Adoro filmes despretensiosos. "Apenas Uma Noite" é um desses filmes que você espera uma coisa (ou não espera nada) e termina tendo uma bela surpresa, ao final. A diretora e roteirista iraniana, Massy Tadjedin, com seu longa de estreia, foi elogiada no Sundance Film Festival e não é para menos. Aqui, o plus a mais não é a história, o tema, mas a maneira como é desnudada para o espectador. O segredo está na montagem paralela equilibrada de Susan Morse (que foi colaboradora nos filmes de Woody Allen por quase duas décadas).
Senão, vejamos. Um jovem casal formado pelo executivo Michael (Sam Worthinton ) e pela escritora Joanna (Keira Knightley) vestem-se para ir a uma festa. Lá, chegando, Joanna percebe logo que Michael "arrasta uma asa" para a colega de trabalho, interpretada por Eva Mendes. O flerte continua durante toda a noite, a ponto de Joanna discutir com o marido sobre o assunto, ao chegar em casa.
A desconfiança de Joanna, sobre um real envolvimento entre ambos, aumenta quando Michael viaja a negócios em companhia da colega, ao mesmo tempo em que o destino a coloca numa situação limite, ao reencontrar, por acaso, na rua, um ex-namorado (Guillaume Canet) por quem ainda nutre uma paixão.
Ao espectador, cabe apenas deixar-se embalar, paulatinamente, na atmosfera sedutora que o filme emana em cada fotograma. Desde a fotografia elegante até a trilha sonora envolvente, tudo conspira a favor da traição de ambos os cônjuges. Mas, à medida que o tempo passa, percebemos para Tadjedin que o mais importante não é exatamente, quem vai trair quem.
Talvez, o que esteja em jogo aqui, seja o quão desconcertante a diretora deixa os mais puristas e moralistas ao final da projeção. Ninguém é perfeito!
P.S. Reparem na participação especial de Griffin Dunne (ator de "Depois de Horas" e "Um Lobisomen Americano em Londres")
Legenda da Foto: Keira e Sam à sombra de uma dúvida
Legenda da Foto: Keira e Sam à sombra de uma dúvida
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