quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Seguindo a Caravana de Céu


Passaram-se três anos, desde o seu último trabalho- “Vagarosa”-, mas a cantora paulista Céu continua mostrando que é uma artista talentosa, versátil e promissora. Em seu disco mais recente, “Caravana Sereia Bloom”, uma espécie de “road disco” como ela mesma classifica, Céu evoca um som mais retrô, explorando não só o rock, mas também o reggae e o brega. 

É um caminho que já se fazia presente no disco de estreia “Céu” (2005) e “Vagarosa” (2009), mas de forma tímida, muito discreta. Agora, Céu se arrisca mais, explora de forma consciente e tranquila novos ritmos e rumos estéticos, deixando de lado o samba e o afrobeat que marcaram seus discos anteriores.

Talvez uma parcela dos fãs torça o nariz para a mudança de direção que a cantora tomou, mas o ideal é relaxar numa rede ou num sofá confortável e curtir o reggae de “Asfalto e Sal”, parceria de Céu e do marido, Gui Amabis; a regravação do ska sessentista “You Won’t Regret It” (Lloyd Robinson/Glen Brown); o rockzinho “Amor de Antigos” e a bela “Retrovisor” ambas de autoria da cantora; a delicada versão de “Palhaço” (Nelson Cavaquinho/Oswaldo Martins/Washington) com direito a participação do pai, Edgard Poças no violão e assovio.

O brega chega pulsando no ritmo de “Baile de Ilusão” e o R & B é presença em “Chegar em Mim”, contribuição de Jorge Du Peixe. Completam o CD, mais duas músicas interpretadas em língua inglesa- “Streets Bloom” (Lucas Santtana) e “Fffree” (Céu); “Sereia”, canção dedicada à filha Rosa Morena; “Falta de Ar” (Gui Amabis) e “Contravento” (Gui Amabis/Lucas Santtana).

Sem dúvida, “Caravana Sereia Bloom” é o disco mais pop da cantora que já mostrou que seu trabalho é bastante aceito nos Estados Unidos e na Europa. Seu primeiro disco apareceu na primeira posição nos rankings "Heatseekers (new artist)" e "World Music", e na posição 57 do "Hot 100", todos da Billboard. Foi a mais alta posição nas paradas dos EUA já alcançada por uma artista brasileira, desde Astrud Gilberto com "Garota de Ipanema", em 1963.
 
Em 2006, Céu foi indicada para o Grammy Latino na categoria melhor artista revelação, e para o Prêmio Tim de Música na categoria melhor cantora. Em 2007, foi indicada para o Grammy na categoria melhor álbum de world music contemporânea e apresentou-se na abertura dos XV Jogos Panamericanos sediados no Rio de Janeiro.Agora, é esperar pelo frutos que serão colhidos após difusão desse trabalho.

Quanto à caravana da garota, bem que podia aportar por aqui algum dia, não??

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Oscar 2012

Todo o ano é a mesma coisa. Por mais que eu ache a Cerimônia longa, enfadonha e muitas vezes injusta, não resisto a assistir a entrega do Oscar pela TV, cuja transmissão este ano, acontecerá no dia 26 de fevereiro, direto do Kodak Theater. Estarei domingo, à noite, torcendo para que “O Artista” de Michel Hazanavicius abocanhe os prêmios de Melhor Filme, Direção, Ator Principal, Trilha Sonora e Fotografia.

Ainda que dos nove indicados, eu não tenha visto “O Homem que Mudou o Jogo” de Bennett Miller, “Tão Forte e Tão Perto” de Stephen Daldry e “A Invenção de Hugo Cabret” de Martin Scorsese, acredito que somente este último (dizem os críticos que o conferiram, ser um arrojo de tecnologia aliada a uma boa história) possa ser páreo para o filme mudo e em P & B, do francês Hazanavicius.

Vários filmes com a temática das transformações ocorridas no cinema e seu impacto na vida dos astros e estrelas, já foram realizados de maneira singular, como em “Cantando na Chuva” de Stanley Donen e Gene Kelly e “Crepúsculo dos Deuses” de Billy Wilder, que abordam a transição do cinema mudo para o falado. Em “O Artista”, o assunto é trazido à tona novamente, e mesmo que o roteiro não seja lá dos mais inspirados, ele consegue aliar drama, comédia e romance, na medida certa, envolvendo o público e emocionando, sobretudo, os cinéfilos.

Martin Scorsese não deixa barato e oferece ao público jovem, através da tecnologia de ponta 3D, a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história de um dos inventores dos efeitos especiais, o cineasta George Méliès (1861-1938). É o diretor da contemporaneidade se aventurando pela primeira vez com essa tecnologia, ao mesmo tempo em que coloca em evidência o diretor francês de “Viagem à Lua” (1902), que levou para as telas no início do século passado, seus experimentos com trucagens que o celebrizaram em mais de 500 títulos.


“O Artista” concorre em 10 categorias e “A Invenção de Hugo Cabret” em 11. A briga pela estatueta de Melhor Direção também deverá ficar entre Martin Scorsese (sétima nomeação, venceu por “Os Infiltrados”) e Michel Hazanavicius (primeira nomeação). O sentimento de nostalgia parece ter tomado conta da Academia este ano. Resta saber qual das duas abordagens fisgará os acadêmicos.

Com relação ao Melhor Ator, penso que o francês Jean Dujardin sairá com a douradinha nas mãos no próximo domingo. Por mais que digam que George Clooney esteja bem em “Os Descendentes”, acho o filme tão pretensioso que não consigo vê-lo em grande forma ali. É uma pena que “Tudo Pelo Poder” dirigido por Clooney e estrelado por Ryan Gosling esteja completamente de fora da premiação. Ambos bem que poderiam estar concorrendo em suas respectivas categorias. Uma das injustiças desse ano.

Enquanto na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, parece ser certa a vitória de Christopher Plummer, pela sua atuação em “Toda Forma de Amor” de Mike Mills, a emoção deverá tomar conta no momento do anúncio das atrizes vencedoras, seja na categoria de Atriz Principal, seja na de Atriz Coadjuvante.

Viola Davis e Meryl Streep, que já atuaram juntas em “Dúvida” (2009) e também concorreram à estatueta, respectivamente, de Atriz Coadjuvante e Atriz Principal por aquele filme, agora duelam na mesma categoria principal e com grandes chances. Ou os acadêmicos irão preferir a técnica acurada de Streep que está soberba como Margaret Thatcher em “A Dama de Ferro” ou preferirão a emocionante interpretação de Viola Davis em “Histórias Cruzadas”, em que dá vida à personagem Aibileen Clark (bem que poderia ter um empate este ano, não?). Correndo por fora, estão também as competentes Rooney Mara (“Millennium- Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”), Glenn Close (“Albert Nobbs”) e Michele Williams (Sete Dias com Marilyn).

Já na categoria de Atriz Coadjuvante, aposto em Octavia Spencer pelo seu papel (que nada tem de secundário) em “Histórias Cruzadas” na pele da impagável Minny Jackson. Se ela estivesse concorrendo na categoria principal, daria a estatueta para a inglesa Janet Mcteer que está ótima no ainda inédito por aqui “Albert Nobbs”.

Se vou acertar em muitas categorias ? Não sei dizer, mas não me conformarei se o excepcional filme iraniano “A Separação” perder na categoria Filme Estrangeiro (deveria também ganhar como Melhor Roteiro Original) e  “Rango” não ganhar como Melhor Animação. No mais, a cerimônia de entrega do Oscar pode parecer óbvia em vários aspectos, porém sempre traz uma novidade, uma cena inusitada, um momento tocante e talvez por conta disso, valha a pena conferir ano após ano a premiação.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Recesso de Carnaval

Pessoal, o Bangalô Cult entrará em recesso, a partir de amanhã. Após o Carnaval, o blog voltará recheado de novidades culturais e com um balanço sobre os indicados ao Oscar (meus palpites sobre os vencedores nas principais categorias).

Aqueles que não viajarem para outros Estados, durante a festa Momesca, aproveitem que no Cinemark Riomar entrará em cartaz "A Dama de Ferro" e no Jardins, "Hugo Cabret". Atentem que os filmes do Cine Cult também irão mudar.

Pelo jeito, não será um Carnaval tão ruim assim, em termos cinematográficos para os sergipanos.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

E o Teatro Atheneu ?

Passados 12 dias da suposta data de inauguração do novo Teatro Atheneu, até agora a imprensa não foi informada de quando, de fato, as portas do teatro serão abertas para a sociedade sergipana. Semana passada o governador Marcelo Déda e a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, estiveram em Brasília para uma reunião com a ministra Ana de Hollanda.

Entre as pautas: Teatro Atheneu, Gonzagão, Sala Avenida Brasil (Cinema da Rua do Turista) e kits pendentes do Cine Mais Cultura. Ora, se no encontro realizado na capital federal, ainda tinha assunto a tratar sobre a segunda maior casa de espetáculos do Estado, porque marcaram a reabertura para uma data inadequada ?

Pelo visto, só veremos o resultado final do investimento de R$ 3 milhões, no II Festival de Teatro Sergipano. Quer apostar quanto ?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Semana de Arte Moderna - 90 Anos

Em comemoração aos 90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, no próximo dia 13 de fevereiro (segunda-feira), a partir das 19 horas, no auditório da Sociedade Semear, acontece a palestra “Semana de Arte Moderna – 90 anos depois”, proferida pelo artista plástico Antônio da Cruz. O evento é gratuito e aberto ao público.

Na palestra, Cruz pretende propor uma reflexão sobre o que foi e qual a importância daquela semana que agitou o Teatro Municipal de São Paulo, cuja visão de cultura, posteriormente, mais silenciosa do que barulhenta, foi se espalhando paulatinamente por vários estados brasileiros. Além disso, ele pretende fazer um recorte enfatizando as artes visuais dentro da Semana de 22; os fatos antecedentes e pós-semana, as articulações nos bastidores, os artistas de destaque, as frustrações, o engajamento político, as divisões, e, claro, as muitas polêmicas por todos os lados.

“A Semana de Arte Moderna completa 90 anos no dia 13 de fevereiro de 2012. Este fato cultural entrou para a história do Brasil, quando poderia ser simplesmente mais uma das esquisitices de jovens burgueses. Na verdade, ali se deu um passo importante para o Brasil se autorreconhecer. Ainda que, inspirado nos movimentos vanguardistas europeus, o movimento modernista brasileiro ganhou feição própria, pois teve no seu bojo a iniciativa da valorização dos elementos populares até então secundados”, comenta Antônio da Cruz.

O evento é uma parceria entre o Fórum Permanente de Artes Visuais de Sergipe, a Sociedade Semear, a Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju (AAPLASA) e o Grupo de Artistas Glorienses.

XI Concurso de Escultura na Areia

Acontecerá neste sábado, a partir das 7h, na Orla de Atalaia (próximo aos palcos do Projeto Verão), o XI Concurso de Escultura na Areia. Promovido pela Prefeitura Municipal de Aracaju, através da Funcaju e da Galeria de Arte Álvaro Santos, o concurso visa entre outras coisas, valorizar o trabalho dos artistas participantes e difundir o conhecimento sobre a arte de modelagem na areia.

Participarão até 20 equipes, formadas por três artistas ou um artista e dois auxiliares. O representante de cada equipe deverá comprovar, através de currículo, a sua participação, no mínimo, em duas exposições coletivas em qualquer galeria de arte ou espaço equivalente.

Para a avaliação das obras esculpidas, serão levados em considerção, a tridimensionalidade, auto-sustentação (a escultura tem que se manter firme até o julgamento), originalidade e harmonia.

A partir das 16h, começará o julgamento das obras, premiando os três primeiros colocados:  R$ 3.000,00 (primeiro lugar), R$ 2.000,00 (segundo colocado) e R$ 1.500,00 (terceiro colocado) e concedendo três Menções Honrosas.

Precisamos falar sobre os Indicados do Oscar 2012

Um amigo meu me perguntou, recentemente, se o Bangalô Cult faria a tradicional promoção do Oscar. Eu respondo agora, não só para ele, mas para os outros seguidores do blog, que este ano, farei meu protesto contra o evento e não promoverei a enquete.

Não é de agora que o Oscar vem me decepcionando. A cada ano, geralmente, minhas frustrações acontecem após a premiação, quando uma atriz ou um filme perde injustamente a estatueta, porque na cerimônia do ano anterior, já foram cometidos alguns erros e, eles aproveitam a próxima festa, para corrigi-los. 

Este ano, decepcionei-me antecipadamente, por ocasião da divulgação da lista dos concorretes. Em primeiro lugar, esperava que "Tudo pelo Poder" de George Clooney teria seu lugar garantido na categoria Melhor Filme. Mas isso não aconteceu, além da lista ter sido reduzida a nove filmes.

Outro absurdo, na minha opinião, foi a inclusão de "Cavalo de Guerra" de Spielberg, na lista dos "nove mais". Quem assistiu ao filme e tem o mínimo de bom senso, percebe que jamais ele poderia constar numa lista de qualquer premiação (a não ser do Framboesa de Ouro). Um dos piores de sua filmografia.
E o que dizer de "Os Descendentes" de Alexander Payne ? Concorrendo a cinco indiações, entre as quais Filme, Diretor e Ator ? Parece que os votantes, realmente, não tinham muita escolha esse ano. 

Como se não fosse pouco (agora estou confiando na opinião de outros críticos, pois não conferi ainda este filme), a atriz Tilda Swinton foi completamente desprezada pelos colegas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, não tendo sido indicada a Melhor Atriz, pela sua atuação em "Precisamos Falar Sobre Kevin" de Lynne Ramsay. Além disso, quem leu o livro (estou lendo-o) e já conferiu o longa-metragem homônimo, também confirma a excelente adaptação do roteiro.

Nem a categoria Filme de Animação salvou-se. É bem verdade que "Rio" do brasileiro Carlos Saldanha dificilmente ganharia de "Rango" de Gore Verbinski. Mas a ficar de fora da disputa, podendo ocupar o lugar de "O Gato de Botas" de Chris Miller ?
Até no quesito musical,  a imprevisibilidade se fez presente. Apenas duas canções (diga-se de passagem, de  animações) estão concorrendo este ano e, já foi anunciado que não haverá apresentação ao vivo das mesmas, na noite do Oscar 2012. "Real in Rio" do filme "Rio" e "Man or Muppet" do filme "Os Muppets" estão no páreo. Será que a música de Sérgio Mendes perderá???

Promoção de Oscar no Bangalô Cult ? Talvez, só no ano que vem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Magia do Cinema Mudo

O Artista_vencedor do Oscar 2012

Dos concorrentes ao Oscar de Melhor Filme deste ano, ainda não tive a oportunidade de assitir a "O Homem que Mudou o Jogo", "Tão Perto e Tão Forte" e "A Invenção de Hugo Cabret". Penso que pelo que a mídia comentou até o momento, talvez só o filme de Martin Scorsese ( "A Invenção de Hugo Cabret", indicado a 11 categorias) possa fazer frente a "O Artista" (concorrente em 10 categorias).
Não saberia por quem torcer. Já que boto fé no talento de Scorsese, mas não posso desconsiderar, o esforço alcançado, com sucesso, pelo diretor Michel Hazanivicius, em nos levar através de uma viagem temporal, até a Hollywood dos anos de 1927.
É lá que conheceremos o galã George Valentin (Jean Dujardin), estrela do cinema mudo, que não cansa de se promover, a partir das estreias de seus filmes. Após uma dessas sessões especiais, ele conhece uma fã, Peppy Miller (Bérénice Bejo), que acidentalmente esbarra no astro e é flagrada ao seu lado por repórteres fotográficos.
No dia seguinte, a foto é estampada em primeira página da Variety e a esposa de Valentin, Doris (Penelope Ann-Miller) demonstrando ciúmes, questiona sua relação com a garota.  Negando qualquer envolvimento com a mesma, Valentin, então, brinca com seu cachorro Jack (Uggie) e prepara-se para no dia seguinte, participar de uma nova produção.
Chegando nos Estúdios Kinograph, ele depara-se com Peppy e descobre que a jovem pretende ingressar na carreira de atriz. Com um empurrãozinho camarada de George Valentin, ainda que o chefe Al Zimmer (John Goodman), inicialmente, faça objeção à contratação de Peppy Miller, ela consegue ascender rapidamente na carreira de atriz.
Passados dois anos da mudança do Cinema Mudo para o Cinema Falado, George não consegue acompanhar o ritmo da novidade e, num sinal de resistência, decide dirigir e atuar nos seus próprios filmes. O problema é que o público não quer mais saber de filmes mudos e com a economia do país em frangalhos, por conta do "Crash de 29", Valentin vê-se à beira da falência, depois de ter investido até o último centavo, no seu primeiro (e último) filme fracassado.
O que o espectador acompanha, a partir daí, é o movimento de ascensão e queda de dois astros (e gêneros) bem distintos,  mas que são unidos por uma paixão. O romance que perpassa a trama é um mero detalhe, e em nada, enaltece a película. O grande mérito de "O Artista" (através da direção de Hazanavicius, da interpretação da dupla de atores-concorrentes aos Oscar-, da reconstituição de época e da trilha sonora) é chamar a atenção para o público jovem, muitas vezes impaciente para com filmes sem grandes efeitos, que cinema na sua essência pode ser mudo, P&B e emocionar como magia, não importando se foi realizado em 1920 ou 2011.
Um verdadeiro deleite!!

Obs: "O Artista" concorre nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Ator Principal, Atriz Coadjuvante,  Direção de Arte, Fotografia,  Figurino,  Montagem, Trilha Sonora Original, Roteiro Original


Legenda da Foto: George Valentin e Peppy Miller: um encontro fortuito que mudará suas vidas

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Inscreva-se para o DocBrazil Festival

Estão abertas até 15 de março as inscrições para a terceira edição do DocBrazil Festival, evento que exibe documentários brasileiros na China. Com inscrições gratuitas, o festival tem o objetivo de atuar como uma plataforma criativa envolvendo parcerias e atividades paralelas, reunindo cada vez mais público no encontro e reinvenção da percepção do Brasil.

Os participantes podem inscrever mais de uma obra, devendo preencher um formulário para cada material. Os documentarias deverão entregar um termo de autorização de exibição de imagem, DVDs com legenda em inglês, fotos, material promocional e lista de diálogos.

A lista dos trabalhos selecionados será divulgada dia 5 de maio, na página do festival (www.docbrazilfestival.com). Mais informações através do e-mail docbrazilfestival@gmail.com

"Trinca de Ases" rumo ao Oscar 2012

Histórias Cruzadas_Oscar 2012

O que seria de "Histórias Cruzadas" se não fosse as interpretações de Viola Davis, Octavia Spencer e Jessica Chastain ? Provavelmente, um filme cheio de fórmulas manjadas para fazer o espectador se emocionar a cada 20 minutos (como foi o caso de "Cavalo de Guerra", de Steven Spielberg) e mais nada.

O mérito da película dirigida por Tate Taylor (e com vantagem sobre Spilberg por não querer fazer algo pretensioso), sem dúvida, é seu casting de atrizes. Desde as empregadas negras Aibeleen Clark (Davis) e Minny Jackson (Spencer), até a novata jornalista e escritora 'Skeeter' (Emma Stone), a caipira Celia Foote (Chastain), a malvada Hilly (Bryce Dallas Howard) e a demente Missus Walters (Sissy Spacek, em atuação inspirada), o que dá para confirmar de imediato é o talento das atrizes mencionadas, além de um ótimo trabalho de direção de atores.

O assunto principal do filme, que concorre a 04 estatuetas do Oscar deste ano (Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante (02)) é o racismo que impera na cidade de Jackson, Estado de Mississipi em plena década de1960. Através de duas empregadas negras -Aibelenn e Minny- acompanhamos o tratamento imposto pelas empregadas brancas a essas domésticas e babás, que são tratadas como "escravas" e sofrem restrições sociais numa comunidade onde a Ku Klux Klan ainda agia.

Na contramão da lógica vigente, Eugenia Phelan, uma jovem recém formada jornalista retorna à sua cidade natal e, ao desconfiar que sua babá, depois de trabalhar quase 30 anos para sua família foi despedida, além de se deparar com situações constrangedoras envolvendo suas amigas da high society e a classe doméstica, decide escrever um livro denúncia, sobre a pesada segregação sofrida pela comunidade negra.

O problema é que a história será contada sob a ótica das empregadas e num Estado como o Mississipi, onde o silêncio deve imperar para os negros e brancos que forem a seu favor,  todo o cuidado é pouco. Tomadas as devidas precauções, Skeeter consegue arregimentar um número considerável de depoimentos e formatar um livro ousado e  emocionante.

Ainda que utilizando nomes fictícios para os personagens, quando as socialites da cidade de Jackson deparam-se com aquela publicação, é inevitável a identificação com certas situações narradas e Hilly Holbrook, a "megera indomada", não perderá tempo em se vingar.

Mesmo sendo um filme deliberadamente emocionante, sobre a segregação racial nos anos 1960, nos EUA, "Histórias Cruzadas" derrapa em alguns aspectos. Não se aprofunda nos eventos históricos e políticos da época, priorizando um tratamento mais intimista quanto aos dramas vividos pelos negros. En passant, é mostrado através de noticiários, o discurso de Martin Luther King em Washington e a morte do presidente Kennedy, mas nada além disso.

Ao mesmo tempo, "carrega nas tintas" quanto ao liberalismo de Celia Foot ( a ótima Chastain), que não hesita em comer na mesma mesa com Minny ou preparar um jantar especialmente para ela, em agradecimento pelos seus préstimos.

Ainda assim, é inquestionável a comoção que o filme provoca na plateia. Difícil é olhar para o lado após a sessão e não flagrar alguém com os olhos inchados. Mas isso me fez refletir uma coisa: quantas daquelas donas de casa, que choravam pelo drama mostrado em "Histórias Cruzadas", não agiam em suas casas como uma espécie de Hilly, versão atenuada ?

Legenda da Foto: Skeeter (Emma Stone) aperta a mão de Aibeleen (Viola Davis) enquanto Minny (Octavia Spenser) observa

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Aberto Edital para o II Festival Sergipano de Teatro

O II Festival Sergipano de Teatro (FEST), que acontecerá de 14 a 28 de março, está com edital aberto para 17 grupos integrarem à programação. As inscrições já estão abertas e seguem até o dia 29 de fevereiro (para mais informações, acesse o endereço eletrônico: http://divirtase.se.gov.br/editais ). Cada grupo selecionado receberá prêmio em cachê para se apresentar no evento. 

Serão escolhidos grupos nas categorias teatro de rua, teatro infantil, teatro de palco e teatro de bonecos. Além dos espetáculos selecionados pelo edital, irão compor a programação do II Festival Sergipano de Teatro, 18 grupos convidados, dentre os quais, seis serão dos Estados da Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.


O festival contará com apresentações de 35 espetáculos, sendo 28 grupos sergipanos. Assim como ocorreu em 2011, as encenações acontecerão nos espaços fechados dos teatros Tobias Barreto, Atheneu e Lourival Baptista, e abertos como a Praça Fausto Cardoso, o Mirante da 13 de Julho e a Rua da Cultura. Vale a pena lembrar que todas as atividades do II FEST têm entrada franca. 

Outro ponto forte da programação será a realização do segundo módulo da oficina de interpretação ‘Espontaneidade e desenho no espaço e o artista produtor’, com a atriz e diretora Deborah Finocchiaro, do Rio Grande do Sul. Também ocorrerá a segunda etapa da residência teatral em Bertolt Brecht, com o especialista Eduardo Montagnari, de São Paulo.

P.S. Enquanto isso, a classe artística espera ansiosa a reabertura do Teatro Atheneu, cuja inauguração foi adiada ainda sem data definida.