quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vanguart no Teatro Atheneu

Vanguart_foto Ariel Martini_http://bangalocult.blogspot.com
Vanguart lançará novo disco em Aracaju

Se dizem que o amor é o maior dos sentimentos, o que poderia ser maior que ele? O que há além disso? É esse o questionamento que traz o terceiro álbum da banda Vanguart, “Muito Mais que o Amor”, lançado recentemente pela Deck. Quem comparecer ao show de amanhã, às 19 h, no Teatro Atheneu, poderá conferir o repertório desse disco e outras canções da banda matogrossense.

Se no elogiadíssimo álbum anterior, “Boa Parte de Mim Vai Embora” (Deck), suas canções eram melancólicas, sobre um amor que acabou, nesse novo trabalho, talvez querendo dizer que o amor perdido no anterior foi substituído por um outro, o Vanguart mostra um outro lado, com letras mais diretas e mais alegres.

O disco é composto por 11 faixas, a maioria assinada pela dupla Helio Flanders e Reginaldo Lincoln. O grupo formado por Helio (voz violão, trompete, gaita, Rhodes, bandolim), Reginaldo Lincoln (voz, baixo, bandolim), Douglas Godoy (bateria), Luiz Lazzarotto (teclado) e David Dafré (guitarra e clarinete), agora tem como membro oficial a violinista Fernanda Kostchak. “Muito Mais que o Amor” foi gravado entre os estúdios Tambor (RJ) e o El Rocha (SP) e produzido por Rafael Ramos.

O ingresso para o show custa R$ 35.

Crédito da foto: Ariel Martini

Contagem Regressiva para o Festival Zons



 
Elvis Boamorte e os Boavidas_foto SNAPIC_http://bangalocult.blogspot.com
Elvis Boamorte e os Boavidas tocarão no Zons

Há cerca de dois meses, a dupla formada pelo fotógrafo Victor Balde e o músico Aragão me procurou, a fim de divulgar o projeto Zons (que engloba a gravação de um DVD e a realização de um festival cultural). Na época, eles tentavam captar, através de financiamento colaborativo pela plataforma Catarse, a quantia de R$ 7.700, necessária para a prensagem de mil cópias de DVD e produção de camisas exclusivas com a arte de Duardo Costa.

Com o objetivo alcançado, agora as atenções estão voltadas para a realização do Festival  Zons, no próximo dia 9 de novembro, com atividades marcadas para acontecer, a partir das 8h, na Reciclaria (em frente ao Aeroporto de Aracaju) e, às 16h, no Racho Por do Sol (Rodovia dos Náufragos).

Segundo Victor Balde, a ideia de agregar atividades como pilates, dança, poesia, palestras e minicursos às apresentações musicais, segue o pensamento dos idealizadores e participantes, de que muito mais do que um festival de música, o Zons deve ser um festival de vivência, um festival cultural.

“Por isso,  as atividades começam às 8h, na Reciclaria, com aula de pilates com Renata Mello e prossegue com palestras sobre sustentabilidade (Cristiane Nogueira), mobilidade urbana (ONG Ciclo Urbano) e street art (Duardo Costa). À tarde, acontecem os minicursos de fotografia de música (Marcelinho Hora), culinária vegetariana (Daniela Rodrigues) e captação de áudio direto (Dudu Prudente e Luiz Oliva). Já no Rancho Por do Sol, além das apresentações das bandas, haverá campeonato de skate, live paiting com 12 artistas sergipanos, sarau de poesia, dança (Cubos Cia. de Dança), grupo teatral Caixa Cênica, exposição de José Fernandes e longe com DJ”.

Para participar das palestras ou da aula de pilates, basta que o interessado, munido do ingresso para o festival, doe um livro. Já para participar dos minicursos, o acesso dar-se-á através da doação de dois livros. Balde confirma também um curso mais extenso, com duração de três dias, com o roadie Blau (que trabalha com Arnaldo Antunes). 

Segundo o fotógrafo, os participantes do curso terão aulas práticas com o experiente Blau, durante a montagem do palco no Racho Por do Sol, para os shows das bandas Ato Libertário, A Banda dos Corações Partidos, Elvis Boamorte e os Boavidas, Máquina Blues e The Baggios, que fizeram parte da gravação do DVD.

“Além dessas bandas, decidimos convidar a Plástico Lunar, para abrir o festival e, automaticamente, ela já está escalada para participar do segundo DVD do projeto, a ser gravado no próximo ano, bem como para tocar na segunda edição do Zons”.

Os ingressos antecipados para o Festival Zons custam R$ 25 e estão à venda em quatro locais: Markus Tatoo (rua Capela, 28); Restaurante Ágape (em frente à Biblioteca Epifânio Dória); Reciclaria (em frente ao Aeroporto de Aracaju) e Loja Freaks (Shopping Jardins). Para quem deixar para comprar no dia do evento, o ingresso custará R$ 30.

Crédito da foto: SNAPIC

Simone Michelin revela "seu lado" pintora





Obra de Simone Michelin_http://bangalocult.blogspot.com
Obra de Simone Michelin em exposição na Gentil Carioca Lá


Michelin volta a expor no Rio de Janeiro apresentando produção inédita e inusitada, pois a artista,  conhecida como figura proeminente das artes tecnológicas no Brasil, toma uma direção contrária nesta mostra pensada para A Gentil Carioca Lá. Cópias feitas à mão de figuras decorativas extraídas da arte oriental e de fotografias de celebridades realizadas em aquarelas e bicos de pena compõem uma narrativa irônica apontando para certos modelos em torno dos quais a sociedade contemporânea se estrutura.

Os desenhos, conta a artista, são gestos de delicadeza oferecidos como homenagem aos “heróis do afeto vencido, reconduzidos à ordem”, atualizados em figuras icônicas como, por exemplo, Michael Jackson, na obra “2 Michaels". Durante a abertura, serão projetados vídeos da artista na empena do prédio da galeria. Michelin também estará participando da programação do Museu de Arte do Rio (MAR), em novembro, mostrando parte de sua obra videográfica dentro da série Cinemáticos.

Sobre Simone Michelin- Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Representada pela galeria A Gentil Carioca. Recentemente participou da exposição A RUA, no MHKA Antuérpia; da Décima Bienal de
Havana e da 7ª Bienal do Mercosul; “Video Links Brazil: An anthology of Brazilian video art”, Tate Modern, London.

“LILLIPUT, elogío à superfície”, criado para a inauguração do Instituto Cultural Telemar, 2005, recebeu o 6º Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, foi exibido no ZKM Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Karlshure, Alemanha, e na Bienal de Havana de 2009; em 2005 teve uma retrospectiva de seus vídeos organizada pelo Videoformes, dentro do ano Brasil-França, como parte da Bienale d’Art Contemporain de Lyon (França) e da Bienale de l’Image en Mouvement de Genebra (Suíssa).

Foi comissionada pelo Instituto Cultural Itaú para desenvolver "ADA, Anarquitetura do Afeto" para a Bienal de Arte e Tecnologia Emoção Art.ficial 2.0: Divergências Tecnológicas, em 2004; entre 2000 e 2002
trabalha na série "Lições Americanas", com o apoio do programa de bolsas da RIOARTE e doProjeto Artista Pesquisador do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.

Em 2011 publica o  livro "Simone Michelin: Luciferinas, na Coleção Arte e Tecnologia do Instituto Oi Futuro, pela Editora Aeroplano, RJ.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Itaú Cultural lança novo formato do Rumos

O Itaú Cultural anuncia em Aracaju o novo formato do programa Rumos – cujas inscrições já estão abertas e vão até 14 de novembro. No dia 30 de outubro, às 19h, na Sociedade Semear, Luciana Soares, coordenadora do Núcleo de Artes Visuais, e Melissa Contessoto, coordenadora do Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural, falarão sobre as novidades deste que é o principal programa do Itaú Cultural de mapeamento e fomento da produção artística brasileira.

Em sua 16ª edição, impelido pelo novo ambiente de produção cultural e pelos conceitos colaborativos das plataformas digitais, o Rumos passou por profundas modificações para fortalecer a relação com artistas e pesquisadores e garantir a sua perenidade e relevância. Agora, ao invés de abrir editais específicos para cada área de expressão artística ou intelectual, o Rumos assume caráter multidisciplinar. Hoje o programa oferece amplo campo de escolha e um mesmo projeto pode ser inscrito em diferentes modalidades. O participante – individual, duplo, trio, coletivo ou em grupo – não é obrigado a se enquadrar em uma única delas, a não ser que ache necessário.

“O Rumos ficou mais flexível, refletindo a realidade da produção contemporânea. Antes tínhamos que esperar dois ou três anos para abrir espaço para um projeto de dança ou música, por exemplo, e sentíamos dificuldade de apoiar propostas que mesclassem plataformas”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Outra inovação está no protagonismo do artista. Antes, as regras já estavam definidas no momento das inscrições. A partir de agora, o proponente define o que precisa para realizar o seu projeto e desenhar a sua própria anatomia. “Vamos apostar no risco, nas complexidades e nas particularidades de cada trabalho proposto”, diz Saron. “O Rumos quer ser fonte para viabilizar iniciativas e não uma fôrma para enquadrar ideias”.

A abertura e a busca por um modelo mais adaptado à realidade estão expressas, ainda, no processo de seleção dos projetos que receberão verbas de apoio da instituição. Antes, o instituto formava comissões com especialistas de áreas específicas para julgar as carteiras e organizar a apresentação das obras selecionadas. O novo formato traz outra abordagem.

A seleção é realizada por uma comissão interdisciplinar, lançando múltiplos olhares sobre as propostas inscritas. A comissão é integrada por especialistas e gestores do instituto. Além de fazer a seleção e organizar os trabalhos, em alguns casos, o grupo pode, ainda, atuar como mediador junto aos artistas, promovendo o diálogo com outras proposições e sugerindo reflexões que possam contribuir para o resultado final.

A nova roupagem do programa foi gestada ao longo de um ano. O instituto convidou produtores, artistas, pesquisadores e cientistas a trabalhar em conjunto com gestores da instituição para chegar à sua atual forma: Juarez Fonseca, crítico de música; Marcelo Evelin, coreógrafo, pesquisador e intérprete; Marcelo Gomes, cineasta; Nélio Bizzo, biólogo especializado em pesquisa em educação; Reinaldo Pamponet, empreendedor e pesquisador em novos modelos econômicos e inovação social; Regina Silveira, artista visual e destaque na produção pioneira no Brasil com vídeo e outros suportes multimídia, e Valmir Santos, crítico e pesquisador teatral.

A eles se juntaram os gestores do Itaú Cultural Claudiney Ferreira (literatura e audiovisual), Edson Natale (música), Marcos Cuzziol (inovação em arte e tecnologia), Sofia Fan, (artes visuais), Sonia Sobral (teatro e dança) e Valéria Toloi (educação e arte). O mesmo time agora integra a Comissão de Seleção dos projetos e a mediação junto aos artistas.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dia da Caça ou do Caçador ?


 Mikkelsen ganhou a Palma de Ouro por sua atuação em "A Caça"


Mads Mikkelsen está para o cinema dinamarquês, assim com Ricardo Darín está para o argentino. Praticamente, 90% das produções desses países que aportam no Brasil, contam com esses excelentes atores como protagonistas. Quem já conferiu os dotes dramáticos do grandalhão Mikkelsen em “Depois do Casamento” de Susanne Bier e em “ O Amante da Rainha” de Nicolaj Arcel, não deve se surpreender com sua vigorosa atuação em “A Caça”, estreando esta semana no Cine Vitória. Talvez o seu melhor papel, até aqui, que lhe valeu a Palma de Ouro em Cannes.

Nesta produção, dirigida por Thomas Vinterberg, Mikkelsen vive Lucas, professor de um jardim de infância. Lucas não vive um bom momento. Ele mantém uma relação conflituosa com a ex-esposa, ao mesmo tempo em que tenta não perder o vínculo afetivo com o filho adolescente, sob a guarda da mãe. Mas seu mundo irá desabar de vez, quando for acusado de molestar Klara (Annika Wedderkopp), a angelical filha de seu melhor amigo.

Assim como aconteceu no caso dos donos da Escola Base, em São Paulo,  todos julgam, condenam e punem Lucas, mesmo sem nenhuma comprovação. A inocência da criança é inquestionável, perto da índole de qualquer adulto. De caçador (ele faz parte de um clube de caça), o instrutor se torna o alvo perfeito para os desajustados sociais (camuflados), sendo agredido, repudiado e isolado pela comunidade. 

O filme se torna mais angustiante ainda, pela passividade do personagem. O poder de reação de Lucas é potencializado pelo seu caráter  introspectivo e retardado ao máximo na trama, de forma deliberada. Mas quando Lucas “acorda”, o espectador sente um alívio (ainda que passageiro) do massacre psicológico a que ele é duramente submetido.

Vinterberg, no entanto, não alivia a mão, mostrando que a irracionalidade humana agregada à ignorância, quando persistente numa sociedade, só perpetua as injustiças. Ainda que Lucas tente sair da mira, sempre há um bom caçador à espreita.

O filme pode ser conferido no Cine Vitória, neste sábado, às 19h; domingo, às 17h; terça-feira, às 14h30; quarta, às 19h e na quinta-feira, às 14h30. O Cine Vitória localiza-se à Rua do Turista (antiga Rua 24 Horas).

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

"Samba Dobrado" com Rosa Passos

Antes que alguém diga que eu não divulguei, o show de Rosa Passos, cantando composições de Djavan, aporta neste domingo em Aracaju, mais precisamente no palco do Teatro Atheneu. Marcado para começar às 20h, a apresentação é o cartão de visitas do novo CD da cantora baiana, intitulado "Samba Dobrado".   O roteiro do show reúne cerca de 15 músicas que privilegiam os sambas de Djavan, além de uma música inédita, 'Doce Menestrel'. Esta composição é uma homenagem ao Djavan composta por Rosa em parceria com Fernando de Oliveira. Os arranjos do show são do grande violonista Lula Galvão.

No show, Rosa terá a companhia de Fábio Torres (piano), Lula Galvão (violão e arranjos), Paulo Paulelli (baixo acústico), Celso de Almeida (bateria), Ivan Sacerdote (clarinetes), Daniel D’Alcântara (trompete), Vinícius Dorin (sax) e Rodrigo Ursaia (flautas). Ao vivo, reproduzirá o diálogo entre os suingues personalíssimos de Djavan e da cantora. “A obra dele tem uma conotação jazzística, fiz nessa linha, sem perder a brasilidade, o ritmo. Porque ele tem um trabalho rítmico com as letras interessantíssimo. Muitas são difíceis. É um desafio para mim”, diz a cantora.

O repertório de Rosa – cujo canto é definido pelo próprio Djavan como “choro-samba-jazz” – inclui sucessos e lados B do compositor. Estão lá músicas como 'Cigano', 'Faltando um Pedaço', 'Pedro Brasil' e 'Linha do Equador'. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).  


terça-feira, 22 de outubro de 2013

"Vazio de Nós" confirma força narrativa de Berna Reale



 
Soledade_performance de Berna Reale_http://bangalocult.blogspot.com
Berna realiza performances contundentes como "Soledade"

Americano_performance de Berna Reale_http://bangalocult.blogspot.com
Levando a tocha olímpica em "Americano"


Imagine uma mulher bem vestida, penteada impecavelmente, conduzindo uma biga dourada (carro de duas rodas movido por cavalos na época da antiguidade) puxada por quatro porcos, em meio às ruelas da periferia de uma cidade. Cena surreal, não ? Ou essa mesma mulher, dessa vez com um figurino de policial da tropa de choque, usando uma focinheira, montada num cavalo pintado de vermelho, desfilando pelo centro de Belém ?
Pois bem, essas duas cenas inusitadas e desconcertantes fazem parte, respectivamente, das performances “Soledade” (2013) e “Palomo” (2012) da artista paraense Berna Reale e podem ser conferidas até o dia 8 de dezembro, no Museu de Arte do Rio (MAR), dentro da individual “Vazio de Nós”.
Composta por cinco performances para vídeo- completam a exposição, “Ordinário” (2013), “Sem/Título” (2011) e “Americano” (2013)- e sob a curadoria de Daniela Labra, “Vazio de Nós” reflete sobre o mundo e a vulnerabilidade humana, discutindo crimes de toda ordem, condições de pobreza e violência social contra indivíduos de zonas marginalizadas.
No vídeo mais impressionante da individual montada, no piso inferior do Pavilhão de Exposições do MAR, Berna Reale é transportada por dois homens, pelas ruas de Belém, atada a uma vara de metal e completamente nua. “Sem/Título” faz uma analogia com o processo do abate de animais, não deixando de discutir também, a banalização da morte. Em “Soledade”, filmada em uma rua homônima que integra a rota de tráfico de drogas, a performer aborda o negligência do poder público para com os mais necessitados.
Já em “Ordinário”, realizado no bairro Jurunas, um dos mais populosos da capital paraense e berço da cantora Gaby Amarantos, Berna recolhe ossadas reais encontradas pela polícia em cemitérios clandestinos na área metropolitana da sua cidade e perambula pelas ruas, empurrando um carrinho com esses esqueletos. A performance é uma denúncia às ações de extermínio.
Apesar de realizado no ano passado, “Palomo” é bastante atual. Em tempos de manifestações de ruas bastante aguerridas, esta performance aborda poeticamente o abuso do poder institucional. Por fim, “Americano” foi realizada especialmente para esta exposição no Rio de Janeiro, que sediará as Olimpíadas de 2016.
Feita no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel, nesta performance a artista percorre os corredores da penitenciária levando uma tocha, símbolo antigo da purificação e conhecimento e hoje, ícone olímpico. “Questiono a tocha olímpica como símbolo de triunfo. Que luz é essa que está alimentando coisas e ao mesmo tempo, escondendo coisas?  O vídeo ‘Americano’ fala da problemática de quando o país passa a ser uma vitrine, por conta dos jogos olímpicos, por exemplo,  e as mazelas são camufladas, escondidas”.
Chama a atenção, no vídeo, a reação dos presos desavisados, que esboçam total surpresa diante da cena protagonizada por Berna. Inclusive, ela pretende voltar ao complexo para saber dos presos o que eles acharam do seu trabalho. Um trabalho, aliás, bastante elaborado e que passa ao largo da obviedade.
Formada em Artes pela Universidade Federal do Pará e perita criminal, Berna Reale é uma performer brasileira, que começou a chamar a atenção da crítica de arte, quando realizou a performance “Quando Todos Calam” (2009).  Tem como principal objeto de pesquisa a violência na contemporaneidade. Não só a violência estampada nos jornais, mas também a silenciosa e, sobretudo, como a coletividade lida com essa questão. Para a artista, a violência não pode se tornar íntima do indivíduo.
Explorando a semiótica como base de elaboração de suas performances, Berna se preocupa com o entendimento do público para com a sua arte, utilizando símbolos e signos que sejam facilmente decodificados. “Para mim, não interessa trabalhos muito intelectualizados, trabalhos que mexam com coisas que as pessoas não se identifiquem, porque meu objetivo é alcançar o espectador. Se ele não se sente, questionado, atraído ou  incomodado pela minha performance, não cheguei no meu objetivo”.
No currículo de Berna, consta a participação na Bienal de Cerveira, (Portugal, 2005) e na Bienal de Fotografia de Liege (Bélgica, 2006), além da exposição “Amazônia – Ciclos da Modernidade”, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2012). 

Recebeu o Grande Prêmio do Salão Arte Pará, em Belém (PA, 2009) e foi selecionada para o Rumos Visuais – Itaú Cultural (2012-2013). Vencedora da categoria on line do PIPA- Prêmio Investidor Profissional de Artes (2012), aguarda ansiosa o resultado do PIPA 2013, cujo resultado sai no próximo mês.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Salvador e Cachoeira receberão IX Panorama Internacional Coisa de Cinema

Mais de 100 filmes serão exibidos no IX Panorama Internacional Coisa de Cinema que, este ano, realiza a maior edição da sua história quanto ao número de sessões e mostras. A versão 2013 do festival também se destaca pela presença maciça do cinema estrangeiro, o que se concretiza com a primeira competição de curtas internacionais e mostras voltadas à cinematografia de quatro países. Retrospectivas e homenagens trazem ao público de Salvador e Cachoeira, sedes do evento, obras de grandes cineastas do Brasil e exterior. O evento acontece entre os dias 31 de outubro e 07 de novembro.

Na sua edição mais internacional, o Panorama escolherá o melhor curta entre 16 selecionados para a competição. A lista contém produções da Islândia, Eslováquia, Croácia, Tailândia e outros nove países, pinçados em meio aos 412 títulos inscritos. As mostras competitivas premiam também nas categorias: longa nacional, curta nacional e filme baiano, onde este ano diferentes formatos concorrem juntos. As sessões acontecem no Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha e no auditório da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB).

Panoramas do cinema produzido nos últimos anos na Alemanha, Itália, Portugal e México estarão presentes em quase 30 filmes distribuídos nas respectivas mostras. Entre os alemães, os destaques são “Duas Vidas”, de Georg Mass, filme escolhido para representar o país no Oscar, e “Houston”, de Bastian Günther, premiado na última edição do festival de Sundance. Os dois diretores estarão presentes no festival e conversarão com o público após a exibição.

Da Itália vem o mais recente filme de Bernardo Bertolucci, “Eu e você”, cuja sessão será acompanhada por Sílvia Morais, brasileira radicada na Europa que fez o desenho de som do filme. As mostras de filmes portugueses e mexicanos serão acompanhadas por diretores dos festivais parceiros e responsáveis pela seleção das obras trazidas ao Panorama, respectivamente IndieLisboa e Ficunam.

Outro destaque é a exibição inédita de “Disque M para Matar”  em 3D, produção que integra a retrospectiva de Alfred Hitchcock, trazendo a Salvador cinco filmes do mestre do suspense completamente restaurados. Quem também ganha uma “revisão” da sua obra é o polêmico cineasta francês Bruno Dumont, premiado em festivais de todo o mundo por obras como “A vida de Jesus” e “A humanidade”.

A obra de cineastas brasileiros também estará em evidência nas homenagens a Carlos Reichenbach e Roberto Pires, com exibição de cópias restauradas de obras fundamentais dos dois diretores. Reichenbach é um dos mais importantes

nomes do cinema de autor brasileiro, com filmes como “Alma Corsária” e “Garotas do ABC”, que serão apresentados com mais duas produções dele. Roberto Pires, por sua vez, foi o realizador do primeiro longa baiano, “Redenção”, que será apresentado no Panorama juntamente a “Tocaia no Asfalto” e “A grande feira”, em primeira exibição da cópia restaurada.

Mantendo a tradição, o festival traz ainda os Panoramas Brasil e Internacional, repletos de filmes inéditos. Na programação estrangeira, o destaque é o francês "Um Estranho no Lago", de Alain Guiraudie, premiado como melhor direção em Cannes e tema de capa da tradicional revista “Cahiers du Cinema”. A lista nacional traz “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello, premiado no 45º Festival de Brasília e no IndieLisboa e exibido no festival de Rotterdam.

Vencedor de três prêmios no último Festival de Brasília, o filme “Depois da Chuva”, de Cláudio Marques e Marília Hughes, encerra a programação do IX Panorama Internacional Coisa de Cinema, dia 07 de novembro, antecedendo a premiação. O acesso será gratuito, assim como na abertura do evento, dia 31 de outubro, estando limitado apenas à lotação.

As demais sessões têm ingressos por R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia) em Salvador, pois em Cachoeira toda a programação é gratuita. Confira a programação completa no site http://www.coisadecinema.com.br/panorama

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

FICI terá sessões dubladas ao Vivo

O público até está acostumado às sessões de filmes dublados, apesar de boa parte, nem curtir muito. Porém, o Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI) preparou uma dublagem especial para este Dia das Crianças. Amanhã, o festival apresentará quatro sessões da ‘Dublagem ao Vivo’. 

A Dublagem ao Vivo acontece às 11h30 com o filme "Victor e o Segredo da Mansão do Crocodilo"; às 13h30 com "O Ouro das Estrelas", às 15h30 com "Nono, o Menino Zigue Zague" e 17h30 com "Beninie Travesso". Haja gogó!!!

 As vozes femininas serão feitas por Roberta Nogueira e as masculinas por Carlos Seidl. Roberta é uma das figuras mais famosas da área. Já dublou Jada Pinkett Smith em "Matrix Reloaded", Francie Swift em "Gossip Girl" e Rebecca Chambers em "O Homem Invisível". Carlos Seidl  imortalizou a voz do Seu Madruga, da turma do Chaves. Ele também já foi diretor de dublagem na Herbert Richers.

O ingresso para cada sessão custa R$ 7 (preço único). As sessões dubladas acontecerão no Cinemark Jardins.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Filme de Laís Bodanzky integra Memória do Esporte Olímpico Brasileiro

Neste domingo, 13 de outubro, às 21h30, a ESPN Brasil, exibe “Mulheres Olímpicas”, de Laís Bodanzky, que integra o projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro. Este documentário tem a intenção de traçar um paralelo, entre a mulher na sociedade e a mulher no esporte olímpico. A história das esportistas brasileiras nas Olimpíadas pode-se dizer que é recente.

Foi em 1932, em Los Angeles, que uma primeira mulher brasileira participou de uma Olimpíada, mas a primeira medalha só chegou em 1996 em Atlanta, 64 anos depois. Só agora em 2012, em Londres, que todos os países participantes tiveram representantes mulheres e pela primeira vez foi incluído o boxe feminino, fazendo com que pela primeira vez na história as mulheres participem de todos os esportes olímpicos.

Entre os dias 11 de agosto e 13 de outubro, a ESPN Brasil exibiu, sempre aos domingos, os dez documentários produzidos no edital da segunda edição do projeto. São histórias de garra, dedicação e superação que farão parte de um rico acervo audiovisual do esporte olímpico brasileiro. Assim como no Ano I do projeto, teve grandes nomes do cinema brasileiro assinando nove curtas de 26 minutos cada, além de um média-metragem de 52 minutos, dirigido pela cineasta convidada, Laís Bodanzky.

Realizado pelo Instituto de Políticas Relacionais, o projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro é patrocinado pela PETROBRAS – faz parte do programa Petrobras Esporte e Cidadania –, ESPN Brasil e EBrasil Energia, com o apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e Cinemateca Brasileira. O projeto já tem sua continuidade garantida, pelo menos, até as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro.

 Inscrições Edital Ano III - Nesse terceiro ano, as inscrições serão feitas online, por meio do site do projeto (www.memoriadoesporte.org.br), no período de 13 de agosto a 14 de outubro de 2013. A concorrência contará com duas etapas de seleção. Na primeira, serão analisadas as propostas conforme sua relevância e aderência ao edital. Na segunda fase, os classificados concorrerão entre si em um pitching (defesa oral), feito para uma banca de profissionais que definirá os nove finalistas. Memória do Esporte Olímpico Brasileiro recebeu um total de 221 inscrições, nas duas edições anteriores do projeto.

domingo, 6 de outubro de 2013

Foto Que Te Quero Foto

FotoBienalMASP_http://bangalocult.blogspot.com
Loch, obra de Marcelo Tinoco

FotoBienalMASP_1_http://bangalocult.blogspot.com
Registro fotográfico da performance Palomo

A grande pedida, em São Paulo, para quem curte fotografia é a 1a edição da FotoBienalMASP em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand até 03 de novembro. Fruto da parceria de duas décadas do MASP com a Pirelli, que formaram uma coleção relevante de fotos produzidas por autores brasileiros e estrangeiros, a exposição conta com trabalhos de 35 fotógrafos de diferentes origens e proposições. 

Organizada por Ricardo Resende, curador convidado, a 1a FotoBienalMASP busca contemplar as manifestações artísticas que se utilizam da fotografia, revelando os novos usos que se faz da linguagem, além de agregar a fotografia movente (imagens vistas em vídeo e cinema). Linguagem mais difundida na arte contemporânea nos anos 2000, segundo o próprio curador, "a fotografia é a poesia para o poeta, enquanto a prosa é o vídeo ou o cinema para o fotógrafo".

Nessa coletiva, o público terá a oportunidade de se deleitar com  as rimas visuais de diversos artistas, que têm em seus universos, um enorme potencial subjetivo de lidar com a realidade como fonte inesgotável de geração de imagens. Entre eles, os paulistanos Albano Afonso, Dora Longo Bahia, Fabiano Rodrigues; a paraense Berna Reale; os cerenses Leonardo Mouramateus e Yuri Firmeza; a sérvia Marina Abramovic; os colombianos Oscar Muñoz e Fernando Arias, entre outros.

Um dos trabalhos interessantes é o do coletivo Garapa (Leo Caobeli, Paulo Fehlauer, Rodrigo Marcondes) que para realizar a foto instalação Calma (2013), uniu forças com os aristas Lana Mesic e Thomas K. Eles escolheram o Edifício Joelma como lugar para que a ficção de Rolf se desenvolvesse. Ele é um alemão que procura o pai que vivia em São Paulo e, supostamente, estava no prédio no dia do incêndio (1o de fevereiro de 1974). A narrativa que reúne o real e ficcional envereda por um processo investigativo-policial em que resgata imagens veiculadas à época nos meios impressos (jornais e revistas).

Vale o registro também de Tombo (2012), a instalação da fotógrafa Rochelle Costi. São antigos arquivos verticais de pastas suspensas dotados de "olhos mágicos" por onde o visitante observa e encontra, em seu interior, maquinários fotográficos antigos (câmeras analógicas, projetores de slides). Com isso, Costi lida com a memória nostálgica, convidando o espectador a se curvar para a experiência ótica, ao mesmo tempo em que "espreita" o mundo dos fotógrafos.

Como não ser hipnotizado pelas "viagens" visuais de Marcelo Tinoco ? O artista visual não esconde a manipulação que faz em seus trabalhos. Mas o artificialismo das cenas - ora dramáticas, ora fantasiosas- é o que encanta e causa estranhamento simultâneo ao espectador. Ao criar paisagens cenográficas e cenas idílicas do campo e cidades, Tinoco nos convida a apreciar suas fotografias/pinturas, numa mistura de realismo fantástico impressionante.

As performers Marina Abramovic e Berna Reale também marcam presença na 1a FotoBienalMASP. Não são seus vídeos, propriamente, que apreciamos, mas a fotografia como produto final da obra performática. Enquanto, a sérvia fala de transcendência nos dois trabalhos Lugares de Poder, O Jardim de Maitreya (2013) e Retrato de uma Artista com Vela (2013), a paraense critica a violência urbana, sobretudo a policial, em Palomo (2012).