quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vampiro "de verdade" no Cine Cult

Adoro filmes de vampiro. Não perco um, a não ser a série "Crepúsculo" e similares (talvez um dia eu me curve a esses apocalípticos filmes vampirescos), mas enquanto isso não ocorre, prefiro um do tipo "Sede de Sangue" de Park Chan-Wook, que está em cartaz no Cine Cult do Shopping Riomar, mas que por 'um lapso' do  Cinemark, não constava até domingo último, da programação impressa.

Ao invés do internauta perder seu tempo com a comédia "Os Vampiros que se Mordam", vale a pena conferir esse filmaço coreano (do mesmo diretor de "Mr. Vingança", "Old Boy" e Lady Vingança") em que um padre torna-se voluntário nas pesquisas de se encontrar a cura para um vírus letal, e após uma transfusão sanguínea, termina virando vampiro.

A partir daí, o padre desenvolve uma crise de identidade e não é para menos. Ao mesmo tempo em que precisa do sangue para ficar vivo, não quer matar suas vítimas e encontra uma saída inusitada para tal. Só que ao se reencontrar com uma amiga de infância, a outra questão que é colocada em prova é o celibato. Como se não bastasse, a jovem é casada e mora com a sogra. Com tantos desejos à flor da pele e sem poder reprimi-los mais, o espectador torna-se cúmplice dos atos irracionais do padre.

Como Park Chan-Wook não é de brincadeira, quando o assunto é contar uma história (recheada de mistério, terror e drama), o filme dá um giro de 360 graus, quando a jovem pede ao seu amante, para se tornar vampira. Essa e outras cenas são visualmente exuberantes (com muito sangue em profusão) e a trilha também merece destaque. Desaconselhável para cinéfilos de estômago fraco e obrigatório para aqueles que curtem de "Drácula" de 1933 a "Guardiões da Noite" de 2004.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: O padre Sang-Hyun (Kang-ho Song) entre "a cruz e a estaca"

Acordeon Clássico


O Quinteto Persch, formado por cinco acordeonistas, apresentar-se-á amanhã, às 20h, no auditório do SESC-centro. Confesso que fiquei surpresa com o local escolhido para a apresentação, já que poderia ser num local um pouco maior e com acústica mais adequada. Mas como apresentações como esta são difíceis por aqui, vale parabenizar a intituição SESC, em ceder o auditório para o show dos gaúchos.

Único grupo brasileiro com esta formação, o Quinteto Persch traz um repertório composto por peças de Villa-Lobos, Guerra-Peixe, Astor Piazzolla, Ferenc Farcas e Rossini. A turnê é fruto do Prêmio Circuito Funarte de Música Clássica e acontece entre os dias 20 e 25 de outubro e percorrerá Salvador, Aracaju, Maceió, Garanhus, Campina Grande e João Pessoa.

Formado em 1999,  por Adriano Persch, o Quinteto reúne um time de profissionais com formações variadas: seja com bacharelados e licenciaturas em música, seus componentes também são membros de orquestras. Fazem parte da trupe o próprio Adriano, além de Fernando Santos, Daniel Castilhos, André Machado e Luciano Rhoden.

Segundo Adriano Persch, o Quinteto tem como objetivo difundir o Acordeon através da música de câmara. “Queremos mostrar a versatilidade e oportunizar a exploração do instrumento com repertório erudito”, revela. “Lamentavelmente, o acordeon ainda não está inserido na academia, nos cursos superiores ou pesquisas, mesmo sendo muito participante da música brasileira com importantes expoentes”, enfatiza. A turnê pretende ainda propiciar a troca cultural entre as regiões brasileiras e resgatar o uso do acordeon na música instrumental. 

Mais informações podem ser obtidas através do http://www.quintetopersch.com/. No site, o internauta pode conferir vídeo e áudio do grupo, além de baixar partituras gratuitas para Acordeon mediante cadastro.

O SESC-centro está localizado à Rua Dom José Thomaz, em frente ao Colégio Arquidiocesano.

domingo, 17 de outubro de 2010

Faltou decolar


Conheci Marco Ricca mais de perto, há dois anos, quando estive em Paulínia e ele marcou presença no Festival de Cinema, como um dos diretores que teria sua produção financiada pela prefeitura da cidade, por conta de um edital de audiovisual. Na entrevista coletiva, concedida à epoca, ele discorreu sobre a trama- baseada em romance de Marçal Aquino- e falou um pouco sobre a escolha do elenco tarimbado.
Ontem,  fui conferir o longa de estreia de Ricca, no Cine Cult do Cinemark Jardins e confesso que me decepcionei. Não com o olhar ousadamente intimista do diretor ao abordar a questão do tráfico nas fronteiras do Centro-Oeste brasileiro, nem com as excelentes construções dos personagens pelo atores escalados, mas com uma certa diluição do roteiro, que em alguns momentos, deixa brechas inaceitáveis.

Não li o livro do Aquino, para comprovar se essa característica lacunar já provem da literatura contemporânea do escritor, mas penso que na tela, a adaptação não funcionou a contento com essas pontas soltas e sem amarras. Alguns personagens saem de cena sem a menor explicação- como a amante do matador, Brito, vivida por Via Negromonte e a esposa do fazendeiro Miro, vivida por Ana Braga, mãe de Alice Braga- sem contar que um quê da trama (se eu disser, estraga a surpresa) não fica bem claro.

Talvez tenha sido exatamente isso que o diretor desejou para o seu longa-metragem, mas ao contrário de outras críticas que li, comparando ao filme "Os Matadores" de Beto Brant, "Cabeça a Prêmio" não possui roteiro redondinho e torna-se, por vezes, pretensioso.

No entanto, o filme tem seus méritos:  o elenco está irrepreensível, a  fotografia de José Roberto Eliezer é soberba e a sensibilidade de Ricca ao explorar o silêncio é na medida certa. Repare nos atores estrangeiros, Daniel Hendler (argentino) e César Trancoso (uruguaio). Alguém aí advinha os filmes que eles participaram e foram exibidos aqui no país?

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Alice Braga vive Elaine a filha de Miro (Fúlvio Stefanini)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Trotamundos Coletivo promove "Coversando Fotografia"

O Trotamundos Coletivo promove amanhã, às 19h, no Auditório Marcelo Hora de Araújo – Espaço EMES – a terceira edição do projeto 'Conversando Fotografia'. Desta vez, a conversa ocorre com os fotógrafos Oliver Garcia e Renata Voss. Os profissionais dialogarão a respeito de suas experiências com a fotografia publicitária e a importância da imagem para a área.

Sobre Oliver Garcia- É publicitário e atua há cerca de oito anos na área, tendo passado pelas principais agências de Sergipe. Ele começou a carreira na área de direção de arte e sempre teve contato com o campo da fotografia, em alguns momentos dando assistência a trabalhos que estavam sendo realizados por clientes das agências em que trabalhava. Depois de acompanhar o trabalho de alguns fotógrafos sergipanos, em especial Aluisio Acioly, o jovem fotógrafo decidiu seguir carreira no setor e, nos últimos quatro anos, trocou de vez a direção de arte pela fotografia.

Sobre Renata Voss- É alagoana, publicitária e, atualmente, é professora substituta de fotografia na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Trabalha há seis anos com fotografia publicitária, prestando serviços para agências de publicidade e clientes diretos. Já atuou como diretora de arte em duas agências de propaganda de Maceió e como professora de fotografia nos cursos de graduação em comunicação da ESAMC (AL) e da FITS (AL). 
 
Possui especialização em docência para o ensino superior e em artes visuais, tendo interesse de pesquisa pela história da fotografia publicitária e por processos alternativos em fotografia, como o cianótipo e marrom van dyck, bem como na investigação dos diversos suportes que a fotografia pode assumir. Participou de diversas exposições coletivas entre 2004 e 2010, realizando a sua primeira exposição individual 'Lugares Comuns ou Vazios Encenados', na Pinacoteca da UFAL, em 2008.  

O evento é aberto ao público e gratuito.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fotógrafa Sergipana é destaque do Mural da Photo Magazine



Um breve perfil da fotógrafa Mônica Flávia Carvalho, juntamente com quatro fotos de sua autoria, pode ser conferido na edição de número 34 da Revista Bimestral "Photo Magazine", que já se encontra nas bancas. Considero Mônica uma artista promissora. Tendo pouco mais de quatro anos no ramo, ainda que de forma mais amadora que profissinal, ela foi vencedora de um concurso do site Planeta Sustentável – O Futuro a Gente faz Agora, com o trabalho chamado "Olho" e ficou em segundo lugar num concurso nacional pelo Programa Nacional de DST e Aids, com uma série de fotografias em que utilizava a camisinha como principal "personagem".

No ano passado, foi finalista de um concurso latino-americano, sendo  a fotografia "A Feirante" exposta no museu Antioquia em Medellin e, desde 2007, vem participando de exposições coletivas e individuais em Aracaju. No final deste mês (28/10), por sinal, três de seus trabalhos mais recentes poderão ser conferidos na coletiva do projeto Sergipe in Foco, no Palácio-Museu Olímpio Campos e que tem como tema- Moradas.
Atualmente, Mônica Flávia tem investido na produção de books e editoriais de moda, sem deixar o experimentalismo de lado, marca registrada de seu trabalho consistente.

Texto: Suyene Correia

Foto: Essa é uma das cenas clicadas por Mônica que estará presente na Exposição "Moradas" 

domingo, 10 de outubro de 2010

Cursos no Cine Olho

Com o objetivo de apresentar um painel teórico sobre os quadrinhos no mundo e debater as possibilidades da linguagem e seu uso em sala de aula, o SESC-SE realiza no período de 18 a 22 de outubro, das 14 às 18h, na Unidade Centro, o Curso de Elaboração de Quadrinhos na Sala de Aula. O pedagogo e especialista em arte educação, Milton Coelho, será o facilitador da atividade que terá a duração de 20 horas, certificação e será destinada a professores, estudantes e apreciadores desta arte.
      
Segundo o técnico em cinema do SESC/SE, Wolney Nascimento, a história em quadrinhos é uma linguagem que associa imagem e texto. “Nos tempos atuais esses dois campos de informação estão em processo de expansão e de integração. Levar essa linguagem para a sala de aula é gerar possibilidades pedagógicas ricas e lúdicas, permitindo que o educador possa aumentar o interesse para os conteúdos de sua disciplina, alem de servir de base para projetos de ensino e atividades interdisciplinares”, disse Nascimento.
      
Na abertura do curso, dia 18, às 14h30, o SESC também promoverá uma mesa redonda aberta ao público gratuitamente, com a participação de Milton Coelho e do desenhista de HQ, Gladston Barros. Respectivamente eles abordarão os temas O Estilo Mangá Renovando, a Estética de Maurício de Souza e as Histórias em Quadrinhos na Aula.

Na seqüência da programação o Sesc também promoverá de 18 a 22/10, das 18 às 22h, na mesma unidade, uma oficina intitulada “Do Roteiro a Pré-produção”, ministrado por Marcelo Roque Belarmino, realizador em audiovisual. A oficina terá a duração de 20h com certificação. A iniciativa é direcionada para micro e pequenas produções. Belarmino vai apresentar as noções básicas de argumento, roteiro e o processo de aplicação desses elementos com o devido planejamento, para a realização das filmagens. Também apresentará o desenvolvimento da pré-produção e da decupagem, capacitando os alunos para melhor realizarem suas próprias produções.

As inscrições nos cursos estão abertas nas centrais de atendimento do Sesc com vagas limitadas. Informações 3216-2726 / 2727 ou http://www.sesc-se.com.br/.

sábado, 9 de outubro de 2010

Destino para as férias: Chile



Ultimamente, tenho deixado o bangalô um pouco de lado , mas é por conta de algumas viagens que tenho feito. A última, por sinal, teve como destino o Chile. Fui a trabalho, a convite da Turise Operadora com o apoio da TAM e, apesar de ter sido uma estada rápida, deu para ter uma ideia de quanto aquele país é lindo!

Tanto Santiago, quanto Valparaíso e Viña del Mar deveriam ser destinos mais procurados pelos brasileiros e não, tão somente, Buenos Aires e Punta del Leste. Mas, aos poucos, estão descobrindo as maravilhas daquele país contrastante, tanto no que diz respeito à questão geográfica, quanto no âmbito cultural.

O tempo em Santiago foi curtíssimo (cerca de um dia e meio), mas o suficiente para se encantar com o saneamento da cidade, a simpatia dos chilenos, a modernidade da urbanização e o cuidado com a arquitetura.

Apesar de ser uma cidade relativamente cara (R$ 1 vale em torno de 250 pesos), procurando enconomizar na alimentação e hospedagem, dá para se fazer belos passeios e se divertir a valer. A ordem é não deixar a câmera fotográfica no hotel e flagrar tudo, inclusive a Cordilheira dos Andes, que circunda a cidade.

Para quem curte vinho, torna-se parada obrigatória uma visita às vinículas, seja a de Concha Y Toro ou Undugarra. E uma chegadinha até a região de Pomaire, a fim de conhecer uma comunidade bastante peculiar com sua culinária exótica também deve constar no roteiro.

Falar de Viña del Mar e Valparaíso em parcas linhas é um pecado. Mas como o blog é um espaço para textos mais compactados, vale pelo registro de se conhecer a primeira, conhecida como 'Miami Chilena', devido ao contraste de suas edificações modernas e exuberantes, com as de Valparaíso, cidade portuária, repleta de ladeiras, que ora lembra Salvador, ora lembra Santa Tereza (bairro carioca).

É lá, aliás, que se encontra uma das casas que Pablo Neruda morou e escreveu seus livros. A vista que se tem das janelas dos cômodos da Casa Museu La Sebastiana é linda, oportunizando ao visitante, uma parcial da cidade de Valparaíso e da região portuária. Por sorte, a manhã estava ensolarada (ainda que a brisa estivesse um tanto fria) e deu para constatar o azul do mar em sua magnitude.

Azul que continua em Viña del Mar, talvez até com maior intensidade. A propósito, tive sorte de registrar a presença de vários leões-marinhos nas pedras que ficavam próximas à praia. Também pelicanos, gaivotas e outras aves comuns à região inistiam em "sair" nas fotos. A vontade que eu tinha era de ficar ali, aquela tarde de sábado toda, apreciando a fauna daquele local.

Nosso país é lindo, incontestavelmente, mas há muito o que se conhecer ainda ao sul do Equador e, não somente ao norte dessa linha imaginária. Aliás, a Patagônia e o Deserto do Atacama que o digam...
Fica aqui a dica para quem quiser se divertir e voltar maravilhado de um lugar nessas férias de verão.

Texto e Fotos: Suyene Correia

Foto 1: Bairro de Las Condes em Santiago

Foto 2: Vista parcial da bela pintura que orna internamente o teto da Catedral de Santiago

Foto 3: A blogueira tendo ao fundo o Palácio de La Moneda

Foto 4: Vista da Cordilheira dos Andes de um dos quartos do Best Western Premier

Foto 5: Palácio de La Moneda, sede do governo chileno

Foto 6: Restaurante da região de Pomaire, onde a turma apreciou uma costela de porco e um pastelão típicos do Chile

Foto 7: As parreiras estão brotando na Vinícula Undugarra

Foto 8: Dançarino do Restaurante Bali Hai, típico da Polinésia

Foto 9: A blogueira na entrada do Casa Museu La Sebastiana

Foto 10: Vista do Porto de Valparaíso

Foto 11: Leões-marinhos ainda podem ser vistos na orla de Viña del Mar

Foto 12: Navio encalhado em Valparaíso devido ao terremoto de março deste ano

Foto 13: Valparaíso vista a partir de Viña del Mar

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"O Senhor do Labirinto" ganha FEST RIO




Não é que o filme "O Senhor do Labirinto" sensibilizou o público e terminou recebendo do Júri Popular, o Troféu Redentor na categoria  Melhor Longa Metragem de Ficção ?  A premiação do longa protagonizado pelo ator Flávio Bauraqui, dirigido por Geraldo Motta e co-dirigido por Gisella de Mello aconteceu na noite da última terça-feira, durante o encerramento do Festival do Rio.

“É sempre muito gratificante receber o reconhecimento por um trabalho de muita dedicação que envolveu tantas pessoas e histórias. 'O Senhor do Labirinto' é um filme dirigido por um pernambucano, com produção carioca, mas é sobretudo uma obra sergipana, pois foi filmado e produzido em Sergipe”, declarou Geraldo Motta. A produção do filme é assinada pela Tibet Filme, produtora carioca, em parceria com os Estúdios Mega.
 
"O Senhor do Labirinto" foi praticamente todo filmado em território sergipano, com exceção de duas cenas que foram feitas no Rio de Janeiro. As filmagens começaram em julho de 2008, no município de Nossa Senhora do Socorro, mais especificamente no antigo Hospital Psiquiátrico Garcia Moreno, onde foi feito um trabalho de cenografia para reconstituir o manicômio em que Arthur Bispo do Rosário vivia no Rio de Janeiro- a Colônia Juliano Moreira.

O diretor do longa explicou que o projeto começou em 2003, quando o pré-roteiro foi aprovado para um edital do Ministério da Cultura e, a partir de então, foram várias etapas até a premiação. “Um momento decisivo para o projeto foi o contato com Indira Amaral, que em 2007 era coordenadora do Núcleo Orlando Vieira. Ela foi a grande madrinha que nos apresentou a Sergipe e nos ajudou a articular a realização do filme no Estado. Era essencial para nós fazer o filme na terra natal de Bispo do Rosário”, afirmou Geraldo Motta.

De acordo com uma das produtoras do filme, Thaís Mello da Tibet Filme, a previsão é que o 'Senhor do Labirinto' deverá chegar às telonas de todo o Brasil no início de 2011. “Ainda não fechamos a distribuidora para o filme, mas quando tudo estiver certo a nossa ideia é fazer uma estreia especial em Sergipe”, adiantou.

Legenda da Foto 1: Geraldo Motta e Flávio Bauraqui na noite de premiação do "O Senhor do Labirinto"

Legenda da Foto 2: O diretor Motta recebe o prêmio pelo Senhor do Labirinto, melhor filme de ficção do Fest Rio pelo Júri Popular