domingo, 24 de março de 2013

Em "Busca" de um Roteiro

Hoje, à tarde, assisti ao filme “A Busca”. Não sei se os espectadores, na mesma sessão, tiveram opinião similar à minha, mas fiquei procurando (estou até agora) o roteiro. O que fez com que Wagner Moura, Mariana Lima e Lima Duarte embarcassem nessa? Não sei.

Eu não consegui engolir aquela história cheia de furos, com situações ora forçadas, ora desnecessárias e com encaminhamento duvidoso para um final feliz. Senão, vejamos. Pedro (Brás Antunes) que mora em São Paulo e nunca viu o avô, começa a receber correspondências do mesmo, com desenhos artísticos. Para surpresa do velho (Lima Duarte), que mora no Espírito Santo, o neto adolescente também tem o domínio da técnica do desenho e, logo, estão trocando “figurinhas”.

Paralelo a isso, Theo e Branca Gadelha (Wagner Moura e Mariana Lima), pais do adolescente, estão se separando e nos primeiros diálogos do filme, vê-se que nenhum dos dois conhece, de fato, o filho que tem: seus anseios, suas habilidades. Tanto assim, que o garoto já arquitetou uma fuga, na esperança de encontrar o avô, mas o script leva a crer que a decisão deu-se num rompante, depois de um acesso de fúria do pai.

Assim que Pedro parte para um suposto final de semana na casa de um colega  e não regressa, inicia-se uma busca desesperada do pai autoritário. Branca não o acompanha nessa jornada e, a partir daí, assistimos a um “amadurecimento”, à “autodescoberta” de Theo.  “A Busca” poderia ser um thriller dramático bastante interessante, mas a direção indecisa do estreante em longas, Luciano Moura, aliado a um roteiro (escrito por ele e sua mulher, Elena Soares) recheado de clichês de road movie, torna-o artificial, por vezes, inverossímil.

Salvam-se o empenho de Wagner Moura na pele do Dr. Theo, a participação relâmpago de Lima Duarte e a troca de título do filme de “A Cadeira do Pai” para “A Busca”. Não são suficientes, no entanto, para tornar essa pretensiosa produção dramática da O2 Filmes, num sucesso de bilheteria.

Sergival é atração do Estúdio Móvel da TV Brasil

Liliane Reis e Sergival no Estúdio Móvel
 
 
 
O Estúdio Móvel da TV Brasil,  e que vai ao ar, amanhã e terça-feira, às 18h, com reprise na madrugada, às 2h, terá como uma das atrações o cantor sergipano Sergival.

O artista é uma espécie de embaixador das tradições sergipanas no país. O canto, a performance e as composições remetem à cena artística do Nordeste, no melhor que ela oferece: sons, danças, histórias e festejos. O encontro com a apresentadora Liliane Reis fluiu como música em ritmo nordestino já que ela é baiana e estreou, em março, a quarta temporada do descolado programa na TV Brasil. Na conversa gravada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, Sergival contou sobre as raízes de Sergipe e lembrou as origens da arte em sua família.
 
“Eu carrego o Nordeste sempre comigo em todas a minha expressão musical. Meu pai trabalhava com barragem, construção de estradas e morou em muitas cidades da região. Por isso, tive uma vida de cigano e morei em Pernambuco, na Bahia, além de Sergipe. Através dessas vivências, eu fui construindo e reunindo um pouco da cultura de cada estado, sotaque e saberes dos mestres”, conta o músico.
 
Simples e divertido, Sergival deu uma canja com seus instrumentos e apresentou trechos do interessante espetáculo que promove Brasil afora. Durante o papo, ele ainda fez a tradução de termos do "sergipanês" e explicou os signos do seu figurino revelando o que cada uma das peça do vestuário representa.
 
“Eu busquei um figurino baseado na história que o Luiz Gonzaga deixou como legado. Peguei, por exemplo, os óculos redondos de Lampião e a roupa composta por xilogravura. Meu espetáculo é bem lúdico: tem dança com bonecos de pano e a batida de grupos folclóricos em formato de banda, com baixo e instrumentos típicos”, comenta o artista.


Sobre o músico- Sergival iniciou sua carreira musical como flautista e posteriormente obteve destaque como percussionista de efeitos, pesquisando novos timbres, criando seus próprios instrumentos com sucatas, brinquedos e artesanato sergipano. Ele mostrou a Liliane Reis a composição da “percussão de efeito”, com ruídos musicais, material reciclavem e apitos que emitem som de pássaros. Os dois, inclusive, experimentam o apito durante o programa.
 
Além de músico, Sergival ocupa a cadeira sete da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Ele ainda apresentada o programa “Puxa o Fole”, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, atração que exalta as músicas e os ritmos das legítimas tradições do forró nordestino. O programa completa três anos este mês. Sergival é, de fato, uma figura única, que canta, compõe, pesquisa e diverte.
 


Fonte: Assessoria da TV Brasil

quinta-feira, 21 de março de 2013

O Super Marat

Marat Descartes_foto de Marcos Camargo_http://bangalocult.blogspot.com
Marat Descartes protagoniza "Super Nada"



Prestem atenção neste nome: Marat Descartes. Ele é a alma do filme “Super Nada” de Rubens Rewald, em cartaz no Cine Cult do Cinemark Riomar, a partir da próxima terça-feira, às 20h.

O ator paulistano- que já mostrou sua versatilidade interpretando um pai de família atormentado por vizinhos na periferia em “Os Inquilinos” (2009), um desempregado de classe média à margem da esposa em “Trabalhar Cansa” (2011) e o traficante Maicon em “2 Coelhos” (2012)- agora vive Guto, que “se vira nos 30” fazendo esquetes, performances nas ruas e pequenos números humorísticos em teatros decadentes para sobreviver.

Ele alimenta o sonho de, um dia, ser um ator reconhecido, como já foi o seu ídolo, o palhaço Zeca (Jair Rodrigues). Protagonista do programa televisivo, Super Nada, Zeca está se despedindo do mundo que Guto quer entrar. A sorte parece mudar de rumo, quando em uma de suas apresentações triviais, Guto é convidado para fazer um teste de participação no Super Nada.

A empreitada dá certo e a gravação do episódio fica pré-agendada. Nesse ínterim é que o filme dá uma guinada. Guto e Zeca aproximam-se, o ídolo vai parar na casa do fã por conta de uma bebedeira e entra em conflito com este, por conta da namorada (Clarissa Kiste). O filme não se decide pelo gênero comédia ou drama, mas o hibridismo lhe cai bem.

O cerne da trama é o embate entre o pupilo e o mestre, ambos com carreiras bastante instáveis, mas cada um com perspectivas diferentes. Enquanto Guto aspira por um “lugar ao sol”, Zeca luta para que os holofotes não se apaguem. Conseguirão alcançar seu intento ? 

Se na ficção paira uma dúvida, fora da tela, tudo vai bem. O personagem Guto, escrito especialmente para Marat Descartes, pelo diretor e roteirista Rubens Rewald, caiu-lhe como uma luva. Tanto assim, que venceu o Kikito de Melhor Ator, no Festival de Gramado do ano passado. O cantor e compositor Jair Rodrigues também não decepciona, compondo um Zeca cínico e bem humorado.

A co-produção Brasil/México não nega, desde sua primeira sequência, que é um filme sobre atores e de atores. O roteiro, no entanto, é irregular e não se aprofunda em algumas subtramas interessantes, como por exemplo, a relação de Guto com sua filha (Lygia Macedo Campos) e sua mãe (Denise Weinberg).

Ainda assim, “Super Nada” merece ser descoberto, por se incluir numa linhagem do cinema brasileiro que trata de questões contemporâneas, como a situação das cidades, das relações humanas e da mídia.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Ouça faixa-título do novo disco da banda Do Amor


A banda carioca Do Amor estará lançando no mês de maio, seu segundo disco, intitulado "Piracema". 
Piracema é o movimento que alguns peixes fazem contra a correnteza, rio acima até a cabeceira, para desovar e reproduzir. Esse movimento coletivo garante a preservação da espécie. 

Piracema também é o nome da fazenda onde o Do Amor criou seu novo álbum, que também será lançado em vinil duplo, com todo o espaço para que se combinem musicalidade, sonoridade e visualidade. Gabriel Mayall (guitarra e voz), Ricardo Dias Gomes (baixo e voz), Gustavo Benjão (guitarra e voz) e Marcelo Callado (bateria e voz) pré-produziram o álbum "Piracema" no sítio, localizado em Três Rios (RJ), durante 15 dias de dezembro de 2011.

Você pode escutar a faixa-título- Piracema- através do link  http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=DVOTcWh9AU8#!

"Os Ônibus" será lançado na Escariz Jardins

Rodrigo Bardo_http://bangalocult.blogspot.com
Rodrigo Bardo , autor de "Os Ônibus"



Em novembro do ano passado, divulguei aqui no Bangalô Cult, matéria relativa ao Prêmio Clube de Autores de Literatura Contemporânea, concebido ao lagartense Rodrigo Bardo, pelo livro "Os Ônibus, O Pêndulo, Uma Frase, Algumas Histórias e, Quiçá, o Diploma". Na ocasião, o jornalista revelou o desejo de lançar o livro em Aracaju, já que, até então, ele só poderia ser adquirido, mediante a compra on line, através do site www.clubedeautores.com.br

Amanhã, a partir das 19h, na Livraria Escariz do Shopping Jardins, Rodrigo estará, finalmente, lançando "Os Ônibus" por aqui. A obra, diferenciada por seu título poético, revela, pela primeira vez e com impressionante fidelidade, os detalhes de uma rotina de viagens diárias de estudantes do interior de Sergipe.

São alegrias, tristezas, medos, dados numéricos, fotos e até mesmo um mapa do Estado apontando as origens dos viajantes. Utilizando uma frase como espinha dorsal do enredo, o autor expõe situações capazes de incorporar a realidade pouco conhecida dos chamados "estudantes pendulares" (lembrando o movimento de um pêndulo simples, essas idas e vindas diárias dos estudantes são parte de um fenômeno geográfico denominado "movimento pendular").

Vocabulário rico e discurso por vezes metafórico são as principais marcas desta obra, que tem o prefácio assinado por Assuero Cardoso, poeta lagartense consagrado.

Sobre o autor- Apaixonado pela veia literária do Jornalismo, Rodrigo Bardo escreveu esta obra ainda na universidade, em 2009, deixando-a esquecida em seu arquivo particular. Dois anos depois, ao reencontrar o trabalho, decidiu torná-lo público, disponibilizando-o gratuitamente na internet.

Em apenas 11 meses, sua obra conquistou milhares de leitores mundo afora - só em Sergipe, por exemplo, o livro-reportagem abocanhou mais de 6 mil leitores.

Em 2012, a obra tornou-se referência em trabalhos de Mestrado em Sociologia e, também, material de estudo no Grupo de Pesquisa sobre Culturas Juvenis, ambos na Universidade Federal de Ceará. Pouco depois, venceu uma competição nacional de literatura contemporânea, promovida pelo Clube de Autores.

Agora, com a obra em sua primeira versão impressa, o autor é finalmente - e merecidamente - recompensado.

"O Grande Gatsby" abrirá Cannes 2013


"O Grande Gatsby" será o filme de abertura da 66ª edição do Festival de Cannes, marcada para 15 de maio, no Grand Théâtre Lumiére do Palais de Festivals. O evento se estenderá até o dia 26 do mesmo mês.

O longa entrará para a história do festival como o segundo filme de abertura projetado na versão 3D – o primeiro foi “Up - Altas Aventuras”, em 2009. Na ocasião, estarão presentes a lenda de Bollywood Amitabh Bachchan e o rapper americano Jay-Z.

“Para todos os que trabalharam em Gatsby, é uma grande honra fazer a abertura do Festival de Cannes”, declara o diretor Baz Luhrmann. “Estou muito orgulhoso por voltar a um país e a um festival que sempre se mostraram generosos comigo. E estou feliz por ver este filme exibido em Cannes, não muito longe de São Rafael, onde F. Scott Fitzgerald escreveu as passagens mais fascinantes e comoventes do seu extraordinário livro”.

"O Grande Gatsby" acompanha o aspirante a escritor Nick Carraway (Tobey Maguire) enquanto ele deixa o centro-oeste americano e chega a Nova York na primavera de 1922, uma era de afrouxamento moral, jazz resplandecente e rios de contrabando. Perseguindo seu próprio sonho americano, Nick vira vizinho de um misterioso e festeiro milionário, Jay Gatsby (DiCaprio), quando vai viver do outro lado da baía com a prima Daisy e seu marido mulherengo de sangue azul, Tom Buchanan. É assim que Nick é atraído para o mundo cativante dos milionários, suas ilusões, amores e fraudes. Ao testemunhar fatos de dentro e fora do mundo que ele habita, Nick escreve um conto de amor impossível, sonhos incorruptíveis e tragédias que espelham nossos próprios conflitos em tempos modernos.

Nascido em 1962, na Austrália, Baz Luhrmann já foi recebido duas vezes pelo Festival de Cannes com "Vem Dançar Comigo" (1992) e com "Moulin Rouge – Amor em Vermelho", em 2001.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Choro na Veia

 Brasileiríssimo apresenta o melhor do choro no Café da Gente

Nos dois últimos finais de semana, no Café da Gente, localizado no Museu da Gente Sergipana, os aficionados pelo chorinho encantaram-se com o repertório apresentado pelo grupo musical Brasileiríssimo. Para quem ainda não teve a oportunidade de conferir as apresentações do quinteto, que acontecem às sextas-feiras, a partir das 19 h, pode fazê-lo até o dia 22 de março.

Essa é a data do término da primeira temporada de shows, mas o violonista e arranjador, Ricardo Vieira, garante que em maio, acontecerá a segunda leva de apresentações do Brasileiríssimo que explora no repertório, composições próprias e dos grandes “chorões” Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Zequinha de Abreu e Ernesto Nazareth.

“Geralmente, montamos um repertório misto para as apresentações e, às vezes, temático como aconteceu na última sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, em que homenageamos Chiquinha Gonzaga e Ademilde Fonseca. No geral, exploramos os grandes clássicos do choro e composições próprias também”, diz Vieira.

Envolvido com música há 16 anos, sendo 10 destes dedicados ao choro, Ricardo Vieira decidiu formar um grupo de chorinho, após constatar que o gênero musical estava   perdendo força no Estado. No início de 2012, conheceu o bandolinista, Fernando Freitas e, após compartilhar a ideia também com a cantora Maiume Vieira, o clarinetista Felipe Freitas e o pandeirista Felipe Lima, surgiu, então, o Brasileiríssimo. 

No quinteto, só Felipe Freitas é Bacharel em Música, inclusive com mestrado na área e chefiando o naipe de madeiras na Orquestra Sinfônica de Sergipe. Fernando Freitas e Felipe Lima são autodidatas e o biólogo Ricardo Vieira e a administradora de empresas Maiume Vieira decidiram se dedicar à música, ambos graduandos do curso de Música da Universidade Federal de Sergipe.

“Nossa estreia foi em julho, do ano passado, no Projeto Orla Pôr do Sol, no Mosqueiro. Desde o início, trabalhamos com uma escolha conjunta para a montagem do repertório, calcado no choro e choro-canção, primando sempre pela composição de arranjos próprios. No momento, estamos gravando um EP, que deverá conter cinco faixas e a previsão é que seja lançado em julho”, explica Vieira, que aprendeu a tocar violão de sete cordas com o maestro Samuel Marques, quem vem orientando Maiume na técnica vocal. 

Em menos de um ano de existência, o Brasileiríssimo teve o privilégio de acompanhar a dupla Silvério Pontes e Zé da Velha, em outubro do ano passado, no Teatro Atheneu. Na ocasião, o trompetista fluminense e o trombonista sergipano vieram lançar o CD “Dom José do Ban”. Para o segundo semestre deste ano, já está agendado um novo encontro entre os músicos, no lançamento do CD “Ouro e Prata” de Pontes e Zé da Velha.

“Até lá, estaremos envolvidos com o lançamento do nosso EP, que ainda não tem título definido, com as apresentações do grupo em formato de temporadas e a inserção de um novo componente no Brasileiríssimo, o violonista Everson Vieira, para um melhor preenchimento harmônico”, conclui Ricardo Vieira. 

Quem quiser conferir choro de qualidade, as próximas apresentações do quinteto serão nos dias 15 e 22 de março, a partir das 19 h, no Café da Gente. Mas é bom chegar cedo e garantir uma mesa, porque os  shows têm lotado. O couvert custa R$ 10 e o Museu da Gente Sergipana localiza-se à av. Ivo do Prado, 398.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Inscrições abertas para o Festival Literatura em Vídeo


O Festival Literatura em Vídeo 2013, realizado pelas editoras Ática e Scipione, com apoio da MTV, da produtora Buriti Filmes e do portal Tela Brasil, está com as inscrições abertas até o dia 27 de outubro de 2013. Voltado para educadores e alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio das redes pública e privada de todo o país, o concurso tem como objetivo incentivar o hábito pela leitura e estimular a criatividade.

Para participar, os estudantes devem produzir um vídeo de até cinco minutos relacionado a uma das obras de ficção dos catálogos das Editoras Ática e Scipione. O Festival premia alunos, professores e instituições de ensino nas categorias Júri Técnico, Júri Popular, Destaques Regionais, Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Melhor Som. Os trabalhos serão julgados seguindo critérios de criatividade, qualidade da produção e adaptação do roteiro. 

A novidade neste ano é a criação da Fan Page do Festival no Facebook (www.facebook.com/literaturaemvideo) que, desde meados de janeiro, traz dicas e informativos sobre o concurso. O site oficial do eventowww.literaturaemvideo.com.br apresenta uma série de vídeo-aulas e oficinas, que tem como objetivo dar apoio técnico para professores e alunos produzirem suas adaptações. Esses vídeos, que trazem como protagonistas profissionais renomados como Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi e Walter Carvalho, fazem parte do acervo do Tela Brasil – projeto da Buriti Filmes que estimula produção de curtas metragens – e agora estão à disposição também no site do Festival Literatura em Vídeo.

Todos os vídeos enviados até 27 de outubro serão avaliados por uma equipe técnica, formada por assessores pedagógicos das Editoras Ática e Scipione, pela equipe da MTV e pela Buriti Filmes. Os vencedores do Festival serão escolhidos pelo Júri Técnico e os vídeos vencedores do concurso serão veiculados na grade da programação da MTV. Mais Informações no site http://www.literaturaemvideo.com.br

quinta-feira, 7 de março de 2013

"O Mestre" estreia no Cine Cult

Phoenix e Hoffman travam um "duelo de titãs" em "O Mestre"



Apesar de já ter conquistado um Urso de Ouro no Festival de Berlim pelo filme “Magnólia” (1999), algumas indicações ao Oscar pelo trabalho de diretor e roteirista em “Boogie Nights” (1997) e “Sangue Negro” (2007), além do Leão de Prata de Melhor Diretor, no ano passado, por “O Mestre”, o trabalho de Paul Thomas Anderson neste último filme foi totalmente preterido na 85ª  cerimônia de entrega do Oscar.

Somente os atores Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams tiveram suas performances apreciadas com indicações nas categorias de Melhor Ator, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante, respectivamente. Aliás, os dois primeiros dividiram o prêmio de Melhor Ator no Festival de Veneza em 2012. Mas nenhum foi premiado com o Oscar deste ano. 

Pode-se dizer que foi uma injustiça para Amy Adams (quatro vezes indicada nessa categoria), que dessa vez merecia ganhar, como Peggy Dodd, a ardilosa esposa de Lancaster Dodd (Hoffman), líder da organização religiosa “A Causa” (qualquer semelhança com a Cientologia, não é mera coincidência), que promete a cura espiritual baseada na hipnose.

Excepcional também está Phoenix, como Freddie Quell, um ex-marinheiro traumatizado pela II Guerra Mundial, que de volta aos Estados Unidos, agarra-se com “unhas e dentes” à nova religião, na tentativa de encontrar um rumo para sua vida. Alcoólatra e com arroubos de violência, Freddie constrói uma relação dúbia com o líder religioso: ora paternal, ora homoerótica. 

A partir de um encontro casual num navio, o jovem torna-se o fiel escudeiro de Lancaster, acompanhando-o no trabalho de arregimentar mais seguidores para a seita e protegendo-o de figuras impertinentes, que possam desmascarar a verdadeira faceta do Mestre.

O roteiro escrito por Thomas Anderson concentra-se mais nessa relação do que, propriamente, na formação da doutrina afeita a seres alienígenas. Talvez, o objetivo do cineasta seja chamar a atenção para as consequências devastadoras de qualquer fanatismo (no caso específico, o religioso), sem deixar de criticar, com ironia, a sociedade americana da época ( década de 1950).

Além das excelentes interpretações do trio de atores, destacam-se em “O Mestre”, a trilha sonora sutil mas eficaz de Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead) e a detalhista fotografia de  Mihai Malaimare Jr. , que optou pelo filme no formato 65mm e  por uma câmera utilizada por Stanley Kubrick durante as filmagens de “2001: Uma Odisseia no Espaço”.

O filme pode ser conferido a partir de amanhã, às 14h, no Cine Cult do Cinemark Jardins.

terça-feira, 5 de março de 2013

30 Anos de "Sargento Getúlio" (o filme)

Orlando Vieira em cena de "Sargento Getúlio"

Corria o ano de 1983, quando um filme rodado em Sergipe, começou a deixar sua marca na cinematografia brasileira, com prêmios no Festival de Gramado e em outros cantos do mundo (Locarno e Havana ). Trata-se de “Sargento Getúlio” dirigido por Hermano Penna, cuja adaptação do livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro, foi realizada pelo próprio escritor, juntamente, com Penna e Flávio Porto.

Protagonizado por Lima Duarte (Getúlio) e contando com um casting sergipano- Orlando Vieira, Amaral Cavalcante, Antônio Leite, entre outros- o filme foi rodado em 1977, no interior do Estado, mas só sentiria o contato com a tela do cinema, seis anos depois, período em que foi ampliado de 16 mm para o formato de 35 mm.

Passadas três décadas de seu lançamento, “Sargento Getúlio” será exibido em Canindé do São Francisco, nesta sexta-feira, às 19h, na Praça Ananias Fernandes, como uma forma de homenagear os participantes dessa empreitada. A iniciativa partiu do Grupo Raízes do Nordeste, de Poço Redondo, que junto com a prefeitura municipal de Canindé, uniu forças para realizar a projeção do filme e um debate com o diretor Hermano Penna e os atores Orlando Vieira (que interpretou o personagem Amaro), Antônio Leite e Amaral Cavalcante.

“Essa carinhosa manifestação aos 30 anos do ‘Sargento Getúlio’ teve origem na iniciativa do grupo Raízes do Nordeste, grupo de ação cultural de Poço Redondo, liderado por Val Santos, cantora e guerreira da cultura regional do sertão São Franciscano de Sergipe. E é Poço Redondo que numa atitude única e exemplar no Brasil, homenageia o cinema brasileiro tornando o ‘Sargento Getúlio’, Patrimônio Cultural da cidade. Fato que deve ser divulgado em prosa e verso para todo país. O filme tem uma relação tão profunda com Sergipe que é natural que todos se sintam patronos dessas homenagens. No caso de Canindé, a cidade é citada nominalmente numa das primeiras falas de Lima Duarte, logo no início do filme. Justificativa maior não há para a exibição acontecer nessa cidade”, explica o diretor.

Ambientado nos anos de 1940, o filme conta a história de Getúlio (Lima Duarte), um rude sargento que tem a missão de levar um prisioneiro, inimigo político de seu chefe, de Paulo Afonso (BA) a Aracaju (SE). No meio do caminho, em virtude de uma mudança no panorama político, o sargento recebe a ordem para soltar o prisioneiro, mas devido a seu temperamento avesso às mudanças, ele decide terminar a missão que lhe foi confiada, mesmo que tenha de matar para completá-la.

Durante um certo tempo, Getúlio consegue resistir ao enfrentamento das forças federais, por conta da ajuda do fiel escudeiro Amaro (Orlando Vieira). Porém, acaba sendo abatido no terceiro combate com elas.
Não deve ter sido fácil para Hermano Penna adaptar os longos monólogos do Sargento no livro para as telas, ainda que tenha contado com o auxílio de João Ubaldo para essa “cinematização”. Quando questionado se o filme, ainda hoje é reconhecido como um dos melhores da safra brasileira e de suas constantes comparações com a obra original, o diretor é categórico.

“Melhor do que o livro não é. ‘Sargento Getúlio’ é um dos cinco melhores livros da literatura de língua portuguesa, no dizer do ‘cometa’ Glauber Rocha. Mas se tenho algum orgulho é saber do apreço e carinho que João Ubaldo tem pelo filme, como demonstrou numa mesa redonda da Balada Literária realizada em São Paulo, em novembro passado. Acrescento que muitas outras homenagens estão sendo programadas para esse ano em todo país, inclusive, com a publicação de um livro contando a saga do filme”.

É uma pena, no entanto, que até hoje, o filme não tenha sido lançado em DVD (apenas foi digitalizado pela Programadora Brasil, projeto da Secretaria do Audiovisual para levar clássicos e cults nacionais em DVD apenas a universidades e centros culturais). Segundo Penna, há intenção de lançar “Sargento Getúlio” neste formato, mas para isso, a cópia precisa ser restaurada. “Estamos lutando para realizar essa operação, esse é o único entrave. E porque não, o Governo de Sergipe tomar essa iniciativa? Não custa muito. Seria uma forma de se associar à vontade do povo sergipano que se expressa com tanto carinho e apreço ao filme através dessas exibições”.

Com uma forte ligação com o sertão sergipano, tendo filmado nos anos de 1970, além de “Sargento Getúlio”, “Mulher no Cangaço”, o cineasta cearense voltou a Sergipe, há um ano e meio para realizar “Aos Ventos Que Virão” protagonizado por Rui Ricardo Dias ( de “Lula, o Filho do Brasil”), Luís Miranda e Emanuelle Araújo.

Com locações em Canindé e Poço Redondo e um orçamento em torno de R$ 2,4 milhões, o longa-metragem narra a trajetória de Zé Olímpio (Rui Ricardo), que após uma experiência como cangaceiro troca sua terra natal por uma vida nova em São Paulo, na construção civil. Ao voltar para sua região de origem, a fim de reconstruir o que lá deixou, ele entra na carreira política e vislumbra toda a fragilidade de caráter em torno das disputas pelo poder.

“O filme está totalmente finalizado e esperando ‘os bons ventos’ de uma boa distribuição. Nessa minha visita a Sergipe, pretendo discutir com o Governo do Estado, Secretaria de Cultura  e outros patrocinadores como o BANESE,  uma exibição do filme em Aracaju. Espero fazer isso ainda no primeiro semestre desse ano”, conta o diretor.

Quem sabe não vem por aí, um filme tão promissor quanto “Sargento Getúlio” ? É esperar para comprovar.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Rio Maracatu é destaque no "Cortejo nos Trilhos"


O fotógrafo Marcio RM está realizando sua 48ª exposição individual, de nome “Cortejo nos Trilhos”. Em cartaz até o dia 10 de março, no SESC/Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, a exposição conta 20 imagens do desfile do Bloco Rio Maracatu no carnaval de 2010, na capital carioca.

Todas as fotos mostram o cortejo do bloco pelas ruas e trilhos do simpático bairro de Santa Teresa. O Rio Maracatu, que comemorou 15 anos no mês passado, já é uma tradição no carnaval carioca e reúne milhares de cariocas e turistas em suas apresentações. Formado por músicos pernambucanos e cariocas, no final dos anos 1990, o Rio Maracatu ajudou a resgatar o carnaval de rua no Rio de Janeiro.

 Tendo como referência o ritmo musical Maracatu de Baque Virado, tradição da capital pernambucana, o grupo estuda e realiza diferentes ritmos, cantos e danças brasileiras, como a Ciranda e o Samba, além do Maracatu.

O ensaio “Cortejo nos Trilhos” faz parte do Recorte Popular, um mapeamento de festas populares que Marcio RM realiza há tempos, pelo Brasil, e pode ser visitado de terça a sexta-feira, das 10 às  19h  e, aos sábados e domingos, das 9 às 18 h, no SESC/Teresópolis.


Sobre o artista- Fotógrafo profissional desde 1982, Marcio RM tem fotos veiculadas nas principais publicações brasileiras e trabalhou para as revistas Isto É e Veja e os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, além de empresas como a Petrobras.

Ele vem há vários anos se dedicando a elaboração e execução de projetos documentais, tendo participado de mais de 80 exposições, entre individuais e coletivas pelo Brasil e no exterior (Japão e Portugal). As exposições individuais foram realizadas nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Cabo Frio, Paraty, São João de Meriti, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Teresópolis (RJ), Belém (PA), Aparecida (SP), Porto Alegre (RS), São Luís (MA), Brasília (DF), Aracaju (SE), Tiradentes e Juiz de Fora (MG), São Félix  e Salvador (BA).