terça-feira, 30 de março de 2010

Tem "Farsa da Boa Preguiça" de graça na Orla

Nos dias 1o e 02 de abril, a partir das 19h30, na Praça de Eventos da Orla de Atalaia, haverá apresentação do espetáculo "Farsa da Boa Preguiça" pelos grupos Ser Tão Teatro (PB) e Clowns de Shakespeare (RN).

O espetáculo, baseado em texto de Ariano Suassuna e que já foi visto por mais de 6 mil pessoas nos Estados do Nordeste, conta com o patrocínio do Programa Eletrobrás de Cultura e integra o prêmio Interações Estéticas- Residências Artísticas em Pontos de Cultura e o Prêmio Funarte de Artes Cênicas na Rua.

A estreia nacional do espetáculo foi em João Pessoa e até chegar em Sergipe- onde aconteceu uma apresentação no dia 28, em Laranjeiras e acontece outra hoje, às 19h, em São Cristóvão- a trupe passou pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Depois de marcar presença em terras sergipanas, a "Farsa da Boa Preguiça" será apresentada na Bahia.

O acesso é gratuito e após cada apresentação será realizado um debate sobre o processo de montagem do espetáculo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Ingressos para a Notívagos à venda pela internet

A Cine Vídeo e Educação (leia-se Roberto Nunes) informa que a partir de amanhã, 100 ingressos para a próxima Sessão Notívagos, marcada para ocorrer no dia 20 de abril (véspera de feriado) estarão sendo vendidos pela internet. Os interessados deverão enviar um e-mail para sessaonotivagos@gmail.com e solicitar o seu tícket.

O próximo filme a ser exibido (coincidências acontecem) é o recém criticado neste blog, "A Single Man". Na mesma noite, após a sessão de cinema, estarão se apresentando no hall do Cinemark Jardins, as bandas Vila Carmen (SE) e Retrofoguetes (BA).

O produtor cultural Nunes informa que quem adquirir o ingresso via on line estará se cadastrando automaticamente ao Club Notívagos e terá a partir de maio, uma série de benefícios como reserva de ingressos, participação de sorteios, descontos em lojas selecionadas e acesso a festas exclusivas.


Pantera lança "Belas Imagens"

O cantor e compositor Pantera estará amanhã, a partir das 21h, no Teatro Tobias Barreto, realizando show de lançamento do seu primeiro disco "Belas Imagens" que recebeu tratamento mais que especial do guitarrista e amigo, Toninho Horta. O músico mineiro ficou responsável pela direção musical e produção do disco de Pantera que imprime sua marca em quase todas, excetuando a faixa "Velhas Serenatas".

Para o show de amanhã, ele estará acompanhado no palco do próprio Horta, e mais Paulinho Carvalho, Esdras Ferreira e Lena Horta. Quem não quiser ficar de fora desta, os ingressos ao preço de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) estão à venda na bilheteria do teatro. Quem comprar o ingresso até hoje, levando 1kg de alimento não perecível, tem 50 % de desconto na inteira.

"A Single Man" tem visual caprichado mas roteiro lacunar


 "A Single Man" ou "Direito de Amar" como está sendo chamado no Brasil, infelizmente, decepciona. Desde que comecei a minha "fissura" pelo filme- primeiro pelo trailer no youtube, depois por conta da trilha que já escutei umas 20 vezes- que estava ansiosa para conferir o primeiro longa-metragem do estilista Tom Ford.

Infelizmente, logo nos primeiros minutos da projeção, deparo-me com um certo descompasso da bela trilha sonora assinada por Abel Korzeniowski e o rigor estilístico de Ford. Não que as canções do compositor polonês não estejam à altura do perfeccionismo do diretor, mas é que enquanto a trilha nos faz transcender às imagens, essas, muitas vezes exibidas em câmera lenta, nos parecem assépticas demais.

O artificialismo das locações por vezes é irritante, dando a impressão que estamos diante de um sonho/pesadelo do professor universitário George Falconer (Colin Firth), que tendo perdido o campanheiro num acidente de carro, entra num redemoinho depressivo, com tendências suicidas. 

Charlotte (Julianne Moore) é a amiga que o ampara nos momentos difíceis, mas para superar a perda de um grande amor e ter novamente a vontade de viver, Falconer terá que se dá outra chance. A "luz no fim do túnel" virá personificada no aluno Kenny Potter (Nicholas Hoult), um garoto bonito, decidido e curioso. Resta saber se Falconer irá se permitir, viver outra grande história de amor.

O problema é que contando assim, parece que o roteiro é amarradinho, mas não. O filme poderia até ser um pouco mais extenso e, quem sabe, Ford preencher algumas lacunas que ficaram bastante aparentes, como as cenas entre Falconer e os vizinhos "american way of life"; a cena entre Falconer e o jovem espanhol  "com pinta" de James Dean e o aparente papel de "Salvador da Pátria" do garoto Potter.

Uma curiosidade: a modelo catarinense Aline Weber participa do filme encarnando o papel da amiga do jovem Kenny Potter. Apesar de não ter nenhuma fala na película, a câmera de Tom Ford capta toda a beleza e sensualidade da jovem modelo.

Indicado ao Oscar de Melhor Ator de 2010, o ator britânio Colin Firth venceu o BAFTA e o Prêmio no Festival de Veneza na mesma categoria.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Colin Firth (de costas) encarna o professor George Falconer no longa "Direito de Amar"

Depois do cinema, que tal um jantar no "Soul Kitchen" ?

Pode até ser que a comida inicialmente servida neste restaurante situado na periferia de Hamburgo não seja das melhores, mas o clima de aconchego e de descontração que o seu proprietário Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) imprime ao lugar, juntamente com seus funcionários pouco treinados, faz com que o espectador sinta vontade de pelo menos visitar o local.

O restaurante em questão é fictício (será que virou realidade após as filmagens ?) e um dos principais  personagens dessa comédia do jovem diretor  turco-germânico  Fatih Akin ("Contra a Parede", "Atravessando a Ponte- O Som de Istambul" e "Do  Outro Lado") que surpreende pela versatilidade dos gêneros explorados no cinema.

Se no documentário "Atravessando a Ponte" ele se debruça sobre a musicalidade turca, em "Do Outro Lado" ele aposta no fator "destino" para entrelaçar a história de três famílias (duas turcas e uma alemã) e mostrar as questões políticas e sociais de duas culturas tão distintas.

Já em "Soul Kitchen" - filme embalado por uma trilha sonora que por si só, já daria uma postagem à parte- Akin envereda pela comédia non sense, repleta de gags, como viés para contar a estória do atrapalhado Zinos, que entre uma crise e outra de dor na coluna, por conta de uma hérnia de disco, vê-se em situações limites como a perda do grande amor (a namorada Nadine se mandou para Xangai a fim de trabalhar), do próprio negócio (devido ao irmão trambiqueiro, em liberdade condicional, Zinos perderá o restaurante)  e até do apartamento onde vive.

É muita desgraça para uma pessoa só, mas, justamente, pela maneira com que essas confusões vão se multiplicando ao longo da trama na vida do carismático Zinos é que faz com que a plateia se deleite na comicidade nada original (muitas situações remontam as comédias americanas dos anos 50 e 60), mas extremamente eficiente.

Destaque para o elenco bem entrosado- tanto Bousdoukos, como Moritz Bleibtreu, que faz o papel de Illias, irmão de Zinos, estão ótimos- a trilha sonora recheada de soul music, dance, música espanhola, black, árabe;  a direção sempre competente de Fatin Akin e a concepção dos créditos finais de uma criatividade ímpar. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza do ano passado.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Moritz Bleibtreu e Adam Bousdoukos vivem os irmãos Kazantsakis na comédia "Soul Kitchen"

sexta-feira, 26 de março de 2010

Café da Manhã dos Notívagos ??


 Pois é, Roberto Nunes, quando menos se espera inventa um programa inusitado (mas bem legal), para aqueles famintos por novidades na área cinematográfica. Meio que em cima da hora, recebi um e-mail do produtor responsável pela Cine Video e Educação, informando que neste domingo (28/03) haverá um café da manhã, a partir das 9h, no Cinemark Jardins, tanto para os que esticarem a noite de sábado nas baladas sergipanas, como para os que acordam cedinho, mesmo num domingo nublado.

O referido desjejum será seguido da exibição às 10h, do filme "Aconteceu em Woodstock" do diretor Ang Lee e cujo roteiro é baseado no livro "Taking Woodstock: A True Story of a Riot, A Concert and A Life" de Elliot Tiber. Pelo preço módico de R$ 10 (café + sessão de cinema), o espectador ainda concorre a prêmios e ganha bônus de R$ 5 para a próxima Sessão Notívagos (sem data ainda confirmada).

Devido ao grande sucesso que foi a última Notívagos, com a exibição de "A Fita Branca" e as apresentações de Cabedal (SE) e Eddie (PE), Nunes promete grandes atrações para as próximas datas. Em stand by  já estão agendados a banda Cidadão Instigado (CE) e o cantor Otto (PE). É ficar de olho e não perder esta!!

Os ingressos para o Café da Manhã dos Notívagos  podem ser adquiridos antecipadamente na Casa da Cópia e na bilheteria do cinema na manhã do próprio domingo.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Cena do filme de Ang Lee que conta com os atores Demetri Martin, Liev Schreiber e Emile Hirsch

The Baggios grava CD em SP



O guitarrista Júlio Andrade e o baterista Gabriel Carvalho (“o Perninha”) desde a semana passada que se encontram em São Paulo, para a gravação de seu primeiro disco. Até então, a The Baggios, banda sergipana de que fazem parte, havia apenas lançado dois “EPs”, em seis anos de existência.  Agora, os rapazes decidiram investir num disco mais completo, com 15 faixas, entre inéditas e outras já conhecidas do público e, de quebra, realizam uma mini-turnê pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais.

A empreitada contou com o apoio do Circuito Fora do Eixo (rede de trabalhos concebida por produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul que estimulam a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos nesta rota), responsável pelas apresentações da The Baggios com a banda Porcas Borboletas (MG) e do produtor cultural Quique Brown, que organizou o restante da turnê. Mas o desejo de alçar  voos mais longínquos foi decisivo para que a Gabriel e Júlio partissem para um novo projeto.

“Sem dúvida, que a inserção de Sergipe no Circuito Fora do Eixo contribuiu muito para a realização dessa turnê, ainda que nosso intuito maior seja mesmo gravar o disco. Os shows que iremos realizar são uma consequência, mas bem vindos, uma vez que será importante para a divulgação do nosso trabalho”, diz Júlio Andrade.

Ao todo serão sete shows (já confirmados), nas cidades de São Carlos, Vinhedo, Araraquara, Campinas, Bauru e São Paulo. Concomitante a isso, a The Baggios ainda encontra tempo para gravar o videoclipe da canção “Em Outras” e conceder entrevistas em emissoras de rádio.

É no C4 Estúdios, localizado na Bela Vista, que eles ficaram confinados durante três dias para as gravações. A ideia inicial é de realizar toda a captação do som em São Paulo e mixar o disco em Aracaju. Depois, a masterização será feita em outro Estado com melhor recurso para tal.

Canções já conhecidas da galera seguidora da dupla, como “Pegando Punga”, “Candangos Bar” e “Oh Cigana” dividem espaço com inéditas como “O Azar me Consome” e “Jose Magnólia” e a expectativa dos integrantes da Baggios é que o disco saia a contento e funcione como um ótimo “cartão de visitas” da banda.

Origem- Formada em 2004, na cidade de São Cristóvão, a The Baggios tem a peculiaridade de ser formada por apenas dois integrantes: Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria). Embebidos nas águas turvas e viciadas da música negra, os acordes envenenados da banda misturam ritmos tradicionais, como o Blues, passando do rock sessentista ao garage rock.

A banda tem a embalagem pronta para quem almeja galgar espaços no mainstream: identidade própria, discurso totalmente enraizado com as questões de sua época e de sua gente, e letras que falam diretamente ao público, sem meio termo. O nome surgiu como homenagem a um músico andarilho da pacata cidade histórica, que se vestia de forma esquisita e contava histórias surreais pelas esquinas.

A banda já se apresentou em festivais como, Big Bands (SSA), Música para Todos os Ouvidos (SSA), Projeto Verão (SE), Festival Mundo, Festival Dosol (RN), Feira Noise (BA) e fez  uma turnê de seis shows pelo Nordeste. Na discografia, conta com uma demo lançada em 2007 e o EP- “Hard Times” (2009)- gravado até então.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Gabriel e Júlio (The Baggios) retornam na semana que vem da turnê em SP (crédito: Snapic)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Caixa Cênica estreia novo Espetáculo


Baseado em textos dramáticos e não-dramáticos que apresentam como foco principal as infinitas possibilidades nas relações conjugais, “Felicidade Conjugal ou Quase Isso”, espetáculo montado pela Caixa Cênica estreia amanhã, às 20h, no Teatro Tobias Barreto, com acesso gratuito.

Vencedor do prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, o espetáculo é composto de três partes: a primeira é uma adaptação da comédia de Machado de Assis (Lição de Botânica), a segunda é baseada num conto do escritor russo Anton Tchekhov (A Brincadeira) e a terceira, é livremente inspirada em uma peça curta do autor norteamericano Eric Bogosian (Um Tempero Mais Amargo). Cada autor representa as relações afetivas de seu modo, criando um painel humorado e fascinante das emoções humanas e suas consequências nem sempre felizes.

Após a estreia, o grupo formado pelos atores Diane Veloso, Frederico Lira, Denver Paraíso, Leila Thaís e Thiago Marques segue com apresentações de 9 de abril à 02 de maio, sempre às sextas, sábados e domingos, às  20h, no Teatro Lourival Baptista com entrada franca.

A direção é de Celso Jr., a cenografia e figurino são assinados por Roberto Laplane, a direção musical é de Alex Sant'Anna e a iluminação é de Damien Chemin.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Imperador Kurosawa



 Aproveitando o Centenário de Nascimento de Akira Kurosawa (23/03/1910), listo os meus filmes favoritos desse diretor que conseguiu a proeza de vencer os principais prêmios mundiais ligados à arte cinematográfica. 

Kurosawa era conhecido como "O Imperador" e, apesar de arrasar na carreira de cineasta no lado Ocidental da terra, era visto com desconfiança pelos seus compatriotas, justamente por conta de uma suposta "ocidentalização". Injusta essa afirmação, se lembrarmos de películas como "Cão Danado", "Viver", "Os Sete Samurais", "Kagemusha", "Dersu Uzala" e "Yojimbo". Talvez por descender de uma linhagem de samurais, estes estavam recorrentemente presentes em suas produções. E existe personagem mais oriental que esse?

Em 1950, venceu o Leão de Ouro em Veneza por "Rashomon"; em 1954, foi a vez do Leão de Prata por "Os Sete Samurais"; em 1958 que se rendeu ao mestre japonês foi Berlim, que concedeu à "Fortaleza Escondida" o Urso de Prata. A Palma de Ouro em Cannes viria somente em 1980, com "Kagemusha, a Sombra de Um Samurai", enquanto que em 1990, oito anos antes de morrer, ganharia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas o Oscar Honorário.

Talvez pouca gente saiba, mas Kurosawa queria mesmo era ser pintor. Não deu certo com as tintas e os pincéis, tentou arriscar com o rolo de filme e a câmera. Teve mais sucesso. Apesar disso, em 1971, por conta de um colapso nervoso, tentou o suicídio cortando os pulsos. Graças a Deus, ele não  sucumbiu, e tivemos a oportunidade de conhecer ainda outras de suas maravilhosas concepções, como "Ran" (1985), "Sonhos" (1990) e "Madadayo" (1993).

Para quem quiser prestar-lhe uma homenagem, vendo ou revendo um dos seus filmes, aconselho:

-Cão Danado

-Rashomon

- Viver

-Os Sete Samurais

-Yojimbo

-Dersu Uzala

-Kagemusha

-Ran

-Sonhos

-Madadayo

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Kurosawa nasceu em Tóquio a 23/03/1910 e morreu em Setagaya a 06/09/1998

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amor de "Mother"



"Mother- A Busca Pela Verdade" ainda não chegou por aqui e receio que só virá, se o produtor cultural Roberto Nunes escalá-lo para uma Sessão Notívagos ou Virada Cinematográfica (fica a dica aí...), mas tive a sorte de vê-lo há uma semana em Salvador (infelizmente, já saiu de cartaz por lá) e confesso que fiquei impressionada com o roteiro e a direção do coreano Bong Joon-ho ("O Hospedeiro").

O filme mescla drama com suspense (em pitadas menores) na medida certa, surpreendendo o espectador a cada minuto, com suas reviravoltas e revelações. De uma cena aparentemente banal e sob certo aspecto até patética, somos apresentados à "mother" em questão vivida por Kim Hye-Ja. 

Numa cena panorâmica, vemos a personagem principal dançando no meio de um trigal ,  numa espécie de catarse insana. Aquela cena aparentemente sem explicação, será revelada ao final da projeção da película, mas antes disso, acompanhamos a jornada dela, desesperada, para inocentar seu filho de um crime que, aparentemente, ele não cometeu.

O filho, vivido pelo ator Won Bin, tem um ligeiro déficit mental, fruto talvez, de um incidente ocorrido na infância, do qual a mãe se sente culpada. Talvez por conta disso, é que ela irá defender sua cria das injustiças promovidas pela comunidade e pela polícia local, que o utiliza como "bode expiatório".

Praticamente agindo sozinha, a mãe do rapaz se envolve em situações limites durante as investigações  que empreende nos horários de folga, quando não está agindo como acupunturista ilegal ou vendendo ervas. Por outro lado,  ela tenta arrancar da mente do garoto, o que de fato ele viu na noite em que uma estudante foi brutalmente assassinada, a fim de lhe ajudar a chegar ao real assassino.

Contando assim, parece uma história como tantas outras já mostradas em bons policiais feitos pelo mundo afora, mas em se tratando de Bong Joo-ho, o que acompanhamos é uma narrativa densa e  tensa, bem alinhavada, sem brechas e repleta de situações surpreendentes. A forma arrojada do roteiro assinado por Bong e Park Eun-Kyo é o grande diferencial desse representante da Coréia do Sul para o Oscar 2010, que infelizmente ficou de fora da categoria Melhor Filme Estrangeiro.

"Mother- A Busca Pela Verdade" é uma verdadeira descoberta do que pode vir a significar a expressão "amor de mãe". Veja e comprove.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: A mãe não suporta ver seu filho preso e irá em busca do verdadeiro assassino

Sandra x Streep (2010) = Julia x Burstyn (2001)


Passados nove anos daquele 'famigerado' Oscar de 2001, em que Julia Roberts venceu o Prêmio de Melhor Atriz ("Erin Brockovich") batendo a interpretação irrepreensível de Ellen Burstyn ("Réquiem Para Um Sonho"), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pisa feio no acelerador do lobby em prol de Sandra Bullock e lhe concede a estatueta dourada pela canastrona interpretação em "Um Sonho Possível" vencendo Meryl Streep (minha favorita) pela ótima composição de Julia Child ("Julie & Julia") só para citar uma das fortes concorrentes ao prêmio deste ano.

Assim como no filme em que Julia ganhou (até então) seu único Oscar, interpretando a personagem real Erin Brockovich, uma arquivista de um escritório de Advocacia, que revolucionou uma cidadezinha no interior dos EUA, por conta de seu empenho contra uma grande empresa de eletricidade que praticava crime ambiental, Sandra Bullock em "Um Sonho Possível" encarna Leigh Anne, uma design de interiores que "revoluciona" a vida do jovem Michael Oher (Quinton Aaron), um adolescente negroque vive sob a tutela do Estado, acolhendo-o em casa e o transformando em um grande jogador de futebol americano. A história é baseada no livro "The Blind Side: Evolution of a Game" do jornalista Michael Lewis e como Hollywood adora uma história de superação, principalmente se verdadeira, o prêmio para ambas foi bastante providencial, cada um a seu modo.

Só que ao contrário de Julia (não posso negar que o filme de Steven Soderbergh tem seus méritos), Sandra venceu o Oscar de melhor interpretação desse ano,  por um filme inexpressivo e extremamente esquemático. A história até poderia render algo melhor, se tivesse caído em outras mãos, mas John Lee Hancock acumulando as funções de produtor, diretor e roteirista coloca tudo a perder, deixando o espectador enfadado e inquieto ao longo da projeção do filme.

Excetuando o pequeno SJ, filho mais novo de Leigh Anne, vivido pelo ator mirim Jae Head, o resto do elenco não convence, comprometendo a empatia do público para com uma história que tinha tudo para emocionar, mas só faz o público bocejar de tão moroso. A Academia, sem dúvida, deve ter enxergado  as virtudes, "O Lado Claro" do filme, enquanto nós, só percebemos seu "Lado Cego" (o título original é "The Blind Side"), já que até para a categoria de Melhor Filme, ele foi indicado.

Mas voltando a Bullock, apesar de uma filmografia extensa (pouco mais de 40 longas em 23 anos de carreira), ela ainda não conseguiu me convencer de fato como atriz. Quem sabe um dia,  já sexagenária, ela não emplaque e, por ironia, seja indicada por um papel relmente digno de prêmio, e perca para uma concorrente em igual situação dela neste momento. 

Enquanto isso não acontece, deleitemo-nos com  Ellen Burstyn em "Réquiem Para Um Sonho" (o DVD pode ser encontrado nas Americanas) e Meryl Streep em "Julie & Julia" (já à venda em Blu-Ray) e esqueçamos dessas injustiças recorrentes da Academia.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Sandra Bullock vence o Oscar, mas não convece pelo seu papel como  Leigh Anne em "Um Sonho Possível"

Legenda da Foto 2: Meryl Streep como Julia Child: caracterização impecável

Legenda da Foto 3: Julia Roberts "papou" sua primeira estatueta vivendo "a super mãe" Erin Brockovich

Legenda da Foto 4: Ellen Burstyn em total degradação pelas anfetaminas no final de "Réquiem Para Um Sonho"

terça-feira, 16 de março de 2010

Sai Resnais...entra Haneke



Pessoal, uma notícia de última hora. O filme da Sessão Notívagos (20/03) foi modificado. Não será mais "Ervas Daninhas" de Alain Resnais e, sim, "A Fita Branca" de Michael Haneke.

Como vocês sabem (pelo menos quem acompanha o blog há algum tempo), "A Fita Branca" era meu favorito para a conquista do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro desse ano. Mas terminou favorecendo o cinema argentino, com a vitória de "O Segredo de Seus Olhos" de Juan José Campanella, que deverá passar muito em breve por aqui também.

Resta aos ansiosos de plantão em assistir a esse filme  sombrio, tecnicamente correto e narrativamente perfeito garantirem logo o ingresso da Notívagos que já se encontra à venda na casa da Cópia (Shopping Jardins). Sobre o filme de Michael Haneke, vocês podem conferir minhas impressões na postagem de  novembro do ano passado, com o título "A Fita Branca" para Todos os Santos.

Bom divertimento!!!

Legenda da Foto: Cena do filme "A Fita Branca" duplamente injustiçado no Oscar 2010 (perdeu nas categorias Melhor Filme Estrangeiro e Fotografia)

segunda-feira, 15 de março de 2010

O anti-convencionalismo de Alain Renais



No próximo sábado, a partir das 23 h, finalmente teremos a oportunidade de conferir na tela de um cinema sergipano, o badalado filme de Alain Resnais, "Ervas Daninhas". A exibição dar-se-á dentro da Sessão Notívagos que ainda oferece ao público dois shows musicais da banda Cabedal (SE) e Eddie (PE).

O filme mais recente do diretor octagenário- que tem uma filmografia das mais importantes no cenário da cinematografia mundial- é um dos seus mais cultuados. E se depender do boca-a-boca favorável que se disseminou durante a 33a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ocorrida no ano passado, tem chences de repetir o sucesso de "Medos Privados em Lugares Públicos" (também de Resnais) que se encontra em cartaz há dois anos na maior metrópole brasileira. 

Em "Ervas Daninhas", o foco central recai sobre dois personagens: a dentista Marguerite Muir (Sabine Azéma), que tem sua bolsa roubada logo no início da trama e Georges Palet (André Dussollier), um homem casado, que termina encontrando os documentos da dentista no estacionamento de um shopping.

É justamente a partir de um encontro banal, quando Georges vai atrás de Marguerite para entregar-lhe os documentos, que Resnais aproveita para exercitar sua arte de contar estórias, fugindo do óbvio, da banalidade e do convecionalismo. Aliás, quem já assistiu a essa película, afirma que o cineasta se utiliza de  situações  bizarras e hilárias para provocar uma inquietação no público.

Talvez o filme não seja uma unanimidade como "Medos Privados em Lugares Públicos", mas certamente, essa aventura romântica  já  conquistou lugar cativo na lista das melhores estreias do ano passado. Agora, é se preparar para assisti-lo no próximo sábado, antes das apresentações musicais no hall do Cinemark. 

Vale lembrar, que a banda pernambucana Eddie estará lançando o seu último  trabalho "Carnaval no Inferno", aqui em Aracaju, em apresentação única logo após a sessão de cinema. A banda Cabedal, por sua vez, será a anfitriã da noite apresentando  seu estilo pop aliado à bossa e ao  samba rock. Tudo isso pela bagatela de  R$ 20 (preço único) , incluindo  três bebidas (cerveja,  água ou refrigerante).

Quem não quiser  ficar de fora desta, os ingressos já estão sendo comercializados na Casa da Cópia (Shopping Jardins) e até o dia 18, quem comprar um ingresso para a Notívagos, leva o ingresso da Virada Cinematográfica (exibição de três filmes a confirmar) que acontece no dia 10 de abril. 
  
Texto: Suyene Correia

Legenda  da Foto 1: Cena do filme "Ervas Daninhas" que confirma a versatilidade do experiente Resnais

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ballet de Londrina se apresenta noTTB

A Cia. Ballet de Londrina estará se apresentado neste final de semana no Teatro Tobias Barreto. O espetáculo que os paranaenses trazem para Aracaju chama-se  "Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças" e conta com a direção de Leonardo Ramos. O espetáculo desemboca fluido na atualidade como uma tentativa de compreender mais sobre a essência humana e o que a esculpe. “Para Acordar os Homens...” se fez, antes de tudo, um rito de passagem, no qual o indivíduo adormece a criança e, lamentavelmente, acorda o adulto que floresce com o “amadurecimento”. É como uma projeção íntima daquilo que pensamos ser hoje no que desejamos para o futuro.

Espetáculos montados anteriormente, “Nunca” (2001), “Eternamente” (2002) e “Fome” (2003), são retomados como materia-prima. No entanto, reaparecem cheios de esperança e num formato mais denso que as apresentações originais. A confluência destes elementos permitiu a superação do grande desafio para o Ballet de Londrina: produzir uma obra na sequência de “Decalque”, aclamado como o melhor da companhia.

Na contramão do conformismo, não houve a tentativa de reaproveitar a fórmula de sucesso da linguagem anterior. “Para Acordar os Homens...” tem brilho próprio. Dentre as características de inovação, surgem a trilha sonora, selecionada a partir de faixas disponibilizadas gratuitamente na Internet, e o bailarino Vitor Rodrigues, talento descoberto entre alunos carentes nas audições realizadas pelo ballet em escolas públicas de Londrina.

As apresentações ocorrem no sábado, às 20h e no domingo, às 18h. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscar 2010 deixa Avatar a Ver Navios



Esse foi o Oscar da contra-mão. A Academia de Arte e Ciências Cinematográficas, que parece agora, apostar mais nos independentes do que em outra coisa, deixou "Avatar" à deriva. Os homenzinhos azuis de James Cameron não foram suficientemente envolventes para os cerca de seis mil acadêmicos e, das nove indicações, só venceu três (Direção de Arte, Fotografia e Efeitos Visuais), mesmo assim, ao meu ver, como forma de consolação (será que a fotografia de "A Fita Branca" não é melhor e a direção de arte de The Young Victoria mais arrebatadora?).

O filme de James Cameron, até então, é o recordista de arrecadação pelo mundo ( já faturou mais de US$ 2,5 bilhões de doláres) e apesar de ter custado mais de US$ 300 milhões, não foi páreo para o inteligente e "adrenalínico" "Guerra ao Terror" de Kathryn Bigelow. Este, não só faturou o prêmio de melhor Filme, como também, Direção, Roteiro Original, Montagem, Edição e Mixagem de Som.
É bom lembrar, que Bigelow é a primeira diretora a ganhar um prêmio dessa natureza e, para ela que já fazia história dirigindo filmes de ação, agora deixa de vez marcado o seu nome na cinematografia mundial. Com o lançamento em DVD desde o ano passado, em  "Terra Brasilis", o filme já ganhou as telonas de algumas capitais e espero que chegue aqui também, com som Dolby (tenho o filme em digital, mas telinha pequena é aperitivo para essa produção que exige ser degustada em cinema mesmo).

Nas categorias ligadas às interpretações, nenhuma surpresa. Jeff Bridges e Sandra Bullock corfirmaram o favoritismo para Melhor Ator e Melhor Atriz, enquanto que Mo'Nique e Christoph Waltz  "correram para o abraço" com as estatuetas de Melhor Atriz Coadjuvante e Ator Coadjuvante. Interessante citar, que  Bullock (preferia Meryl Streep em "Julie & Julia) ganhou seu primeiro Oscar, um dia depois de ter ganho o Framboesa de Ouro (prêmio dedicado aos piores do ano) pela película "Maluca Paixão".
Surpreendente para mim foi a derrota da "A Fita Branca" de Michael Haneke para o argentino "O Segredo de Seus Olhos" de Juan José Campanella. Assisti ao primeiro (que acho excelente) mas não vi ainda o segundo. No entanto, o protagonista da trama, o ator Ricardo Darín,  diz que "O Segredo de Seus Olhos"  tem uma vantagem sobre os demais que é contar uma história dura e áspera sem inabilitar o humor e o cotidiano. 
Parece que nessa categoria, os votantes têm fugido dos temas mais contundentes e violentos. No ano passado, foi assim com o japonês  "A Partida" e, esse ano, repetiu-se a tendência com esse filme argentino.

E por falar em histórias, "Preciosa" ficou também com o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado, enquanto que o Melhor Roteiro Original foi parar nas mãos de "Guerra ao Terror". Apostava em "Amor Sem Escalas" para a primeira categoria e "Bastardos Inglórios" para a segunda, mas não deu.

Não entendi mesmo foi a Fotografia de "A Fita Branca" perder para a de "Avatar" e a Direção de Arte de "Avatar" vencer (o que parece ser grandiosamente superior) "The Young Victoria". Este filme ficou apenas com a estatueta de Melhor Figurino para Sandy Powell (elegantemente vestida, como já seria de esperar).

Melhor sorte teve "UP-Altas Aventuras" que ganhou Melhor Trilha Sonora e Melhor Animação. Um dos pontos altos da 82a edição da entrega do Oscar foi justamente a apresentação dos indicados dessa categoria. Os principais personagens de cada animação falavam um pouco nos bastidores sobre a emoção de estar concorrendo, numa inserção divertidíssima.

O Oscar de Melhor Canção ficou mesmo para "The Weary Kind" tema do filme "Coração Louco" e Melhor Maquiagem foi para o filme "Star Trek". Na categoria de Melhor Documentário, venceu "The Cove", na de Melhor Documentário de Curta-Metragem "Music by Prudence" de Roger Ross Williams e Elinor Burkett , na de Melhor Curta de Animação, o francês "Logorama" de Nicolas Schmerkin e o Melhor Curta -metragem de Ficção foi para "The New Tenants" de Joachim Back e Tivi Magnusson.

Sobre a cerimônia- Alguns internautas me questionaram o porquê de tanta atenção do blog para com a festa do Oscar. A verdade é que assisto à cerimônia de entrega da estatueta dourada desde 1981.  Foi a partir de um trabalho de Inglês, no colégio, que comecei a conhecer o universo glamouroso de Hollywood  e me interessar pelas estrelas. Daí para o cinema, propriamente dito, foi um pulo. 

Claro que existem premiações mais poderosas como as do Festival de Cannes e a Berlinale, mas como essas não são televisonadas e, sim, a do Oscar, acredito que a possibilidade de conferir as gafes,  de conferir o bom (e mau) gosto no figurino das estrelas, as homenagens feitas pela academia aos astros do passado e já mortos e todo o mise en scène  em torno da cerimônia propriamente dita, é o que faz muita gente (inclusive eu) varar a madrugada até a entrega do último prêmio, o de Melhor Filme.
A Festa do Oscar desse ano, comandada pela ótima dupla Steve Martin e Alec Baldwin, teve algumas inovações (talvez a melhor delas,  tenha sido a apresentação dos indicados a Melhor Canção com trechos da canção no filme e, não, com os tradicionais números musicais ao vivo), a indicação dos atores principais sendo precedida por comentários de amigos ou colegas de trabalho que contracenaram com os indicados) a apresentação dos filmes de animação, pelos próprios protagonistas "dos desenhos animados" e a homenagem da Academia ao gênero Terror.

Também  merecem destaque as homenagens prestadas ao falecido cineasta Jonh Hughes pelos promissores atores das décadas de 80/90- Macaulay Culkin, Matthew Broderick, Judd Nelson, Ally Sheedy, Molly Ringwald, entre outros- e aos artistas e técnicos de cinema mortos, no ano passado, com James Taylor cantando ao vivo enquanto um clipe com as fotos dos homenageados era projetado ao fundo.

Mas, a imagem que marcou para mim a cerimônia, foi a entrada triunfal do ator Ben Stiller (apresentador da  categoria Melhor Maquiagem) maquiado como um Na'vi. Stiller estava impagável com a caracterização e bem que Cameron poderia chamá-lo para compor o elenco da continuação de "Avatar".

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Ben Stiller se caracteriza de Na'vi no Oscar 2010 e anuncia vencedor de Melhor Maquiagem

Vencedor da Promoção Bangalô Oscar 2010 é Sergipano

São quase três da matina e estou pregada e chateada com alguns resultados do Oscar 2010, mas pretendo tecer comentários sobre as premiações, mais tarde, quando estiver recuperada do cansaço.

Como prometido, desde que lancei a Promoção Bangalô Oscar 2010, revelarei agora, o nome do vencedor do concurso que ganhará três filmes em DVD ("Ben-Hur", "Blade Runner" e "Wall-E").

Rui Monteiro Costa, daqui de Aracaju, venceu a promoção ao acertar 11 categorias das 13 escolhidas pelo Bangalô Cult. Além dele, mais dois participantes tiveram o mesmo número de acertos, mas como havia sido divulgado antes, o critério de desempate seria a data e hora do e-mail enviado com os palpites.

O vencedor enviou os palpites no dia 22 de fevereiro, bem antes dos demais. O Bangalô entregará o prêmio assim que entrar em contato com o felizardo e registrará a premiação.

Texto: Suyene Correia

sexta-feira, 5 de março de 2010

Promoção Bangalô Oscar 2010 está chegando ao fim...

Até amanhã, mais precisamente às 23h59, os interesados em ganhar três filmes em DVD, deverão enviar seus  palpites dos vencedores das 13 categorias do Oscar, escolhidas para a Promoção Bangalô Oscar 2010, para  o e-mail bangalocult@gmail.com (com telefone de contato e endereço anexo).

O resultado será divulgado no dia 08 de março, um dia após a entrega da 82a edição do Oscar e quem acertar o maior número de categorias- num mínimo de cinco- será o vencedor da promoção (o critério de desempate será a hora e dia do e-mail enviado com as respostas).

Abaixo as 13 categorias:

-Melhor Filme
-Melhor Direção
-Melhor Ator
-Melhor Ator Coadjuvante
-Melhor Atriz
-Melhor Atriz Coadjuvante
-Melhor Roteiro Original
-Melhor Roteiro Adaptado
-Melhor Fotografia
-Melhor Direção de Arte
-Melhor Trilha Sonora
-Melhor Animação
-Melhor Filme Estrangeiro

Boa sorte e corra, que ainda dá tempo...

terça-feira, 2 de março de 2010

Hermano Penna discute sobre o flme "Olho de Boi"

O cineasta Hermano Penna, que se encontra em Sergipe para tocar as filmagens de "Aos Ventos que Virão"- filme a ser rodado no início de abril, em Poço Redondo- debate sobre o seu filme "Olho de Boi" (2007), que será exibido nesta quinta-feira, a partir das 17h30, no Núcelo de Produção Digital Orlando Vieira (rua Lagarto, 2161).

"Olho de Boi" é uma livre recriação da tragédia de Édipo Rei transposta para o sertão profundo de Guimarães Rosa. Nos diálogos e sombras inquietantes, seus personagens questionam a legitimidade da verdade e discorrem sobre valores e sentimentos universais. Modesto (Genézio de Barros) e seu protegido Cirineu (Gustavo Machado), dois peões de fazenda, se embrenham no sertão em busca de vingança.

Modesto sofre: existe a denúncia de que sua mulher Evangelina (Angelina Muniz) o está traindo. Realidade ou não, o ódio, a mágoa, o ciúme e o amor são um amálgama de sentimentos que confundem a razão e cegam a verdade. Tudo está no olho escuro de um boi e no olhar cego de um Deus mudo.

Exibido na última edição do Curta-SE, "Olho de Boi" emociona pela direção segura de Penna e pelas atuações da dupla de protagonistas. A fotografia assinada por  Uli Burtin e a trilha sonora composta por Duofel  dão o clima de iminente desgraça.

Animação Concorrente ao Oscar estreia no Cine Cult



Mais um título concorrente ao Oscar 2010 chega no "finalzinho do segundo tempo", ao cinema local, dando a chance dos sergipanos assistirem-no antes da 82a edição da entrega da estatueta, que ocorre no próximo domingo. Trata-se da animação "O Fantástico Sr. Raposo" de Wes Anderson que estreia nessa sexta-feira, no Cine Cult do Cinemark  Jardins.

Feita com a técnica de stop motion, a animação baseada no livro homônimo de Roald Dahl - escritor de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", "James e o Pêssego Gigante", entre outros- tem como personagem principal, o Sr. Raposo que se vê num dilema: deve seguir seus instintos, continuando a roubar galinhas, mas se arriscando a cada empreitada ou se acomodar com a família- mulher e filho- levando uma vida pacata ?

Paralelamente, a esse impasse do Sr. Raposo, Anderson amplia o foco da relação dele com o filho adolescente Ash, que faz de tudo para conquistar o amor paterno e sua atenção. Mas seus esforços para estreitar a relação com o pai parecem insuficientes e quando o primo Kristofferson entra na trama, garoto que arrasa nos esportes que pratica e é extremamente inteligente, aí é que a auto-estima de Ash segue ladeira abaixo.

A vida da família Fox perde a tranquilidade, quando os fazendeiros Boque, Bino e Bunco saem no encalço do ladrão de galinhas. Para se livrar da perseguição, ele terá que contar com a ajuda dos amigos, entre os quais, seu advogado, o texugo e da própria Sra. Fox. A aventura conta com as vozes de George Clooney (Sr. Raposo), Meryl Streep (Sra. Raposo), Bill Murray (Texugo), Jason Schwartzman (Ash), Eric Anderson (Kristofferson), Willem Dafoe (Rato) e o melhor de tudo é que as cópias que chegaram ao Brasil são todas legendadas.

O filme concorre ao Oscar desse ano, nas categorias Melhor Filme de Animação e Melhor Trilha Original. Alexandre Desplat ("A Rainha", "O Curioso Caso de Benjamim Button")  é responsável por esta última e caprichou no estilo country da composições, recheadas de banjos. Além das 12 composições de Desplat, o CD conta com mais 13 faixas, entre as quais "Nigth and Day" de Art Tatum, "Ol' Man Over" dos Beach Boys, "Une Petit Ile" de Georges Delerue, "Love" de Nancy Adams.

O Cine Cult tem sessão diária às 14h, em ambos os Cinemark (Jardins e Riomar), mas, inicialmente, "O Fantástico Sr. Raposo" entra em cartaz no Jardins. O ingresso custa apenas R$ 7 (inteira) e R$ 3,50 (meia).

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: A Família Raposo terá que enfrentar a ira dos fazendeiros locais. Será que irão conseguir sair dessa?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ben-Hur, Blade Runner e Wall-E são os prêmios da Promoção Oscar 2010

Era para ser surpresa, mas não resisti. Faltando seis dias para a entrega do Oscar 2010 e, consequentemente, sabermos quem irá vencer a promoção realizada pelo Bangalô Cult, resolvi revelar os títulos dos DVDs que servirão de prêmio.

Nada mais justo do que "Ben-Hur" ser um deles. Dirigido por William Wyler e detentor de 11 estatuetas (indicado para 12 categorias), o épico de 1959, que tem Charlton Heston como protagonista, é inesquecível. Sobretudo pela sequência da corrida de bigas, que demorou pouco mais de três meses para ser feita, consumiu um milhão de dólares e utilizou oito mil figurantes e 76 cavalos. Apesar de "Titanic" (1997) e "O Senhor dos Anéis- O Retorno do Rei" (2007) se igualarem ao clássico, em número de Oscar, "quem é rei, nunca perde a majestade".

Escolhi "Blade Runner" dirigido por Ridley Scott por ser um marco da ficção científica. O visual do filme, sua temática e as interpretações de Harisson Ford, Daryl Hannah, Sean Young e Rutger Hauer tornaram esse filme cultuado nos quatro cantos do planeta. Engraçado, que estamos há nove anos da época em que se passava a estória (2019), mas até aqui, nem sinal dos replicantes rebeldes, que passaram a ser caçados pelos blade runners (caçadores de andróides). Será que estamos longe disso???

E se no filme de Scott, os replicantes parecem se tornar mais humanos do que os próprios, em "Wall-E" vemos um robô se "humanizar" depois de séculos varrendo o lixo da terra solitariamente. O nono filme da Pixar, dirigido por Andrew Staton e que venceu o Oscar de Filme de Animação no ano passado, fala de amor, esperança e é um alerta para a humanidade sobre o nosso futuro. Tanto adultos como crianças rendem-se ao cativante Wall-E e sua "namorada" Eva e risos e choros podem se alternar no decorrer de uma sessão.

Se você ainda não participou da Promoção Bangalô Oscar 2010, não perca tempo. Seus palpites podem ser enviados até às 23h59, do dia 06 de março, para  bangalocult@gmail.com
As categorias a serem votadas são:

Melhor Filme
Melhor Direção
Melhor Ator
Melhor Ator Coadjuvante
Melhor Atriz
Melhor Atriz Coadjuvante
Melhor Roteiro
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Filme de Animação
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Trilha Original
Melhor Filme Estrangeiro

Anexe ao e-mail com as respostas, o telefone de contato e endereço completo (caso não resida em Aracaju-SE). Aposte, cruze os dedos e...boa sorte!!!

Texto: Suyene Correia

Noves Fora...Nada (ou quase)



Não me lembro de ter dado uma nota zero a uma produção cinematográfica e não será dessa vez que irei fazê-lo. Aliás, distribuir "estrelas" ou "bolas pretas" para os filmes não é tarefa fácil e, por vezes, injusta. Portanto, apesar do título dessa postagem, não darei pontuação nenhuma a "Nine" de Rob Marshall. Apenas apontarei os acertos (poucos) e erros (muitos) dessa película que recebeu quatro indicações ao Oscar 2010.

Foram poucos os pontos positivos que consegui detectar nesse novo musical do diretor Marshall- o mesmo de "Chicago" (2002), "Memórias de Uma Gueixa" (2005)- que tinha tudo para despontar, mas é uma sucessão de falhas. A começar pela estória frágil. Por mais que seja inspirado num musical da Broadway dos anos 80 e uma referência do clássico "8 1/2" de Fellini- em que um cineasta (Marcelo Mastroianni) se encontra em crise criativa- "Nine", que tem Daniel Day-Lewis no papel do diretor em crise Guido Contini, não consegue decolar.

E essa sensação de "pane na pista", por vezes é culpa do roteiro irregular de Michael Tolkin e Anthony Minghella, como também pelos fracos números coreográficos. Guido Contini, famoso cineasta italiano, está prestes a rodar seu novo filme, mas não tem ainda um roteiro definido; apenas o título "Itália" e a escalação de sua musa Cláudia (Nicole Kidman). Por conta das cobranças dos jornalistas e produtores, ele decide se refugiar num balneário, a fim de que as ideias saltem de novo de sua mente.

O problema é que Contini tem que administrar uma legião de mulheres à sua volta, como a esposa Luisa (Marion Cotillard), a amante Carla (Penélope Cruz), a jornalista (Kate Hudson), a figurinista Lili (Judi Dench), a mãe morta (Sophia Loren) e a prostituta Saraghina (a cantora Fergie), todas personagens que estão envolvidas na trama, seja na vida real ou no imaginário do diretor. Até sua criatividade vir à tona novamente, ele terá que resolver antes seus problemas sentimentais. Tarefa nada fácil, para um mulherengo inconteste e emocionalmente imaturo.

E é justamente no alinhavar desses dilemas de Guido que a estória de "Nine" perde fôlego. Como se não bastasse, os números musicais não têm força suficiente e, eventualmente, paira um enfado durante a projeção. Salvam-se as duas canções apresentadas por Marion Cotillard e a sensual dança protagonizada por Penélope Cruz. A diva Loren aparece mais como atriz homenageada do que propriamente figura de importância na trama, assim como Fergie e Nicole Kidman (sem o mesmo empenho flagrado em "Moulin Rouge"). Kate Hudson até que manda ver na coreografia escalada prá ela, mas a versão, quando filmada, parece mais um videoclipe da era MTV do que qualquer outra coisa.

No entanto, Day-Lewis, Judi Dench e Marion Cotillard, como excelentes atores que são, salvam o filme de um fiasco maior. A impressão que dá, no entanto, é que apesar do Oscar de Melhor Filme para "Chicago" (entre outras categorias), Marshall ainda não encontrou o "x" da questão, aquela  "pegada" quando o assunto é realizar um musical. Quem sabe se voltássemos no tempo de "Sinfonia de Paris", "Cantando na Chuva", "Sete Noivas Para Sete Imãos" e "Amor Sublime Amor", ele não conseguiria fazer algo melhor.

P. S. O filme concorre ao Oscar desse ano nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz), Melhor Canção ("Take it All"), Melhor Figurino e  Melhor Direção de Arte

Texto:  Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Guido Contini (Daniel Day-Lewis) num dos poucos momentos de descontração com a jornalista vivida por Kate Hudson