quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Curta-SE 14 divulga lista dos filmes selecionados para Mostras Competitivas



"A História da Eternidade": um dos cinco longas
 
"Linda, uma História Horrível", carimbou passagem para o Curta-SE

A 14ª edição do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE), que acontecerá de 08 a 13 de setembro, nas cidades de Aracaju, Estância, São Cristóvão e Laranjeiras, divulgou os 44 selecionados para as mostras competitivas de filmes de longa-metragem, cinema digital (curta-metragem), vídeo de bolso, curta sergipano e videoclipe. 

Os cinco longas-metragens são “Infância” de Domingos Oliveira; “Cidade de Deus- 10 Anos Depois” de Cavi Borges e Luciano Vidigal; “O Homem das Multidões” de Marcelo Gomes e Cao Guimarães; “A História da Eternidade” de Camilo Cavalcante e “Romance Policial” de Jorge Durán. 

Já os 20 títulos selecionado para disputar o prêmio de melhor filme na categoria cinema digital são “Miroca e Seu Cuco” de Diego Lopes e Claudio Bitencourt; “Vivos” de Adriana Bohm; “A Life Story” de Nacho Rodríguez; “El Ruido do Mundo” de Coke Riobóo; “Paleolito” de Ismael Lito e Gabriel Calegario; “Retirantes” de Maíra Coelho; “O Gaivota” de  Raoni Assis; “Todos Esses Dias em que Sou Estrangeiro” de Eduardo Morotó; “O Clube” de Allan Ribeiro; “Cedo” de  Vicente Moreno; “Contínuo” de Carlos Ebert e Odécio Antônio; “D.T.Tive” de Fernanda do Conto e Javier Di Benedictis; “Linda, uma História Horrível” de Bruno Gularte; “O Filho Pródigo” de Felipe Arrojo; “Preto ou Branco!” de Alison Zago; “Comics ar War” de Thiago Mendonça e Rafael Terpins; “Diários Daltônicos” de Patrícia Monegatto; “O Homem que Conserta Estrelas” de Denise Marchi; “Cine Paissandu: Histórias de uma Geração” de Christian Jafas e “Godka Cirka- A Hole in the Sky” de Alex Lora.

Nem todas as 10 vagas possíveis para a categoria curta sergipano foram preenchidas. Do total de inscritos, sete filmes passaram pelo crivo do júri de seleção. São eles, “Para Leopoldina” de Moema Pascoini e Diane Veloso; “Amigo Anônimo” de Fábio Batista; “Anselmo Rodrigues- Tintas que Falam” de Álvaro Rocha; “O Muro é o Meio” de Eudaldo Monção Jr.; “O Segredo de Leila” de Fábio Jaciuk e “10 Segundos” de Arthur Pinto.

Já os Vídeos de Bolso, são “A Luz do Farol” de Élcio Luiz dos Santos; “Então Sigo” de Ana Carolina Soares; “Repórter Isso” de Rodrigo Morais e “Crystal Wings” de Román Reyes. Na categoria Videoclipes, os escolhidos para participar da competitiva são, “Chico Trujillo- Caleta Vargas” de Arthur Senra; “Miudinho” de Cláudio Roberto; “No Galinheiro” de Arnaldo Galvão; “Uma Vida al Filo” de Joaquín Luna; “Da Tripa, Coração- Tuca”de Leonardo Catapreta; “Karolayne- Água de Cachorro” de  Arthur Senra; “Um Beso Frustrado” de Daniel Ortiz; “Xaiko- Zure Begiek” de Josu Trocaola e Kevin Rodriguez e “Dead in the Water” de Stefano Bertelli.

Tema do festival- O Curta-SE 14 traz como tema “Felicidade”, a partir de uma leitura acerca do conceito FIB – Felicidade Interna Bruta – criado em 1972, pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck para retratar a realidade de seu país, questionado à época por não acompanhar o modelo de desenvolvimento ora apregoado como “correto”. A partir de então, tem chamado a atenção de um número cada vez maior de pessoas, pois, quando compreendida na prática, FIB revela uma grande capacidade de promoção do bem-estar social, ambiental e cultural. 

Além dos 44 títulos que concorrerão aos prêmios nas principais categorias, outros 15 filmes foram selecionados para as mostras informativas e serão exibidos nos municípios-sede do festival. Em Aracaju, as exibições ocorrerão no Cinema Vitória e no Cinemark do Shopping Jardins. O acesso a todas as mostras é gratuito.

O festival tem o apoio da Infonet, Instituto Canadá, Pontão de Cultura Digital Avenida Brasil, Revista Preview, Cia Rio, Secult, Oceanário, Mistika, Fórum dos Festivais, ABCA, Conselho Nacional de Cineclubes, Shopping Jardins, Federação Internacional de Cineclubes, Via Mídia. O apoio cultural é do Cinema Vitória e da rede Cinemark, com patrocínio da Petrobras e realização da Casa Curta-SE.

Isabel Santos apresenta "Senhora dos Restos" no Atheneu

Senhora dos Restos_foto Maria Odília_http://bangalocult.blogspot.com
Isabel interpreta "Senhora dos Restos"












O espetáculo “Senhora dos Restos” era para ter estreado em maio, mas devido a alguns percalços (dentre os quais, a busca por patrocínio), somente amanhã, às 21h, no Teatro Atheneu, é que teremos a oportunidade de conferir a atriz Isabel Santos apresentar o primeiro projeto de sua produtora, Dicuri Produções.

Isabel Santos conta as horas para a apresentação de “Senhora dos Restos”, segundo monólogo de sua carreira. No primeiro, quando tinha apenas 18 anos de idade, Santos interpretou Marly Emboaba no espetáculo “A Bolsinha Mágica de Marly Emboaba” sob a direção de Feliciano José. No texto de Carlos Queiroz Teles, ela vivia uma menina que saía do interior de São Paulo e acreditava que a sobrevivência estava na prostituição.

Após 33 anos, fazendo parte do Grupo Imbuaça, a experiente atriz decidiu seguir carreira solo, e agora interpreta a Senhora dos Restos, uma personagem também marginalizada pela sociedade, que vive nas cercanias do mercado municipal de Aracaju e sobrevive dos restos, para se alimentar e se vestir. Com texto assinado por Euler Lopes e direção de Iradilson Bispo, “Senhora dos Restos” é o desafio que a atriz desejava  para o início de um novo ciclo em sua carreira.

“É interessante como a personagem que interpretei no meu primeiro monólogo, a Marly Emboaba é semelhante a essa Senhora, no que tange à questão da exclusão da sociedade. São duas personagens que vivem à margem, onde a mais jovem tinha uma vida difícil por ser prostituta e  essa senhora por ser desprovida de bens materiais, numa sociedade extremamente capitalista e que faz com que essas pessoas sejam invisíveis. Se elas não falam, não pedem nada, também não são percebidas”, explica Isabel.

Não é por acaso que a contemporaneidade da narrativa de “Senhora dos Restos” nos remete a questões pujantes de uma sociedade como a brasileira. Temas como a fome, miséria, educação básica e de qualidade para todos, igualdade entre todos e valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, ou seja, temas dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas- ONU, ecoam pelos brados da velha mulher, que vivendo de restos, não permite que nossa consciência silencie. 

O cenário é uma construção a partir de material reciclado e doado à Dicuri Produções. O figurino, uma revelação de inúmeros seres humanos andarilhos, retrata os resultados da desigualdade social e os diversos problemas enfrentados pelos moradores de rua, as humilhações e submissões para se adquirir alimento e, principalmente, os casos de violência praticados pelos jovens e ricos seguidos da impunidade, comum em muitos casos em nosso país. 

Paradoxalmente, no entanto, o espetáculo se afasta ‘do peso dramático’ inerente a essa temática, explorando o humor negro. Segundo Isabel Santos, pode se falar de coisas sérias, através do cinismo também. “As pessoas vão se divertir muito com ‘Senhora dos Restos’, ao mesmo tempo, em que verão uma realidade que no cotidiano, elas não conseguem enxergar”.

Depois da estreia, a ideia da atriz e produtora da Dicuri Produções é levar o monólogo para o interior do Estado e viabilizar que a classe estudantil tenha acesso à “Senhora dos Restos”. Além disso, como o espetáculo será gravado, o material audiovisual servirá como requisito básico para a inscrição de certos editais culturais de circulação pelo país.

A cenografia é assinada por Iradilson Bispo e Isabel Santos; o figurino, maquiagem, adereços e trilha sonora ficaram a cargo de Iradilson Bispo; a iluminação é de Denys Leão; a confecção de bonecos foi de Augusto Barreto/Grupo Mamulengo de Cheiroso e a operadora de trilha sonora e contra-regra é Fernanda Neves. A produção de “Senhora dos Restos” é de Isabel Santos e Patrícia Santos. 

Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro, ao preço de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O espetáculo “Senhora dos Restos” conta com o patrocínio do Instituto Banese e da Funcaju, com a parceria do SESC, Luzy Eventos, Casa da Rua da Cultura, Parceria Áudio e o apoio da Infonet, ProSigns, Liberdade FM, Fundação Apreripê, Gráfica Triunfo.

Crédito da foto: Maria Odília