segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dança em evidência no Palco Giratório


Espetáculo Escapada_Cia Mário Nascimento_Palco Giratório
A 15ª edição do projeto Palco Giratório, criado em 1998 pelo Departamento Nacional do SESC  com o intuito de circular pelo país com espetáculos de dança, teatro e circo, aporta em Aracaju, amanhã e quarta-feira, no Teatro Atheneu, com espetáculos gratuitos, evidenciando dessa vez, a dança. Amanhã, a partir das 20h, quem sobe ao palco do Atheneu é a Cia. Mário Nascimento de Minas Gerais, apresentando o espetáculo “Escapada” (vencedor do prêmio de melhor coreógrafo pela Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1998), com uma nova concepção coreográfica.

Sendo 1998 o seu ano de estreia, e contando com participação do próprio Mário Nascimento e do músico Fábio Cardia na concepção do espetáculo, “Escapada” seguiu turnê pela Alemanha, emplacando boas críticas nos cadernos culturais de importantes jornais daquele país. Agora, a proposta é revisitar o universo desta obra, sendo que a dupla de criadores parte de algumas ideias cênicas e musicais do original, ampliando as fronteiras e aprofundando a pesquisa.

“Escapada” é a fuga do homem das grandes metrópoles. É o homem psicologicamente e fisicamente sufocado, sem saída e à procura de um outro lugar, fugindo de si mesmo e dos seus fantasmas, da opressão tecnológica e do mundo moderno, da falta de tempo. Para reproduzir esse universo tão familiar ao homem contemporâneo, a Cia. leva para a cena, dança, música e teatro, além de momentos de pura improvisação.

A trilha composta por Fábio Cardia recebe em alguns momentos do espetáculo, participação do elenco, que improvisa musicalmente, ao vivo. A criação coreográfica tem a assinatura de Mário Nascimento e os textos e efeitos vocais são de Rosa Antuña. No elenco, André Rosa, Brenda Melo, Eliatrice Gichewsky, Léo Garcia, Rafael Bittar e Rosa Antuña.
Espaço Liso Cia de Dança-Palco Giratório
Quarta-feira, no mesmo horário, quem se apresenta no Teatro Atheneu, é o Espaço Liso Cia. de Dança com o espetáculo “Escuta...” que aproxima o expectador do universo da escritora Clarice Lispector, ampliando através da dança contemporânea em diálogo com elementos do teatro, o silêncio encontrado em diversas das suas obras.


Em cena, um leitor mergulha na essência de Clarice, descobrindo as várias faces dessa grande mulher. Uma noite de insônia na qual o leitor vai se tornando parte da obra, observando o mundo por uma ótica renovada e apropriando-se de toda a poesia complexa dos textos clariceanos. As “Clarices” projetadas são expostas como “sonâmbulas que simplesmente vão”, mostrando a forma instintiva, impulsiva, intensa e particular com a qual a escritora conduzia sua literatura e a sua própria vida.

O elenco do espetáculo “Escuta...” é composto por Amelinha Sá, Carolina Naturesa, Ewertton Nunes, Fernanda Matos, Grace Di Tainá e Luanda Ribeiro. A supervisão literária e a direção artística ficou a cargo de André Bonfim, a concepção cênica é assinada pelo Espaço Liso Cia. de Dança e as composições são uma parceria de Ewertton Nunes, Everson Vimes e Léo Silva. A concepção de iluminação é de Sérgio Robson.

Legenda da Foto 1: Cia. Mário Nascimento apresenta "Escapada", amanhã, no Teatro Atheneu

Legenda da Foto 2: Espaço Liso Cia. de Dança em ação com o espetáculo "Escuta..."

Abertas Inscrições para o Prêmio Funarte de Composição Clássica

Através do Prêmio Funarte de Composição Clássica 2012 serão selecionadas 30 composições inéditas para conjuntos orquestrais e camerísticos e para solistas, a serem executadas nos concertos da XX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no segundo semestre de 2013. A Bienal está em cartaz desde 1975 e é considerada a mais importante mostra de música erudita do Brasil.

Nesta edição, o Prêmio Funarte de Composição Clássica contemplará orquestras sinfônica, de sopro, de câmara e de cordas, conjuntos de câmara, podendo ser de seis a dez solistas, duos e trios, além de composições de música eletroacústica. Podem concorrer compositores brasileiros ou radicados no país há no mínimo três anos e as premiações variam de R$ 8 mil a R$ 30 mil. As inscrições podem ser feitas até o dia 28 de setembro, seguindo o disposto no regulamento, disponível no www.funarte.gov.br.

A análise dos trabalhos inscritos caberá a uma comissão externa, composta por integrantes de notório conhecimento sobre música clássica. Entre os critérios de avaliação estão a qualidade da obra e a viabilidade de sua execução. O investimento total da Funarte no Prêmio é de R$ 1.130.100,00.

Mais informações através dos contatos classicos@funarte.gov.br ou pelos telefones (21) 2240-5158 / (21) 2279-8105.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Polayne despede-se de "O Circo Singular"




Lançado, oficialmente, em dezembro de 2009, sob a tenda do Circo Estoril (num show que ficou na memória de muitos sergipanos), o primeiro disco da carreira de Patrícia Polayne- “O Circo Singular- As Canções do Exílio”- ganhou turnê nacional, a partir de então. Passados dois anos, o ciclo se encerrará neste sábado e domingo, às 21h e 20h, respectivamente, quando Polayne subirá ao palco do Teatro Atheneu, para apresentar o show que já encantou mineiros, baianos, paulistas, pernambucanos, alagoanos, sergipanos e espanhóis.

Acompanhada pelos músicos Allen Alencar (guitarra), Dudu Prudente (bateria), Fábio Oliveira (contrabaixo), Pedro Mendonça (percussão), Pedro Yuri (violão e craviola), Patrícia Polayne interpretará suas “Canções do Exílio”, como ‘Meu Quintal’, ‘Arrastada’, ‘Dote da Donzela’ e ‘Rio Sim’, entre outras. Será um belo retorno à Aracaju (atualmente, Patrícia Polayne reside em Maceió) depois de uma ascensão meteórica em sua carreira, que se iniciou após o lançamento do referido disco.

Contemplada com o Prêmio Produção Pixinguinha, do Ministério da Cultura, Patrícia Polayne conseguiu gravar “O Circo Singular” em Recife, no Estúdio Fábrica. Com repertório inspirado na vida mambembe dos artistas de rua,  o disco aborda as referências que compõem o universo poético e musical da artista em suas autorias e releituras com citações de domínio público, música suburbana, sonoridade oriental nordestina e música pop contemporânea.

Composto por 11 faixas, sendo nove de sua autoria e duas- ‘Lentes de Contato’ de Kleber Melo e Bruno Montalvão e ‘O Dote da Donzela’ de Marta Mari e Patrícia Polayne- “O Circo Singular” foi ‘gestado’ ao longo de 10 anos. “Com exceção de ‘Arrastada’, as outras canções eu compus ao longo de uma década. Eu queria debutar com um disco autoral. Tive oportunidade de lançar um disco antes, sendo intérprete, mas essa espera de quase 15 anos, para gravar o primeiro CD, se justifica. Os festivais fizeram com que eu amadurecesse como compositora e pude me lançar sem máculas, sem ter colocado antes um produto ruim na praça”, fala a cantora.

De cantora da noite a vencedora de festivais nacionais, Polayne foi amadurecendo o seu trabalho ao longo dos últimos anos, até culminar com a formatação do disco de estreia. Iniciou sua carreira como compositora no Festival Canta Nordeste, da Rede Globo, em 1996, vencendo nas categorias melhor música e melhor intérprete, com ‘Camará’. O primeiro show profissional, no entanto, seria no ano seguinte, abrindo para Cida Moreira, no Projeto Seis e Meia. Sua última conquista em festivais nacionais deu-se em 2010, quando a canção ‘Arrastada’ foi escolhida como melhor música e também contemplada como melhor arranjo no 1º Festival Nacional da Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub).

Agora, prestes a encerrar a turnê de “O Circo Singular- As Canções do Exílio” (que tem esse subtítulo por conta da crise de identidade que a cantora diz ter, por conta de ter nascido em Alagoas, sido registrada em Sergipe e radicada no Rio de Janeiro), Patrícia Polayne já prepara a o segundo disco “Diadorim: As Canções de Amor & Desencantos”.

Para aqueles que não querem perder a oportunidade de conferir o último show da turnê “O Circo Singular” por aqui, é bom adquirir logo o ingresso ao preço de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), já à venda no Shopping Riomar, Ágape Restaurante Natural e na bilheteria do Teatro Atheneu.

Esta apresentação contou com o apoio do Instituto Banese, Brasil Filmes, Superlux, Impacto Comunicação Visual,  Shopping Riomar, Like Mídia, Polimeta e Ágape Restaurante Natural.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Beatriz Segall e Herson Capri apresentam "Conversando com Mamãe"


Beatriz Segall e Herson Capri em Conversando com Mamãe

O espetáculo “Conversando com Mamãe”, que conta com Herson Capri e Beatriz Segall no elenco, inicia a turnê nacional, por Aracaju. Amanhã e domingo, às 21h, no Teatro Tobias Barreto, os atores subirão ao palco para apresentar o drama dirigido por Susana Garcia e que é baseado em texto de Santiago Carlos Oves, cineasta e roteirista que levou para as telas, a mesma história.

A história centra-se na relação entre mãe e filho que está abalada, por conta do distanciamento entre eles. Jaime (Herson Capri) é um cinquentão que vai ao encontro da mãe (Beatriz Segall), uma octogenária, a fim de pedir-lhe para vender a casa e ele conseguir sanar suas dívidas. Como se não bastasse, a mãe ainda terá que morar com ele, a nora, netos e sogra.

Após revelar sua nova rotina para o filho, inclusive, com a presença de um novo namorado, a octogenária mostra-se contrária à mudança e, a partir daí, o espectador conferirá belas atuações, num misto de drama, com pitadas de humor, e muita emoção.

Quem assistiu ao filme argentino homônimo, diz que a história na tela tem mais nuances. Eu não assisti ao filme, mas conferi a peça em São Paulo e adorei a atuação da dupla que contracena pela primeira vez. Digo-lhes que vale a pena não só pela história comovente, que no final segue um caminho inusitado e arrebatador, mas também pela força e presença de Beatriz Segall em cena. Que atriz!!!


Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro, ao preço de R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) até hoje. A partir de amanhã, o preço passa a ser R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).


Teatro Máquina apresenta "O Cantil" no T. Atheneu

O Cantil_ Teatro Máquina

Após circular pelos mais importantes festivais do país, o espetáculo “O Cantil” do grupo cearense Teatro Máquina, chega a Aracaju em duas apresentações gratuitas. O espetáculo, que conta com a direção de Fran Teixeira, será apresentado na próxima terça e quarta-feira, às 20h, no Teatro Atheneu. Nas apresentações, o grupo experimenta as técnicas de manipulação direta e aparente, investigando as relações possíveis entre ator e manipulador, ação e representação, repetição e descoberta gestual.


“A manipulação direta e aparente nos oferece a metáfora geradora de toda a concepção de cena, desde seu aspecto formal (cenografia, disposição dos elementos de cena, sonoplastia, figurino) até a representação”, diz a diretora.

“O Cantil” apresenta ao espectador uma viagem sem espaço e tempo definidos, onde dois homens seguem à procura de algo. Para o patrão a viagem é urgente e aterradora. Para o empregado é apenas objeto de seu ganha-pão. Entre os dois se estabelece uma relação nos extremos da desconfiança total e da pura subserviência, relação essa transfigurada pela ausência/presença do cantil.

A montagem do Teatro Máquina foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro de São Paulo e apresentada em importantes festivais de teatro, como FIT Rio Preto, FIAC Bahia, Porto Alegre em Cena, Festival Brasileiro de Teatro, entre outros. O projeto foi selecionado pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012, que viabilizará a circulação de 50 peças teatrais por todo o Brasil. Também faz parte do projeto, além da circulação do espetáculo, a oficina “Jogo e Repetição: uma composição gestual”, direcionada para atores e estudantes de teatro, que acontecerá segunda e terça-feira, das 8 às 12h, na Casa da Rua da Cultura (Pça. Camerino, 210).

O Teatro Máquina vem oferecendo esta oficina em diversos festivais de teatro e cidades por onde passa. A oficina tem sido um espaço privilegiado para a troca de saberes e a reflexão sobre a prática do grupo, através de jogos e exercícios de improvisação.

“Jogo e Repetição: uma composição gestual” tem por objetivo experimentar o conceito de estranhamento brechtiano através de sua experimentação física, explorando exercícios baseados nas dimensões do jogo e da repetição a partir de elementos como a narração e o gesto, fundamentados em textos‐base de apoio.
As fichas de inscrição estão disponíveis no site do grupo: www.teatromaquina.com.br. Mais informações pelo e-mail: oficinamaquina@gmail.com ou pelo telefone (79) 3042-3878. Vagas limitadas.

sábado, 14 de abril de 2012

Fim do Festival Paulínia de Cinema ?

Foi divulgado ontem, pelo prefeito José Pavan Jr. em coletiva realizada na prefeitura de Paulínia, que a 5a edição do festival de cinema daquela cidade não será realizada este ano.  A justificativa dada pelo excelentíssimo prefeito, é de outras áreas como educação e saúde necessitam de mais investimentos, de modo que o dinheiro da cultura, prá variar, em tempos eleitoreiros, será "desviado" para outras funções sociais. 

A suspensão do festival, que se tornou referência em todo o País, causou preocupação e motivou manifestações como a da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema – que, inclusive, foi criada na sua última edição, em 2011.
Abaixo, a carta aberta do presidente da Abraccine, Luiz Zanin Oricchio:
A Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) recebe com muito pesar o comunicado de que o Festival de Cinema de Paulínia não será realizado este ano.
A nota do prefeito José Pavan Jr. afirma que a alocação de recursos destinados ao festival em outras prioridades (saúde, educação, moradias populares) tornou a decisão inevitável.
Como cidadãos, entendemos a construção de moradias populares, e o investimento em educação, saúde e meio ambiente deveriam mesmo ser prioridades constantes de qualquer municipalidade, e não apenas em anos eleitorais.
Já como profissionais de cinema, lamentamos a descontinuidade de um projeto muito bem formatado e de grande repercussão nacional.
Em poucos anos, Paulínia criou um Polo Cinematográfico, uma Escola de Cinema e um festival que se tornaram exemplares. O festival, ora em compasso de espera, era justamente a vitrine de toda essa atividade. Reunia em Paulínia produtores, cineastas, atores e atrizes, jornalistas e críticos de todo o País. Formava público para os filmes brasileiros. Criava empregos na cidade e beneficiava a autoestima dos seus habitantes.
Muitos novos projetos surgiram desses encontros anuais entre profissionais de diversos estados da federação. Foi dessas reuniões, por exemplo, que nasceu a nossa própria instituição, a primeira associação nacional de críticos de cinema, o que faz com que tenhamos carinho especial com Paulínia.
Todo esse patrimônio simbólico corre o risco de se perder, ao sabor de conveniências políticas de momento. Esperemos que a fresta de esperança aberta no comunicado do prefeito resulte na realização do festival em 2013. Mas ressaltamos, desde já, que é perda irreparável o cancelamento da edição de 2012. Eventos importantes firmam sua tradição pela continuidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

SESC Partituras aporta no Teatro Atheneu

Guga Montalvão_SESC Partituras
Quinteto de Cordas_SESC Partituras


O Departamento Nacional do SESC estará promovendo no próximo dia 14 de abril, concertos simultâneos em 23 Estados do país, com o intuito de lançar o site “SESC Partituras”. Os concertos serão realizados por músicos locais incluindo grupos de câmara, corais, solistas e orquestras e todo o repertório apresentado consta do acervo “SESC Partituras”.

Em Aracaju, o Teatro Atheneu será palco do evento, a partir das 19h, com entrada franca, ocasião em que, apresentar-se-á o violonista Guga Montalvão e o Quinteto de Cordas Aracaju Armorial. Guga que foi aluno de João Rodrigues de Jesus e é um dos integrantes do grupo Café Pequeno, executará duas peças de sua autoria (“Última Batalha” e “Mistério”) e duas do mestre João Rodrigues (“O Comodista” e “Maneiroso”).

Já o Quinteto de Cordas de Aracaju Armorial, composto por Tarcísio Dantas (violino), Fabiano Santana (violino), Márcio Rodrigues (viola), Simão Pedro (contrabaixo) e que contará, excepcionalmente, para essa apresentação com a violoncelista Andressa Souto, executará a peça “Calango” e a “Suíte Sergipaniando” de Simão Pedro, além do “1º Quarteto” de Francisco Mignone e “Quarteto no. 2”  de César Guerra-Peixe).
Sobre o SESC Partituras- O site “SESC Partituras” é uma biblioteca digital que tem o propósito de difundir a música brasileira, estimular a formação de grupos de câmara e possibilitar ao público o contato com a riqueza da musica escrita no Brasil.

O acervo será disponibilizado através de um sistema de catalogação e busca eficiente que permitirá visualização e audição integrais de cada obra, o que é de suma importância para consultas efetuadas por usuários da área, sobretudo no caso de músicas inéditas. Todo o acervo estará disponível na íntegra para impressão.

Entre as obras do acervo, estão composições raras (até então mantidas em manuscritos originais) de compositores consagrados como Francisco Mignone, Guerra-Peixe e Glauco Velásquez; obras de relevância histórico- patrimonial como as do Padre José Mauricio Nunes Garcia (1767-1830); músicas de compositores representativos de diversas regiões do país como Maurício de Oliveira (ES), Tó Teixeira (PA), Adelmo Arco Verde (PE), Fernando Cerqueira (BA) e João Rodrigues de Jesus (SE); além de obras de  compositores contemporâneos de destaque no cenário nacional como Alexandre Schubert, José Orlando  e Elieri Moura.


Legenda da Foto 1: Guga Montalvão tocará composições autorais e do mestre João Rodrigues (foto: Vinícius Fontes)

Legenda da Foto 2:  Quinteto de Cordas que também participará do projeto "SESC Partituras" neste sábado

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Arthur Moreira Lima tocará na Sementeira

No próximo domingo, 15 de abril, às 17h, a Ultragaz e o pianista Arthur Moreira Lima apresentam em Aracaju, o projeto “Um Piano pela Estrada”, no Parque da Sementeira. O projeto itinerante que já percorreu 10 cidades e ainda chegará a mais cinco (incluindo a capital sergipana), leva aos amantes da boa música, o concerto intitulado “Brasil Sertões 2”.

No repertório, o pianista mescla música clássica universal e clássicos da MPB, interpretando Bach, Beethoven, Chopin, Mozart e Villa-Lobos, e os intercala com canções populares que se tornaram clássicos. É assim que ‘entram em cena’ Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Luiz Gonzaga e Astor Piazzolla, entre outros compositores.

Para o pianista, esta promete ser uma das temporadas mais interessantes desde o início do projeto em 2003, por cobrir um extenso território do País, de Porto Alegre (RS) a Caucaia (CE), passando por comunidades de culturas muito variadas. “O piano é fascinante, é um mundo em si... e a música serve para unir as pessoas”, explica Moreira Lima.

As apresentações são em uma estrutura especialmente adaptada – um caminhão teatro, com 45 m² de área de cena. Além de apreciar a música, o público pode aprender um pouco mais sobre as obras apresentadas, seus autores e singularidades, em momentos especiais, quando o próprio Arthur Moreira Lima interage com a plateia e divide conhecimentos e inspirações.

A ação tem aprovação do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o patrocínio da Ultragaz, que tem como Missão de Sustentabilidade: “Contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, investindo em projetos educativos, culturais e de preservação ambiental com foco em sustentabilidade do negócio”.

O acesso ao concerto desse domingo, no Parque da Sementeira, é gratuito.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Curso de Introdução à Crítica Cinematográfica

De 23 a 27 de abril, estarei ministrando o curso de Introdução à Crítica Cinematográfica, no auditório do SESC/centro, das 18h às 22h. Será uma boa oportunidade para os amantes do cinema exercitarem a sua verve crítica, analisando as películas por um outro viés.

Além de traçar uma breve historiografia do cinema, o curso abordará os gêneros cinematográficos; os elementos essenciais para a concepção de um filme; bem como proporcionará aos participantes um melhor entendimento sobre a "Gramática Cinematográfica" (plano, sequência, travelling, campo/contracampo, câmera subjetiva, plongée e contra plongée, etc).

O curso pretende também ser prático, de modo que serão exibidos trechos de filmes e alguns títulos inteiros para apreciação dos participantes em sala de aula. Haverá entrega de certificados aos participantes.

Quem quiser participar do curso, a taxa de inscrição (única) é de R$ 25 e o pagamento poderá ser efetuado a partir do dia 16 de abril, na secretaria do SESC/centro (Rua Dom José Thomaz, em frente ao Colégio Arquidiocesano). Mais informações pelos telefones 3216-2726 ou 3216-2727.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Arrasador "Shame"

Cena de Shame_filme de Steve McQueen

Já era para eu ter comentado aqui, sobre esse filme que assisti há uma semana no Cine Vivo, em Salvador. Antes de mais nada, para quem não sabe da existência desse cinema (com duas salas bem aconchegantes) no Paseo Itaigara, ele faz parte do circuito Sala de Arte, na capital baiana, que abrange ainda o Cine XIV, Cinema do Museu e Cine UFBA.

A programação é voltada para o cinema que não se encaixa na categoria blockbuster. De tudo um pouco pode ser encontrado por lá, desde filme independente norte-americano até filme asiático (agora mesmo, está em cartaz "A Separação"), passando por título europeus e  latinos.

Inclusive, alguns dos títulos que conferi nessa sala tão cativa, os sergipanos tiveram a sorte de vê-los, por aqui, devido ao Cine Cult, como por exemplo, "Biautiful", "Um Conto Chinês" e "Os Nomes do Amor". Mas como o projeto sergipano que recebe guarida do Cinemark, não é suficiente para suprir minha demanda de filmes alternativos, recorro ao circuito de arte soteropolitano sempre que posso.

Confesso que dos três que vi no Cine Vivo- "Habemus Papam", "Shame" e "Um Método Perigoso"- o segundo título era o que mais me interessava. De fato, foi o melhor da trinca, apesar de ter me frustrado em relação a alguns rumores de que ele teria cenas tão chocantes, que seria desaconselhável para menores de 18 anos.

Não sei se o filme veio "guilhotinado" para o Brasil, mas a verdade é que a cópia que assisti não tinha, absolutamente, nenhuma cena digna de corte. Fiquei chocada, sim,  com a capacidade camaleônica de Michael Fassbender. Depois de vê-lo encarnado o compulsivo sexual, Brandon, que se corrói por dentro, resistindo ao incesto com a irmã (Carey Mulligan), vi-o interpretando muito bem Carl Jung em "Um Método Perigoso" de David Cronenberg.

Sem dúvida, juntamente com Ryan Gosling, um dos meus atores preferidos na contemporaneidade. Mas voltemos a "Shame" de Steve McQueen que é o foco dessa postagem. Até então, não conhecia a filmografia deste diretor inglês. O que posso dizer dessa experiência é que ele conduziu de forma brilhante e sufocante, mas uma película que tem como tema principal, a individualidade dos tempos atuais, exarcebada por um personagem obsessivo por sexo, que não tem a mínima intenção de criar laços afetivos, com quem quer que seja.

Isso fica bem claro, quando Brandon aciona a secretária eletrônica diariamente pela manhã, e escuta repetidas vezes,o pedido quase desesperado de sua irmã, para que entre em contato. Ignorando seu pedido, Sissy decide aparecer repetinamente no apartamento do irmão e anuncia que ficará por uns dias.

Teria ela a noção real do quanto isso, desestabilizou o irmão ? Para o espectador isso fica evidente, sobretudo, quando Brandon, sai correndo pelas ruas de New York (num belo travelling), por não suportar o fato de Sissy estar no seu quarto em companhia de um homem. Cada vez mais distante de sua irmã, Brandon vai se martirizando pelo desejo que sente por ela.

Por outro lado, Sissy demonstra pelas suas atitudes, que a carência afetiva que inunda sua vida é a catalisadora de sua depressão. Em "Shame" não há zona de conforto, parece não existir esperança para os solitários irmãos. A falta de perspectiva para ambos é que choca, que incomoda o espectador, que faz com que o estômago, por vezes, fique revirado durante a sessão.

Não há final feliz em "Shame". Só um ciclo que insiste em se repetir...

Legenda da Foto: Brandon (Fassbender) e Sissy (Muligan) num dos poucos momentos de "paz"

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ORSSE apresenta-se no TTB sob a regência de Jamil Maluf




O mês de abril começa com uma programação cultural de encantar os amantes da boa música. Logo mais, às 20h30, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) leva ao palco do Teatro Tobias Barreto, através de sua série Mangabeiras, dois importantes músicos do cenário artístico nacional: o regente Jamil Maluf e a pianista Karin Fernandes. O intuito dessa série é apresentar obras inéditas para o público sergipano, visando a formação de público e popularização do acesso. 

Segundo o regente titular e diretor artístico da ORSSE, Guilherme Mannis, o concerto aliará o melhor da música moderna a dois grandes ícones do romantismo, Wagner e Liszt. “Além disso, trará dois grandes músicos: o maestro Jamil Maluf, cujo trabalho com a Orquestra Experimental de Repertório, em São Paulo e a pianista Karin Fernandes, que é um dos grandes ícones da nova geração”. 

A apresentação chega como o segundo concerto da série Mangabeiras e traz ao público peças importantes do mundo sinfônico como “Abertura da ópera ‘Os Mestres Cantores de Nuremberg’”, de Richard Wagner; “Concerto para piano nº1, S.124, em mi bemol maior” de Franz Liszt e a “Suíte orquestral ‘O Pássaro de Fogo’” de Igor Stravinsky. As peças são marcantes e remontam, cada uma a seu tempo, parte da trajetória destes importantes compositores. 
O concerto também é a primeira apresentação do ano com regentes convidados, reforçando o projeto da Orquestra que visa intercambiar com renomados músicos e regentes do cenário nacional e internacional. 
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Tobias Barreto a preços populares: R$  20 (inteira) e R$ 10 (meia).
 

Legenda da Foto: O maestro Jamil Maluf

terça-feira, 3 de abril de 2012

Heleno (de Freitas) em Dose Dupla

Livro Nunca Houve um Homem como Heleno_Zahar Editora

Rodrigo Santoro no filme Heleno


A depender da idade do internauta que leia esse blog agora, o nome do jogador Heleno de Freitas, talvez não represente nada. Mas, aos desavisados, o “Diamante Branco”, como era conhecido no meio futebolístico, foi o maior expoente do Botafogo, na década de 1940, ainda que tenha tido uma vida extremamente conturbada, devido à fama de mulherengo, ao temperamento explosivo e ao vício em éter.

Agora, 53 anos depois de sua morte, o nome de Heleno vem à baila, em dose dupla, por meio do relançamento do livro “Nunca Houve um Homem como Heleno” de Marcos Eduardo Neves e do lançamento, na última sexta-feira, em circuito nacional, do filme “Heleno- o Príncipe Maldito” de José Henrique Fonseca. Como a cópia não chegou por aqui até o momento (será que um dia chegará?), viajei a Salvador e conferi a excelente atuação de Rodrigo Santoro no papel título.

Muitos críticos já escreveram que, apesar de retratar um ídolo do futebol, pouco mostra de efetivo com relação ao desempenho de Heleno de Freitas no campo. Realmente, a película não privilegia a competição esportiva. Ela se pretende uma cinebiografia do jogador botafoguense, que foi do auge ao precipício no período de uma década e que morreu precocemente, aos 39 anos, num hospital psiquiátrico em Barbacena, focando mais no perfil do ‘homem’ do que, propriamente, no do atleta.

Talvez por isso, a escolha do diretor José Henrique Fonseca em finalizar a película em preto e branco (belamente fotografada por Walter Carvalho). Não só com o intuito de atingir uma maior dramaticidade em certas cenas, mas também por conta do período em que a história se passa: entre as décadas de 1940 e 1950.

Conhecemos os momentos de glória do jogador, já internado num manicômio, através de suas parcas lembranças. Apesar de formado em Direito, Heleno de Freitas abraçou o Botafogo como ninguém e os números não mentem com relação à sua dedicação ao clube e ao talento com a pelota: em oito anos de atuação (1940-1948) ele defendeu a “Estrela Solitária” em 235 partidas e converteu 209 gols.

Mas ele não era apenas um “terror” para as equipes adversárias. Galã e sempre vestido de forma impecável, Heleno abalava os corações do mulherio, que caía facilmente na sua lábia. No filme, a disputa entre a cantora de cassino, Diamantina (a atriz colombiana Angie Cepeda) e a jovem burguesa Silvia (Alinne Moraes), que viria a ser mais tarde sua esposa (o nome verdadeiro da mulher de Heleno era Ilma), é acirrada. A depender da ótica em que o espectador veja os envolvimentos do jogador com as duas beldades, o grande perdedor dessa batalha é o próprio Heleno.

Arrogante até não poder mais, Heleno de Freitas se desentendia com os colegas de time e treinadores com muita facilidade. Por conta disso, foi vendido pelo Botafogo ao Boca Juniors (Argentina), no final da década de 1940, mas quando retornou ao Brasil, foi rejeitado pelo presidente do Clube (interpretado por Othon Bastos) e seguiu atuando em outros clubes como Fluminense, Vasco da Gama e América. Deixou de jogar na seleção brasileira, na Copa de 1950, por conta de uma discussão com o treinador Flávio Costa e seu sonho de defender a “canarinho” num campeonato mundial, apagou-se de vez.

Os arroubos foram em parte o catalisador de sua derrocada, fazendo com que sua embriaguez com álcool e éter aumentasse, consideravelmente, sua deterioração física e mental. Como se não bastasse, adiou enquanto pode o início do tratamento da sífilis que lhe corroía a carne e os dentes pouco a pouco, sendo insatisfatória a resposta às drogas utilizadas para retardar o avanço da doença.

É nesse momento, que a estrela de Rodrigo Santoro brilha, numa caracterização que já lhe valeu o prêmio de melhor Ator, no Festival de Havana 2011. Seja no auge da carreira de Heleno, no melhor estilo almofadinha, seja no momento de sua deterioração como homem e ídolo, Santoro encarna como ninguém o personagem. Ele, inclusive, emagreceu 12 quilos para interpretar Heleno já depauperado, nos últimos anos de vida num manicômio mineiro.

Quem também brilha nas cenas de maior dramaticidade com Santoro, é o ator e músico mineiro, Maurício Tizumba, que vive o enfermeiro Jorge. Com uma dedicação extremada ao seu paciente famoso, ele confere ao filme os momentos de maior comoção. O problema é que a força do drama concentra-se nos intérpretes masculinos, ficando os femininos um tanto à margem.

Além disso, mesmo sendo escrito a seis mãos ( o diretor José Henrique Fonseca divide a função de roteirista com Felipe Bragança e o argentino Fernando Castets), “Heleno” possui algumas lacunas na trama e a escolha do uso de flashback de forma recorrente, faz com que os menos familiarizados com a trajetória futebolística do personagem, percam-se em um dado momento.

Ainda assim, o filme está acima da média dos lançamentos nacionais dos últimos meses, muito por conta da atuação visceral de Rodrigo Santoro, do comando da batuta de José Henrique Fonseca, da direção de fotografia de Walter Carvalho (preste atenção nos enquadramentos em primeiro plano), da maquiagem eficaz de Martín Macías Trujillo e da direção de arte de Marlise Storchi.

Aguardemos por aqui a chegada do livro e do filme, a fim de conhecer um pouco mais sobre a vida desse jogador formidável e ao mesmo tempo autodestrutivo.

Legenda da Foto 1: Capa do livro que foi relançado, recentemente, pela Zahar Editora

Legenda da Foto 2: Rodrigo Santoro  apresenta uma excelente atuação no filme "Heleno"