quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Retrospecto Cultural Sergipano em 2008

Esse lance de retrospectiva do ano, quando ele acaba, já pegou e não tem mais jeito. É inevitável fazer um balanço do que ocorreu na nossa vida e também no mundo afora. Sejam as coisas boas ou ruins, a gente tende a ficar relembrando para que no ano que se segue, as positivas sejam repetidas e as negativas, dissipadas.
O Bangalô Cult não vai ficar fora dessa e portanto, fecho o cerco para o que considero que tenha acontecido de bom e ruim no cenário sergipano no ano de 2008. Muitos podem não concordar com a lista. Sendo assim, façam críticas ou até me ajudem a recordar algo que tenha passado em branco.
Para todos os internautas que dão uma paradinha prá descansar neste bangalô cultural, eventualmente, um ótimo 2009 e que a gente possa continuar trocando idéias por muitos e muitos anos. Segue a lista:

Os Melhores

- O Cine Cult comemorou um ano de existência e presenteou os cinéfilos com a primeira Virada Cinematográfica. Como a experiência foi um sucesso, tivemos três no total este ano e a próxima está programada para acontecer no próximo dia 24 de janeiro. Roberto Nunes está de parabéns!

-A Galeria Cine Cult Arte em Cartaz, idealizada pelo produtor cultural Roberto Nunes e o artista plástico, Fábio Sampaio, deu vida ao corredor de saída do Cinemark. A proposta é que os artistas convidados fizessem intervenções nos cartazes de filmes, cada um, à sua maneira. Elias Santos, Milton Coelho, Adriana Hagenbeck, Hortência Barreto, Anderson Camilo e o próprio Sampaio fizeram suas experiências. Tava bom de voltar, não?

- O Curta Petrobras às Seis retornou neste finalzinho de ano a dar as caras em Aracaju. Até novembro do ano que vem, muitos curtas de qualidade poderão ser conferidos diariamente e gratuitamente, às 18h, no Cinemark.

-Por falar em Cinemark, o multiplex decidiu levar sua marca também ao Shopping Riomar e a partir do dia 19 de janeiro, já estará funcionando a todo vapor.

- O Curta-SE 8 veio com uma nova roupagem, premiando além dos curtas-metragens, os longas também. Próximo ano ele deve se chamar Festival de Cinema de Sergipe, mas a sigla Curta-SE, permanece.

-Mais um filme é praticamente todo rodado em terras sergipanas. Dessa vez, a história de Arthur Bispo do Rosário chegará às telas do país, através das mãos de Geraldo Mota. A previsão é de que o filme- O Senhor do Labirinto- seja lançado no ano que vem, nacionalmente, por ocasião do centenário de morte do artista japaratubense.

-O Grupo Imbuaça comemorou este ano 31 anos de existência. Para celebrar em grande estilo, lançou o livro Grupo Imbuaça 30 Anos- A Construção da Memória e fez a remontagem de O Senhor do Labirinto, no Teatro Atheneu. Os fãs e admiradores lotaram as dependências do teatro e ovacionaram os atores.

- Aconteceu em março deste ano, a I Mostra Brasil de Teatro de Rua. O ator e diretor teatral, lindolfo Amaral, estava à frente do evento que trouxe o que há de melhor em teatro de rua no Brasil. Quem conferiu tudo de perto, pôde conferir as performances de grupos do nível de Falos e Stercus (RS), Joana Gajuru (AL), Alegria, Alegria (RN), entre outros.

-O Centro de Arte e Cultura da Orla de Atalaia passa a se chamar J. Inácio. Revitalizado, o espaço permite agora, que o público tenha acesso direto aos produtos comercializados. Em cada box, funcionárias ficam encarregadas de explicar aos visitantes sobre a arte popular exposta.

-O Espaço Cultural Semear Petrobras realizou na primeira quinzena de dezembro, o Artes Visuais Sergipe=Conexões. O ciclo de palestras sobre arte contemporânea e mercado de artes, com o curador Zeca Fernandes (BA) e a jornalista cultural, Cristiana Tejo foi de suma importância para que as artes plásticas de Sergipe saiam do marasmo. O ponta-pé inicial já foi dado. Que venham mais eventos como este. O evento foi patrocinado pela FUNARTE.

Os Piores

- A não realização, mais uma vez, do Festival de Arte de São Cristóvão. Será que um dia ele voltará a acontecer?

- A descaracterização do Encontro Cultural de Laranjeiras. A organização deveria reformular a programação, priorizando a arte popular e os artistas emergentes, deixando de lado o 'bate-bate' dos grupos de pagode e axés que já têm seu espaço reservado nos eventos semanais realizados nos municípios sergipanos. Aracaju, que o dia...

-O lançamento do Dicionário 2 Séculos de Artes Visuais em Sergipe foi um sucesso de público na Biblioteca Pública Epiphânio Dória. O problema é que a qualidade da referida publicação, ficou muito aquém do que o público esperava. Quem já folheou o dicionário, sabe do que estou falando.

-O Centro de Arte e Cultura que estava provisoriamente lotado na Galeria Ama, volta ao seu local de origem. Com isso, continua a dúvida de quando aquela bela galeria voltará a funcionar de fato.

- Foi assinado em março deste ano, um protocolo de intenções para a execução do projeto de restauração arquitetônica do prédio do Atheneuzinho, antiga sede da Secretaria de Estado da Educação (SEED), a fim de que o local, torne-se o Centro Cultural Banese. Após todos esses meses, ninguém percebeu nenhuma movimentação de obra no local.

-O filme "Orquestra dos Meninos" entrou em cartaz no país, no final deste ano. Em Aracaju, a pré-estréia lotou seis salas do complexo Cinemark, e os principais atores, juntamente com o personagem principal da história fizeram-se presentes. O problema é que foi feito 'muito barulho por nada', tendo em vista que a qualidade da película é sofrível em vários aspectos.

-Recentemente, aportou por aqui, mais uma edição do Circuito Itinerante Banco do Brasil. A programação no todo foi muito boa, mas o show que aconteceu no Teatro Tobias Barreto, intitulado Lua em Concerto: Um Olhar Erudito sobre Luiz Gonzaga com Turíbio Santos, Nonato Luiz, Oswaldinho do Acordeon e a soprano Carol MacDavit, um desastre.
A cantora não estava na melhor forma e a cada execução de uma canção do velho Lula, com sua participação, um 'arrepio' de dor no ouvido.

-O Núcelo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV) completou três anos de existência mas, até hoje, nada de fornecer certificados de conclusão de cursos e oficinas para seus alunos. Eu estou esperando os três que estão me devendo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Michelangelo em Sergipe? Onde ele está...?

Fiquei estupefata com o título de uma matéria veiculada num semanário sergipano esta semana que dá a alcunha a um artista radicado no Estado de "Michelangelo de Sergipe".
Em primeiro lugar, acredito que a jornalista que intitulou a respectiva matéria desconheça tanto o verdadeiro artista renascentista, quanto o residente em terras sergipanas- o chileno Willy.
O primeiro, um ícone da Época do Renascimento, ficou famoso pela habilidade na arte de esculpir (em mármore, principalmente) revelada em trabalhos como David, Pietá e Moisés.
Mostrou também ser extremamente perfeccionista com os pincéis e as tintas, bastando ver a monumental obra que é a pintura da Capela Sistina. Mas ao contrário de Valenzuela, não era "pau pra toda obra", uma vez que desenvolvia seus trabalhos a longo prazo, com um esmero inenarrável. Trabalhava também com materiais específicos, não dando brechas para os industrializados (até porque, naquela época, não se tinha muita coisa, que existe hoje).
Já Valenzuela, que respeito muito como escultor e artista batalhador, tem o seu próprio estilo que nada se assemelha à obra deixada por Michelangelo. Trabalhando mais com gesso, pedaços de tela e aço, até pela própria matéria-prima utilizada na confeccção de suas obras, o escultor chileno, radicado em Sergipe, não teria como competir com o artista do Quatroccento.
Com uma vertente contemporânea, as esculturas produzidas por Willy tem uma boa aceitação no mercado local, sobretudo quando o artista consegue parcerias com colegas arquitetos. Mas a realidade hoje é outra e os Papas não mas fazem encomendas da magnitude de outrora para ornamentar seus redutos de oração.
Pois bem, seria imprescindível que o o profissional da área de comunicação tivesse o cuidado no uso de certas palavras, para que não caísse no ridículo. Imagine se de uma hora para outra proliferassem Delacroixs, Monets, Cézannes, Van Goghs, Picassos, Caravaggios, Dalís, Fridas sergipanos ?
Não teria porque haver tanta reclamação dos artistas locais para com a falta de valorização de sua obra, de mercado, de reconhecimento além fronteiras, de espaços para expor, etc e tal.

Suyene Correia

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Arte Contemporânea em SE recebe uma "chacoalhada"

Como foi benéfico o evento "Artes Visuais Sergipe=Conexões" que aconteceu na semana passada, no Espaço Cultural Semear Petrobras. Ao todo, foram quatro palestras (duas proferidas pelo galerista Zeca Fernandes (BA) e duas pela coordenadora de Difusão Cultural da Fundação Joaquim Nabuco, Cristiana Tejo (PE)) que enriqueceram e muito o cenário das artes plásticas locais, com suas observações mais que pertinentes.
Eles, que avaliaram portfólios de 20 artistas, durante um dia inteiro, antes de iniciar o bate-papo, chamaram a atenção para alguns pontos, como a confecção mais apurada dos portfólios, a união urgente da classe artística, um intercâmbio com artistas de outras cidades e uma melhor relação com possíveis marchands.

Pena que o auditório da Sociedade Semear não acomodou mais que 30 pessoas diários. Não entendo porque quando se tem discussões sérias sobre o fomento das artres plásticas locais, o público se evade.

Quem não foi, perdeu e muito a discussão inflamada feita por Cristiana, no sábado, pela manhã, sobre o fazer contemporâneo no mundo. Já Zeca Fernandes (neto de Jenner Augusto) agradou os presentes na quinta-feira, à noite, quando enveredou pelo universo dos galeristas, marchands e outros intermediários.
A esperança é que os espectadores coloquem em prática algumas dicas dadas pelos renomados profissionais e que no ano que vem, tenhamos outros debates dessa natureza, acrescidos de oficinas.

Texto: Suyene Correia

Foto: Cristiana Tejo em pleno debate no sábado, pela manhã (crédito: Renata Ouro)

domingo, 14 de dezembro de 2008

A 3a Virada foi a melhor até agora...

Saí do Cinemark, hoje pela manhã, por volta das 7 h. Sono? Não vou negar que estava cansada, mas se tivesse a projeção de mais um filme da qualidade dos que foram apresentados, nesta terceira edição da Virada Cinematográfica, provavelmente eu encararia o desafio de conferi-lo, depois de degustar o maravilhoso café da manhã preparado pelo Ágape.
Roberto escolheu bem a trinca de películas a serem exibidas, tendo esta edição, uma novidade: como ele tinha a cópia do filme "Do Outro Lado" disponível, terminou proporcionando ao espectador, a escolha do que assistir na última sessão.
O referido filme turco-alemão ou a cinebiografia de Ian Curtis, "Control". Preferi assistir ao drama dirigido por Fatih Akin, que lembra muito a narrativa do também belíssimo "Os Amantes do Círculo Polar"de Julio Medem. Dramático, emblemático, a produção de 2007, ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes e diga-se de passagem, bem merecido.
Não vou discorrer muito sobre ele, porque segundo, Roberto Nunes, coordenador do Cine Cult e das Viradas Cinematográfics (a próxima deve acontecer no dia 24 de janeiro), esses filmes deverão entrar em breve na programação do Cine Cult (diariamente, às 15h10, no Cinemark).
Quanto ao filme surpresa, "Feliz Natal", primeiro trabalho de Selton Melo na direção, o grande ator brasileiro preferiu arriscar na estréia, comandando um filme extremamente sufocante, angustiante, com personagens "perdidos", sem nenhuma perspectiva.
Resgatando atores que estavam fora das telas por um bom tempo, exemplo de Paulo Guarnieri, Lúcio Mauro, Darlene Glória, Melo mostrou que se entrosou bem com seus pares e conseguiu extrair deles, interpretações contidas, mas cheias de intensidade. Selton, inclusive, deverá aparecer por aqui, no mês de janeiro, mais precisamente na inauguração do Cinemark Riomar (15 de janeiro), para a estréia do seu filme em circuito comercial.
Vamos torcer para que ele venha mesmo. Ainda que com todas essas caracterísicas acima citadas, o filme vale a pena ser visto. Mas dificlmente será revisto pelos mais sensíveis, devido ao seu caráter pessimista.
O primeiro da madrugada foi o ótimo "Leonera" de Pablo Trapero. Mais uma vez o cinema argentino mostra porque é um dos melhores da América Latina (porque não dizer, do mundo) com seu casting de atores de primeira, diretores seguros e roteiros bem arquitetados.
Com uma participação especial, Rodrigo Santoro dá as caras de novo numa produção internacional e, se continuar assim, "de ponta em ponta", pode alcançar um patamar, como já chegaram Javier Bardem e Penélope Cruz.
Agora, é esperar a próxima virada, que pelo andar a carruagem, já se consolidou em nosso Estado. Nos encontraremos por lá.

Suyene Correia

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

3a Virada Cinematográfica acontece neste sábado

A galera que não tiver nada que fazer na madrugada de sábado, preparem-se porque tem virada cinematográfica no Cinemark. O projeto, idealizado em Aracaju por Roberto Nunes, continua com força total e dessa vez traz uma novidade: serão ao todo, quatro filmes exibidos.
"Leonera" de Pablo Trapero+ filme surpresa (só revelo que é brasileiro)+ "Control" de Anton Corbijn e "Do Outro Lado" de Fatih Akin. Esses dois útlimos, serão projetados em salas diferentes, de modo que o espectador terá a livre escolha de assisti-los.
Quem ainda não adquiriu o ingresso ao preço de R$ 14 (inteira) ou R$ 7 (meia) -dando direito a todos os filmes- é bom correr, porque geralmente se esgotam logo. A maratone no sábado começa à meia-noite, mas o acesso às salas far-se-á a partir das 23h30.
Na semana que vem, se tudo der certo, Nunes deverá estar trazendo a Aracaju, Selton Melo, para a pré-estréia de "Feliz Natal".
Vamos cruzar os dedinhos...

Suyene Correia

Sol, Mar e Muito Jazz











Passei o feriadão na Praia do Forte (há 50 km de Salvador) e me esbaldei em cultura. Além de curtir o sol e as piscinas naturais, aproveitei para conferir os dois últimos dias de programação do Phoenix Jazz Praia do Forte.

O festival que teve início dia 14 de novembro e se encerrou no dia 06 de dezembro, contou com a participação de Armandinho, Arthur Moreira Lima, Hermeto Pascoal, Stanley Jordan, Nicolas Krassik, Spok Frevo Orquestra entre outros.
Foi justamente Nicolas Krassik, Zeca Freitas e Trio (que abriu para o francês, radicado no Brasil) e a Spok Frevo de Pernambuco, que consegui assisti às apresentações.

O violinista Krassik, acompanhado apenas de um percussionista e de um violonista de sete cordas, arrebatou o público com um repertório eclético, onde o clássico se misturava a todo o momento com o popoular. Samba, choro, forró, entre outros gêneros eram executados com um primor de deixar os olhos mareados.
A Praça São Francisco nem tinha tanta gente assim para conferir o virtuose, mas o público presente, com certeza não irá esquecer aquela noite mágica, em que o violino, por alguns instantes, foi transformado em um cavaquinho por Krassik. Depois, nos bastidores, quando fui adquirir dois discos do musicista, ele me confessou o desejo de vir para Sergipe. Seria uma ótima, resta saber quem se habilita a produzi-lo por aqui.
No sábado, a Spok Frevo contagiou a platéia (bem mais incorpada que a noite de sexta) com um repertório seleto de frevos e outras variações rítmicas, em que desconstrói e reconstrói o gênero musical com a mesma habilidade. A grande surpresa foi a particpação especial de Armandinho em duas músicas. O duelo da guitarra baiana (by Elifas Santana) de Armandinho e o sax de Spok foi a apoteose.

Após a apresentação de pouco mais de uma hora, os integrantes desceram do palco e terminaram a festa em meio aos "foliões". Fiquei sabendo que eles deverão aportar em Aracaju, durante o carnaval do próximo ano. Espero que seja verdade.
Além de conhecer essas figuras fantásticas de nosso arsenal musical, tive a oportunidade de bater um papo "muito cabeça" com o produtor musical Zé da Flauta (bastante conhecido dos sergipanos que prestigiam o Fórum do Forró).

Quando será que esses camaradas virão para as bandas de cá? Alguém se habilita a produzi-los?
Porque o poder público ao invés de marcar passo repetindo muitos nomes em eventos gratuitos, não diversifica? Nao ousa?
Tem tanto talento por aí, querendo conhecer as belezas de nossa terra...


Foto 1: Spok Frevo em Ação na Praia do Forte
Foto 2: Armandinho dá seu toque especial no show da banda pernambucana
Foto 3 e 4: Nicolas Krassik (em detalhe) e acompanhado de seus fiéis escudeiros
Fotos e Texto: Suyene Correia




quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Gabriel Grossi e Raul de Souza tocam em Aracaju

Pessoal, na próxima terça-feira, a partir das 20h, tem show imperdível do gaitista Gabriel Grossi e do trombonista Raul de Souza, no Teatro Lourival Batista. O evento faz parte do Porjeto Circular BR, patrocinado pela Petrobras Distribuidora, que oferece ingressos a preços convidativos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia).
Para quem não sabe, Gabriel Grossi é um dos melhores gaitistas do mundo, segundo nosso querido Júlio Rêgo (o melhor gaitista sergipano). Inclusive, na foto acima, os dois "duelaram" no Fórum Harmônicas Brasil, em Fortaleza (2006).

Já o trombonista Raul Souza, é uma lenda viva do jazz mundial, tendo tocado com George Duke, Stanley Clarke, Frank Rosolino, Sonny Rollins, Sarah Vaughan, Sérgio Mendes, Airto Moreira, Flora Purim, Milton Nascimento e muitos outros.

Numa terra onde são poucas as oportunidades de conferir musicistas desse quilate, não se pode deixar passar essa. O Teatro Lourival Batista está localizado à Rua Laranjeiras, 2037. Outras informações pelos telefones: 3179-7550 ou 3179-7551.

Foto: Grossi e o sergipano Júlio Rêgo num duelo de gaitas
Texto: Suyene Correia

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Arte Contemporânea será debatida no Espaço Cultural Semear

Estou delirando com esse evento que acontecerá de 10 a 13 de dezembro no Espaço Cultural Semear Petrobras (na Sociedade Semear). São tão poucas as oportunidades que temos de debater sobre as artes plásticas em nosso Estado, sobretudo com pessoas do quilate da Cristiana Tejo e do Zeca Fernandes, que ando contando os dias para que se inicie esse ciclo de palestras.
O evento patrocinado pela FUNARTE e executado pela Sociedade Semear propõe abrir um canal de comunicação entre artistas sergipanos que atuem no campo das artes visuais com profissionais que trabalham com a intermediação desses artistas com mercado nacional e estrangeiro e as instituições que promovam a fomentação e divulgação dessa faceta da cultura.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, a partir das 18h30, Zeca Fernandes (neto de Jenner Augusto) debaterá sobre "O Universo das Artes- O Mercado de Arte Contemporânea".
Já no dia 12 de dezembro, às 18h30 e dia 13, às 9h, será a vez de Cristiana Tejo abordar "Questões sobre Arte Contemporânea". A jovem jornalista cultural é, atualmente, diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) de Pernambuco.
As inscrições para as palestras devem ser feitas, com antecedência, na sede da Sociedade Semear, na Rua Vila Cristina, 148, no bairro São José, ou através do email sociedadesemear@infonet.com.br. Outras informações através do 3214-5800.

Texto: Suyene Correia

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Casa das Rosas- Reduto dos Poetas

Quem for a São Paulo a partir de agora e curtir poesia deverá fazer um pit stop na Casa das Rosas- Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. O local abriga o Espaço Imprensa Oficial Casa das Rosas que dedica 40 % do seu acervo à arte poética.

Inicialmente, com cerca de 280 títulos de poetas representativos de diversas gerações e de diferentes países, a livraria oferece aos clientes, livros de Baudelaire, Camões, João Cabral de Melo Neto, Anchieta, Drummond, Leminski, Konstantinos Kavafis, T.S. Eliot, Francis Ponge, Sylvia Plath, Edgard Alan Poe, Guimarães Rosa, Augusto e Haroldo de Campos, Álvares de Azevedo, Maiakóvski, Neruda e muitos outros.

O espaço abrigará, ainda, seus próprios livros e outros publicados por editoras universitárias que assim como poesias não são facilmente encontrados em livrarias comerciais. Entre as editoras com obras à venda na livraria da Imprensa Oficial, estão Discurso Editorial, Unesp, Unicamp, Edusp, Edusc, entre outras.


A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura fica na Avenida Paulista, nº 37, em São Paulo. Os livros da Imprensa Oficial e aqueles publicados por ela em parceria com editoras universitárias também podem ser adquiridos pela livraria virtual através do site: www.imprensaoficial.com.br/livraria.



Foto: Fachada da bela Casa das Rosas que agora vira reduto dos amantes da poesia (crédito: divulgação)



Texto: Suyene Correia

sábado, 29 de novembro de 2008

Curta Petrobras às Seis- O Retorno

Parece brincadeira, mas depois de postar a mensagem anterior, abro meu e-mail e me deparo com esta boa notícia: o retorno do Projeto Curta Petrobras às Seis.
A partir do dia 05 de dezembro, a programação: CURTA IMAGINÁRIO traz para os sergipanos os filmes "Até o Sol Raiá" de Fernando Jorge e Leanndro Amorim (PE); "Santa de Casa" de Allan Sieber (RJ); "Copo de Leite" de Jura Capela (PE) e "Um Caffé com o Miécio" de Carlos Adriano (SP).

O cinéfilo que acompanhar todas as programações do Curta Petrobras às Seis terá visto, gratuitamente, até o final da temporada, em novembro de 2009, 84 filmes, agrupados em programas temáticos, que permanecerão em cartaz durante 26 dias em cada cidade.

Nesta nova edição, além de Aracaju, o Curta Petrobras às Seis estará em cartaz em Niterói, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Juiz de Fora, São Paulo, Guarulhos, Brasília, Goiânia, Campo Grande, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, além de estrear nas cidades de Campinas, Santos e Vitória, totalizando 20 municípios e 22 salas.

Neste ano o projeto passa a contar com um site, que pretende, ao longo dos doze meses de exibição, ser um ponto de encontro de discussão do formato curta-metragem. O endereço é www.curtaasseis.com.br.

Só filmes, por favor...

Tem coisa mais chata do que ir para o cinema e aquele celularzinho tocar e o dono ficar falando com o indivíduo do outro lado, por minutos a fio? E a conversinha de pé do ouvido, do namorado (a) que fica explicando para o seu companheiro a trama extremamente engedrada da película?
Bom, senão bastasse tudo isso, agora a gente tem que aturar cerca de cinco ou seis propagandas que são veiculadas, obrigatoriamente, antes dos trailers.
Já que o multiplex anda arrecadando $ extra com publicidade, não seria a hora de baixar um pouco o preço da merenda ou do ingresso? Ai, que saudade do Canal 100!!!!
Existe uma lei para que antes de um longa, seja exibido um curta brasileiro. Alguém aí, já assistiu a algum filme nessas condições? Deixemos a publicidade para os outdoors, impressos, busdoor e TV. Que tal?

Texto: Suyene Correia

28a Bienal de São Paulo: Vazio Repleto ?


No próximo dia 06 de dezembro, será encerrada umas das mais polêmicas bienais paulistas. Considerada como a "Bienal do Vazio" por ter deixado o segundo piso completamente aberto, sem interferência de obras de arte- excetuando sua imponente arquitetura, claro- a 28a edição dividiu opiniões mais do que nunca.

Os pichadores sentiram-se atraídos e deixaram suas marcas no vão aberto logo no primeiro dia de visitação. Resultado: trabalho duro na segunda-feira, para que no dia seguinte, tudo estivesse limpo e sem as marcas do vandalismo.
Os visitantes acostumados ou não com o mega evento, depararam-se com um terceiro piso quase monocromático, com predominância da bege (cor dos suportes das obras e cadeiras ao redor de algumas delas) e sem a profusão de inventividade (ou a falta dela) comum às últimas bienais.

Os curadores Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen justificaram a mudança radical, como um meio de se refletir com relação à produção artística da atualidade e a importância das bienais nos tempos atuais.

O problema é que para os debutantes em visitação de uma bienal (como eu) tornou-se uma grande frustração. Eu queria uma profusão de cores, de obras, de ousadia. Poucas foram as obras que me deixaram impactadas. Prá falar a verdade, quase nenhuma. Chamo a atenção da videoinstalação de Marina Abramovic; do Jornal Museumuseu de Mabe Bethônico; da instalação interativa de Armin Linke e da obra Song Remains The Same de Joe Sheehan.

Afinal, a crise é só de criatividade ou financeira também?
Bom, mas não há nada que seja de todo ruim. E o que percebi de ponto positivo nessa bienal, foi a programação paralela com exibição de filmes, conferências (não só com críticos de arte, mas também com alguns dos artistas participantes desta edição), performances e a transformação do piso térreo em um grande espaço de sociabilização.
Sorte daqueles que estão em São Paulo, podendo acompanhar tudo isso. Porém, para os outros que só puderam conferir a exposição propriamente dita (meu caso), fica o gostinho de que na trigésima edição, em 2010, o circuito das artes já tenha ganho um novo fôlego.

Foto 1: Videoinstalação que traz as magníficas performances da atriz Marina Abramovic

Foto 2: Contracapa da "Agenda do Fim dos Tempos Drásticos" de Javier Peñafiel

Texto: Suyene Correia


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Circuito Cultural BB traz Zuenir Ventura a Aracaju




Depois de quatro anos sem aportar em Terras de Ará, o Circuito Cultural Banco do Brasil, retorna a Aracaju, com uma programação cultural extensa- até a primeira quinzena de dezembro- onde música, literatura e cinema serão as artes contempladas.

Hoje, à noite, por exemplo, na Biblioteca Pública Epiphânio Dória, rolou um bate-papo interessantíssimo, com o jornalista e escritor, Zuenir Ventura (leia-se "Cidade Partida", "Inveja" e "1968: O Ano Que Não Terminou") promovido pelo projeto cultural do BB. Mediado pela jornalista Valéria Lamego, o encontro serviu não só para os presentes conhecerem o método de criação do escritor, como também, trocarem idéias sobre o futuro do jornalismo impresso, on-line, a reforma ortográfica, entre outras questões.
Apesar de um público reduzido (não sei onde as pessoas se escondem quando acontece uma oportunidade dessa), Zuenir e Valéria se mostraram contentes com o interesse dos espectadores. Para o escritor, que escreve semanalmente crônicas para o Jornal do Brasil, a experiência de participar dessa etapa do projeto em Aracaju (cidade que há muito tempo, não visitava) foi extremamente gratificante.
Ao final de duas horas de prosa bastante agradável, fica a constatação de que mais eventos dessa natureza, precisam acontecer em nossa capital. Quem sabe assim, a freqüência de eventos consiga formar mais adeptos de programas inteligentes como este.
Que o Banco do Brasil não se esqueça mais da gente e que também receba o devido apoio do poder público, a fim de tornar possível a inserção de Sergipe no roteiro cultural da instituição.

Oxalá aconteça!!!


Foto 1: Ventura e Valéria Lamego (Crédito: Renata Ouro)

Foto 2: Zuenir Ventura e a jornalista que vos escreve (Crédito: Renata Ouro)

Suyene Correia




quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Garota Prodígio??!! Ela não é o Robin...

Pessoal, como estou de férias do jornal, ando um pouco preguiçosa para escrever. Assunto não falta, mas coragem... Pois bem, aqui estou para discutir um assunto não tão novo assim, mas que também não é velho o bastante para ser descartado.
Trata-se do talento (ou a 'falta de') dessa adolescente chamada Mallu Magalhães. Desde que li a ENORME matéria com o título "Revolucionária aos 16 Anos", publicada na BRAVO ! do mês passado, que eu queria dedicar algumas linhas do Bangalô Cult para o trabalho dessa "garota prodígio" (é o que dizem por aí).
E porque li tantos elogios à mesma, decidi conferir o que é que esta multiinstrumentista (quantos instrumentos ela sabe tocar de fato?) tinha de tão revolucionário para sair em meio mundo de espaços midiáticos.
A resposta? Nada de mais. Nadica de nada. Ouvi as canções de sua autoria no myspace e a cada click, para abrir um novo aquivo de música, eu caía na risada. Ria da minha própria estupidez, em acreditar que tanto barulho poderia resultar em algo significativamente pulsante.
A vozinha de Mallu ( similar, mas inferior à da vocalista do grupo Frente- confira no youtube alguns clipes da banda) cantando "Tchubaruba", "Don't Look Baby", "J1", entre outras, só me convence de uma coisa: de que a garota deve ter escutado muitos discos do pai, colocado tudo no multiprocessador e....... T_C_H_U_M. Referências mil, autenticidade zero.
Mas a massa prefere o multiprocessador ao velho liquidificador com hélices extremamente cortantes. Nesse "País das Maravilhas", quem canta em 'silêncio' como Mariene de Castro, Ná Ozetti, Eliana Printes, Nilze Carvalho, Teresa Cristina, Mônica Salmaso, Ithamara Koorax, Bebel Gilberto, só para citar algumas vozes femininas, é que vale a pena ser ouvida.
Você por acaso já comprou um CD de alguma delas ou conferiu um clip no youtube? Tá esperando o quê?

Suyene Correia

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Galeria de Arte da Mostra Aracaju abriga exposição de Ricardo Teixeira




Ontem, foi aberta mais uma exposição na Galeria de Arte da Mostra Aracaju, sob a curadoria de Sayonara Viana. Trata-se de Sempre Juntos..., mostra que traz trabalhos do paulistano Ricardo Teixeira, figura de destaque nacional entre os que participam da Off Bienal de São Paulo.
Os trabalhos de Teixeira podem soar estranho aos que só conhecem o que é produzido no meio artístico local. Mas ao mesmo tempo, o cuidado com que o artista teve em ser minimalista e aproximar sua arte do visitante, faz com que os mais conservadores não se esquivem dos seus casulos enclausurados.
Alguns dos trabalhos dessa mostra fizeram parte da exposição Na Ausência da Consciência, que esteve em cartaz no final de 2006, na B&L Galeria de Arte em Salvador, mas para a maioria dos visitantes da Galeria de Arte da Mostra Aracaju, soarão inéditos.
Projetada pelo arquiteto Murilo Lacerda, a galeria abriga até a próxima quarta-feira, Sempre Juntos...

Texto: Suyene Correia

Foto 1: A coordenadora da Mostra Aracaju, Mercês, o arquiteto Murilo Lacerda, Sayonara Viana e Ricardo Teixeira (Crédito: Júnior Nascimento)
Foto 2: O poeta, Araripe Coutinho, Ricardo Teixeira, a jornalista Renata Ouro e a jornalista que vos escreve (Crédito: Júnior Nascimento)

Itaú Cultural abriga "Cinema Sim- Narrativas e Projeções"






Até o dia 21 de dezembro, quem for a São Paulo, não pode deixar de visitar a exposição em cartaz no Instituto Itaú Cultural (localizado na Av. Paulista, 149) que aborda a instalação- filme, linguagem que potencializa a relação histórica do cinema com as artes visuais.

Na exposição "Cinema Sim-Narrativas e Projeções", o espaço expositivo integra-se ao espaço fílmico e vice-versa e dessa imbricação de funções surge uma expansão sobre o que se entende e se define por cinema.

Vários trabalhos presentes nesta exposição me chamaram a atenção. O primeiro deles foi o vídeo 89 Seconds at Alcázar de Eve Sussman & Rufus Corporation que cria os momentos anteriores e seguintes à cena retratada na obra As Meninas de Velázquez. A video-artista participou de um seminário- Ainda Cinema- ligado à exposição, e contou como surgiu a idéia de compor esse vídeo.

Também presente nesta mesa, estavam o Hiraki Sawa, um japonês que mora em Londres, e através de suas coleções de pequenos objetos, como aviões e cavalos de balanço, cria trabalhos surreais. É o caso de Going Places Sitting Down, em que cavalinhos de balanço ganham vida e se deslocam pelo ambiente da residência, em cenas inusitadas.

Completando a mesa, estava Anthony McCall, que discorreu sobre You and I, Horizontal III , uma das instalações da série Solid Ligth Films que o artista desenvolve desde 1973.

Também fiquei estupefata com as máquinas de projeção Repellus de Peter Fischer, em que a imagem de um vídeo é projetada em uma espécie de chuva de gotas de vidro e I Fly II do mesmo inventor, em que uma imagem é projetada numa bruma de vapor. Ao todo são 11 artistas com obras instigantes que nos faz perceber o cinema-arte, sob um novo olhar.

A exposição se completa com a "Mostra O Visível e O Invisível" que prossegue até o dia 23 de novembro, com exibição de trabalhos de 18 artistas, entre os quais Gustav Deutsch, Jenny Perlin, Patrícia Esquivias, Fiona Tan, entre outros.

A programação é gratuita, sendo que para assitir aos trabalhos da "Mostra O Visível e O Invisível" é preciso retirar o ingresso na bilheteria com meia hora de antecedência.

Mais informações pelo site http://www.itaucultural.org.br/

Foto 1: Frame de 89 Seconds at Alcázar de Eve Sussman
Foto 2: Projetores inusitados de Peter Fischer

Texto: Suyene Correia




terça-feira, 4 de novembro de 2008

O "The Best" da Mostra de Cinema

Se os internautas se atentarem para a minha primeira postagem sobre a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, logo quando cheguei a Sampa, vão perceber que fiquei devendo minhas considerações sobre os filmes que assisti no segundo dia de minha estadia por lá.
Justamente, no sábado, dia 25 de outubro, assisti ao The Best da minha lista, "O Estranho Em Mim", de Emily Atef.
Coincidentemente, foi o vencedor da 32a Mostra de Cinema, escolhido pelo Júri Internacional. O filme trata de depressão pós-parto como nunca vi antes, abordado num cinema. Mérito não só da jovem diretora, mas também da estupenda atriz, Susanne Wolff- vencedora do prêmio de Melhor Atriz, concedido pelo Júri Oficial- que encarna Rebecca, a mãe de primeira viagem que rejeita seu filho, poucos dias depois do nascimento.
Sua aversão ao bebê se estende ao marido, Julian, e daí em diante, Rebecca mergulha num mar revolto onde a angústia, o medo e o ódio se misturam. A partir do momento que a depressão é diagnosticada, Rebecca inicia um tratamento, mas para conquistar a confiança do marido e de sua família, o percurso será árduo.
Outro filme que me marcou muito neste festival, foi o documentário "Só Dez Por Cento é Mentira", de Pedro Cezar. O cineasta teve a feliz idéia de enfocar a poesia do mato-grossense Manoel de Barros, de uma maneira pouco trivial (em se tratando de um documentário) e bastante poética.
Ao invés de uma enxurrada de depoimentos, o espectador se deleita com a poesia desse nonagenário, que apesar de já ter lançado cerca de 20 livros e ser o poeta brasileiro que mais vende, ainda é pouco conhecido.
Impressionante como a sessão que conferi, não tinha muita gente. Já a seguinte, quando foi exibido "Loki-Arnaldo Baptista" de Paulo Henrique Fontenelle, sobre a vida do ex-Mutantes, o cinema de 205 lugares, ficou visivelmente, sobrecarregado.
Nada contra a figura de Arnaldo Baptista, mas que "Só Dez Por Cento é Mentira" é infinitamente superior, isso é.
Quando puderem, confiram.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"CHE" mobiliza crítica e público na Mostra de Cinema de SP




Se teve um filme disputadíssimo nessa 32a edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ele se chama "Che". O filme dirigido por Steven Soderbergh e produzido por Laura Bickford, que traz o ator porto-riquenho, Benício Del Toro, encarnado o guerrilheiro argentino foi exibido no último dia da Mostra (quinta-feira passada), pela primeira vez no Brasil em sessão aberta ao público. Na terça-feira anterior, houve sessão reservada para imprensa em uma sessão quase lotada. A maioria dos colegas jornalistas, que eu havia conhecido em Paulínia, por conta do I Festival Paulínia de Cinema, estavam surpresos com a adesão dos veículos de comunicação.
O filme que tem quatro horas de duração e foi dividido em duas partes ('Che' e 'Guerrilha'), com um intervalo de meia hora entre as duas exibições, causou-me enfado.
Não é que o filme seja ruim, pelo contrário. A direção de Soderbergh, as atuações de Del Toro e dos atores coadjuvantes, sobretudo Santoro (Raúl Castro), Demián Bichir (Fidel Castro) e Jorge Perugorría (Joaquín), fazem jus à expectativa toda criada em torno da película.
O problema é que o filme é um tanto didático, por vezes, verborrágico, e transcorridas três horas de exibição, a vontade que dá é de sair do cinema.
Terminei fazendo isso por outras razões (tinha outro filme programado para 13h30) e saí no meio da segunda parte- "Guerrilha" que parecia ser mais emocionante que a primeira. De qualquer forma, quando questionei os colegas dois dias depois na coletiva, o que acharam, a palavra "cansativo" perpassou em todas as opiniões. Excetuando Rosário Caetano que amou o filme e teceu elogios em seu "Almanakito", não ouvi tantas rasgações de seda assim.
Na coletiva ocorrida na manhã da última quinta-feira, tivemos a presença de Benício Del Toro, Rodrigo Santoro e a produtora Laura Bickford. Antes do blá-blá-blá, aconteceu a sessão de fotos e penei para conseguir bons registros em meio a um turbilhão de flashes. O problema é que não tínhamos autorização para fotografar durante a coletiva, e decidi seguir à risca a regra estabelecida, ainda que alguns ousados, tenham quebrado a regra pouco minutos depois.
Enfim, a conversa foi interessante, com Rodrigo contando como convenceu Soderbergh a colocá-lo no elenco, a estadia de um mês e meio em Cuba, para conhecer a cultura daquele país e o intensivão que fez com um professor cubano, residente em Petrópolis, a fim de aprender o espanhol peculiar da terra de Fidel.
Já Del Toro disse que a principal diferença entre esta película e as outras que abordaram o mito Che, é que esta tem Santoro (fazendo uma piada). Com um tom mais sério, explicou o trabalho de pesquisa exigido para este filme (cerca de cinco anos) bem como sua personificação com relação ao médico argetino que se transforma em guerrilheiro. Trabalho que lhe rendeu a Palma de Ouro em Cannes de Melhor Ator.
Bickford explicou porque o filme não pôde ser rodado em Cuba, bem como foram escolhidas as locações (México, EUA, Espanha e Bolívia). Disse ainda, que o casting foi escolhido, mesclando nomes já tarimbados, com novos atores latinos. E ainda acrescentou que se o filme não fosse subsidiado pela espanh, dificilmente sairia do papel.
Em fevereiro a primeira parte do filme deverá ser lançada nacionalmente, ficando a segunda parte para o mês de março. Agora, é esperar para revê-lo (na íntegra).


Fotos e Texto: Suyene Correia

domingo, 2 de novembro de 2008

"O Estranho Em Mim" conquista Prêmio da Mostra







Foi encerrada na noite da última quinta-feira, a 32a edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento, que aconteceu no Sesc Pinheiros, contou com um público expressivo que praticamente lotou as dependências do Teatro Paulo Autran. O ator Serginho Groissman, juntamente com os organizadores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida, comandaram a entrega dos prêmios aos melhores desse ano.
O grande vencedor da noite, escolhido por unanimidade pelo júri internacional, foi o filme alemão “O Estranho Em Mim” de Emily Atef. Enfocando um tema difícil- a depressão pós-parto- a diretora conseguiu sensibilizar o público e os jurados com o drama vivido pela mãe (magistralmente vivido pela atriz Susanne Wolff) que rejeita seu filho recém-nascido e desenvolve uma aversão concomitante ao marido.
Apesar de não terem sido mães, ainda, Atef e Wolff devem ter feito uma pesquisa sem igual sobre o assunto, pois a impresão que se tem ao sair da sala de cinema, é que ela ou Wolff vivenciaram uma experiência similar. Atriz de teatro, mas estreante no cinema, Susanne Wolff foi premiada na categoria de Melhor Atriz na Mostra Internacional de Cinema.
O troféu Bandeira Paulista, idealizado por Tomie Othake, foi entregue à diretora pelo ator Benício Del Toro que estava no palco juntamente com Rodrigo Santoro e Laura Bickford (produtora do filme “Che” em que os atores participam e teve pré-estréia durante o festival).

Os amigos pernambucanos Marcelo Pedroso e Gabriel Mascaro saíram da cerimônia rindo à toa. Diretores do documentário inusitado, “KFZ-1348”, eles ficaram com o Prêmio Especial do Júri na categoria Documentário. O título do filme se refere à placa de um fusca azul, fabricado em 1965. Os rapazes depararam-se com o velho automóvel em Recife e decidiram pesquisar a histórias dos ex-donos do carro.

Depois de um ano e meio de pesquisa, chegaram aos nomes dos ex-proprietários, partindo de São Paulo até chegar a Pernambuco. Gabriel e Marcelo, no entanto, chamam a atenção de que o fusca é apenas um vetor para mostrar o universo dos personagens. Para ambos, a história do filme começa com esse prêmio da Mostra e pretendem exibir o filme em outros festivais. Com produção de João Jr. (mesmo produtor de “Cinema, Aspirinas e Urubus”), “KFZ-1348” dará ainda muito o que falar.
Os outros premiados da Mostra foram, “Aquele Querido Mês de Agosto” de Miguel Gomes (Prêmio da Crítica); “Verônica” de Maurício Farias (Prêmio Juventude). Os premiados pelo público foram: Jodhaa Akbar de Ashutosh Gowariker (Melhor Longa- Metragem Estrangeiro de Ficção); Youssou Ndour: I Being What I Love” de Elizabeth Chai Vasarhelyi (Melhor Documentário Estrangeiro); Lóki- Arnaldo Batista” de Paulo Henrique Fontenelle (Melhor Documentário de Longa-Metragem Brasileiro) e “apenas o Fim” de Matheus de Souza (Melhor Longa Brasileiro de Ficção).
O Júri Oficial de Médias e Curtas-Metragens apontou como Melhor Curta-Metragem Internacional “Death Valley Superstar” de Michael Yaroshevsky; o Melhor Curta-Metragem Brasileiro ficou para “Monkey Joy” de Amir Admoni; melhor Média-Metragem Brasileiro para “Bode Rei, Cabra Rainha” de Helena Tassara e foi concedida uma Menção Honrosa para “Vidas no Lixo” de Alexandre Stockler.
O Júri Oficial de Documentários por sua vez concendeu Menção Honrosa a “Conhecendo Andrei Tarkovsky” de Dimitry Trakovsky e escolheu “Crianças da Pira” de Rajeh S. Jala como Melhor Documentário. Os filmes “Apenas o Fim”, “Monkey Joy e “Bode Rei, Cabra Rainha” receberam o Prêmio Teleimage de Finalização.
A cerimônia de premiação foi encerrada com o show insosso da atriz e cantora Maria de Medeiros. O espetáculo parecia algo experimental, de modo que foi difícil segurar o público até o final. Mas no todo, o saldo da Mostra foi muito bom em termos de qualidade dos filmes, bem como por conta da sua programação paralela, em que se destacaram os encontros com diretores e produtores, além dos "Filmes da Minha Vida", onde participaram entre outros, Hector Babenco, Marcos Bechis, Daniela Thomas, Leon Cakoff.

Legenda da Foto 1: A diretora Emily Atef arrebatou o Prêmio de Melhor Filme para o seu “O Estranho em Mim”
Legenda da Foto 2: Os amigos e diretores pernambucanos pós-premiação de “KFZ-1348”
Legenda da Foto 3: Leon, Renata e Serginho comandam a cerimônia de encerramento da 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Fotos e Texto: Suyene Correia (exceto a primeira foto/divulgação)



terça-feira, 28 de outubro de 2008

Coleção Aplauso Ganha 30 Novos Títulos











Nem só de exibições de filmes vive a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Na última terça-feira, dentro da programação da 32a edição, capitaneado por Leon Cakoff e Renata de Almeida, foram lançados 30 novos títulos da Coleção Aplauso editados pela Imprensa Oficial.
Entre eles, as biografias de Louise Cardoso, Geórgia Gomide, Vladimir Carvalho, Ivan Cardoso, Orlando Senna, Lolita Rodrigues, entre outros, além da publicação de roteiros de filmes (“Estômago”,“Fim de Linha”, “Chega de Saudade”, “Não Por Acaso”, “O Céu de Suely”...) e na “Série Especial”, a biografia de Walmor Chagas.
Todos os biografados e respectivos biógrafos compareceram à festa de lançamento, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, que contou com um público expressivo, entre admiradores, familiares e colegas de trabalho.
Coordenada por Rubens Ewald Filho, a Coleção Aplauso registra a memória viva da história e da cultura brasileira trazendo para o leitor, depoimentos dos principais personagens enfocados e daqueles que testemunharam sua trajetória artística. Muitos desses livros são fartamente ilustrados, com acervos particulares de fotos, de modo que muito desse material não se encontra à disposição do público em geral.
Extremamente acessível- a média de preço dos livros pequenos é de R$ 15 e dos maiores, R$ 20- a coleção é uma obrigatoriedade para aqueles que desejam conhecer um pouco mais da história cultural do Brasil. Contando com projeto gráfico de Carlos Cirne e pesquisa iconográfica assinada por Marcelo Pestana, a Coleção Aplauso atualmente conta com mais de 130 títulos e pode ser adquirida através do site www.imprensaoficial.com.br/livraria
Foto 1: O jornalista Carlos Alberto Mattos e o biografado Vladimir Carvalho, que este ano passou por Aracaju, durante exibição de "O Engenho de Zé Lins"
Foto 2: Ivan Cardoso- conhecidíssimo da galera que curte filmes trash- não deixou a irreverência de lado
Foto 3: Walmor Chagas era só alegria por conta do livro em sua homenagem "Ensaio Aberto para Um Homem Indigando"
Foto 4: Hermes Leal (editor da revista de Cinema) escreveu a biografia de Orlando Senna
(ao seu lado)

Fotos e texto: Suyene Correia

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Júri Internacional escolhe Filme de Iniciantes




Foi divulgado no último sábado, através de coletiva de imprensa, no Cine Artplex 2, a lista de filmes em competição da 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, na categoria Novos Diretores. Os filmes foram escolhidos pelo voto popular e os 12 mais votados serão avaliados pelo júri internacional e concorrerão ao troféu Bandeira Paulista- uma criação da artista plástica Tomie Ohtake- a ser entregue nesta quinta-feira, na noite de encerramento do festival.
O júri, formado pelo cineasta britânico Hugh Hudson, o cineasta brasileiro Jorge Bodanzky, o produtor alemão Meinolf Zurhorst, o produtor e diretor francês Nicolas Klotz e a diretora iraniana, Samira Makhmalbaf, foi apresentado pelos diretores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida.
Eles terão a difícil tarefa de escolher o melhor filme de ficção, numa disputa acirrada, entre diretores que têm, no máximo, dois longas-metragens no currículo. Os concorrentes são: “As Lágrimas de Minha Mãe- Berlim-Buenos Aires” de Alejandro Cardenas Amelio, “El Regalo de La Pachamama” de Toshifumi Matsushita, “Estranhos” de Erez Tadmor e Guy Nattiv, “Harrison Montgomery” de Daniel Dávila, “Machan” de Uberto Pasolini, “Maldeamores” de Carlitos Ruiz Ruiz e Mariem Perez Riera, “Moscou, Bélgica” de Christophe Van Rompaey, “O Amigo” de Micha Lewinsky, “O estranho em mim”, de Emily Atef, “The Bluetooth Virgin de Russell Brown, “trato é Trato” de Jonathan Gershfield e “Tulpan” de Sergey Dvortsevoy.
Já na categoria Documentário, onde estarão como jurados, os diretores Laís Bodanzky, Heitor Dhalia, entre outros, estão competindo “Conhecendo Andrei Tarkovsk” de Dmitry Trakovsky, “Crianças da Pira” de Rajesh S. Jala, “Fumando Espero” de Adriana Dutra, “KFZ-1348 de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, “Mais Sapatos” de Lee Kazimir e “Recurso Intangível Número 82” de Emma Franz.
Foto 1: O bem antenado diretor francês Nicolas Klotz também terá a difícil tarefa de escolhar o melhor filme na categoria Novos Diretores
Foto 2: Jorge Bodanzky fala da satisfação de participar do júri internacional
Fotos e Texto: Suyene Correia

Filha de Peixe, Peixinha é...







Já tinha me encontardo com a cineasta iraniana, Samira Makhmalbaf, na coletiva de sábado para a apresentação do júri internacional que escolherá o melhor filme de ficção na categoria Novos Diretores.
Tímida e ao mesmo tempo solícita, a jovem diretora era apresentada pelos organizadores da Mostra, Leon Cakoff e Renata Almeida aos convidados do evento e ouvia tudo com muita atenção.
Nesse primeiro encontro com os jornalistas, ela disse estar muito feliz de participar da Mostra e poder escolher o melhor filme indicado através do gosto popular. Adepta do cinema independente e seguidora dos passos do pai, o também cineasta Mohsen Makhmalbaf, Samira disse não se importar em presidir o júri, caso seja convocada para a função e que deixará o coração lhe guiar para escolher a melhor película.
“Não importa se quem dirigiu foi um homem ou uma mulher, isso não pesará na minha escolha. Antes de ser mulher e iraniana, sou humana e o filme que mais me tocar, terá meu voto”, disse, ao ser questionada pela jornalista Rosário Caetano, se tinha predileção pelo olhar feminino no cinema.
No dia seguinte, num bate-papo mediado pelo crítico de cinema, Rubens Ewald Filho, pude observar melhor a diretora de “A Maçã” e “Cavalo de Duas Patas”.
Apesar de jovem, Samira era segura nas respostas dos questionamentos feitos por uma platéia interessada. Uma persona extremamente sensível e sincera, que já escapou até de um atentado no Afeganistão, durante as filmagens de seu último longa, “Cavalo de Duas Patas”.
“Uma bomba foi lançada num mercado durante as filmagens. Não sei exatamente se para nos atingir, mas aconteceu exatamente quando estávamos naquele lugar. Seis pessoas da minha equipe ficaram feridas, e uma delas, após dias no hospital, não resistiu e acabou morrendo. Pensei em interromper as filmagens, mas a própria equipe não aceitou e terminamos indo para outro local, finalizar as tomadas. Senão fosse um cavalo que serviu de ‘escudo’ para a gente, provavelmente teria acontecido o pior”, revela.
Perguntei a ela se conhecia a filmografia de alguns cineastas brasileiros em alta no exterior, como Walter Salles, José Padilha e Fernando Meirelles, mas sua resposta foi negativa, já que no Irã existe uma censura muito grande e não teria como conferir esses filmes, a não ser pelo DVD.
Aliás, ultimamente, a diretora e sua família não moram no país de origem. Banidos pelo governo e proibidos de filmar na terra natal, a família Mahkmalbaf vive entre o Paquistão, Índia e outros países vizinhos. Essa vida de andarilha a cansa e seu sonho é poder voltar para o Irã em paz.
Fã de Fellini e do filme “Nanook- o Esquimó” de Robert Flatherty, Samira é um exemplo de mulher, cineasta, ser humano. Realizou além dos filmes citados no início da postagem, um curta muito bonito na coletânea de curtas-metragens, “11 de Setembro”. Inclusive falou que a experiência foi ótima, onde explorou ao máximo a falta de comunicabilidade inserida num contexto muito especial. “Apesar daquelas crianças afegãs viverem no meio do terrorismo, elas não sabiam o que acontecia no outro lado do mundo. Não sabiam nem onde ficavam as Torres Gêmeas. Da mesma forma como muitos pessoas não se importam com o que acontece naquele país”.
Samira é uma luz contrastando com as vestes escuras que sempre utiliza. Que essa luz não se apague tão cedo...

Foto 1: Eu e a cineasta que tanto admiro

Foto 2: No bate-papo com Ewald Filho e a platéia, ela se mostrou segura, madura e humana. A tradutora Marina Gilii passou tudo na íntegra

Foto 3: Antes da coletiva da imprensa, pausa para uma conversa

Fotos e Texto: Suyene Correia

sábado, 25 de outubro de 2008

Mostra de Cinema em Ritmo Alucinante

Pessoal, cheguei ontem, à Sampa e nem tive tempo de respirar!! Após uma noite em claro, cheguei ao Heritage Residence às 11h e fui direto para a Central da Mostra pegar a credencial e os passes para assistir aos filmes.
Tenho direito a 30 filmes, além dos filmes das cabine que são restritas aos jornalistas.
Ontem, não vi nenhum que me chamasse a atenção.
O primeiro foi "Trato é Trato" do diretorJonathan Gershfield, que por dinal está concorrendo ao prêmio da Mostra. Logo em seguida, foi a vez de "Encontro às Cegas" de Stanley Tucci e fechando a trinca, "El Greco" de Iannis Smaragdis.
Confesso que dei alguns cochilos durante a exibição do primeiro, por conta do cansaço. mas pelo que deu para perceber, é uma dessas comédias inglçesas com menos humor negro e mais dramaticidade.
O segundo, dirigido e atuado pelo próprio Tucci, fala da possibilidade de um casal se reestruturar após a perda da filha. O inusitado é como marido e mulher (ou seriam ex) tentam se reconciliar em meio às mágoas e ressentimentos.
Já "El Greco" (que eu estava ansiosa para ver) me decepcionou. Cheio de maneirismos, o diretor derrapa ao contar uma parte da vida do pintor greco, desde sua ascenção até a estranha admiração que Niño de Guevara nutre por ele e o leva à Inquisição.
Com cenas completamente amadoras, é para ficar no esquecimento da lista de filmes que já retrataram a vida e obra de pintores famosos.
Hoje participeio de uma coletiva com os jurados que vão escolher o melhor filme da mostra e depois iniciei a jornada de exibições.
Amanhã, falarei melhor sobre os filmes desse segundo dia. Estou cansadaça...
Sem mais

Suyene Correia

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Uma Orquestra Personalíssima




Quem não viu a apresentação da Orquestra do Estado de Mato Grosso, hoje, à noite, que se contente em conferir a performance da mesma em DVD ou siga para Laranjeiras amanhã, às 20h, para a última apresentação desta temporada em terras sergipanas.
Comandada pelo jovem maestro Leandro Carvalho, a Orquestra de Mato Grosso dá um show em matéria de arrojo e pioneirismo. Isso porque, no repertório, além das tradicionais músicas clássicas (Villa-Lobos, Piazzolla, entre outros), desfilam canções regionalistas do centro-oeste brasileiro, bem como composições oriundas de países da América Latina fronteiriços com o Brasil.
Formada praticamente pelo 'naipe' de cordas e percussão (ainda que se for necessário entra em cena o 'naipe' de madeira), a Orquestra do Estado de Mato Grosso acrescenta em sua composição, a viola de cocho. Esse instrumento, tipicamente da região central do país, é que torna o conjunto peculiar, uma vez que esta orquestra é a única do Brasil a contar com instrumentos populares em seu instrumental permanente.
No programa apresentado no Teatro Tobias Barreto, destaque para "Choli" de José Asuncíon Flores, "Alma Llanera" de Pedro Elías Gutiérrez, "Cadê Totinho e Rabello no Coxipó" de Tote Garcia e o grand finale com "Cuiabá 2005" de Ítalo Peron.
Nessa segunda parte do programa, fica nítida a diferença da execução das músicas com a percussão forte e o toque especialíssimo da viola de cocho. Foi justamente na segunda metade da apresentação, que o público se entusiasmou e acompanhou o ritmo das composições, se embalando nas poltronas.
No DVD, produzido pelo Itaú Cultural e Delira Música, há a participação especial do violeiro Roberto Corrêa. Não que ele tenha feito falta nessa apresentação, mas bem que ele poderia estar presente da próxima vez que os músicos passem por aqui.
Aliás, vale a pena adquirir este DVD. O áudio está perfeito e o making of ajuda muito ao espectador entender o espírito vanguardista do regente e diretor artístico, Leandro Carvalho.
Por sinal, este rapaz, vai longe...
O site para mais informações sobre a orquestra e compra de DVD é http://www.orquestra.mt.gov.br/
Foto 1: Leandro comanda a orquestra com maestria no TTB (crédito Suyene Correia)
Foto 2: Fui conhecer o maestro pessoalmente e elogiar a performance dos músicos (crédito Renata Ouro)
Suyene Correia






terça-feira, 21 de outubro de 2008

Rumo à MOSTRA de Cinema

Pessoal, a partir desta sexta-feira, dia 24, estarei em São Paulo, cobrindo a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Apesar de chegar no evento com uma semana de atraso (não poderia me afastar do JC por 15 dias), ainda terei tempo de conferir muita coisa boa.
Já fiz algumas escolhas com relação aos filmes que irei ver, nos quatro primeiros dias, mas quando chegar lá, tudo pode mudar (muitas vezes, o filme que a gente lê a sinopse e acha interessante, é massacrado pelos críticos ou público, e pelo boca-a-boca, terminamos mudando o roteiro).
Estou acostumada com o Fest Rio, mas essa Mostra vai ser minha estréia em Sampa. Tenho uma meta de assistir pelo menos 24 filmes. Que tudo corra bem e que os visitantes do Bangalô possam acompanhar as notícias fresquinhas by Sampa. Até dia 31 de outubro, quando retorno.

P.S. Não esquecerei de conferir a Bienal também.

Suyene Correia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"Elementar, meu Caro Bruno..."

Adoro quando saio de um filme cambaleando!!! De emoção, é claro. E esse "Partículas Elementares" do pouquíssimo conhecido Oskar Roehler, é uma dessas películas que emociona, mas não de forma fácil; sutil.
Ao saber que o filme tratava dos dramas vividos por dois meio-irmãos, que apesar de terem pouco contato, têm muito em comum, achei que seria mais um dramalhão alemão (e existe esta categoria?). Constatei que não.
À medida que os minutos passavam e a projeção alcançava a sua primeira hora, já tinha tido a oportunidade de conferir o quanto as interpretações de Moritz Bleibtreu (Bruno), Christian Ulmen (Michael) e Franka Potente (Annabelle) estavam acima da média. Mérito não só dos próprios atores (Bleibtreu ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Berlim de 2006), como do comando do diretor Roehler, que segundo algumas críticas que li, fez uma adaptação superficial do livro homônimo de Michel Houellebecq.
Como não sou muito de ler esses livros de ficção (prefiro ver as histórias imageticamente traduzidas), não posso fazer uma comparação do qual produto se sai melhor- o livro ou o filme.
Sei que esta estória me emocionou, sobretudo pelo personagem Bruno, com seus dramas, frustrações e obsessões exaustivamente exploradas por Roehler.
Acho que neste aspecto, o filme deixa a desejar, colocando muito de escanteio, as 'neuras' de Michael (excessivamente contido). De qualquer maneira, vale conferir a verdade humana colocada de forma autêntica na tela pelo casting de atores. Reserve duas hora de seu dia para se emocionar. Muitas vezes, vale a pena...

Suyene Correia

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Yael Naim, uma grata surpresa



Quando estive no Rio, nesta semana, 'bati ponto' na Berinjela, um sebo super legal, que fica na Av. Rio Branco (no mesmo subsolo que a big Livraria Leonardo da Vinci). Pois bem, dei uma vasculhada na parte de CD, e eis que encontro um disco com capa bem bacana, cuja artista é Yael Naim.
Nunca tinha ouvido falar na figura, embora fazendo recentemente uma pesquisa na internet sobre a cantora francesa, criada em Israel, descobri que ela ficou famosa para as bandas de cá do Brasil, no início desse ano, por conta de sua música 'New Soul' que embala o comercial de um laptop da Apple.
Como ainda não havia conferido tal comercial, estava completamente out sobre o talento da garota (uma quase balzaquiana). Sei que ao folhear o encarte, mesmo antes de pedir para ouvir o disco, já me deparo com letras em francês, inglês e hebraico. Mas foi ao escutar a voz suave, os arranjos bastante convidativos à audição e a versatilidade das canções (em termos harmônicos), que decidi adquirir o produto.
A cada vez que ouço o CD, dá vontade de ouvir novamente. Para não enjoar logo meus tímpanos (já que tudo demais é sobra), prefiro aguardar o dia seguinte e 'viajar' novamente nas 13 faixas encantadoramente executadas pela franco-israelita.
Quem sabe num desses 'amanhãs', ela não aporta no Brasil para realizar um show?
Aguardemos...

Foto 1: Capa do CD "Yael Naim & David Donatien"

Foto 2: Contracapa do CD (não lembra a paisagem de "Primavera, Verão, Outono, Inverno e...Primavera" de Kim Ki-Duk ?)


Suyene Correia

Comentaristas, deixem seus contatos....

Pessoal, quem tem deixado comentários para minhas postagens, por favor, deixem e-mail de contato, pois não estou conseguindo responder a vcs, ok?
Seria bom que tivéssemos um feed-back, não acham?
Então, mãos à obra, ou enviem um e-mail para suyenecorreia@gmail.com
A blogueira agradece...

Suyene Correia

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Depois de um refresco, volto à labuta

Ontem fui ao Rio de Janeiro, a fim de cobrir o lançamento dos editais do Programa Petrobras Cultural 2008/2009. O evento aconteceu no MAM e contou com as presenças de Juca Ferreira, (Ministro da Cultura), José Sérgio Gabrielli (Presidente da Petrobras) e Wilson Santa Rosa (Gerente Executivo de Comunicação da Petrobras), além da imprensa e personalidades da cultura nacional.

Bem elegante, Marieta Severo foi a Mestre de Cerimônias e antes que as os "principais atores" da festa se pronunciassem, assistimos a um vídeo institucional apresentado por Andréa Beltrão (sócia de Severo, no Teatro Poeira).
Como a cerimônia acabou relativamente cedo, deu tempo de eu fazer um tour cultural.

Aproveitei e conferi a exposição do MAM, que traz parte da Coleção Gilberto Chateaubriand (o pessoal já está montando a grande exposição sobre os 60 anos do MAM que deve ser aberta ainda este mês) e a pequena, porém, brilhante exposição (conta com uma única instalação) de Alex Fleming, "Sistema Uniplanetário In memoriam Galileo Galilei"
Depois dei uma passadinha no Centro Cultural da Justiça Federal e conferi também a exposição "De Dentro Para Fora" de Edna Kauss; "Íntimo", a exposição fotográfica (manipulada digitalmente) do espanhol Miguel Fernández e escultura de Sandro Lucena; a criatividade de do artista plástico Zitto Bedat em criar suas esculturas através de folhas de livros, na mostra "Releitura" e a mais concorrida do espaço, a exposição "Um Soneto Para Carolina- Cartas e Lembranças dos Últimos Anos da Vida de Machado de Assis" (achei meio massante essa coisa de ficar ouvindo através de fones, a narraçção das cartas de Machado, enquanto as mesmas são mostradas em vídeo).

Infelizmente, como a Greve dos Bancos ainda não acabou, o Centro Cultural da Caixa estava fechado. Museu Nacional de Belas Artes também só contava com exposição de acervo e o Centro Cultural Banco do Brasil, se preparara para receber uma big exposição de arte contemporânea. Antes de seguir caminho para a zona sul, marquei presença na Berinjela (sebo de livros e discos).
Segui para o Espaço Unibanco e fui comprar meus souvenirs e livros na "Luzes da Cidade". Depois de tanta caminhada e carregada de muito peso (embaixo de um sol de 35oC) terminei meu roteiro cultural "batendo ponto" na Livraria Prefácio.
Se eu não tivesse tão cansada, teria ido conferir a bem comentada exposição do Corpo Humano no Museu Histórico Nacional. Fica para a próxima...

P.S. Quem tiver interesse em inscrever um projeto cultural para o Programa Petrobras Cultural é só acessar http://www.petrobras.com.br/ e tomar conhecimento do formulário.

Foto: Juca Ferreira (bem charmoso de brinquinho dourado) falou sobre a importância da parceria que o Minc faz com a Petrobras

Crédito da Foto: Steferson Farias

Suyene Correia

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira Explora a Natureza Humana

Nossa!!!! Não é fácil assistir a esse filme de Fernando Meirelles e sair do cinema sem estar com cabeça envolta em um turbilhão de pensamentos. Aqui, não interessa se é cego, se enxerga, se é negro, branco, de classe social mais alta ou da periferia. O que interessa é perceber o quanto nós, somos vulneráveis a situações limites: fome, limitação, privação sexual, etc.
Mas isso, muitos outros filmes já mostraram. O que teria esse de diferente ?
Antes de mais nada, é bom avisar aos internautas que eu não li o livro de José Saramago, do qual o filme se baseia. Fui com uma expectativa de ver um produto bom, acima da média, pelo que li na mídia nacional. Confesso que esperava mais, um resultado mais arrebatador, porém a direção de Meirelles é segura e cada vez mais distante da maioria dos diretores brasileiros.
Pontos Altos do filme: Fotografia única de César Charlone; música marcante de Marco Antônio Guimarães e Uakti; interpretação na medida de Julianne Moore e muito boa de Alice Braga, direção de Meirelles.
Pontos Baixos: talvez o fato de algumas cenas lembrarem o caos instalado em filmes como "Extermínio" (bom comparativo), "Fim dos Tempos" e "A Volta dos Mortos Vivos" (comparação duvidosa).
Um colega meu que estava ao meu lado, na sessão das 16h20 ( a primeira do dia foi suspensa, porque o filme chegou com atraso), disse que o livro é ligeiramente melhor, mais completo.
Para mim, que não li ainda, não ficou esse gostinho de quero mais. Ainda que na maioria das vezes em que se adapta um livro para as telas, os comentários negativos beirem esse ponto.
Depois de um mês de espera, é melhor vocês correrem para conferir esse filme inusitado, pois se ele depender do público para dobrar mais uma semana (na minha sessão tinha uma média de 20 pessoas), essa será a única.

Suyene Correia

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Contagem Regressiva para a 32a Mostra Internacional de Cinema de SP

Para aqueles que curtem o cinema como eu e, eventualmente, viajam para outras cidades a fim de conferir os festivais de audiovisuais, a boa pedida é a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Juntamente com o Festival do Rio, a Mostra é a principal vitrine das produções nacionais e internacionais, com estréias previstas para o fim do ano e início do próximo. Algumas dessas pélículas exibidas no Rio e em São Paulo, vêm para o Cine Cult, no Cinemark, sendo a única oportunidade de não ficarmos 'chupando o dedo' frente à programação montada no Sudeste do país.
A partir deste sábado, a Central da Mostra localizada à Av. Paulista, 2073, (Conjunto Nacional, ao lado do Cine Bombril) começa a vender os pacotes permanentes e promocionais. O Permanente Integral sai ao preço de R$ 390, enquanto que o Permanente Integral Folha (15% de desconto para assinantes) é de R$ 331,50. O Permanente Especial custa R$ 90, enquanto que o Permanente Especial Folha (15% de desconto) R$ 76,50. O Pacote de 20 ingressos sai a R$ 165 e o Pacote de 40 ingressos R$ 285.
Eu aconselho a compra dos pacotes, pois os cinéfilos que têm o tempo mais livre, não vai querer ficar de fora de nada, além de ter mais tranqüilidade para chegar ao local de exibição, sem o stress de "será que ainda tem ingresso para este filme"?
Mas, para os que estão com a grana apertada e preferem seguir as críticas (do boca-a-boca ou mesmo especializadas) que começam a se espalhar rapidamente após as primeiras exibições, o melhor é não dar um tiro no escuro e ser mais seletivo. A saída são os ingressos individuais que saem ao preço de (segunda a quinta), inteira - R$ 14 e meia - R$ 7 . Sextas, sábados e domingos, a inteira sai a R$ 18 e a meia R$ 9. Para adquirir ingressos no dia da sessão, somente nas salas de cinema.
Titulares do Cartão Petrobras e funcionário do Sistema Petrobras têm desconto de 50% na compra de até dois ingressos por sessão. Estudantes terão descontos somente na compra de ingressos individuais diretamente nas salas de cinema ou pelo site da Ingresso.com (www.ingresso.com.br). O desconto a estudantes não se estende às permanentes e aos pacotes promocionais.
Quem quiser embarcar nesta aventura, a 32a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa no dia 17 de outubro e vai até o dia 30 deste mês.

Suyene Correia

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Enxurrada de Filmes Bons (Aleluia!!!)


Conversando, ontem, com meu amigo e jornalista, Ivan Valença, fiquei sabendo que nesta sexta-feira, irão entrar em cartaz nos cinemas sergipanos quatro filmes brasileiros. Os que mais me interessam são "Ensaio Sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles (e quem não está ansioso por ver??) e "Os Desafinados" de Walter Lima Jr. . Completando a lista estão "Encarnação do Demônio" de José Mojica Marins (que passou neste final de semana, na Virada Cinematográfica) e a comédia assinada por Jorge Fernando, "A Guerra dos Rocha".

Não me recordo agora o nome dos dois filmes estrangeiros, mas um deles é uma animação. Porém, o que interessa é que após uma "prensa" de Ivan, numa de suas publicações semanais sobre a estréia de filmes em Sergipe, direcionada ao Cinemark, parece que este multiplex conseguiu acordar e oferecer ao público sergipano, títulos de qualidade.

Quem ainda não foi conferir "Linha de Passe" do Walter Salles e Daniela Thomas, é melhor correr. O filme circunspecto já ficou duas semanas em cartaz e com tanto filme nacional chegando, dificilmente ele continue à disposição do público.

Preparem o "bolso" e avante!!! O final de semana está recheado de opções cinematográficas...
Foto: Julianne Moore, em terra de cego, quem tem dois olhos é rainha.
Suyene Correia

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"Capotei" na Virada Cinematográfica

Gente, não foi fácil ficar com os olhos atentos aos três filmes exibidos na 2a Virada Cinematográfica promovida pelo Cine Cult (leia-se, Roberto Nunes) com o apoio do Cinemark, na madrugada de ontem.

Não só porque meu dia tinha começado cedo- no sábado, pela manhã, fui ao cinema assistir a uma sessão para convidados de "Chega de Saudade", o excelente filme de Laís Bodansky- como também pela qualidade dos filmes exibidos nesta sessão especial.

Estava curiosa em ver a mega-produção "Encarnação do Demônio" de José Mojica Marins e a animação "Branca De Neve Depois do Casamento", uma co-produção da Bélgica, Polônia, Inglaterra e França.

O filme surpresa somente foi revelado minutos antes de sua exibição. Terminou sendo "Ainda Oragotangos", um plano seqüência de 80 minutos sem pé nem cabeça, dirigido por Gustavo Spolidoro, que anda fazendo sucesso em alguns festivais por aí.

O primeiro filme da noite, "Encarnação..." até que atendeu às minhas expectativas. O filme tecnicamente é bem feito e nada lembra as produções toscas das décadas de 60/70 de Zé do Caixão. É bem verdade que a história é fraca, mas quem se importa? O que vale aqui é rir das escatologias mostradas na telona ou virar o rosto (como vi algumas garotas fazendo durante a exibição) num misto de aversão e "gênero".

Valeu a espera de três meses (ele foi o vencedor do I Fest Paulínia, em julho deste ano, mas voltei antes de sua exibição no festival do interior paulista) para ver o filme que fecha uma trilogia de Zé do Caixão, iniciada por "À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (1963) e, na seqüência, "Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (1966).

Após um breve intervalo, onde os ânimos foram revitalizados à base de refrigerante e água, o público de mais de 400 pessoas, que preencheu quase que totalmente as salas 5 e 6, retornou aos seus lugares para conferir "Ainda Orangotangos" do gaúcho Spolidoro.

O filme é baseado no livro de Paulo Scott e termina sendo um emaranhado de várias pequenas estórias. Personagens que não têm, a princípio, nenhuma ligação uns com os outros, de repente, vemos que suas vidas são mais próximas do que eles mesmos possam imaginar.

Não é pelo fato de ser o primeiro plano-seqüência do país, que Spolidoro sai vitorioso dessa experiência inaugural. Pelo contrário, mostra que apesar de contar com atores muito bons (na sua maioria), precisa se afinar melhor com o roteiro. Fico imaginando se um sergipano fizesse algo similar- filmar tantas situações banais, sem nada a dizer- será que teria tanta mídia assim...

Já eram quase 4 da matina, quando iniciou o derradeiro filme desta virada, "Branca de Neve Depois do Casamento" de Jean Paul 'Picha'. Pensei que iria me divertir com esta sátira aos contos infantis, não só enfocando Branca de Neve e os 7 Anões, mas também A Bela Adormecida e Cinderela.

Qual nada???!!! O filme de conotação erótica nem atinge o público infantil (a censura é 16 anos) e nem o público adulto, já que a avalanche de besteirol é inenarrável. As piadas são de péssimo gosto e quando o diretor arrisca ser mais inteligente (tentando seguir algumas boas tiradas de Shrek), derrapa ladeira abaixo.

Vamos ver se da próxima vez, tem filmes mais "cabeça" e o público maduro, que até agora, não se mostrou entusiasta da virada, marque presença. Roberto diz que a dificuldade de conseguir boas películas dá-se pelo fato dos distribuidores colocarem muitos obstáculos para liberar as cópias para cá. Tentemos, então, tirar essas pedras do sapato...

P.S. O café da manhã patrocinado pelo Shopping Jardins e preparado pelo Ágape estava DIVINO!! Os refrigerantes foram uma gentileza da CIAL (Coca-Cola) e o Forno de Minas também apoiou a virada.


Foto: A Bela Adormecida se arruma para conquistar o marido de Branca de Neve

Suyene Correia

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Funarte abre editais para Dança e Teatro

Desde o dia 15 de setembro, que a Fundação Nacional de Artes (Funarte) abriu o edital da terceira edição do Prêmio de Dança Klauss Vianna, que, com patrocínio da Petrobras, viabilizará a realização de 69 projetos voltados para o desenvolvimento de atividades artísticas na área de dança. Os prêmios, que variam de R$ 20 mil a R$ 80 mil, serão distribuídos entre selecionados em duas categorias: montagem de espetáculos e manutenção de programas de grupos ou companhias de dança. Com investimento total de R$ 3 milhões, o Prêmio Klauss Vianna beneficiará todos os estados brasileiros. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 30 de outubro, pelo correio.
Desde a criação do Prêmio de Dança Klauss Vianna, em 2006, já beneficiou 199 companhias ou grupos de dança brasileiros. O nome do prêmio homenageia o bailarino Klauss Vianna (1928-1992), professor e criador de um método próprio, precursor da preparação corporal para atores e bailarinos no Brasil.
Na mesma data, foi lançada a terceira edição do Prêmio de Teatro Myriam Muniz
que viabilizará a realização de 166 projetos voltados para o desenvolvimento de atividades artísticas na área de teatro, em todas as suas modalidades. Os prêmios variam de R$ 20 mil a R$ 100 mil e serão distribuídos entre selecionados em duas categorias: montagem de espetáculos e manutenção de programas de grupos ou companhias de teatro. Com investimento total de R$ 7 milhões, o Prêmio Myriam Muniz beneficiará todos os estados brasileiros.
O prazo de inscrições é o mesmo do Prêmio de Dança Klauss Vianna e mais informações podem ser encontradas no site www.funarte.gov.br

Suyene Correia

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

No Descompasso da Orquestra






O dia ontem foi agitado!!! Entrevista coletiva pela manhã com alguns atores (Murilo Rosa, Othon Bastos, Orlando Vieira) do filme "Orquestra dos Meninos" e mais a produtora Gláucia Camargos, o diretor Paulo Thiago e o verdadeiro Mozart Vieira. Até que esse encontro foi pontual ou quase (com um atraso de cerca de meia hora).


Mas passado o "chá de cadeira", a coletiva fluiu normalmente, com algumas perguntas de praxe, óbvias, mas outras inteligentes. Os entrevistados porém, se entusiasmaram e as respostas que poderiam ser mais concisas, viraram verdadeiros tratados. Para quem tinha que voltar para a redação e redigir o texto, a espera foi um suplício. No entanto, o pior estava por vir.


A pré-estréia marcada para iniciar às 19h, em seis salas simultâneas do Cinemark, acabou tendo um atraso de quase uma hora e meia e muitos convidados acharam melhor, assistir ao filme em DVD.


A atriz (esqueci o nome dela, desculpe) que viveu a mulher de Tonhão du Imbuaça, na telona, foi uma dessas que desistiu de esperar. Ela e alguns amigos, saíram da sala quando o relógio marcava 19h40. O motivo do atraso, ainda é incerto... Coisas do Brasil!!!


A maioria dos convidados, porém, da sala 6 (onde eu estava) agüentaram o tranco de não ter jantado e preferido ser pontuais. Não arredaram o pé do cinema e até ensaiaram umas palmas orquestradas...


Finalmente, a projeção iniciou e pela abertura da película dava prá imaginar que a mesma seria bem afinada (créditos iniciais e música bem casados). Ledo engano. A história de Mozart Vieira e sua "Orquestra dos Meninos" tentou envolver o público com apelo melodramático, mas o tiro saiu pela culatra. Ou melhor a orquestra desafinou, saiu do compasso.


Murilo Rosa vivendo o personagem principal, até que convence. Mas Priscila Fantin, em papel pequeno, poderia muito bem ter ficado no Rio de Janeiro e Paulo Thiago ter escolhido alguém daqui para viver a Creusa.


Não que o diretor não tenha recrutado vários atores da terra (Orlando Vieira -em papel minúsculo-, Vieira Neto, César Macieira, Tonhão du Imbuaça, Tetê Nahas, Diane Veloso, Luís Carlos Reis) entre tantos, mas é que em alguns casos eram sub-aproveitados, em outros, mal dirigidos (alguns atores de teatro estavam over demais).


A salvação da lavoura foram os garotos que formaram a orquestra. Essa galera amadora, sem vícios e nem esteriótipos, foi que deu vida ao filme. Ainda que em uma cena ou outra, tenha acontecido uma atuação mais forçada, a exemplo da execução do Hino Nacional.


Mas como disse Murilo Rosa durante a coletiva: "esses meninos é que são a alma do filme".


Thiago poderia ter explorado mais as potencialidades de cada um. Faltou maior aproveitamento da parte dele.


O filme tecnicamente, porém, tem uma bela fotografia e duas cenas muito bem filmadas (a da 1a apresentação da orquestra na igreja de São Cristóvão e a dos meninos com o maestro, à noite, próximo à ponte em Laranjeiras). A edição de som também merece elogio, o mesmo não posso dizer da direção de arte, que apresentou algumas falhas bem visíveis. O mapa de Sergipe deformado (proposital?); a viatura da polícia descontextualizada da época em que se passa a história; tinha uma faixa de político ao fundo na cena do ensaio na chuva ou eu enxerguei demais?

No mais, o filme pode ter sido bom para quem fez, para o Estado e para a equipe técnica.


Para o espectador que esperou quase uma hora e meia para conferir o tão falado "filme 100% realizado em Sergipe", ficou um quê de frustração. Pelo visto, a Orquestra desafinou.


Próximo concerto? "O Senhor do Labirinto"...

Foto 1: Gláucia Camargos e Murilo Rosa durante a coletiva

Foto 2: Além dos convidados acima citados, compuseram a mesa, João Andrade (presidente do Banese), Eliana Aquino (a primeira dama do Estado) e Eloisa Galdino (Secretária do Estado de Comunicação Social)

Foto 3: Priscila Fantin assediada pelos fãs

Foto 4: Alguns dos meninos que formaram a Orquestra no filme

Crédito das Fotos e texto: Suyene Correia

domingo, 28 de setembro de 2008

Paul Newman: Inesquecível....


Estou um pouco atrasada nessa postagem, mas o que vale é a intenção e a lembrança. Daqui a pouco irei rever "Gata em Teto de Zinco Quente" (1958), com Paul Newman e Liz Taylor, em homenagem ao ator, que morreu na última sexta-feira, vítima de um câncer de pulmão.
Esse é um dos filmes que mais gosto de Newman. É bem verdade que não assisti a tantos assim, protagonizado pelo galã de olhos azuis cristalinos, mas os pouco que conferi, a exemplo de "Cortina Rasgada"( 1966), "Inferno na Torre" (1974), "O Veredicto" (1982), "Ausência de Malícia" (1981), "Butch Cassidy"(1969), "Estrada Para a Perdição" (2002), dá para ter uma noção do talento do rapaz.

Casado com a atriz Joanne Woodward, daltônico e apaixonado por carros de corrida, Newman foi indicado ao Oscar, em 10 ocasiões, só vencendo em 1986, pelo filme "A Cor do Dinheiro".
Na festa do Oscar é sempre assim. Na maioria das vezes, os atores tarimbados, terminam vencendo a estatueta dourada, por atuações medianas. Diz a crítica que ele está muito bem em "O Mercador de Almas" (1958) e "O Indomado" (1963). Esses dois ainda preciso ver.
Quem quiser conhecer um pouquinho mais o talento desse norte-americano, ex-aluno do Actor's Studio, basta alugar um desses filmes acima citado. Lá na Super Video Locadora (do amigo Ivan Valença) você encontra a maioria. Não perca tempo!!!!

Suyene Correia

sábado, 27 de setembro de 2008

Café Cultural no SESC

Ontem, no início da noite, fui ao Sesc/centro conferir o Café Cultural promovido pela instituição.
À frente do projeto, os arte-educadores Wolney Nascimento e Cristiane Barbosa, que desde cedo, já interagiam com os participantes, explicando o objetivo do encontro mensal.
Na estréia do Café Cultural, o assunto abordado foi HQs. Dessa vez, o foco foi Fotografia.
Não só profissionais da área, como também amadores e iniciantes discutiram de uma forma informal, os rumos da arte de fotografar no Estado.
Diga-se de passagem, que em alguns momentos, as discussões tenderam ao trabalho do fotojornalista, tendo em vista que esses fotógrafos, em sua maioria, são os que produzem também material de qualidade para as parcas exposições que acontecem em Sergipe.
No entanto, alguns participantes acharam que o tema deveria se deter na fotografia como "arte" e não, necessariamente, no trabalho executado diariamente pelos repórteres fotográficos.
Wolney, então, chamou a atenção dos questionadores, de que não era interessante "fechar" o foco para essa ou aquela vertente da fotografia, mas discuti-la da forma mais abrangente possível.
Direcionamento que foi acatado, a partir de então, fazendo com que o papo fosse mais interessante. Depois de um belo café oferecido aos participantes e pouco mais de duas horas de conversa, o Café Cultural foi encerrado com um resultado positivo.
No próximo mês, ainda sem data definida, o tema será Vinil. Os amantes desse tipo de registro fonográfico fiquem de sobreaviso desde já e para aqueles que comercializam o produto, vale a pena aparecer por lá para faturar um agrana extra.
Parabéns ao pessoal do Sesc envolvido no projeto e vida longa!!!
Até o próximo encontro...

Suyene Correia

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Antonio Márquez: IMPECÁVEL!!!!!!!!!






Acabei de chegar em casa, após o extasiante espetáculo de dança flamenca, da Compañía de Danza Antonio Márquez. Foram 90 minutos de pura magia, excelência em execução, técnica e beleza.


Márquez, que já tinha realizado uma bela apresentação, no ano passado, superou as expectativas da maioria do público que compareceu ao Teatro Tobias Barreto. Ao contrário do espetáculo anterior, em que o bailarino e coreógrafo apresentou fragmentos de outros espetáculos de seu repertório, "Antonio, El Embrujo de La Danza” é uma narrativa de começo, meio e fim, em que ele homenageia seu principal mestre, Antonio Ruiz Soler.


O início da apresentação- meio musical da Broadway- dava indícios de que Antonio estava a brincar com aqueles que se dirigiram ao TTB, para apreciar a autêntica dança espanhola. No entanto, à medida que os minutos passavam, o envolvimento do sapateado, das bulerías e outras variações do flamenco contagiava a platéia.

Márquez no meio do palco solando, era puro deleite. Por duas vezes, ele chegou a ser ovacinado (durante a execução de Bolero de Ravel) e nos agradecimentos, quando demonstrou que tem de sobra um excelente condicionamento físico.

Fim de espetáculo. Platéia entusiasmadíssima e elogios nos quatro cantos do recinto.

Era o reconhecimento de quem pagou relativamente caro, mas saiu satisfeito com a qualidade do produto cultural. Isso porque, Márquez esbanja prazer em dançar e alia, como poucos bailarinos de sua especialidade, a técnica irrepreensível e o talento.


Que ele volte sempre às Terras de Ará. Os apreciadores da dança flamenca e curiosos agradecem.

Foto 1: A jornalista Renata Ouro e Antonio Márquez em foto de Solange Gomes


Foto 2 e 3: Alguns momentos marcantes do espetáculo


Foto 4: Antonio Márquez em meio às fãs, à produtora cultural Solange Gomes (de azul) e o bailarino que personifica seu mestre Antonio Soler


Crédito das Fotos: Renata Ouro

Suyene Correia