quinta-feira, 27 de março de 2014

"Aventuras de Alice no País das Maravilhas" ganha ilustrações de Yayoi Kusama

"Aventuras de Alice no País das Maravilhas", da Globo Livros, é forte candidato à lista dos grandes lançamentos editoriais de 2014 no Brasil. A edição promove o encontro de Lewis Carroll, precursor da literatura de vanguarda no século XIX, com Yayoi Kusama, pioneira da pop art e do minimalismo no século XX. O resultado, potencializado pela tradução de Vanessa Barbara, é uma obra que resgata o prazer único do contato sensorial com o livro em plena virtualidade do século XXI.

Yayoi é, aos 85, uma das mais importantes artistas vivas. Nascida em 1929 no Japão, mudou-se na década de 1950 para os Estados Unidos, tornando-se uma das figuras centrais da vanguarda artística nova-iorquina. Colega e influenciadora de nomes como Andy Warhol e Claes Oldenberg, sempre se expressou por meio dos mais diversos suportes artísticos - pintura, escultura, instalação, vídeo, performance, happening - e também foi militante dos direitos civis durante a década de 1970.

Há quase 40 anos, sem jamais ter abandonado sua arte, Yayoi vive internada voluntariamente numa clínica psiquiátrica de Tóquio. É esquizofrênica e sofre de transtorno obsessivo compulsivo, males que ela afirma ter relação direta com sua expressão artística: suas obras nascem das alucinações que sofre desde a infância, como as visões distorcidas que a fazem enxergar bolas e pontos em todos os lugares.

Desde outubro do ano passado, os brasileiros vêm tendo a oportunidade de conferir ao vivo uma inédita retrospectiva da obra de Yayoi. Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo (em SP a exposição abre em maio, no Instituto Tomie Ohtake) são as capitais incluídas na turnê internacional da exposição "Obsessão Infinita", que em 2013 bateu o recorde de público do Malba (Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), com mais de 200 mil visitantes. O complexo museológico do Instituto Inhotim, em Minas Gerais, também expõe uma criação da grande dama da arte contemporânea: "Narcissus Garden" 500 esferas metálicas boiando em um espelho d'água, deslocando-se ao sabor dos ventos.

Esta nova edição de "Aventuras de Alice no País das Maravilhas" proporciona uma festa para os olhos com o magnífico trabalho de ilustração de Yayoi Kusama. Alice nunca pareceu tão maravilhosamente psicodélica e surreal. O bom humor e os trocadilhos do texto original ganham novo sabor na versão em prosa para o português. Um dos destaques da tradução são os criativos e ritmados trechos em versos.

A tradutora Vanessa Barbara trabalha como jornalista, escritora e colunista do New York Times e da Folha de S.Paulo. Para além de lançamento nobre para o público infantojuvenil, esta primorosa releitura de Alice, encadernada com capa dura em tecido, é um objeto de desejo para leitores de todas as gerações de amantes do livro.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Série "O Brasil de Darcy Ribeiro" será exibida na TV Brasil

A TV Brasil estreia no dia 2 de abril, às 20h, a série "O Brasil de Darcy Ribeiro". Com cinco episódios de 52 minutos cada, que serão exibidos toda quarta-feira até o dia 30 de abril, a série tem direção da cineasta Ana Maria Magalhães e apresenta as diversas facetas do antropólogo, educador, escritor e político que se tornou personalidade histórica brasileira. O programa vai mostrar como o menino destinado a ser um fazendeiro, em Minas Gerais, acabou se tornando um dos principais atores da construção da identidade nacional, com suas múltiplas atuações. A atração aborda também o seu período de exílio na América Latina.

“Darcy Ribeiro foi um intérprete do Brasil. Dedicou-se a entendê-lo e a transformar o seu projeto de nação em realidade. A pesquisa que empreendi para a realização de “O Brasil de Darcy Ribeiro” me ajudou a elucidar e transmitir a admiração que a minha geração sempre teve por ele, sua produção intelectual, pensamento, vida e ações, tudo junto e misturado à criatividade e à liberdade com que se movimentava. Durante as gravações, a equipe vibrou com os depoimentos de amigos e colaboradores, e na edição, com as falas dele sobre si mesmo e sua trajetória. Realizar a série sobre Darcy Ribeiro, o Brasil em que viveu e o que sonhou, foi emocionante e instrutivo para todos os que participaram dessa jornada”, comenta a diretora da série Ana Maria Magalhães.

A narrativa de O Brasil de Darcy Ribeiro é construída a partir de materiais de arquivo histórico e político, principalmente com entrevistas que o próprio Darcy Ribeiro concedeu ao longo de sua vida. Antropólogos, educadores, políticos, amigos e colaboradores contribuíram com depoimentos para a série. O primeiro episódio, no dia 2 de abril, retrata a personalidade, a formação e o ambiente familiar de Darcy Ribeiro desde Montes Claros (MG). Com depoimentos de amigos e profissionais da área, o telespectador poderá descobrir como a II Guerra Mundial influenciou sua definição política no meio universitário.

Também se destaca, logo no primeiro episódio, o despertar para a literatura em Belo Horizonte e a decisão de estudar a natureza humana através de pesquisas com os índios. A iniciação profissional, sob a égide do Marechal Rondon, leva-o às aldeias onde se deslumbra com a presença da beleza na sociedade indígena e a força da sua identidade. O Brasil mestiço seria a nova Roma chamada a representar um papel importante no mundo.

Sobre Darcy Ribeiro- Darcy Ribeiro foi ministro da Educação do Governo do presidente Jãnio Quadros (1961) e chefe da Casa Civil do Governo do presidente João Goulart. Durante a ditadura militar teve seus direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar por alguns anos no Uruguai. Foi responsável pela criação e pelo projeto cultural do Memorial da América Latina, centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989, no bairro da Barra Funda, em São Paulo.

Foi relator do projeto de lei que deu origem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB - lei 9394/96). O antropólogo exerceu o mandato de senador pelo Rio de Janeiro de 1991 até sua morte em 1997, anunciada por um lento processo canceroso que comoveu o Brasil. Darcy Ribeiro, sempre polêmico e ardoroso defensor de suas ideias, teve o reconhecimento e admiração até dos adversários.

terça-feira, 18 de março de 2014

Casa da Rua da Cultura promove a 9a edição do Projeto Temporada


A partir desta quinta, às 20h, será iniciada mais uma edição do Projeto Temporada promovida pela Casa da Rua da Cultura. Na programação da 9ª edição do projeto constam “O Natimorto”, “Ela Esteve Aqui”, “Monólogos Desagradáveis”, “Minha Vida Meu Bolero”, Cabaret dos Insensatos” e “A Lição”.
 
O espetáculo marcado para acontecer, às quintas-feiras, sempre às 20h, é “O Natimorto” com o Grupo Caixa Cênica. A montagem é baseada na obra de Lourenço Mutarelli que recebeu adaptação cinematográfica também e é um prenúncio ou uma anunciação irremediável, que aponta para uma contraditória relação humana, envolvendo negação e obsessão. A direção do espetáculo ficou a cargo de Diane Veloso e a concepção é de Maicyra Leão e Diane Veloso. A própria Diane contracena com o ator Thiago Marques.

A Cia. Stultífera Navis e Cia. Teatral Kaza da Imaginação revezam-se nas noites de sexta-feira. A primeira encena, às 19h, “A Lição” montagem de um dos mais importantes clássicos do Teatro do Absurdo de autoria de Eugène Ionesco. O diretor Lindemberg Monteiro também atura juntamente com Sandra Azevedo e Luciana Nunes.

Às 21h, acontece a apresentação de “Monólogos Desagradáveis” sob a direção de Raimundo Venâncio e com atuações de Júlia Caianara, Polly França, Sâmara Gardênia e Natália Simões. Na peça, quatro mulheres estão num tribunal para serem julgadas por crimes de assassinato que, embora distintos, foram cometidos pelo mesmo motivo aparente: o ódio e o amor. Quem vai julgá-las é a plateia, que representará o júri popular, e cada uma delas fará a sua própria defesa.
 
Aos sábados, a partir das 19h, a atriz Walmir Sandes encarna Maria Ipesina do Amor Divino no espetáculo “Minha Vida Meu Bolero” assinado por Hunald Alencar. Ao longo de 50 minutos, num quarto de vila, a personagem relatará sua vida boêmia na turbulenta zona do meretrício de Aracaju dos anos 80. Suas relações amorosas, a exploração da prostituição e seu amor por Porfírio Eleutério. 

Às 21h, a Cia. Stultífera Navis apresenta “Cabaret dos Insensatos”. A concepção vem dos desconhecidos poemas de Bertolt Brecht, misturados com textos eróticos de Jean Genet. Os textos abordam a sexualidade de forma natural e desmistificada o conceito de Cabaret. Juliana Freitas, Gessana Shaktí, Babi Rubiatti, Sandra Azevedo, Tessy Greek, Kassem e Tom Myres atuam sob a direção de Lindemberg Monteiro.
 
A programação se completa no domingo, às 19h, com apresentação de “Eu Estive Aqui” com o grupo Tua Lona. O casamento como instituição em constante declive, os cônjuges como desconhecidos, a falta de comunicação, de contato físico são temas levantados no novo espetáculo do  grupo composto pelos atores Cícero Júnior, Euler Lopes, Inês Reis e Marina Franca.

A 9ª edição do Projeto Temporada (contemplado pelo Prêmio FUNARTE Miriam Muniz 2013)  prossegue até o dia 8 de junho. Os ingressos para cada espetáculo custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A Casa da Rua da Cultura localiza-se à Pça. Camerino, 210. Mais informações pelo telefone 3021-6580.





Entrega do “Oscar” Iberoamericano acontecerá em Abril



O cinema iberoamericano acaba de ganhar seu Oscar. No dia 5 de abril, a Cidade do Panamá vai sediar a primeira entrega dos Prêmios Platino, um prêmio que nasce com a proposta de tornar-se um dos mais importantes instrumentos de fomento e apoio ao cinema da América Latina, de Portugal e da Espanha.

A premiação é promovida por duas entidades internacionais: a EGEDA (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais), que representa mais de 7 mil produtores no mundo todo; e a FIPCA (Federação Iberoamericana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais), que promove coproduções entre países do grupo, reunindo produtores de 17 países. Seu vice-presidente é o espanhol Agustín Almodóvar, produtor dos filmes do irmão Pedro Almodóvar.

O Brasil está concorrendo em duas categorias: Melhor Documentário e Melhor Animação. Na primeira, o filme “O Dia que Durou 21 Anos” de Bráulio Tavares competirá com Con La Pata Quebrada (Espanha), “Cuates de Australia” (México), “La Eterna Noche de las Doce Lunas” (Colômbia), “Sigo Siendo” (Peru). Já a animação “Uma História de Amor e Fúria” de Luiz Bolognesi tem como concorrentes, “Um Time Show de Bola” (Argentina),  “Justin e a Espada da Coragem” (Espanha), “Anina” (Uruguai / Colômbia) e El Secreto del Medallón de Jade” (México).

Na categoria Melhor Filme concorrem  Gloria” (Chile), “Helí” (México), “La Jaula De Oro” (México), “Wakolda” (Argentina), “Las Brujas de Zugarramurdi” (Espanha), “Roa” (Colômbia) e “Vivir Es Fácil Con Los Ojos Cerrados” (Espanha). Para o título de Melhor Diretor disputam    Sebastián Lelio por “Gloria”, Amat Escalante por “Helí”, David Trueba por “Vivir Es Fácil Con Los Ojos Cerrados e Lucía Puenzo por “Wakolda”.

As outras categorias em disputa são: Melhor Interpretação Masculina, Melhor Interpretação Feminina, Melhor Música Original e Melhor Roteiro. Ainda serão entregues o Prêmio Platino Camilo Vives à Melhor Coprodução Iberoamericana e o Prêmio de Honra do Cine Iberoamericano.

Um comitê de seleção, constituído pelo representante de cada país na FIPCA- Federação Iberoamericana de Produtores de Cinema e Audiovisual propõe as candidaturas nacionais para cada uma das categorias, conforme os critérios estipulados pelos  organizadores do Prêmio. A partir dessa pré-seleção, um júri internacional decidiu os títulos finalistas e,  posteriormente,  o vencedor de cada uma das categorias.

A cerimônia de entrega dos prêmios será no dia 5 de abril, no Teatro Anayansi, um dos mais tradicionais e imponentes da Cidade do Panamá, e será precedida de tapete vermelho com astros e estrelas do cinema latino, incluindo os indicados.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Polayne cantará com Wado no Itaú Cultural



De 7 a 9 de março (sexta-feira a domingo), o Itaú Cultural abre sua programação de shows de 2014, revisitando artistas selecionados em edições anteriores do programa Rumos Música. Com três encontros inéditos, o instituto recebe a paulista Giana Viscardi, com participação especial do músico Nailor de Azevedo, o Proveta; o catarinense radicado em Alagoas Wado, que recebe no palco a alagoana criada em Sergipe Patricia Polayne; e o grupo instrumental gaúcho Quartchêto, que pela primeira vez divide a cena com acordeonista Toninho Ferragutti. Toda a programação é gratuita.

Selecionada na edição 2004/2005 do Rumos Música, Giana Viscardi sobe ao palco no dia 7, às 20h. Com quase 20 anos de carreira, a paulista já trabalhou com nomes de expressão na cena do jazz norte-americano, como Jerry Bergonzi, George Garzone e Bill Pierce, e atualmente segue em turnê de seu terceiro CD, Orum. O disco é a base do repertório que apresenta no show no Itaú Cultural, no qual interpreta ainda canções dos outros álbuns, como 4321 e Tinge, acompanhada por Gustavo Marques (violão e direção musical), Fi Maróstica (baixo acústico), Vitor Cabral (atabaque) e Cauê Silva (percussão), além da bateria de atabaques “atabaqueria”.

Neste show, Giana conta ainda com uma participação bastante especial: Nailor de Azevedo, mais conhecido como “Proveta”, artista convidado do Rumos Música em 1999. Saxofonista, maestro, clarinetista, membro da big band Mantiqueira, ele é especialista em ritmos como jazz, samba e choro, e já se apresentou com nomes como Edu Lobo, Raul Seixas, Yamandu Costa, entre outros músicos de renome.

“Como o Orum é um disco de canção que reverencia a música instrumental, é o máximo poder contar com a sabedoria do Proveta no palco. Ele é um mestre e para mim será uma honra tocar com ele pela primeira vez”, declara a cantora, que avalia a sua trajetória após a seleção no Rumos Música. “O programa me ajudou a concluir a gravação do meu segundo disco, 4321. Foi uma oportunidade de juntar a banda, ensaiar e formar o repertório. É curioso que esse convite chegue agora, quando lanço o meu terceiro disco, porque o caminho aventureiro de criar arte, música com o frescor do risco, do inusitado, ainda está comigo”, explica.

Nordeste- Com sete discos lançados e doze anos de carreira, Wado sobe ao palco do Itaú Cultural no sábado, dia 8, também às 20h. Dono de um estilo que mistura influências do samba ao rock, passeando também pela MPB, o catarinense criado desde a infância em Alagoas leva um pouco de todas as influências a este show, para o qual montou um repertório com músicas de seus sete CDs.

“Ter participado do Rumos foi muito importante, pelo respaldo dado pelo Itaú Cultural e porque foi numa época em que a minha carreira precisava de um respiro, de uma arejada. Estava há quatro anos sem gravar e fazer parte dos selecionados me ajudou nessa renovação e na retomada”, conta ele.

Contemplado na edição 2007-2009 do programa, Wado recebe como convidada do show a multiartista Patrícia Polayne, alagoana registrada em Sergipe e, atualmente, radicada no Rio de Janeiro, selecionada no Rumos Música 2010-2012. “Conheci o trabalho da Patrícia há alguns, durante uma viagem, quando um músico da minha banda colocou o CD dela para ouvirmos. Nunca tocamos juntos, mas admiro o trabalho dela”.

Wado já participou de festivais como o Tim Festival, Goiana Noise e Rec Beat. Após ser contemplado pelo Projeto Pixinguinha (2004), percorreu o Brasil de norte a sul e foi eleito um dos representantes brasileiros no Ano do Brasil na França em 2005. Em 2011, comemorou 10 anos do lançamento de seu primeiro álbum, O Manifesto da Arte Periférica, e teve seu sexto disco, Samba 808, eleito como um dos melhores do ano pela revista Rolling Stone Brasil.

Instrumental do Sul ao Sudeste- Contemplados na edição 2007-2009, os gaúchos do Quartchêto fecham a primeira série de shows do Rumos Música Legado no domingo, dia 9, às 19h, dividindo o palco com o acordeonista paulista Toninho Ferragutti, convidado da edição de 1999.

Inspirado nas raízes da música do sul do Brasil, Uruguai e Argentina, o Quartchêto vem se destacando desde 2001 pela proposta de inovação na música instrumental brasileira. Em formação inédita com trombone de Julio Rizzo, o acordeon de Luciano Maia, violão de Hílton Vaccari e a percussão de Ricardo Arenhaldt, e transita com refinamento e bom humor por xotes, vanerões, chamamés, chacareras, milongas, rancheiras e bugios.

Já o músico, compositor e arranjador Toninho Ferragutti tem extensa participação em CDs e shows de artistas no Brasil e no exterior. Teve seu primeiro disco solo, Sanfonemas (2000), indicado ao Grammy Latino 2001 – categoria Musica Regional.

Para o show em que recebe o acordeonista em cena, o Quartchêto preparou um repertório que inclui músicas dos dois CDs, (Quartchêto, de 2004, e Bah, de 2009), além novidades do próximo disco, que está em fase de preparação para lançamento ainda este ano.