Pinto Santeiro. Porém, em
julho do ano passado, quis o destino que seu caminho cruzasse com o escultor
Antônio da Cruz, num dia de greve geral promovida pelas centrais sindicais. Durante
o encontro, Moura expôs a ideia do projeto “Brotando das Mãos” e, aproveitando
o fato de que não tinha fotografado ainda, nenhum artista que trabalhasse com
aço, convidou o amigo para embarcar nessa empreitada.
“Ele
aceitou a proposta e, em visita ao seu ateliê, descobri que completaria, este
ano, quatro décadas de carreira nas artes visuais. Ao todo, foram três meses de
intenso trabalho, registrando o dia a dia de Cruz na confecção de suas peças e a
realização de uma exposição foi resultado e consequência desse projeto”, diz
Moura.
O
visitante de “Narrativas Imagéticas” poderá conferir 54 fotografias sequenciais em que Antônio da Cruz é
mostrado em plena atividade artística: desenhando, cortando, modelando,
lixando, soldando e polindo, entre outras tarefas, sobre o aço, material com o
qual ele faz suas esculturas. Nas fotografias em P & B, Moura trabalhou com o mínimo possível
de luz, inspirando-se nas pinturas renascentistas. Cada fotografia é
acompanhada por um poema legenda, fugindo ao padrão da legenda título.
No livro
“Crônicas do Ateliê” que será lançado no vernissage, além de fotografias do
escultor confeccionando suas peças, há 12 crônicas de sua autoria, escritas
entre 2007 e 2011 e publicadas na versão on
line de um semanário local.
“Comecei
a escrever na década de 1990, no jornal ‘Movimento da Arte’ da Associação
Sergipana de Artes Plásticas (ASAP). Exercitei muito minha escrita nesse jornal e, após um tempo sem publicar,
voltei em 2007. Não é muito comum no meio artístico local, um pintor, escultor
ou fotógrafo que também escreva crônicas e críticas. Os textos escolhidos para
constar no livro mostram minha visão da relação que o artista tem com a
crítica”, explica Cruz.
A
apresentação do livro ficou a cargo da filha do escultor, Lavínia Cruz e o
trabalho gráfico é assinado por Francisco Carlos Santos. A publicação ainda
traz um glossário na parte final e foi produzido quase que totalmente, de forma
independente. “Recebemos
um apoio que foi importantíssimo do Sindipetro, da Ortoplan Sergipe, da Silvia
Modas, da Petrobras e Semear, além da Gráfica Triunfo. Agora, mais de 2/3 do
custo total projeto é produção independente”.
No dia do
lançamento do livro, ele será comercializado ao preço de R$ 50. A exposição
“Narrativas Imagéticas” permanecerá em cartaz na Galeria de Arte Álvaro Santos
até o dia 14 de junho e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às
18h e, aos sábados, das 9 às 13h. A GAAS localiza-se à praça Olímpio Campos,
s/n.
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