domingo, 24 de março de 2013

Em "Busca" de um Roteiro

Hoje, à tarde, assisti ao filme “A Busca”. Não sei se os espectadores, na mesma sessão, tiveram opinião similar à minha, mas fiquei procurando (estou até agora) o roteiro. O que fez com que Wagner Moura, Mariana Lima e Lima Duarte embarcassem nessa? Não sei.

Eu não consegui engolir aquela história cheia de furos, com situações ora forçadas, ora desnecessárias e com encaminhamento duvidoso para um final feliz. Senão, vejamos. Pedro (Brás Antunes) que mora em São Paulo e nunca viu o avô, começa a receber correspondências do mesmo, com desenhos artísticos. Para surpresa do velho (Lima Duarte), que mora no Espírito Santo, o neto adolescente também tem o domínio da técnica do desenho e, logo, estão trocando “figurinhas”.

Paralelo a isso, Theo e Branca Gadelha (Wagner Moura e Mariana Lima), pais do adolescente, estão se separando e nos primeiros diálogos do filme, vê-se que nenhum dos dois conhece, de fato, o filho que tem: seus anseios, suas habilidades. Tanto assim, que o garoto já arquitetou uma fuga, na esperança de encontrar o avô, mas o script leva a crer que a decisão deu-se num rompante, depois de um acesso de fúria do pai.

Assim que Pedro parte para um suposto final de semana na casa de um colega  e não regressa, inicia-se uma busca desesperada do pai autoritário. Branca não o acompanha nessa jornada e, a partir daí, assistimos a um “amadurecimento”, à “autodescoberta” de Theo.  “A Busca” poderia ser um thriller dramático bastante interessante, mas a direção indecisa do estreante em longas, Luciano Moura, aliado a um roteiro (escrito por ele e sua mulher, Elena Soares) recheado de clichês de road movie, torna-o artificial, por vezes, inverossímil.

Salvam-se o empenho de Wagner Moura na pele do Dr. Theo, a participação relâmpago de Lima Duarte e a troca de título do filme de “A Cadeira do Pai” para “A Busca”. Não são suficientes, no entanto, para tornar essa pretensiosa produção dramática da O2 Filmes, num sucesso de bilheteria.

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