domingo, 28 de outubro de 2012

O que é um filme de Mostra ?

Até hoje, não sei.  Mas aponto algumas possibilidades, a partir da experiência própria e da opinião alheia, captada na fila de espera do banheiro ou mesmo antes de entrar numa sessão.

Para uns, seria aquele filme que faz o público se emocionar facilmente, como é o caso de “Shun Li e O Poeta” e  “Liv & Bergman”  que mostram formas de amor sincero e inquestionável ou ainda “O Sequestro” que por conta de uma situação limite, faz com que o espectador fique  com aquele nó na garganta até bem depois de colocar a cabeça no travesseiro.

Outros preferem os filmes mais herméticos, a exemplo dos Tarkovskianos, “O Espelho” e “O Sacrifício”. Mesmo que não entendam nada, é um filme de festival, “ de diretor russo “, e sendo assim, vale a pena ser conhecido.

“Filme de Mostra” também pode ser aquele premiado nos principais festivais do mundo, a exemplo de Cannes, Berlim e Veneza ou que poderá ser vencedor do  Oscar de Filme Estrangeiro (como é o caso do concorrente da Dinamarca- “O Amante da Rainha”-, da Alemanha- “Barbara”- , do Uruguai- “No”- só para citar esses). Não importa se o diretor é tailandês, islandês, israelense ou curdo. Quanto mais exótica for a produção, menos dúvida ter-se-á de sua inclusão na categoria.

Mas também há aqueles clássicos, como “Tubarão”, “Lawrence da Arábia”, “Coronel Blimp” e “Raros Sonhos Flutuantes” que talvez não encontrassem seu público no circuito comercial, ao contrário do que pode ser comprovado na Mostra.

Enfim, pode-se encontrar  várias definições para a pergunta lançada no título acima. O legal é saber que todas  contemplam de alguma forma o  gosto do espectador do evento  que, literalmente, mostra-se “louco  por cinema”, acima de tudo.

Sauna de Cinema


“Liguem o ar-condiconado!!!”, gritou uma espectadora no meio da projeção de “Hannah Arendt”, ontem, à tarde, na sala 3 do Espaço Unibanco Augusta, onde estão passando filmes da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Ela até que teve sorte, de só sentir calor, bem tardiamente. Eu e mais da metade do público, que resolveu assistir aos títulos: “Liv & Bergman- Uma História de Amor”, “Bergman & Magnani: A Guerra dos Vulcões” e “Hannah Arendt”, numa sequência , sem pausa, ficamos das 14 às 19h, numa verdadeira sauna.

O sacrifício só não foi maior, porque os títulos eram muito bons (sobretudo o primeiro e o terceiro).  Mesmo assim, a problemática me fez lembrar  as constantes reclamações que os sergipanos fazem para com o descaso do Cinemark em nossa cidade. Vê-se que não é só “privilégio” nosso vivenciar problemas dessa natureza.

Por falar em experiências desagradáveis, muitos colegas abraccineiros  ficaram a “ver navios” e não  tubarões, na sessão do clássico de Spielberg que era para acontecer na segunda à noite, no Espaço Itaú de Cinema- Frei  Caneca 1.Houve um problema no arquivo digital (que, simplesmente, não abria) e a sessão teve que ser cancelada.

Imagine para quem  saiu de casa só para ver  a cópia restaurada de “Tubarão” ou passou a tarde toda vendo fitinhas mixurucas e botava fé na “ última sessão de cinema” da noite ? Que furada.
Eu ia passando por uma dessas também,  na quinta, à tarde. No mesmo complexo do Shopping Frei Caneca, programei uma sequência de três filmes: “Shun Li e o Poeta”, “Shameless” e “Era Uma Vez, Eu Verônica”.
 
Saí do primeiro maravilhada (em outra postagem falarei desse filme), na expectativa que o segundo fosse tão bom quanto, mas a cópia nem chegou ao seu destino. Ficou retida na Receita Federal  e a organização da Mostra substituiu -o por outro título.
 
Entrei às cegas no filme “Perder a Razão”, sem saber do que se tratava. E como foi boa a surpresa!!! Drama de ótima qualidade, focando temas delicados e protagonizado pelo meu “queridinho”  Tahar Rahim (“O Profeta”). O diretor belga Joachim Lafosse transforma o que seria uma bela história de amor, numa tragédia grega.  Surpreendente...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

36a Mostra de Cinema de SP exibe novo Mungiu

Sempre quis assistir ao filme “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” (2007) do Cristian Mungiu, mas o filme ainda não chegou em DVD no Brasil. Segundo longa do diretor romeno, este filme ganhou  a Palma de Ouro em Cannes e foi super badalado, quando de sua passagem pela 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Antes de chegar com sua mais nova produção ao Brasil- “Além das Montanhas”-  ele já confirmou seu talento, dirigindo um dos episódios de “Contos da Era Dourada” (2009), ainda inédito para mim.
Ontem, finalmente, pude entender o porquê desse diretor ser tão laureado -“Além das Montanhas”  ficou com a Palma de Melhor Roteiro e Atriz para a dupla Cosmina Stratan e Cristina Flutur, que ficou conhecida  em “4 Meses, 3 semanas e 2 Dias” e ao mesmo tempo reverenciado pela crítica.

Saí impactada da sala, após assistir ao novo filme de Mungiu , que trata de amor, crença, repressão, intolerância, sem deixar de fazer crítica aos métodos ortodoxos ainda utilizados num Monastério romeno, em pleno século XX.  Lá, encontramos a bela Voichita (Cosmina Stratan), que depois de sair do orfanato, decide seguir os desígnios de Deus.

Ela sacrifica o seu amor por Alina (Flutur), sua amante durante os últimos anos no orfanato , e refugia-se nas montanhas. A aparente calma do local começa a ruir, quando Alina vai lhe fazer uma visita e pede para Voichita não deixá-la nunca mais. A partir daí, iniciará um confronto entre Alina e Voichita (já que a freira reprime seu sentimento pela amante, em nome de Deus) e entre a forasteira e o Padre que comanda com austeridade o Monastério.

Mungiu utiliza preciosamente cada segundo dos 155 minutos de duração,  para exercitar no roteiro,  os embates entre Bem e Mal, Razão e Paixão,  Luz e  Trevas. Ele poderia julgar os personagens, suas ações,  mas abdica dessa solução  e transfere a função sacrificante para o espectador, tirando-o da zona de conforto.  Teríamos a condição de fazê-lo ?
 

 

"Sequestro", "Pântanos", "Renoir" : boas surpresas na 36a Mostra


Somente ontem, no 4º  dia da Mostra, foi que saí satisfeita após as sessões. Foram quatro filmes (três estrangeiros e um brasileiro- da lista que tenho que cumprir) que oscilaram entre o conceito de  bom (“Prá Lá do Mundo” de Roberto Studart) e excelente (“Além das Montanhas” de Cristian Mungiu).

Quando a gente escolhe um filme para assistir, em meio a uma lista tão diversa e extensa, dá-se um verdadeiro tiro no escuro. O alvo (a satisfação) pode ser muito difícil de alcançar na maioria das vezes, mesmo que você some as variáveis: prêmios em festivais + apreciação da crítica + boca a boca do público.  O mais prazeroso, no entanto, é quando você não leva nada disso em conta, deixa-se influenciar pelas sinopses e percebe que acertou “na loteria”.

Aconteceu isso com três filmes que vi até o momento: o dinamarquês “Sequestro” de Tobias Lindholm , o canadense “Pântanos” de Guy  Édoin e o francês “Renoir” de Gilles Bourdos. O primeiro  conferi  na tarde de segunda-feira e faz parte do grupo de filmes que compete na categoria de Novos Diretores.

É o segundo filme de Tobias, que já tem no currículo, a co-autoria dos roteiros de “Submarino” e “A Caça” ambos do badalado Thomas Vinterberg. O que mais me impressionou   no filme desse dinamarquês, formado há cinco anos na Escola Nacional de Cinema de seu país, foi como ele controla o nível de tensão ao longo da projeção.

Mais da metade dos 110 minutos de rolo, passa-se no cargueiro MV Rozen, que foi tomado por piratas africanos no Oceano Índico. As figuras centrais nesse ambiente serão o cozinheiro Mikkel e o “intermediador” Omar, enquanto que em terra firme, acompanhamos a atuação do engenheiro naval Jan, um dos chefes da empresa proprietária do cargueiro sequestrado e que terá a incumbência de  negociar com os bandidos.

Tobias trabalha de tal maneira o conflito psicológico entre as partes envolvidas, que vemo-nos muitas vezes, no lugar de Jan ou de Mikkel, em estado de impotência.  Mas ao contrário do que poderia acontecer, se a produção  fosse norte-americana ou brasileira,  aqui não há lugar para pirotecnia e exploração barata dos sentimentos de ódio , culpa e desespero dos personagens.  Filmaço a ser descoberto.

Já “Pântanos”, coloquei-o na lista de ontem, por dois motivos: o fato de ser canadense (filmografia pouco difundida por aqui) e pela história. Incluído na Mostra Perspectiva Internacional, o primeiro longa-metragem de Guy Édoin, sustenta-se pela constante eminência de tragédia que paira no ar.
Um casal e seu filho adolescente tocam uma fazenda de gado leiteiro no interior do Canadá. A seca promete castigar a região nos próximos meses e o patriarca não sabe como lidar com o problema, já que está endividado e pode perder a propriedade, caso não encontre logo uma nova fonte de água para abastecer o local.

O filho Simon, por vezes, fica alheio a essa problemática, assim como os pais focados no trabalho,  são displicentes com a educação e o amadurecimento do garoto. Nutrindo um forte sentimento pela mãe e uma atração por rapazes, ele será o personagem desencadeador do ponto de viragem da trama. E quando pensamos que não haverá mais solução para os crescentes problemas que surgem na vida  dos fazendeiros, eis que Édoin nos surpreende com um desfecho  arrasador.

“Renoir” foi o quarto e último filme de ontem (pela manhã, participei da cabine de “Além das Montanhas”, que pretendo comentar em outra postagem e ainda vi, à tarde, “Prá Lá do Mundo”). Por incrível que pareça, não estava cansada quando comecei a vê-lo, por volta das 22h.  E se nunca fui muito fã do trabalho do pintor Auguste Renoir, a partir de agora, verei suas obras com outro olhar.

O filme se passa no ano de 1915, quando Renoir já padecia de uma artrose feroz e não apresentava mais a acuidade visual precisa para pintar. No entanto, apesar das adversidades, ele continuava produzindo, inspirado pela exuberante luz da Côte d’ Azur e pelas suas jovens modelos, sendo sempre amparado por um time de “fiéis escudeiras”.

A última modelo do pintor, Andrée (que se tornaria depois, esposa de seu filho Jean Renoir e atriz de cinema) é um dos principais personagens da trama. A jovem  despertará a paixão em Jean , quando ele retorna ferido  da guerra; no pai, Auguste, por conta de sua beleza e sensualidade (como modelo e mulher) e no irmão mais novo, Claude, que desprezado pelo pai e órfão de mãe, projeta na figura de Andrée, uma possível fonte de afeto.

A partir dessas relações, Bourdos vai pincelando a tela de projeção, ora com tintas mais fortes, ora com cores mais suaves. Amparado por bons atores ,  uma  soberba direção de fotografia assinada por Mark Ping Bing Lee  e a sempre competente trilha composta  por Alexandre Desplat, “Renoir” é  uma daquelas obras para ver e rever, mesmo que o espectador  não seja apreciador da obra do pintor.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Diário da 36a Mostra Internacional de Cinema de SP (Parte I)

Já se passaram três dias, desde que cheguei a São Paulo, para participar do júri da ABRACCINE na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e, até o momento, não havia escrito uma linha sequer para o Bangalô.

Primeiramente, isso deve-se à falta de tempo (vocês  não têm ideia do quanto tenho de me deslocar pela cidade, a fim de cumprir com um roteiro de filmes), aliada a um cansaço terrível, após uma viagem tumultuada (uma turbulência que teimava em não passar), sem contar o horário vergonhoso da partida do meu voo (1h55).

Até hoje, não sei porque as Cias. Aéreas não dão uma chance aos sergipanos, acrescentando mais dois  voos  que poderias sair no início da noite para São Paulo e no final da manhã. Somente com duas opções (madrugada ou início da tarde), fica complicado para atender  à demanda.

Mas como não vim aqui para falar de turismo e sim, de filmes, o balanço desses três primeiros dias (sábado, domingo e terça), ainda é um tanto desapontador.  Tenho  de ver obrigatoriamente 14 filmes de novos diretores brasileiros para instituir o Prêmio ABRACCINE ao melhor (junto com mais seis colegas críticos) e não é fácil encaixar todos esses e conferir alguns imperdíveis de diversas nacionalidades,  sendo que alguns desses últimos,  só passam em horários similares aos da competitiva e nos primeiros três dias. Senão vê-los entre sexta e domingo, não resta outra opção.

Só posso adiantar, que nenhum dos quatro da competitiva abraccineira, que assisti até o momento , sensibilizou-me. Seguirei com o compromisso, torcendo para que o filme que  irá me arrebatar, apareça logo.

O único nacional que vi, sem  a preocupação de julgá-lo,  foi “O Que Se Move” de Caetano Gotardo, um jovem cineasta capixaba, que foi responsável pela montagem de “Trabalhar Cansa” da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra. Na première paulista de seu primeiro longa, ocorrida no domingo, à noite, no CINESESC praticamente lotado, pude comprovar o que já haviam falado do trio de atrizes. Realmente, as três (Cida Moreira, Andrea Marquee e Fernanda Vianna) estão muito bem e Gramado foi injusto ao não entregar três Kikitos a cada uma delas (só quem levou o prêmio foi Vianna ).

Mas um filme não se sustenta apenas com interpretações. O roteiro e a direção são as outras variáveis para que a equação seja perfeita. Nesse caso, o primeiro  é problemático, enquanto que a segunda, prejudicada por alguns maneirismos do cineasta.

A primeira história, envolvendo pedofilia é a melhor das três.  O desfecho surpreendente anima o público, levando a crer que a tensão só tenderá a aumentar, no decorrer da projeção. A segunda trama não desaponta de  todo, mas há um descompasso na interpretação da esposa com relação ao marido e a solução que o diretor encontrou para esse drama, beira o patético. Seria a vida patética, então ? Talvez, mas a realidade me convence mais que a ficção.

A parte final  parece apontar para um momento de esperança, em meio a tantos dramas devastadores.  Seria possível uma mãe  se reconciliar com seu filho biológico, depois de 17 anos de separação, quando o bebê foi roubado da maternidade ? O espectador  terá que tirar sua própria conclusão.
E  se o público achou o encontro das duas famílias na churrascaria constrangedor demais , a cena do banheiro, em que a mãe expressa o amor pelo seu filho, de uma forma bem inusitada (já repetida pelas outras mães nos episódios anteriores), vem para amenizar  um pouco a tensão que se instalou entre os personagens à mesa.

 “O Que Se Move” tem seus méritos. É um filme corajoso, perturbador e com um elenco feminino formidável. Mas o autor abusa  de certos experimentalismos e a pretensão supera as boas intenções.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Beatles Cover tocará no TTB




Em julho do ano passado, a banda argentina God Save The Queen embalou os nostálgicos fãs do Queen, presentes no Teatro Tobias Barreto. Agora, é a vez dos beatlemaníacos se eriçarem, pois no próximo domingo, a partir das 20h, no palco do mesmo teatro, a banda formada por Sandro Peretto (John Lennon), César Kiles (Paul McCartney), Thomas Arques (George Harrison) e Renato Almeida (Ringo Starr), juntamente com o maestro Anselmo Ubiratan (George Martin) realizará o maior espetáculo “beatle” da América Latina intitulado  “All You Need is Love”.

Contando com uma orquestra, regida pelo maestro Ubiratan, o espetáculo envolve ainda o uso de efeitos especiais, instrumentos vintage, projeções e figurinos de todas as fases da banda para reviver com fidelidade cênica e sonora as músicas de todas as fases dos Beatles.

 O “All You Need Is Love” coleciona coincidências entre seus integrantes e os verdadeiros Beatles. Além de cada um ter a mesma estatura dos integrantes originais, os músicos cover do grupo trazem até características de personalidade semelhantes às de seus personagens, que dão ainda mais veracidade ao espetáculo.

Os instrumentos do espetáculo são da mesma marca dos utilizados pelos Beatles. Destaque para a bateria da marca Ludwig, da década de 60 ( mesma marca e ano da usada por Ringo Starr); as guitarras Gretsch e Rickenbacker e o baixo Hofner, idêntico ao usado por Paul McCartney, além de um piano com pintura psicodélica, como o usado por Paul nas fases dos discos “Sgt. Pepper’s” e “The Magical Mystery Tour”. Os amplificadores são da marca Vox, usada pelos Beatles durante toda sua carreira.

O figurino minucioso retrata as diferentes fases dos Beatles durante o espetáculo: os terninhos comportados dos tempos do Ed Sullivan Show; as já menos sóbrias vestes do segundo disco, “With The Beatles”; as fardas psicodélicas e coloridas de “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club” e “The Magical Mystery Tour” e o visual da época do disco “Abbey Road”. Das abotoaduras às costeletas, nenhum detalhe é esquecido. Até as botas usadas no espetáculo “All You Need Is Love” foram feitas por Mr. Anthony Green, o mesmo sapateiro inglês que fez os famosos calçados dos Beatles.

Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia).



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Contemplados do Rumos Itaú Cultural 2012

O Itaú Cultural divulgou na última quarta-feira, por meio do site www.itaucultural.org.br, os contemplados do programa Rumos Itaú Cultural 2012 nos editais de Cinema e Vídeo e Pesquisa Moda e Design, esse inédito. Em todas as categorias, a seleção dos projetos foi feita por comissões autônomas formadas por especialistas nas áreas em questão e um representante do Itaú Cultural. Todas as informações a sobre o assunto estão disponíveis no site da instituição e abaixo segue a lista com todos os nomes.

Nesta 7ª  edição do Rumos Cinema e Vídeo, a maioria dos 401 projetos inscritos veio da região Sudeste, em especial do estado de São Paulo, refletindo diretamente na procedência dos 20 projetos contemplados. Do total de inscrições recebidas para as três carteiras do edital, 298 foram do Sudeste, 46 do Sul, 38 do Nordeste, 14 do Centro-Oeste e cinco da região Norte. Destes, foram selecionados 13 do Sudeste, quatro do Sul, dois do Nordeste e um do Centro-Oeste. Não houve selecionados da região Norte.

 Das 222 inscrições recebidas para a carteira Filmes e Vídeos Experimentais, foram contemplados quatro projetos, sendo três do Sudeste – um de São Paulo e dois do Rio de Janeiro – e um do Nordeste, vindo do Ceará. A categoria contou ainda com um Prêmio Especial da Comissão, concedido a um projeto de São Paulo, totalizando cinco contemplados. Destes, três projetos de 31 a 54 minutos receberão aporte financeiro de R$ 90 mil (noventa mil reais); um de 16 a 30 minutos receberá R$ 55 mil (cinquenta e cinco mil reais), e um de até 15 minutos, R$ 35 mil (trinta e cinco mil reais).

Espetáculos Multimídia selecionou cinco de 117 projetos: quatro de São Paulo e um de Santa Catarina. Os inscritos nesta categoria, assim como os inscritos em Filmes e Vídeos Experimentais – 12 em cada uma delas –, passaram por uma pré-seleção no mês de setembro. Todos tiveram a oportunidade de fazer uma apresentação dos seus projetos à comissão de seleção, a qual definiu os cinco selecionados finais dessas categorias. Como previsto em edital, os projetos contemplados têm orçamento de até R$ 90 mil (noventa mil reais), sendo que destes serão passados até R$ 45 mil (quarenta e cinco mil reais) diretamente aos selecionados para a realização da produção, e o restante do aporte – também até R$ 45 mil (quarenta e cinco mil reais), destinados à montagem dos projetos – será administrado diretamente pelo Itaú Cultural, sem repasse de verba para os selecionados.

Já a categoria Documentários para Web traz peculiaridades nas seleções das duas carteiras que a integram. A Modalidade A, direcionada a trabalhos audiovisuais de exclusiva autoria de jovens realizadores com idade entre 16 anos e 18 anos, recebeu um número insuficiente de inscrições e foi cancelada. No entanto, está prevista uma convocatória para trabalhos desse segmento para 2013.

Por outro lado, a Modalidade B, voltada a jovens realizadores com idade entre 18 e 25 anos que utilizaram câmeras multiformato, smartphones e dispositivos móveis para a realização de vídeos autorais, foi a com o maior número de selecionados: ao todo 10, dos 62 inscritos. Destes, quatro são de São Paulo, dois do Paraná, um do Ceará, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro e um do Rio Grande do Sul.
Os contemplados receberão aporte financeiro no valor bruto de R$ 25 mil (vinte e cinco mil reais) como apoio à produção de obra intelectual, e participarão de um laboratório virtual para acompanhamento de todas as etapas de desenvolvimento, até a entrega do filme finalizado.

Pesquisa Moda e Design

Inédito no programa Rumos, o edital de Pesquisa Moda e Design foi aberto pela primeira vez em 2012, em mais uma ação do Observatório Itaú Cultural. Tendo como objetivo incentivar estudos acadêmicos (teses e dissertações) sobre a moda e o design, o edital dá ênfase aos trabalhos escritos, e selecionou cinco projetos para cada uma das carteiras abertas.

Para sua edição de estreia, foram recebidas 108 inscrições de todas as regiões do país – 61% do Sudeste, 18% do Sul, 17% do Nordeste, 2% para do Centro Oeste e 2% do Norte –, das quais 30 foram para a carteira Pesquisa em Andamento e 78 para a de Pesquisa Concluída. A de Pesquisa Concluída apresenta dois trabalhos do Rio de Janeiro, um de Santa Catarina, um de São Paulo e um do Pará. Já a de Pesquisa em Andamento foram três de São Paulo, um do Ceará e um de Pernambuco.

Cada contemplado na carteira Pesquisa Concluída receberá apoio financeiro no valor bruto de R$ 10 mil (dez mil reais), e os da carteira Pesquisa em Andamento receberão o valor bruto de R$ 5 mil (cinco mil reais). Após a conclusão da pesquisa e mediante a apresentação do trabalho, receberão apoio financeiro complementar no valor bruto de mais R$ 5 mil (cinco mil reais). O instituto doará ainda aos contemplados, 20 publicações consideradas referenciais pela comissão julgadora, para o estudo das áreas previstas neste edital.
 
CONTEMPLADOS RUMOS ITAÚ CULTURAL 2012/2014

EDITAL RUMOS CINEMA E VÍDEO

DOCUMENTÁRIOS PARA WEB – Modalidade B
* Camis Garcia, com Saltimbanco 3.0 - São Paulo (SP)
* Carol Argamim Gouvêa, com Onde os Sinos Falam - São João del-Rei (MG)
* Fabio Alves, com Gamewhat? - Curitiba (PR)
* Francisco Bahia, com A Experiência do Sujeito Genérico - São Paulo (SP)
* Giovanni Francischelli, com Se eu demorar uns meses - São Paulo (SP)
* Luka Melero, com Sorria, é sexta-feira - Niterói (RJ)
* Marcelo Andriguetti, com Boca de Rua - Vozes de uma Gente Invisível - Porto Alegre (RS)
* Sheyla Smanioto, com É Osso: as ausências que a morte cava, a presença que a imagem inventa - Diadema (SP)
* Tamíris Spinelli, com Corpos Trans*lúcidos - Curitiba (PR)
* Tiago Pedro, com O centro invisível - Fortaleza (CE)

ESPETÁCULOS MULTIMIDIA
* Grupo Mesa de Luz, com Armadilhas - São Paulo (SP)
* Lea Van Steen e Raquel Kogan, com ENTREMEIOS - São Paulo (SP)
* Matheus Leston, com Orquestra Vermelha - Osasco (SP)
* Muepetmo, com BRANCO - São Paulo (SP)
* Tiago Romagnani Silveira, com Som e Chão - Florianópolis (SC)

FILMES E VÍDEOS EXPERIMENTAIS
* Armando Praça, com A Deusa Branca - Fortaleza (CE)
* Daniela Moreira, com Origem: Destino - Rio de Janeiro (RJ)
* Guille Martins, com Cine Penhor - São Paulo (SP)
* Ricardo Pretti, com O Porto - Rio de Janeiro (RJ)
PRÊMIO ESPECIAL
* Andréa Tonacci, com Já visto, jamais visto - São Paulo (SP)

 EDITAL PESQUISA MODA E DESIGN

CARTEIRA PESQUISA CONCLUÍDA

* Almira Alice Fonseca Araújo Martins - Belém (PA)
Trabalho: Caminho das águas: proposta para aproveitamento de um subproduto ictiológico na Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, Pará, Brasil
* Bruna Madureira de Pinho Luzes - Rio de Janeiro (RJ)
Trabalho: Contribuição do design para melhoria do desempenho das indústrias
* Helena Rugai Bastos - São Paulo (SP)
Trabalho: O design de Fred Jordan
* Sheila dos Anjos Alves Gies - Joinville (SC)
Trabalho: The material culture of brazilian fashion design - from 1985 to 2005
* Tatiana Messer Rybalowski - Rio de Janeiro (RJ)
Trabalho: A gestão da diferenciação de produtos de moda: a inserção do artesanal na confecção industrial

CARTEIRA PESQUISA EM ANDAMENTO

* Bárbara Cravo da Silva - São Paulo (SP)
Projeto: Possíveis influências dos campos do design e da moda eventualmente discerníveis na constituição do campo do design de moda
* Emanuelly Kelly Ribeiro da Silva - Maracanau (CE)
Projeto: As intersecções de saberes na relação entre designers de moda e artesãos no interior do Ceará
* Marc Barreto Bogo - São Paulo (SP)
Projeto: Editora Cosac Naify: do todo à parte na Coleção Particular
* Maria Teresa Lopes - Recife (PE)
Projeto: Diretrizes Metodológicas de Design da informação para a Formação do olhar dos professores das licenciaturas
*Ursula Elke Reichenbach - São Paulo (SP)
Projeto: Design de narrativas televisivas interativas móveis: TVDI (televisão digital interativa) para dispositivos móveis (celular)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

MIS promove mostra em homenagem a Kenji Mizoguchi

Cena do filme Oharu - vida de uma cortesã (1952)
 
Entre os dias 12 e 13 de outubro, o MIS (SP), instituição da Secretaria de Estado da Cultura, vai abrir as portas do seu auditório para uma homenagem aos 90 anos de carreira do diretor e roteirista japonês Kenji Mizoguchi. Em parceria com a Fundação Japão, a mostra gratuita, composta por uma seleção de filmes célebres da carreira de Mizoguchi, será exibida inteiramente em película 16mm e 35mm.

Mizoguchi produziu seus filmes com um olhar de pintor e a sensibilidade de um poeta. Com belas composições, recriou movimentos suaves com a câmera e explorou a relação psicológica de seus personagens. Assim, o diretor fascinado por tomadas longas e riqueza de detalhes em sua mise en scène, revela o cotidiano japonês por meio de dramas familiares, ao mesmo tempo em que documenta social e economicamente as transições de um Japão que passa do feudalismo para a modernidade, do campo para a cidade.

Seu tema principal foi o status social das mulheres japonesas e seu papel em uma sociedade dividida entre tradição e modernidade. Entre seus principais filmes, constam Nihombashi (1929); Shikamo Karera wa yuku (1931); Geido ichidai otoko (1941); Vida de O-Haru, galante mulher (1952); Contos da lua pálida depois da chuva (1953); O Sansho Bailiff (1954); A Imperatriz Yang Kwei Fei (1956).

Confira a programação completa da Mostra Kenji Mizoguchi:

SEXTA 12.10
15h - A Nova Saga do Clã Taira (Japão, 1955, 108 min, 16 mm)
17h - Contos da lua vaga depois da chuva (Japão, 1953, 97 min, 16 mm)
19h - O Intendente Sansho (Japão, 1954, 126 min, 16 mm)

SÁBADO 13.10
15h - Os Amantes Crucificados (Japão, 1954, 102 min, 16 mm)
17h- A Música de Guión (Japão, 1953, 85 min, 35 mm)
19h-  Oharu – vida de uma cortesã (Japão, 1952, 148 min, 16 mm)

O Museu da Imagem e do Som (MIS) localiza-se à Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo.
Telefone: (11) 2117- 4777

domingo, 7 de outubro de 2012

Viena, Cidade Cinematográfica (Parte II)

Não cheguei a passar 48h em Viena. Por isso, preciso retornar à capital austríaca para uma melhor apreciação. Não só da riqueza cultural (fruto do domínio dos Habsburgos), mas também "sentir melhor" o jeito de ser dos nativos. Confesso que os achei um tanto formais, sérios. Um pouco de descontração, não seria nada mal.  Ainda assim, tenho muito o que conhecer da terra de Gustav Mahler, Franz Haydn e Johann Strauss.

Por falar nesse último compositor, seu célebre "Danúbio Azul" embalou o término de nossa passagem pela cidade. Subimos até a Torre do Danúbio (252 m), para avistar lá de cima a dimensão do rio e conferir se sua cor condizia com a composição de Strauss. A depender da luz que incida sobre suas águas do segundo maior rio europeu, até que a coloração tende para um azulado. Mas isso é o de menos. O que vale mesmo é a dimensão que temos da cidade, a partir de ums dos dois restaurantes panorâmicos giratórios (a 170 m de altura).



É possível não só avistar os Bosques Vienenses (Montes Kahlenberg e Leopoldsberg), como algumas edificações importantes, a exemplo da Torre do Milênio, Centro Internacional de Conferências e um ângulo diferente do Parque do Danúbio. Por sorte, o dia estava ensolarado e fomos brindados por essa vista maravilhosa.




Depois de uma tulipa de chopp seguimos para o centro, a fim de almoçar e visitar a Ópera Nacional de Viena. Não assistimos ao espetáculo da noite (para se ter uma ideia, são apresentadas anualmente, cerca de 300 espetáculos diferentes por lá), mas fizemos um reconhecimento de seu interior  e deslumbramo-nos com sua suntuosidade (fotos abaixo). Quem sabe, da próxima vez, não assisto a um espetáculo nesse magnífico prédio, contruído entre 1861-1869 ?

Teto do hall de entrada da Ópera Nacional


Foyer Schwind: com pinturas no teto deste pintor


Escultura homenageando R. Strauss
Painel existente num dos cafés da Ópera 



O dia ainda reservaria mais supresas. À noite, marquei presença num concerto de música clássica, onde não faltaram as valsas e polkas de Strauss (era proibido tirar fotos durante o espetáculo, que ainda incluía números de dança) e, logo depois, fui jantar em Grinzing (conheceida aldeia de vinicultores) há poucos quilômetros de Viena.

O restaurante da vez foi o Bach-Hengl (fotos abaixo). A comida era farta, a música animada, mas o vinho...deixou um pouco a desejar. De qualquer forma, quem visitar Viena, inclua esse programa no  roteiro. Vale a pena se despedir da cidade com um jantar caprichado !!!



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tr3s.minutos recruta monitores

Previsto para acontecer durante os dias 22 a 27 de Outubro, a segunda edição do Festival Sergipano de Micrometragens Tr3s.minutos convida os estudantes de Comunicação Social (habilitação em Jornalismo, Rádio e TV, Audiovisual ou Publicidade e Propaganda), Recepção, Turismo e Administração para colaborar na construção do evento que tem como principal objetivo criar um novo espaço de troca e fruição de novas ideias para o audiovisual sergipano.

A candidatura às vagas – ao todo, serão ofertadas 10 vagas - deve ser enviada entre os dias 3 e 10 de Outubro, de forma online através do novo portal do festival. A monitoria é voluntária e aos selecionados será concedido um certificado de 30 horas inerentes às suas funções no evento.

Para fazer a inscrição, o aluno precisa fazer o download da ficha de inscrição disponível em www.tresminutos.com.br/monitoria. Durante o processo, selecione em qual rede social (Twitter ou Facebook) deseja compartilhar o link com os amigos, após esta etapa você será redirecionado para o formulário de cadastro. O resultado da seleção será divulgado no dia 13 de Outubro no próprio endereço virtual, constando a distribuição dos monitores por comissão do evento.

O regulamento completo também está disponível no site.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Viena, Cidade Cinematográfica (Parte I)

Assistirei a "Sissi" novamente, assim que tiver um tempo. Quando se vai a Viena, é o apelido da Imperatriz Elizabeth, casada com Francisco José I e, imortalizada nos cinemas pela atriz Romy Schneider, que mais se ouve ao quatro cantos.

Sua fama, porém, está muito mais atrelada à sua beleza (ainda que tivesse dentes horrorosos e amarelados) que a alguma participação mais inflamada na esfera política. Na trilogia cinematográfica, dirigida por Ernst Marischka, a personagem de Sissi é uma jovem cheia de vida, sorridente e feliz, na vida real, contudo, a imperatriz era uma figura obsessiva, depressiva, infeliz no casamento e anoréxica.

Para conhecer um pouco mais sobre a vida de Elizabeth, que foi assassinada em Genebra, aos 60 anos, por um anarquista italiano, vale a pena visitar o Museu Sissi no Palácio Hofburg (antiga residência  de inverno da família imperial). Por conta do tempo apertado (fiquei apenas um dia e meio por lá), a prioridade foi conhecer, com mais atenção, outros pontos turísticos da cidade cinematográfica (de tão perfeita que é Viena).


Enquanto Hofburg, só tive a oportunidade de apreciar por fora, no Palácio de Schönbrunn (foto) -uma das paradas obrigatórias para quem passa pela capital austríaca- quase me perdi em meio à sua imensidão . Espécie de  "Versalhes" vienense, a antiga residência de verão da família imperial, surpreende mais pelo seu espaço externo, que os seus aposentos (nesse aspecto, o palácio francês é imbatível).




Destaque para os jardins do palácio que abriga nos seus 14 hectares, entre outras atrações, um zoológico, a Casa das Borboletas, a Fonte de Netuno e a Gloriette (arcada neoclássica situada no alto de uma colina atrás do palácio). A depender do clima propício, os imperadores faziam refeições sob a Gloriette (ao fundo da 2a foto e no detalhe acima).

Por falar em jardim, outro que merece destaque é o do Palácio Belvedere (construído por Johann Lukas von Hildebrandt) residência  do príncipe Eugênio de Savoia. O imenso jardim em estilo francês liga o Belvedere Superior ao prédio do Belvedere Inferior. Ambos abrigam obras de arte de diferentes períodos históricos, a exemplo de coleções de pinturas dos séculos XIX e XX.



Depois de tanto palácio, uma pausa para o almoço, próximo ao Café Mozart. A sobremesa não poderia deixar de ser uma torta trufada, uma das especialidades do "Mozart". De frente para o café, o Museu Albertina (foto abaixo), que abriga milhares de aquarelas, desenhos e fotografias. É possível se deparar com obras de Michelangelo, Rubens e Picasso.

Ao lado, localiza-se o Film Museum com uma programação de aloprar qualquer cinéfilo. Esse ano, já rolou mostras de filmes de Robert Mitchum (Janeiro), Preston Sturges e Robert Altman (Fevereiro e Março), Suzuki Seijun e Theo Angelopoulos (Abril e Maio) e Olivier Assayas e King Hu (Maio e Junho).


Agora, uma pausa para ouvir Strauss...