sábado, 30 de junho de 2012

Julho é o mês de John Cassavetes



John Cassavetes_ator e diretor

Terá início nesta terça-feira, dia 03 de julho, às 18h, no auditório do SESC/centro (rua Dom José Thomaz, 235), a Mostra de Filmes "John Cassavetes - o cinema independente norte-americano". Ao todo, serão exibidos até o dia 1o de agosto, cinco longas do diretor e ator norte-americano, sendo que na noite de abertura do evento, será exibido o filme de estreia de Cassavetes, "Sombras" (1959). Logo após a exibição,  haverá uma palestra do professor Romero Venâncio, do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe, com o tema "O Cinema Independente Norte-americano- um panorama a partir de John Cassavetes".

O filme "Sombras" foi percebido não só como um manifesto do cinema demolidor de John Cassavetes, mas também do próprio cinema independente americano, que não foge de temas controversos como o submundo da arte, do crime, da desintegração das relações convencionais, da loucura, que espelha nos temas e na forma artística a ebulição mental do ser humano na turbulenta modernidade.

A trama concentra-se na história de três irmãos de ascendência negra que moram juntos: Benny (um adolescente revoltado que tenta ser saxofonista), Hugh (cantor de jazz em busca da ascenção profissional) e Lelia (jovem que pretende ser escritora e está em busca de sua identidade). Durante uma festa, Lelia conhece Tony e, no dia seguinte, leva-o até sua casa. Ao descobrir, que Lelia é mestiça, o rapaz pensa em desistir do relacionamento. Sentindo a hostilidade e a covardia do rapaz, Hugh o proíbe de visitar sua irmã.
Ao final, o quê prevalecerá: o sentimento de Lelia para com Tony ou a relação de aparente estabilidade entre os irmãos ?

O filme, que teve duas versões ( a primeira mais informal e menos narrativa e a segunda- definitiva- menos experimental e com mais destaque para os atores), já delineia o método Casavetes de trabalhar: mistura de improvisação e texto para encontrar uma narrativa desembaraçada de códigos e clichês; proximidade e relação privilegiada com o ator e recusa a uma submissão restritiva à técnica, colocada a serviço do filme e não o inverso.

Segundo Marco Aurélio Lopes Fialho, assessor de cinema do Departamento Nacional do SESC, a obra de John Cassavetes constitui-se como fundamental para quem acredita que o cinema é uma arte pautada na criatividade e na liberdade de expressão do artista, e considera como conseqüência desse processo a produção de uma obra possuidora de um poder demolidor e crítico das instituições sociais, assim como os valores que as sustentam, até então considerados por muitos como intocáveis e imutáveis.

“Cassavetes acreditava que o cinema devia, em primeira e última instância, expressar o ser humano como ele se apresentava na vida, isto é, em suas contradições e desintegrações sociais, tanto no mundo do trabalho e do casamento quanto no próprio domínio das artes”, disse o assessor.

Para Fialho, a realização do cinema de Cassavetes acontece por meio de uma cumplicidade atroz com seus atores, quase co-realizadores de seus filmes. Prova disso foi à parceria com sua esposa Gena Rowlands e com o amigo Ben Gazarra. Era preciso confiar e acreditar no processo de criação do cineasta, que também foi um ator consagrado por obras como "O Bebê de Rosemary" e "Os Doze Condenados".

As exibições serão abertas ao público gratuitamente e a programação completa pode ser conferida, logo abaixo:

03/07 (terça)
Filme: Sombras (1959)
Convidado: Prof. Dr. Romero Venâncio
Local: Auditório do SESC/centro
Horário: 19h
04/07 (quarta)
CineSESC meio-dia:  Sombras (1959)

10/07 (terça)
Filme: Faces (1968)
Convidado: Wesley Pereira
Local: Auditório do SESC/centro
Horário: 19h
11/07 (quarta)
CineSESC meio-dia: Faces (1968)

17/07 (terça)
Filme: Uma Mulher sob Influência (1974)
Convidado: Jadson Teles
Local: Auditório do SESC/centro
Horário: 19h
18/07 (quarta)
CineSESC meio-dia: Uma Mulher sob Influência (1974)

24/07 (terça)
Filme: A Morte de um Bookmaker Chinês (1976)
Convidado: Ninalcira Sampaio
Local: Auditório do SESC/centro
Horário: 19h
25/07 (quarta)
CineSESC meio-dia: A Morte de um Bookmaker Chinês (1976)

31/07 (terça)
Filme: Noite de Estreia (1977)
Convidado: Prof. Msc. Caio Amado
Local: Auditório do SESC/centro
Horário: 14h30
01/08 (quarta)
CineSESC meio-dia: Noite de Estreia (1977)

2o SERCINE começa dia 03 de Julho

Com o objetivo de estimular as produções audiovisuais nordestinas e universitárias, disseminando a identidade cultural e valorizando a experimentação de novas linguagens para a sétima arte, acontece de 03 a 07 de julho, em Aracaju, a 2a edição do Festival Sergipe de Audiovisual – Sercine.

Na noite de abertura, às 20h, no Teatro Atheneu, haverá  exibição do longa-metragem convidado ‘Mãe e Filha’, do diretor Petrus Cariry. O filme conta a história de uma mãe e sua filha que, depois de uma longa separação,  reencontram-se no sertão, entre ruínas e lembranças. O destino da filha nega o sonho da mãe. O passado é um círculo que aprisiona os vivos e os mortos. A filha que romper, mas as sombras espreitam.

Logo após a exibição do longa, haverá um pocket show da banda Oganjah que está completando 10 anos de carreira.  Os ingressos já podem ser retirados na bilheteria do teatro Atheneu, das 12h às 20h.

Com uma programação diversificada, o 2º Sercine traz mostras, oficinas e mesas de debates. Destaque para a Mostra Internacional, em parceria com o festival francês Signs de Nuit. O objetivo é aproximar o público sergipano e nordestino da produção cinematográfica contemporânea do exterior, apresentando e debatendo as principais temáticas, tendências, narrativas e estéticas presentes nessas produções.

O Sercine  é uma realização da Cacimba e do Ministério da Cultura, contando com o patrocínio do Banese.
A programação completa pode ser conferida http://www.sercine.com.br/?page_id=70

domingo, 24 de junho de 2012

"Lira Paulistana": reduto da Vanguarda Paulista


Banda Premeditando o Breque


Na última quinta-feira, encerraram-se, em Salvador, as exibições do 4o Festival Internacional do Documentário Musical (IN-EDIT~BRASIL). Ao todo, foram 29 documentários produzidos em diversos países e o Brasil não fez feio, com filmes como "Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista" do Riba de Castro, que tive a oportunidade de conferir, no dia 16 de junho.

Aliás, lamentei muito não ter podido esticar, logo em seguida, para a sessão de "Vou Rifar Meu Coração" de Ana Rieper (gravado parcialmente em Sergipe). A cineasta, recentemente, trouxe a película para algumas exibições no interior do Estado, mas novamente, não deu para assisti-la.

Mas para quê "chorar o leite derramado" ? Falemos do belo filme de Riba de Castro (um dos fundadores do "Lira Paulistana") que conta a história desse teatro underground, berço das novas tendências musicais na cidade de São Paulo, entre 1979 e 1986.

Por lá, passaram Itamar Assumpção e Isca de Polícia, Arrigo Barnabé, Lenny Gordin, Tetê Espíndola, Ná Ozzetti, Premeditando o Breque, Os Inocentes, Rumo, Titãs e Ultraje a Rigor, entre outros. Excetuando Assumpção (morto em 2003), Riba conseguiu reunir um bom número de artistas para entrevistas e o que se vê, ao longo dos 97 minutos de duração, é um verdadeiro dossiê dessa vanguarda paulistana, que marcou  a história musical brasileira. Os fãs de Itamar, no entanto, não precisam desanimar. Há farto material fotográfico e de gravações de shows dele com a banda Isca de Polícia. 

É interessante, também, descobrir  como Fernando Meirelles (em início de carreira como produtor e videomaker) foi peça importante  para a divulgação de alguns artistas cativos da Lira Paulistana. Sua produtora, localizada na Pça. Benedito Calixto (próximo à  "Lira" que ficava na Rua Teodoro Sampaio), foi responsável não só pela produção de video clipes, como também do registro de apresentações de grupos na própria praça. Engrossam a lista de entrevistados, Marcelo Tas, Paulo Caruso, Maurício Kubrusly, Laerte Sarrumor que de alguma forma tiveram ligação com o movimento vanguardista paulistano.

Pena que  o filme não tenha previsão de lançamento comercial. Por enquanto, suas exibições estão limitadas a festivais de cinema. Nem para o Curta-SE 12 trazê-lo como longa convidado. Está dada a sugestão!!!

Legenda da Foto: Capa de um disco do Premeditando o Breque, que faria a irreverente música 'São Paulo, São Paulo'

sexta-feira, 22 de junho de 2012

São João no ritmo do Coco

Quer curtir um São João diferente, mas animado ? Longe do forró elétrico e do tradicional pé de serra ? Então, prepare-se para dançar a noite inteira, porém no ritmo do coco. Trata-se do tradicional Samba de Coco do Mosqueiro, comandado pelo Seu Dió, que acontece nos dias 23 e 24 de junho, à noite, nas imediações do Bar Tanga Voou.

Para quem desconhece o caminho para chegar à festa, basta seguir em direção ao Mosqueiro, pegar o acesso à Orla Pôr-do-Sol e, quando chegar próximo ao rio, entrar à direita, por uma estradinha de piçarra. Alguns metros adiante, dará para ouvir o “zum- zum-zum” dos participantes e visitantes, que movimentam-se numa pequena clareira, entre o arraial e a capelinha, à espera do início da dança.

Quem organiza tudo, há mais de duas décadas, é o bombeiro reformado, Rosualdo da Conceição, conhecido como Seu Dió (ou Diô). Ele arregimenta familiares para ajudar na decoração do local, na escolha do mastro na mata, para posterior queima, e no preparo da famosa “meladinha”, bebida composta de mel, canela em pau, erva-doce, casca de lima e açúcar, que é servida durante o evento, como bebida “comunitária”.

“Tudo é levado ao fogo com água e, depois da fervura, é acrescida a cachaça. É consumido em torno de 10 litros da bebida, por noite, que tem que ser feita direito, pois tem um ponto certo de acrescentar a cachaça. Caso a bebida queime, ela não serve mais para o consumo”, explica Seu Dió.

Também é possível degustar bolo de milho, de macaxeira, milho assado e cozido, amendoim e outras iguarias nas barraquinhas espalhadas ao redor do arraial. Os preparativos, para o tradicional Samba de Coco, começam no final do mês de maio, e uma prévia do que acontece nesse final de semana, pode ser conferido na comemoração do Dia de Santo Antônio. O profano e o sagrado, por sinal, caminham junto neste evento.

Antes do contagiante ritmo do coco ser evocado pelo quarteto musical, composto por Luzia da Conceição (reco-reco), Sr. Gileno (tambor grande), Carisvaldo (tambor pequeno) e Nilton (amarração), as orações serão comandadas por D. Maria Cristina Santos Brito, na capela erguida em homenagem aos santos juninos.

Os fiéis entoam ladainhas e orações em homenagem ao santo do dia e depois, encerram as comemorações, cantando “Despedida de São João”. “Desde os dez anos de idade que eu acompanhava meus pais nas orações e agora, já estou colocando minhas filhas para rezar e cantar comigo também. Sigo as orações escritas num caderninho, pelos moradores daqui, que já foram passadas para mim, há tempos atrás”, diz D. Maria Cristina.


Terminada a reza, todos se dirigem ao arraial para dançar. Bebericando ou não a meladinha, adultos, idosos e crianças são ‘levados’ a soltar o corpo na festa que tem hora para começar, porém para terminar é sempre uma incógnita.

Se o internauta ficou com água na boca, querendo conhecer de perto a folia desses intrépidos dançarinos, chegue cedo, por volta das 21h30, para não perder nem um pouquinho do evento. Caso contrário, só no ano que vem!

Cinema Japonês na Veia

O Que eu Mais Desejo_cartaz

O cartaz de "O Que eu Mais Desejo", mostrando o pequeno Koichi, sentado no que poderia ser um vagão de trem (e é), soa bastante sugestivo. Com o olhar distante, o jovem personagem, vivido por Koki Maeda, por certo está  pensando no seu desejo secreto, que envolve a reconciliação dos pais e a possibilidade de morar novamente com seu irmão mais novo, Ryu (Ohshiro Maeda).

Para alcançar seu intento, ele terá que fazer o pedido no ponto de interseção dos vagões do trem bala. Morando num extremo da ilha de Kyushu, ameaçada pela erupção de um vulcão, Koichi traça um "plano de viagem" com mais dois amigos, a fim de chegar no ponto de cruzamento dos trens. Por sua vez, Ryu (do outro lado da ilha) com mais três amigas, também planejam fazer os seus pedidos, seguindo a lenda. A aventura possibilitará o reencontro de Ryu com o irmão mais velho, já que não se vêem há seis meses.

Até chegar ao clímax da história, o diretor e roteirista, Hirokazu Koreeda, vai apresentando ao espectador, paulatinamente, o cotidiano da família bipartida. Num extremo, Koichi divide a casa com os avós e a mãe. Entre as atividades escolares e as esportivas, ele sempre encontra tempo para colocar o papo em dia com o irmão (via celular) e, vez ou outra, acompanha o avô confeiteiro em explorações gastronômicas. A mãe tenta recomeçar a vida num novo emprego, enquanto a avó, tenta esquecer dos percalços da vida, praticando a dança.

Ryu, por conta de viver com o pai músico e deveras displicente, assume as funções domésticas como varrer, lavar e cuidar da pequena horta no quintal. Apesar de pequeno, vez por outra, questiona o senso (ou a falta) de responsabilidade do seu genitor, mostrando um grau de maturidade, impressionante. O pai tenta a qualquer custo voltar aos palcos com dignidade, após abandoná-los, por um bom tempo.

A narrativa faz-se lenta, mas necessária, até o estágio em que as crianças rumam em direção ao trem bala. Não se admire se o espectador ao seu lado, olhar o relógio, insistentemente, à procura dos minutos finais, que não chegam. No entanto, quando o 'THE END' apontar, você já estará tomado por uma sensação prazerosa diante da ode à pureza infantil.

  

Mulheres, uni-vos !


A Fonte das Mulheres_filme


Quando assisti ao trailer de “A Fonte das Mulheres”, há meses atrás, pensei que o novo filme de Radu Mihaileanu (dos ótimos “O Concerto” (2009) e “Trem da Vida” (1998)), seria mais uma comédia bem dirigida por ele. Ledo engano. A película é muito mais dramática do que cômica e traz para a tela, questões recorrentes ao universo feminino em países mulçumanos, sobretudo o tema da submissão. 

Em um pequeno vilarejo, situado entre o Norte da África e o Oriente Médio, as tradições islâmicas são seguidas à risca. Enquanto, os homens passam o tempo jogando conversa fora no bar, as mulheres pegam no pesado, lavando, passando, tomando conta dos filhos e buscando água num poço distante da vila, tendo que enfrentar além do calor insuportável, uma trilha bastante acidentada e pedregosa.

O trabalho não é poupado nem mesmo para as grávidas, de modo que vários abortos “espontâneos” aconteceram durante o esforço implementado pelo caminho. Cansada dessa realidade e não concordando com a passividade das colegas, Leila (Leila Bekthi), uma das mais jovens e alfabetizadas do grupo, resolve comandar uma greve de “sexo”, com o intuito dos maridos, frente à abstinência forçada, assumirem a tarefa de pegar água na fonte.

Inicialmente, Leila não terá a adesão de todas as mulheres, sendo a própria sogra (Hiam Abbass), contrária à sua atitude liberal. Mas, aos poucos, contando com a aliança do “Velho Fuzil” (a atriz argelina Biyouna), e mais tarde, do marido Sami (Saleh Bakri) e do sogro, ela consegue alcançar seu intento.

Por trás desse engenhoso argumento, centrado na guerra dos sexos, o filme -que foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2011-  faz uma crítica às condições da mulher em países islâmicos e evoca a luta pela liberdade. Mostra que nem todas querem usar a burka, muitas delas sonham em casar com o homem ideal (e aqui, Sami, seria o melhor exemplo disso), além do que o Alcorão pode ( e deve) ser reinterpretado à luz da visão feminina. 

Em tempo de “Primavera Árabe”, esse “A Fonte das Mulheres” chega como uma fagulha que não deve ser apagada. O filme está em cartaz no Cine Cult do Cinemark Jardins, diariamente, às 14h.  

Legenda: Leila (em destaque) comanda a revolta das mulheres no filme de Mihaileanu

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Troque o Forró pelo Rock'n'roll no Tio Maneco



O plano "B", para quem quer distância do ritmo do forró amanhã, é o show da Snooze no Tio Maneco Botequices (Rua Manoel Espírito Santo, próximo ao colégio COC). O quarteto, que dessa vez se apresenta com a formação- Fabinho (baixo e voz), Rafael Jr (bateria), Clínio Júnior (guitarra) e Luiz Oliva (guitarra)-, irá fazer um revival de sua produção ao longo da década passada, bem como mostrar novidades, a partir das 21h.

Segundo Fabinho, a canção '704', que faz parte do CD "Tributo ao Second Come" (com lançamento amanhã), será uma das inéditas do repertório. Os rapazes da Snooze também apresentarão 'Empty Star', presente no single da banda, a ser lançado em dezembro deste ano (para quem desconhece, é praxe a Snooze realizar um show no dia 30 de dezembro. Uma espécie de comemoração adiantada da Virada de Ano).

Mas enquanto este dia não chega, para que lamentar ? Amanhã, é dia de rock no Tio Maneco e para não perder a viagem, três integrantes da banda (Clínio, Rafael e Fábio) irão se somar a outro músico (Kiko) para compor Os Adolescentes da Vovó (um cover da banda Teenage Fanclub). Essa fará "as honras da casa" e para comandar os pick ups, Clínio Júnior mostrará os seus dotes de DJ.

Para se divertir, basta desembolsar R$ 5 (individual) ou R$ 40 (mesa). O CD do Tributo ao Second Come será vendido ao preço de R$ 10. também será comercializado o CD da Snooze  de 2006 (últimas unidades) ao preço de R$ 15.

Legenda da Foto: Fabinho (em primeiro plano) e Clínio Júnior 'mandando ver' na Snooze

Sons da Catedral

Amanhã, às 19h, a Catedral Metropolitana de Aracaju receberá a Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a regência do maestro convidado Helder Trefzger. Será um momento especial para a sociedade sergipana, pois, para esta segunda edição da série "Sons da Catedral", o grupo apresentará, de forma inédita, o "Bolero", do compositor francês Maurice Ravel. Completam o programa obras de Nielsen, Dvorak e Berlioz. A entrada é franca, e o concerto possui o apoio da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e da Arquidiocese de Aracaju. 

Sobre o maestro: Atual diretor artístico e maestro titular da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo, o maestro Helder Trefzger estudou em algumas das principais universidades brasileiras, como a UFRJ, a UFMG e a UnB e teve aulas complementares com professores de renomadas instituições de ensino musical, como o Conservatório de Moscou, a Manhattan School of Music, e a Arts Academy - Istituzione Sinfonica di Roma. É Mestre em Música (Regência – Práticas Interpretativas) e Bacharel em Música – Regência.
Teve como principais professores o maestro e compositor Cláudio Santoro, além dos maestros David Machado, de quem foi assistente e Roberto Duarte. Outros professores importantes na sua formação musical foram: Gerald Kegelmann, Igor Bezrodny, Francesco La Vecchia, Ivan Kojuharov, Oleh Krysa, Ernani Aguiar, Emilio de Cesar, Oiliam Lanna, Alberto Jaffé e Edson Queiroz de Andrade.

Já dirigiu, como maestro convidado, algumas das principais orquestras brasileiras, como a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e as orquestras sinfônicas de Porto Alegre, Minas Gerais, Sergipe, Mato Grosso, Brasília e Paraíba, além da Orquestra Sinfônica da UFRJ e da Orquestra Filarmônica Nova (MG), dentre outras. Dirigiu ainda a Orquestra Artave (Portugal), a Sinfônica Nacional da Bolívia, a New World Young Orchestra (Brasil, Itália e Bulgária) e a Orquestra Sinfônica de Bourgas (Bulgária). Em Portugal realizou um concerto com a Orquestra Filarmonia de Gaia, na cidade do Porto e, na Itália, dirigiu duas apresentações à frente da Orchestra Sinfonica di Roma, no Auditório della Conciliazione (Vaticano).

Gravou, com a Orquestra Filarmônica do Estado do Espírito Santo, a trilha sonora do filme "Lamarca", de Sérgio Rezende, música de David Tygel e o CD "Melodiário", com músicas do compositor Jaceguay Lins.

É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia de Letras e Música do Brasil – ALMUB, onde ocupa a cadeira de número 10, com a patronímica de Carlos Gomes.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Noite Arriscada


Apenas uma Noite_cena do filme


Adoro filmes despretensiosos. "Apenas Uma Noite" é um desses filmes que você espera uma coisa (ou não espera nada) e termina tendo uma bela surpresa, ao final. A diretora e roteirista iraniana, Massy Tadjedin, com seu longa de estreia, foi elogiada no Sundance Film Festival e não é para menos. Aqui, o plus a mais não é a história, o tema, mas a maneira como é desnudada para o espectador. O segredo está na montagem paralela equilibrada de Susan Morse (que foi colaboradora nos filmes de Woody Allen por quase duas décadas).

Senão, vejamos. Um jovem casal formado pelo executivo Michael (Sam Worthinton ) e pela escritora Joanna (Keira Knightley) vestem-se para ir a uma festa. Lá, chegando, Joanna percebe logo que Michael "arrasta uma asa" para a colega de trabalho, interpretada por Eva Mendes. O flerte continua durante toda a noite, a ponto de Joanna discutir com o marido sobre o assunto, ao chegar em casa.

A desconfiança de Joanna, sobre um real envolvimento entre ambos, aumenta quando Michael viaja a negócios em companhia da colega, ao mesmo tempo em que o destino a coloca numa situação limite, ao reencontrar, por acaso, na rua, um ex-namorado (Guillaume Canet) por quem ainda nutre uma paixão.

Ao espectador, cabe apenas deixar-se embalar, paulatinamente, na atmosfera sedutora que o filme emana em cada fotograma.  Desde a fotografia elegante até a trilha sonora envolvente, tudo conspira a favor da traição de ambos os cônjuges. Mas, à medida que o tempo passa, percebemos para Tadjedin que o mais importante não é exatamente, quem vai trair quem.

Talvez, o que esteja em jogo aqui, seja o quão desconcertante a diretora deixa os mais puristas e moralistas ao final da projeção. Ninguém é perfeito!  

P.S. Reparem na participação especial de Griffin Dunne (ator de "Depois de Horas" e "Um Lobisomen Americano em Londres")

Legenda da Foto: Keira e Sam à sombra de uma dúvida

Cine SOMESE exibe o filme "Mother"


Nesta quinta-feira, às 20h, estarei comentando o filme "Mother-A Busca Pela Verdade"  de Joon-ho Bong na Sociedade Médica de Sergipe (SOMESE). A exibição é aberta ao público e a SOMESE está localizada à Rua Guilhermino Rezende, 426, próximo ao Hospital São Lucas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dois dias, seis filmes e uma exposição



O final de semana não poderia ser mais prazeroso.  Assisti a seis filmes, conferi uma exposição de Botero e ainda adquiri alguns souvenirs cinematográficos (DVDs). Dois dias em Salvador e a agenda fica lotada num piscar de olhos. Isso sem contar o show do Marcelo Jeneci (que graças a Deus, tive a oportunidade de conferir no ano passado no Conexão Vivo em BH) que aconteceu ontem, pela manhã, no Parque da Cidade.

Na impossibilidade de usufruir de uma cidade com qualidade de vida cultural, a alternativa é buscar essas opções salutares num centro mais próximo. Então, que seja Salvador, que hoje possui uma programação cinematográfica tão brilhante quanto a Reserva Cultural em São Paulo, por exemplo. Incrível como num circuito de cinco salas (Circuito Sala de Arte formado pelo Cine UFBA, Cine Vivo, Cinema do Museu e Cine XIV), o espectador tem a opção de assistir a cerca de 20 títulos distintos. Quando teríamos essa chance por aqui ?

O meu itinerário, dessa vez, contou com um filme no Cine Glauber Rocha ("Weekend"), um no Cinema do Museu ("Lira Paulistana") e quatro no Cine Vivo ("A Delicadeza do Amor", "Deus da Carnificina", "Apenas uma Noite" e "O Que eu Mais Desejo"). Bem verdade, que nem todos são excelentes, mas cada um a seu modo, encontra seu público cativo.

Nessa primeira postagem, vou me ater ao filme "Weekend" que foi uma gratas surpresa. Trata-se de uma produção inglesa, dirigida por Andrew Haigh. De um fato corriqueiro, o diretor constrói uma trama instigante e sedutora (em tempos de filmes românticos cada vez mais insossos), envolvendo dois rapazes.

Russell ( Tom Cullen) é um introspectivo salva-vidas de um complexo aquático, que aproveita o tempo livre para se divertir em festas promovidas pelo amigo Jamie (Jonathan Race) ou liberar geral, nas boates gays. É numa dessas saídas noturnas, que ele conhece o depretensioso Glen (Chris New). Os dois "esticam" até o apartamento de Russell e, após uma transa aparentemente casual, percebemos que a dupla vai pouco a pouco se envolvendo, no que pode descambar para um grande amor. Será?

O trunfo de "Weekend" está na direção do elenco, bem como na sincera abordagem em torno dos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Há um discurso bastante interessante feito por Glen, já próximo do final da exibição,  durante uma festa, em que ele questiona o porquê de certas atitudes serem vistas como normais entre heteros, mas pouco toleráveis se tomadas por gays.

Estariam os gays apenas fadados a relacionametos superficiais e à curtição de baladinhas de finais de semana ? Pode ser que este, seja o pensamento de muitos heterossexuais,  mas "Weekend" vem mostrar que há outras possibilidades bem mais  reais de sentimentos. Recomendado para todos os romântico (a) s.


Legenda da Foto: Russel (Tom Cullen)  e Glen (Chris New) em plena forma dramática no longa "Weekend"



Lilia Schwarcz prepara biografia sobre Lima Barreto


Em sua primeira visita a Aracaju, a historiadora, antropóloga e escritora, Lilia Moritz Schwarcz, proferiu palestra na manhã da última quinta-feira, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), sobre seu mais novo projeto em andamento: uma biografia sobre Lima Barreto. Convidada pelo professor Ulisses Neves Rafael, do Departamento de Ciências Sociais da UFS, Lilia veio acompanhada da professora Laura Moutinho, do Núcleo de Estudos Sobre Marcadores Sociais da Diferença do Departamento de Antropologia (USP), que exerceu a função de debatedora.

Diante de um público formado por professores, estudantes e admiradores de suas publicações (“As Barbas do Imperador: Dom Pedro II, um monarca nos trópicos” (1998), “O Sol do Brasil: NICOLAS-ANTOINE TAUNAY e as Desventuras Dos Artistas Franceses na Corte de D. João (1816-1821)” (2008)), Lilia discorreu por quase uma hora, sobre seu mergulho na obra de Lima Barreto, a partir de um olhar mais antropológico. A escritora, que organizou “Os Contos Completos de Lima Barreto” recentemente lançado pela Companhia da Letras, agora aprofunda-se  na “persona ambígua” que foi Lima Barreto, sob o ponto de vista da questão racial.

“A biografia de Lima Barreto escrita por Francisco de Assis Barbosa é memorável. No entanto, não aprofunda a questão racial na produção do escritor. O problema de fundo é pensar como são os limites e a especificidade da modernidade no Brasil. Por exemplo, grupo de famílias negras que tem uma certa ascensão após a abolição e sofre decadência  na Primeira República. Vamos ver como Lima Barreto vai  desenvolver uma atitude ambivalente nesse momento.  Ele vai agenciar sua cor em muitos sentidos. Eu vou divergir da vitimização excessiva que fazem do escritor e mostrar como população negra agenciou a sua condição”, explica Lilia.

Partindo de entrevistas, textos, romances inconclusos e contos, Lilia Schwarcz vem descobrindo pouco a pouco um perfil de Lima Barreto ainda pouco explorado e ambíguo, sob vários aspectos. “Ele que morava no subúrbio, diz em ‘Clara dos Anjos’ que ‘o subúrbio é o refúgio dos infelizes’. Clara dos Anjos, inclusive, é uma espécie de alter ego feminino de Lima Barreto. A ambiguidade do pensamento de Lima Barreto perpassa também pelo fato dele, por exemplo, apesar de contestar a hegemonia da Academia Brasileira de Letras (ABL), ter se candidatado em três ocasiões, para ingressá-la. Em outros momentos, ele ironiza a voz do povo, como se tivesse marcando uma diferenciação dele, no meio desse povo”.

A biografia de Lima Barreto, que ainda está longe de ser concluída, deverá polemizar tanto quanto outras publicações da escritora. “Temos muitos ‘Limas Barretos’”, disse. Resta saber se o novo perfil do escritor traçado por Lilia Schwarcz, irá satisfazer à maioria de seus admiradores.

Legenda da Foto: Lilia Schwarcz (em primeiro plano) pesquisa a obra de Lima Barreto sob o viés da questão racial

Crédito da Foto: André Moreira

terça-feira, 12 de junho de 2012

Lilia Schwarcz marca presença na UFS

A antropóloga e escritora, Lilia Schwarcz (duas vezes vencedora do Prêmio Jabuti pela autoria de "As Barbas do Imperador" e "O Sol do Brasil") estará na manhã desta quinta-feira, às 9h, no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (Campus São Cristóvão), proferindo palestra sobre "Lima Barreto e os limites da 'modernidade' no Brasil". O evento é aberto ao público. Imperdível!!!

"Precisamos Falar com o Roberto..."

Desde a última quinta-feira, que estava contando os dias para assistir, finalmente, na telona em Aracaju, ao filme "Precisamos Falar Sobre o Kevin" dirigido por Lynne Ramsay. Tendo em vista que o Cine Cult, atualmente, só passa às terças e quintas-feiras, queria logo conferi-lo hoje, para não correr o risco de perdê-lo.

Mas eis, que o destino não quis, que eu e mais dezenas de pessoas conferissem o filme no dia de sua estreia em Terras de Ará. Simplesmente, ao chegar na bilheteria do Cinemark Riomar e solicitar os dois convites para a referida sessão, fui avisada que o rolo não havia chegado.

Balde de água gélida na cabeça!!!! Não é a primeira vez que isso acontece em sessões do Cine Cult, mas nunca sei ao certo de quem é a culpa. Na época, que o Roberto Nunes (idealizador do projeto Cine Cult) morava em Aracaju, ele me explicava que essa intercorrência, na sua maioria, era problema com a transportadora. Lembro-me de uma certa vez, que uma película era para vir para cá e foi parar em Manaus.

Enfim, não sei qual o verdadeiro problema do ocorrido de hoje. Se originário da distribuidora, da transportadora, do Cinema, do programador, só sei que não é a primeira vez que esse transtorno acontece e parece que não será a última. 

Não queria admitir que as palavras do amigo Ivan Valença (verdadeiro autor do texto publicado na semana retrasada, no Jornal da Cidade, questionando o Fim do Cine Cult ?)  parecem ter fundamento. Desse jeito, não há cinéfilo que resista....

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Galeria Jenner Augusto abre Edital de Ocupação

A Sociedade de Estudos Múltiplos, Ecológica e de Artes – Sociedade Semear, através da Diretoria de Cultura e Arte, torna público que estão abertas as inscrições de projetos para Ocupação Artística da Galeria Jenner Augusto – Sala 02, em conformidade com as condições e exigências estabelecidas no edital divulgado no site da Instituição.

Serão selecionados dois projetos que ocuparão o espaço da Galeria Jenner Augusto – Sala 02 durante 30 dias, de acordo com o seguinte cronograma: 1º exposição: de 04/09/12 a 04/10/12 e 2ª exposição: de 11/10/12 a 11/11/2012.

As inscrições estão abertas no período de 04 de junho a 13 de julho de 2012. O edital e todas as informações estão no www.sociedadesemear.org.br

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Alan Adi é um dos premiados do EDP nas Artes

Virgílio Neto, Alan Adi, André Terayama, Fernanda Furtado_ Concurso EDP nas Artes
 
O meu amigo Alan Adi (idealizador da logomarca do Bangalô Cult) foi premiado na última segunda-feira, em São Paulo, com a segunda colocação do Prêmio EDP nas Artes.  A cerimônia de premiação aconteceu no Instituto Tomie Ohtake, e além de Adi, foram contemplados o brasiliense Virgílio Neto (1º lugar) e o paulista André Terayama (3º lugar). A carioca Fernanda Furtado recebeu a menção honrosa. 

Caberá ao primeiro colocado uma bolsa de dois meses no The Banff Centre, no Canadá, ao segundo, uma viagem ao exterior, pelo programa Dynamics Encounters e ao terceiro cursos no Instituto Tomie Ohtake. A professora indicada na ficha de inscrição do vencedor, também recebe uma viagem ao exterior pelo programa Dynamics Encounters. Os três primeiros colocados terão ainda sua produção acompanhada por críticos durante um ano, além do prêmio desenhado pelo artista Artur Lescher.

Foram selecionados para concorrer aos três primeiros lugares e participar da exposição no Instituto Tomie Ohtake (de 5 a 24 de junho de 2012): Alan de Lima Pinto, Anna Carolina Israel da Veiga Pereira, André Tereyama Haguiuda, Andrea Atanasio Sandtfoss, Felipe Salem, Henrique César de Oliveira, Jan de Maria Nehring, Jimson Ferreira Vilela, Julia Massa Regina Armentano, PirarucuDuo (Fernando Visockis Macedo e Thiago Parizi), Renan Teles de Melo, Sandra Maria Lorenzon Távera e Selene Alge, de São Paulo; Maria Gabriela de Carvalho Ribeiro Alves, Ricardo de Almeida Reis, Tales Bedeschi Farias e Vicente Pessôa, de Belo Horizonte; Alexandre Colchete Broda, Fernanda Furtado de Mattos Ribeiro e Sofia Gerheim Caesar, do Rio de Janeiro; Gregório Soares Rodrigues de Oliveira, Miriam Araujo e Virgilio de Barros Abreu Neto, de Brasília; Erika Gonçalves Romaniuk, de Pelotas/RS; Marcus Vinicius Braga, de Campinas/SP e Rafael Pagatini, de Porto Alegre/RS.

O júri foi composto por Agnaldo Farias (coordenador do júri, crítico de arte, professor doutor de História da Arte da FAU-USP, curador do Instituto Tomie Ohtake e da 29ª Bienal Internacional de São Paulo); Stela Barbieri (diretora da Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake e artista plástica); Paulo Miyada (arquiteto e membro do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake); Leda Catunda (artista plástica); Lucas Dupin (artista plástico vencedor da segunda edição do prêmio, em 2010) e Eduardo Leme (diretor da Galeria Leme). Para Agnaldo Farias, os trabalhos reunidos na exposição revelam a alta qualidade e a diversidade poética na produção dos jovens artistas brasileiros.

Detalhe: Fui uma das maiores incetivadoras do Alan, para que ele alçasse voo e saísse da morosidade em que se encontra o cenário das artes local. Graças a Deus, Alan teve coragem, partiu para Sampa, a fim de desenvolver seu talento para as artes visuais e para o teatro, de modo que o esforço, a determinação, parece estar dando frutos. Agora, é usufruir do prêmio, continuar focado no trabalho sério e extremanete criativo que desenvolve e mostrar que Sergipe tem artistas que podem fazer carreira fora. Mas só os talentosos, de fato.

Legenda da Foto: Da esquerda para a direita- Virgílio Neto, Alan Adi, André Terayama e Fernanda
Furtado