segunda-feira, 30 de maio de 2011

Conexão VIVO em BH: Um Delírio Sonoro



Imagine juntar num mesmo evento, o lirismo dos paulistas Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz;  o experimentalismo de Babilak Bah e do Graveola e o Lixo Polifônico; o virtuosismo do violonista mineiro Gilvan de Oliveira e do guitarrista baiano Armandinho; as incursões samba-rock do “imorrível” pernambucano Di Melo e a “pegada” alucinante do carioca Jards Macalé; o contundente rapper Flávio Renegado e a irreverente Maria Alcina; os roqueiros brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju e os mineiros do Porcas Borboletas.

Pois de 25 a 29 de maio, esses artistas e tantos outros participaram da programação de encerramento da etapa Conexão Vivo, na capital mineira. O Parque Municipal, a Sala Juvenal Dias no Palácio das Artes e o Music Hall foram os locais escolhidos para abrigar os shows das bandas, cantores e musicistas, que em muitas ocasiões, recebiam no palco ilustres convidados da MPB.

Com preços populares (R$ 20/R$ 10) ou gratuitamente, os shows da Conexão Vivo foram prestigiados por um público de faixas etárias diversas, bastante antenado com novas promessas da cena musical brasileira. A blogueira viajou a Belo Horizonte, para conferir de perto algumas dessas atrações e conhecer a logística desse evento, que poderá chegar a Sergipe no ano que vem (dependerá  somente da boa vontade do poder público e da iniciativa privada local). 

Segundo Murilo Lima, o Kuru, diretor nacional do programa Conexão Vivo, a partir do segundo semestre iniciarão as articulações para que o projeto- que hoje contempla Minas Gerais, Pará, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo- seja expandido para mais cinco Estados. “Iremos a Sergipe no segundo semestre para tentar articular com o poder público e a iniciativa privada, a fim de levar ações do Conexão Vivo para lá. Não só pela proximidade com a Bahia, que desde o ano passado entrou no roteiro do projeto, mas também por ter uma produção musical interessante e a operadora ser a de maior aceitação no mercado local, é que pensamos em presentear os sergipanos com ações do projeto, que ajudará no desenvolvimento cultural do Estado”, diz Kuru.

O Conexão VIVO é um programa cultural nacional que gera oportunidades, conteúdos e serviços para todos que gostam ou vivem da música. Formado por uma rede colaborativa de artistas, público, produtores, gestores, selos, comunicadores e demais elos da cadeia produtiva do setor, o Conexão possibilita a seus participantes ampliar o alcance de suas carreiras e projetos, além de engajar um grande número de pessoas em movimento nacional para pensar e construir um novo momento para o mercado musical no Brasil.

“É bom lembrar que essa programação que está acontecendo em BH é apenas um etapa do programa que trabalha com várias frentes e que acumula até então, mais de 150 projetos patrocinados e articulados em rede. Uma dessas ações é esse conjunto de shows que tem os custos compartilhados com os artistas. Eles participaram de todo o processo de construção desse evento, inclusive ajudando a pagar a conta. Essa etapa aqui no Parque, está recebendo artistas de sete Estados diferentes, mas tivemos várias etapas ao longo de 40 dias em Belo Horizonte, contemplando nomes de quase todo o país”.

Há 11 anos no mercado, o programa nasceu na capital mineira, a partir de uma série de articulação do setor musical, no final dos anos 1990. Materializou num projeto  através de Lei de Incentivo, em 2000 e em 2001, esse projeto foi assumido pela Telemig celular que era uma operadora de telefonia local. “Quando a Vivo comprou a Telemig, pensávamos que o projeto iria acabar, mas pelo contrário, a Vivo comprou a causa e tem começado a levar o projeto para outras capitais”, explica Kuru.

Conexão musical- Seria ótimo se o programa aportasse por aqui, pois os sergipanos ávidos em conhecer novos e (velhos) artistas do cenário musical brasileiro teriam acesso a esses shows mais independentes.
Na sexta-feira, por exemplo, tive a oportunidade de conferir as apresentações das bandas mineiras The Hell’s Kitchen Project e Julgamento; do cantor mineiro Lucas Avelar; do violonista Gilvan de Oliveira e do paulista Marcelo Jeneci.

A estrutura do festival contava com dois palcos (Vivo e Conexão) montados no Parque Municipal, além de uma estrutura bem organizada de bares (incrível a eficiência dos caixas espalhados pelo local do evento, que vendiam os tickets de bebidas e lanches) e feira de discos.

A partir das 19h30, no palco Vivo, foi possível acompanhar a performance do trio The Hell’s Kitchen Project (THKP), composto pelo vocalista Jon, o contrabaixista Malk e o baterista Buddha. Mesmo sem guitarras, o som da banda mineira não deixa de sacudir a platéia, que foi ao delírio no final da apresentação, quando subiu ao palco a carioca Autoramas. 

Jon e Gabriel Thomaz se revezavam no vocal, enquanto Bacalhau (baterista do Autoramas) e Buddha juntamente com Flávia Couri (baixo) e Malk tocavam num uníssono. Foram quatro canções tocadas de forma visceral. Logo em seguida, no palco Conexão,  Lucas Avelar mostrou releituras de clássicos brasileiros em versão suingada. O repertório curtido pelo público foi baseado no CD “O Bicho que Mora na Gente” lançado em 2008. O show de cerca de 40 minutos teve a participação de outro mineiro: o compositor, instrumentista e produtor, Affonsinho.

Seguiram-se os shows do grupo Julgamento (MG) que faz um hip hop de muito boa qualidade e que convidou a cantora Nathy Faria, para uma “palhinha”. Depois, o excelente violonista Gilvan de Oliveira fez jus à tradição mineira de contar com musicistas de alto nível.

Explorando o disco - “Pixuim” (2010)- que comemora os 20 anos de carreira, o violonista conseguiu arrancar suspiros da plateia com seu dedilhado estilizado. O ponto alto da apresentação foi o duelo que travou com Armandinho, munido de seu bandolim, na música ‘Em Terra de Cego Quem Tem Cinema é Doido’. 

Fechando a noite, o paulista Marcelo Jeneci mostrou no palco porque é tão querido pelos admiradores de suas canções líricas. Extremamente simpático, o musicista, cantor e compositor interagia a todo instante com o público, que cantou junto com ele e Laura Levieri, canções como “Quarto de Dormir”, “Feito pra Acabar”, “Show de Estrelas” e “Dar-te-ei”.

No sábado, foi a vez dos shows de Babilak Bah (MG), Senta a Pua! (MG) , Black Sonora (MG) , Graveola e o Lixo Polifônico (MG) e Renegado (MG). Eles contaram, respectivamente, com as participações de Juarez Moreira (MG), Eduardo Neves (RJ), Di Melo (PE), Jards Macalé (RJ) e Maria Alcina (MG), que na maioria das vezes, de coadjuvantes, passaram a artistas principais.

Destaques para o vigor de Jards Macalé cantando e tocando junto com os jovens do sexteto do Graveola e o Lixo Polifônico; a versatilidade de Eduardo Neves, ora na flauta, ora no sax acompanhando o samba de gafieira do Senta a Pua!; a presença marcante do samba-roqueiro Di Melo com a galera esfuziante do Black Sonora e Maria Alcina que, apesar de apenas interpretar duas canções com renegado, arrebentou em “Fio Maravilha”.

Já Babilak Bah, sozinho ou com Juarez Moreira, era suficientemente envolvente com sua Orquestra de Enxadas. O som experimental do rapaz era tirado de uma parafernália percussiva personalizada e, consequentemente, único. 

Agora, é torcer para que Sergipe se conecte com essa iniciativa e tenhamos a oportunidade de conhecer de perto talentos como estes.

Texto e fotos: Suyene Correia
Legenda da Foto 1: O violonista Gilvan de Oliveira mostrou composições do disco "Pixuim"

Legenda da Foto 2: Marcelo Jeneci comprovou no palco que "Feito Pra Acabar" é um dos melhores discos de 2010

Legenda da Foto 3: O mineiro Babilak Bah mostrou seu experimentalismo percussivo

Legenda da Foto 4: Jards Macalé "incendiou" o Parque Municipal de BH juntamente com a galera do Graveola e o Lixo Polifônico

Legenda da Foto 5: O rapper Renegado interpreta "Fio Maravilha" com Maria Alcina

quinta-feira, 26 de maio de 2011

8a Bienal do Mercosul

A 8ª edição da Bienal do Mercosul – Ensaios de Geopoética tem como tema o território e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Este ano, o evento reunirá 107 artistas de 35 países que tratam de tópicos relevantes para essa discussão: mapeamento, colonização, fronteira, aduana, alianças transnacionais, construções geopolíticas, localidade, viajantes científicos, nação e política. 

Segundo José Roca, curador-geral dessa edição, “A 8ª Bienal quer mostrar alternativas à noção convencional de nação, além de discutir novas cartografias, as relações entre as condições políticas e geográficas, o posicionamento entre o regional e o global, as rotas de circulação e o intercâmbio de capital simbólico, a cidadania em territórios não-urbanos, o status político de nações fictícias e a relação entre ciência, viagem e colonização”.

O projeto curatorial desenvolve sete grandes ações, abordadas por meio de duas estratégias – expositivas e ativadoras. Nas ações ativadoras, que podem também ter como resultado uma exposição, há uma ênfase na relação entre artista e público. Nas exposições propriamente ditas, a ênfase está na obra e na sua relação com os trabalhos dos demais artistas e com o tema proposto.
Um dos projetos-chave da 8ª Bienal do Mercosul é a Casa M, um espaço de encontro para a comunidade artística local, pessoas interessadas em arte e cultura, professores e estudantes de arte e áreas afins. A proposta parte da vontade de criar uma comunidade temporária em torno da mostra, promovendo a reflexão e o diálogo e favorecendo o intercâmbio e a criação de redes. 

Para além do período da 8ª Bienal, a Casa M terá a duração de sete meses, oferecendo à comunidade uma programação de residências curatoriais, pequenas exposições, conversas, oficinas e outras atividades. O local conta com um espaço de convivência, sala de leitura, biblioteca e ateliê, entre outros ambientes.

A Bienal se entende por todo o território do Rio Grande do Sul levando artistas, obras, exposições e atividades pedagógicas a mais de dez cidades: Bagé, Caxias do Sul, Ijuí, Montenegro, Pelotas, Santa Maria , Santana do Livramento, São Miguel das Missões e Teutônia.

Em Porto Alegre, serão realizadas as exposições Geopoéticas e Cadernos de Viagem, no Cais do Porto, Além Fronteiras, no MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul – e a exposição do artista homenageado, o chileno Eugenio Dittborn, no Santander Cultural. Além disso, nove locais do centro da Capital abrigarão a exposição Cidade Não Vista, que vai chamar a atenção para lugares que habitualmente não são percebidos pela população.
Para o presidente da 8ª Bienal do Mercosul, Luiz Carlos Mandelli, a realização dessa edição reafirma o compromisso da Fundação Bienal com a comunidade: “o projeto curatorial da 8ª Bienal amplia as ações e envolve comunidades de todo o Estado, promovendo efetivamente a transformação social através de propostas artísticas contemporâneas”.

Alguns artistas que participarão da 8a Bienal do Mercosul: Alberto Lastreto (ARGENTINA), Emmanuel Nassar (BRASIL), Carlos Vergara (BRASIL), Gal Weinstein (ISRAEL), Khalil Rabah (PALESTINA), Coco Fusco (EUA), Iván Candeo (VENEZUELA), Flávia Gandolfo (PERU), Jean-François Boclé (FRANÇA), Diablo Rosso (PANAMÁ).

terça-feira, 24 de maio de 2011

Conexão VIVO abre Espaço para Novos Talentos

Desde a última sexta-feira, que cantores e bandas poderão fazer com que a música transforme suas vidas. Isso porque a VIVO, em parceria com a banda Jota Quest e o Conexão Vivo, lança o concurso “A Música Transforma”, com o objetivo de estimular, conhecer e divulgar novos talentos musicais brasileiros.

A iniciativa está alinhada ao tema “O amor nos conecta. A conexão transforma”, que norteará toda a comunicação da Vivo em 2011. A mensagem traduz a atuação da empresa, que acredita que por meio da conexão é possível transformar a realidade para melhor, seja ela social, econômica, pessoal.


Para divulgar o concurso e estimular a participação de músicos de todo o país, a Vivo e a agência Africa produziram um videoclipe colaborativo, em que o Jota Quest toca o novo hit "É preciso (a próxima parada)" com mais sete artistas espalhados pelo Brasil  e que fazem parte do programa Conexão Vivo (que está acontecendo em MG e, em breve, aportará em SE). São eles, Gaby Amarantos (PA), Mestre Vieira (PA), Ilê Aiyê (BA), BaianaSystem (BA), Marina Machado (MG), Pedro Morais (MG) e Pereira da Viola.

As bandas e cantores interessados em participar do concurso deverão cadastrar-se entre 20 de maio e 07 de junho de 2011 na Fanpage da Vivo (www.facebook.com/vivo) informando nome e endereço completos, RG, CPF, telefone e e-mail. Em seguida, deverão enviar, na mesma página, até duas músicas de própria autoria.

As músicas enviadas serão analisadas por uma Comissão Julgadora formada pela equipe de curadoria do Conexão Vivo e pelos integrantes da banda Jota Quest, os quais selecionarão 25 finalistas que terão seus trabalhos submetidos ao voto popular a partir de 15 de junho no próprio Facebook. A divulgação do vencedor do concurso será realizada dia 05 de julho. 

O prêmio para o vencedor será a oportunidade de realizar dois shows no Conexão VIVO e abrir um show do Jota Quest.

Ferraro Trio no BNB Instrumental

Em sua sexta edição, o Festival BNB da Música Instrumental mantém sua identidade de promover a diversidade musical, estimulando a fruição e conhecimento à produção instrumental.

Embora a produção nordestina seja destaque, a programação do VI Festival BNB da Música Instrumental  é composta de representantes de três regiões do Brasil e até da América do Sul. Os três CCBNBs (Fortaleza e Cariri, no Ceará; e Sousa, na Paraíba) receberão juntos 21 formações instrumentais oriundas de onze Estados (Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Maranhão, Sergipe, Bahia e Piauí, da região Nordeste; Distrito Federal, Centro-Oeste; e São Paulo, do Sudeste). Além destes, haverá a participação de músicos argentinos, representado pelo grupo instrumental feminino Las Rositas Tango Trio.

O Ferraro Trio formado por Rafael Jr. (bateria), Robson "Macaxeira" (baixo) e Saulo Ferreira (guitarra) será o representante sergipano que tocará no Cariri e em Sousa, respectivamente, dia 27 e 28 de maio.
Concebido e pensado no início de 2008, mas posto em ação apenas no primeiro semestre de 2009, o Power Trio se influencia na música negra, nos grooves do funk e da soul music e na música instrumental para compor seu som de primeiríssima qualidade.Quer conhecer mais sobre a banda, acesse http://www.myspace.com/ferrarotrio

domingo, 22 de maio de 2011

Rumer "Carpenter" ?


Adoro vasculhar as prateleiras da Saraiva e da Livraria Cultura atrás de novidades. Nem sempre estou conectada com a enxurrada de novos talentos que chegam ao mercado internacional (e, às vezes, com um certo atraso) ao nacional, daí, porque com tempo de sobra, me perco em meio aos CDs e DVDs expostos nas duas referidas lojas, garimpando novos sons.

Eis que ontem, perambulando pela Saraiva do Salvador Shopping (e que bom que a do Shopping Riomar será inaugurada no final deste mês), à procura do "19" de Adele, encontrei foi esse "Seasons of My Soul" da cantora Rumer. 

Até então, nunca tinha ouvido falar na moça (nascida no Paquistão, de família inglesa), mas fui atraída pela capa simples, com um perfil marcante. Ao ouvir as primeiras frases da canção 'Am I Forgiven', achei que seria mais uma cantora de boa voz e só. Até a música prosseguir e chegar na parte em que ela entoa "...Oh will the sun rise/Like the birds that fly over/rising up through the trees/Will you be there for me?/ Will you belong to me?//

UAU!!!! O timbre da moça se assemelha ao de Karen Carpenter (de quem sou fã) e aí, não tive dúvida: ouvi só mais duas canções 'Come To me High' e 'Slow' (carro-chefe do disco) só para me certificar do bom negócio que estava fazendo e comprei o disco sem pestanejar. 

Não é só porque a voz de Sarah Joyce (nome verdadeiro da cantora) se parece com a de Karen (um ótimo argumento para se ouvir, por sinal) que eu adquiri seu disco de lançamento. Mas porque sinto que essa garota vai longe, assim como Adele.

Seu disco de estreia, lançado no ano passado é bem produzido, conta com bons arranjos. Traz 13 faixas, sendo 10 de sua autoria (três dessas em parceria com o pianista Steve Brown e uma com Greg Churchill), 'It Might Be You' (tema romântico do filme Tootsie) e o sucesso 'Alfie' de Burt Bacharach/Hal David). Aliás, foi o próprio maestro que a convidou para participar de uma festa em sua casa, em Los Angeles e aí, a moça gravou 'Alfie' e 'Some Lovers' primeira inédita do compositor em cinco anos (mas que não consta em "Seasons of My Soul").

De qualquer maneira, o disco é bem equilibrado, as baladas são envolventes e a voz de Rumer...sem comentários. Destaque para as interpretações de 'Alfie', 'Am I Forgiven', 'Slow', 'Come to me High' e 'Aretha' em que presta homenagem à diva Aretha Franklin.

Para ouvir sem parar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Adele: Na maioridade



Será que se Adele não conseguisse colocar duas canções ("Someone Like You" e "Rolling The Deep") e seus dois discos entre os TOP FIVE, das paradas britânicas no início do ano, teríamos conhecimento de seu talento pelas bandas de cá?

Pode até ser. Mas aí, a garimpagem seria mais árdua, poderia ser uma casualidade encontrá-la no youtube. O importante é que seu segundo CD, intitulado "21" (o primeiro chama-se "19), já pode ser adquirido na Escariz e eu não paro de escutar. A garota tem uma voz potente ( como poucas) e qualquer comparação a Amy Winehouse é perda de tempo. Ambas envolvem o ouvinte pela voz, mas o estilo, "a pegada", é bem distinto.

Amy é mais performática; Adele é mais contida (canta até sentada...). Amy abusa dos graves, enquanto Adele passeia pelas notas mais altas e agudas. Ambas são afinadíssimas, mas talvez os fãs da primeira demorem um pouco para serem seduzidos pela jovem Adele Laurie Blue Adkins, nascida em Londres, a 05 de maio de 1988.

O que sei é que o "new soul" que a garota apresenta, embalada por pitadas pop, é grudento que só. Não tem como não entoar junto com a lourinha, quando ela solta o vozeirão em "Don't You Remember", "Rolling The Deep" e  "Set Fire to The Rain" (minha predileta).

Prá ouvir acompanhado (a) ou só, curtindo uma fossa.

P.S. O disco "19" na edição nacional deverá começar a ser vendido a partir do dia 23/05, na Livraria Cultura.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

E as Salas de Cinema no Centro de Aracaju ?

Difícil saber porque ninguém investe em salas de cinema no centro da cidade. Seria por conta da falta de público? Ou visão pequena dos gestores?

É certo que até o Belas Artes fechou suas portas na metrópole paulistana, mas contabilize quantas salas de exibição existem naquela cidade e quantas (proporcionalmente falando) funcionam aqui, em Aracaju. Talvez, o problema não esteja de fato, na quantidade de salas, mas na qualidade do que é oferecido ao público sergipano.
Excetuando-se os projetos Cine Cult, Sessão Notívagos, Virada Cinematográfica idealizados pelo produtor cultural Roberto Nunes e os filmes que são exibidos no Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE), nós não temos muito o que comemorar, tendo em vista a programação fraquíssima do multiplex local, que diga-se de passagem, monopoliza o mercado.

É certo que algumas instituições como o SESC (através do Projeto Cine-Olho), o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV) e a UFS, através do Cine Mais, tentam amenizar a carência de exibição de filmes nem tanto comerciais, mas não contam com a estrutura de fato de um cinema.

Então, voltamos ao problema. Aracaju não dispõe de muitas alternativas para aqueles (e não são poucos) que almejam assistir a um filme como "Cópia Fiel", "A Última Estação" ou "A Minha Versão do Amor" só para citar alguns títulos em cartaz na Sala de Arte Cine Vivo em Salvador.

Isso porque, potenciais espaços alternativos, para a exibição desse títulos simplesmente não conseguem sair do papel. Senão vejamos: o Cine da Rua do Turista, que estaria sob a administração da Casa Curta-SE, precisa de R$ 300 mil  para ser equipado. Dinheiro esse que deveria ser liberado pelo Minc, num primeiro momento, mas parece que o orçamento foi rejeitado.

O SESC, que fará uma ampla reforma e ampliação do prédio localizado na Av. Otoniel Dória, até que sinalizou num dado momento, para a possível construção de uma sala de cinema. Mas, fiquei sabendo, recentemente, que o projeto da sala foi abortado e, no máximo, será feito um auditório multiuso. 

Outro espaço que poderia abrigar uma sala de projeção seria o Banese Cultural, com previsão de inauguração para o segundo semestre. O espaço cultural, infelizmente, será dotado também de um auditório, que talvez até possibilite a exibição de filmes, mas não será de fato, um cinema.

Logo, chega-se à conclusão de que, os que poderiam mudar o sentido da história, não o faz, assim como é triste não ver empresas de telefonia celular e bancos investindo mais em cultura, em Sergipe, como fazem em outros Estados. 

Enquanto isso, na Terra do Cacique Serigy, continuamos tendo acesso a filmes da estirpe de "Padre", "O Noivo da Minha Melhor Amiga", "Hop-Rebeldes Sem Páscoa", "Sexo Sem Compromisso". Salvam-se "Um Homem Que Grita" e "O Primeiro Que Disse", mas esses estão escalados para o Cine Cult. E só.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Grito Mudo

Como é difícil o aceso aos filmes africanos. Quando um aporta por aqui, o milagre não pode deixar de ser averiguado. "Um Homem Que Grita" de Mahamat-Saleh Haroun, e que está em cartaz no Cine Cult Riomar, foi o primeiro filme do Chade  a competir em Cannes e não saiu de mãos vazias: venceu o Prêmio do Júri na edição passada.

No drama, acompanhamos o efeito devastador da guerra civil  que se arrasta no Chade há 30 anos, através de uma família cujo patriarca Adam (Youssouf Djaoro) irá travar uma batalha com o único filho Abdel (Diouc Koma). Ambos trabalham como salva-vidas, num hotel administrado por chineses.
Campeão nacional de natação no passado, Adam que está com 55 anos, passa o maior tempo do trabalho, observando as atividades do filho, seu sucessor. O problema está no fato de que com a guerra, as demissões  no hotel privatizado são inevitáveis e os mais velhos não são poupados. Talvez por consideração (ou teria sido um pedido do filho ?) a dona do hotel não tenha dispensado "o campeão", mas antes tivesse isso acontecido, pois Adam não suporta a ideia de ser transferido para a portaria, enquanto o filho assume seu lugar.

Como se não bastasse, ele vem sendo pressionado por forças do governo, a financiar a luta contra os rebeldes, ou na falta do dinheiro, enviar um filho para o combate. É a partir da decisão de Adam, que a trama vai tomando contornos mais drásticos, até chegar ao final "porradão".

O grito de Adam, ninguém nunca escutará. Só ele mesmo pode ouvi-lo. Mas esse grito eterno reverberando dentro de si, é incompatível com a paz que ele, teimosamente, tenta alcançar.


Bangalô em Transe

Vocês devem ter sentido a falta de novas postagens no blog nos últimos dias, não? O problema é que o bangalocult ficou fora do ar durante a quinta e sexta-feira, devido a problemas técnicos do blogspot. No final de semana, tomei "um refresco" e decidi descansar do teclado (que anda deixando minhas mãos operadas em frangalhos).

Foi bom, porque li muito, assisti a "Um Homem Que Grita" no Cine Cult do Riomar e ainda conheci o som de uma nova cantora inglesa que está dando muito o que falar, chamada Adele. Pois é, novidade é o que não falta.
Então, deixemos de conversa e publiquemos logo o que tem que ser dito.

OBS: Eu e o Anselmo Mariano conseguimos arregimentar cerca de 400 pessoas para o abaixo-assinado em favor de mais uma sessão do Cine Cult (no final de tarde ou à noite). Estarei entregando nesta semana a Roberto Nunes a lista com as assinaturas e torçamos para que o multiplex se sensibilize com nossa reivindicação

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Para Entender a Poesia



No dia 17 de maio, o professor e poeta Marcilio Lins de Medeiros Brito irá  apresentar a palestra "Para Entender a Poesia: sons, imagens, sentidos", às 19h, no Auditório da Sociedade Semear. O objetivo é fornecer aos participantes conceitos e elementos essenciais que permitam perceber a poesia como trabalho estético e entendê-la em seus aspectos lúdicos, sonoros, visuais e de sentido.

O conteúdo abordado tratará da forma e sentido, a função poética da linguagem e o uso conotativo e denotativo, o verso, a melopéia, fanopéia e logopéia, metrificação, rimas, aliterações, assonâncias e formas fixas, além das figuras de linguagem e o prazer de fazer poesia. O acesso é gratuito e a Sociedade Semear está localizada à rua Vila Cristina, 148.

Quem é Marcílio Medeiros ?

Ele  é bacharel em Letras e Direito. É poeta, produtor cultural, professor universitário e funcionário público. Ensinou na Fanese, Faculdade Atlântico e UFS (Aracaju); Facex, UnP e UFRN (Natal); e Senac (Recife). Nos anos 80, participou ativamente do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco, e editou os jornais literários Vaga-lume e Prólogo. Foi da comissão organizadora do I Congresso de Escritores do Nordeste (1988) e I Congresso Nacional de Escritores em Pernambuco (1995). Foi diretor administrativo da União Brasileira de Escritores – Secção Pernambuco – UBE-PE de 1997 a 2000. Publicou dois livros de poemas e tem textos em várias antologias, jornais e revistas. Dentre os prêmios que recebeu, estão: Prêmio Lira e César - menção honrosa - da Academia Pernambucana de Letras, pelo seu último livro; Concurso Imagem e Poesia; Prêmio Banese de Literatura; Histórias do Trabalho; e TOC140.

9a Semana Nacional de Museus

Começa na próxima segunda-feira,  a 9ª Semana Nacional de Museus. Até dia 22 de maio, quase mil museus e instituições culturais de 502 cidades de todos os Estados do Brasil oferecerão programação especial ao público.

Aqui, em Aracaju, a abertura da programação acontecerá, na segunda-feira, a partir das 10h, na sala Multieventos do Palácio Museu Olímpio Campos, com a palestra "Museu e Memória de Sergipe" proferida pela profa. Izaura Júlia O. Ramos.

Serão mais de três mil atividades em todo o país, como exposições, cursos, seminários, oficinas, visitas mediadas, shows, concertos, recitais, palestras e exibição de filmes, entre outras atrações. O evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura) em parceria com os museus brasileiros para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio). Veja a programação completa em www.museus.gov.br

Neste ano, a Semana de Museus tem recorde de participações, com 994 museus e instituições culturais integrando a programação. Dessas, 356 instituições participam da Semana pela primeira vez. Além dos museus, a programação inclui centros culturais, fundações, galerias, casas de cultura, cursos de museologia, pinacotecas, memoriais e outras instituições. O recorde anterior de participação havia ocorrido em 2009, com 2.019 eventos programados em 614 instituições.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Ninguém é de Ninguém" em versão teatral

O espetáculo “Ninguém é de Ninguém” aporta neste final de semana- sábado e domingo- no Teatro Tobias Barreto, em sessões marcadas para acontecer às 20h. A peça, que é uma adaptação do livro homônimo de Zibia Gasparetto e já levou mais de 100 mil pessoas às salas de teatro Brasil afora, conta com a direção do ator Sérgio Lelys.

Na trama, os casais Roberto e Gabriela e Renato e Gioconda nos fazem enxergar que muitas vezes lutamos para ser o dono absoluto do outro, como se o fato de gostar, nos desse esse direito e que por muitas vezes nos vemos nos inferiorizando por não conseguir atingir nossos vaidosos ideais e sempre escolhemos alguém que terá a terrível tarefa de nos fazer sentir melhor.

O espetáculo com um toque especial de humor requintado e de bom gosto, mostra o cotidiano de duas famílias de hábitos e comportamentos diferentes sendo uma de classe média e a outra de alto poder aquisitivo, onde um roubo e uma relação de ciúme doentio levará essas duas famílias a viverem momentos de desespero e de surpresas desafiadoras.

Com Junno Andrade, Paulo Aguiar, Lyliah Virna, Viviane Esteves, Alexandre Jábail e Helô Marques, o espetáculo já está com os ingressos à venda no stand do Shopping Jardins e na bilheteria do teatro ao preço de R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sessão Notívagos: o Retorno


Não sabemos ao certo, se esta tentativa do produtor Roberto Nunes em manter a Sessão Notívagos novamente no cronograma da produtora Cine Vídeo e Educação dará certo. Mas se depender da torcida dos cinéfilos e roqueiros órfãos por projetos desta natureza em Sergipe, o retorno da sessão especial de cinema (suspensa em setembro do ano passado), que reúne exibição de filme e show musical, irá vingar.

Para este sábado, a partir das 23h, no Cinemark Jardins, está programada a exibição do filme “Um Lugar Qualquer” da cineasta Sofia Coppola e apresentação da banda pernambucana Eddie e da sergipana Mamutes.

O filme, apesar de ter dividido a crítica, venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza 2010 e consolidou o estilo delicado de Sofia Coppola de dirigir. Ela que já realizou produções tão díspares como “Virgens Suicidas” (1999), “Encontros e Desencontros” (2003) e “Maria Antonieta” (2006), agora se arrisca num drama com toques autobiográficos, em que o protagonista é um ator de cinema badalado, mas com um vazio existencial, que vê sua vida transformada, a partir do reencontro com a filha pré-adolescente.

O grande trunfo do longa, que por vezes se torna modorrento, parece ser a química entre os atores Stephen Dorff (que interpreta o pai Johnny Marco) e Elle Fanning (no papel da filha Cleo), mas não tão simbiótica quanto a de  Bill Murray e Scarlett Johansson em “Encontros e Desencontros”. No entanto, parece ser muito pouco, para alçá-lo como um dos melhores da ainda breve filmografia da talentosa cineasta. Porém, vale uma conferida.

Já no campo da música, a Sessão Notívagos aposta novamente no talento da banda Eddie, oriunda de Olinda. Em março do ano passado, os músicos Fábio Trummer (guitarra e voz), Urêa (percussão e voz), Andret (trompetes, teclados e samplers), Kiko (bateria) e Rob (baixo) estiveram fazendo um show na Notívagos, ocasião em que lançaram por aqui, o disco “Carnaval no Inferno”.
Agora, a banda que mistura dub, rock e frevo está de volta a Aracaju, dessa vez dividindo o palco (?) com a Mamutes.

Quem estiver a fim de conferir a Sessão Notívagos, os ingressos já estão à venda por R$ 20, na Casa da Cópia Jardins ou Markus Tattoo House (Rua Capela 28). Esse valor, no entanto, vale para o ingresso comprado até o dia de hoje. Amanhã, o ingresso custará R$ 25. O evento que deve se estender até às 04h, ainda oferecerá um mesa de frutas, água, suco e café no final.


Foto: Cena do filme "Um Lugar Qualquer" de Sofia Coppola

OBS: Os interessados em assinar o abaixo-assinado na intenção do Cine Cult também à noite, estaremos com uma lista disponível na Sessão Notívagos

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rock Sertão 2011

Engraçado como uma cidade do alto-sertão sergipano consegue realizar um festival de rock, da magnitude do Rock Sertão, mas a capital, que congrega a maioria das bandas de renome do Estado, não o faz.
Para aqueles céticos que não acreditavam na longevidade do evento, lá se vão nove anos de muita luta e...teimosia.

Sim, poque eu que acompanho a cena cultural sergipana há 10 anos, sei como os empreendedores culturais daqui sofrem. Quando os artistas me concedem entrevista para falar do novo projeto, geralmente uma queixa se repete: a de falta de patrocinadores. Mas eis que a organização do Rock Sertão se empenha em realizar um evento de nível e, parece que a cada ano, o sucesso é alcançado.

Dessa vez, a cidade de Nossa Senhora da Glória sedia o Rock Sertão de 11 a 14 de maio e na programação há muito espaço para a música, mas também para outras vertentes artísticas como teatro e a produção audiovisual.

Entre as atrações que farão parte do grande festival de rock no interior sergipano estão às bandas Jesse Monroe (Inglaterra), Ladrão (RJ), Alapada, Naurêa, Ferraro Trio e The Baggios.
Confira a programação e prepare a mochila de acampamento. O melhor é ficar por lá mesmo, durante os quatro dias de folia roqueira.

Quarta (11.05)

08h - 12h
Oficina de teatro Local: Câmara de Vereadores de Nossa Senhora da Glória
13h - 17h
Oficina de audiovisual Local: Escola Municipal Tiradentes
Oficina de música Local: CRAS (Centro de Referência e Assistência Social)

Quinta (12.05)


08h - 12h
Oficina de teatro Local: Câmara de Vereadores de Nossa Senhora da Glória

13h - 17h
Oficina de audiovisual Local: Escola Municipal Tiradentes
Oficina de música Local: CRAS (Centro de Referência e Assistência Social)
Palestras e Mostra Cultural Zambumbambus Local: Colégio Estadual Cícero Bezerra

19h - 23h
Mostra Audiovisual
Apresentação do grupo de teatro Cobras e Lagartos (Lagarto-SE) - Peça: "A Peleja de Valentim contra a Morte pelo Amor de Manuela"
Apresentação musical de uma banda selecionada por votação online
Local: Praça do Coreto (Praça Filemon Bezerra Lemos)

Sexta (13.05)

08h - 12h
Oficina de teatro Local: Câmara de Vereadores de Nossa Senhora da Glória

13h - 17h
Oficina de audiovisual Local: Escola Municipal Tiradentes
Oficina de música Local: CRAS (Centro de Referência e Assistência Social)

20h
Local: Praça Antonio Alves Oliveira
- Karranca (Itabaiana)
- Naurêa (Aracaju)
- Elvis Boamorte e os Boavidas (Aracaju)
- Ferraro Trio (Aracaju)
- The Jezebels (Aracaju)
- Fator RH (Nossa Senhora da Glória)
- Banda selecionada por votação online

Sábado (14.05)

14h - 18h
Fórum de discussão Local: Câmara de Vereadores de Nossa Senhora da Glória

19h
Local: Praça Antônio Alves Oliveira
- Lacertae (Lagarto) Gravação do DVD
- Nucleador (Aracaju)
- The Baggios (São Cristóvão)
- Alapada (Aracaju)
- Jesse Monroe (Inglaterra)
- Hatend (Paulo Afonso/BA)
- Ladrão (Rio de Janeiro/RJ)