quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Mesmo Som...A Mesma Emoção???

Não poderia terminar o ano sem levantar uma questão: será que a música popular brasileira se resume a uma dezena de nomes?? Por quê o leque de opções do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Aracaju para animar as festas públicas é tão restrito?? Um nicho claudicante...

Seria interessante que o povo, independente da classe social, independente da cor e do intelecto, tivesse a oportunidade de conhecer novos sons, novas promessas, outros artistas. O Brasil é imenso e não se concebe que só aportem por aqui Simones, Jorges, Vanessas, Danielas e Margarethes.

Tem gente que gosta, tem gente que curte, mas também tem muito mais que gostaria de ver diversificadas as atrações que são pagas com o dinheiro público. Afinal, esses contratos são anuais??

Cadê a cultura democrática que vocês tanto falam?? Gostaria de apreciá-la no novo ano.
Até lá....

Texto: Suyene Correia

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Retrospectiva Cultural Sergipana 2009

No ano passado, iniciei o que chamo de Retrospectiva Cultural Sergipana, em que aponto o que aconteceu de bom e de ruim no cenário local das Artes. Claro, que a lista dos "Mais" e "Menos" não é fechada, mas um esboço do que mais significativo ou não aconteceu por aqui, seja no âmbito das artes plásticas, cênicas, música, dança e audiovisual.
Os seguidores do blog sintam-se a vontade para acrescentar à lista, fatos que minha memória deixou escapar.
A todos que contribuem para o engrandecimento das artes no Estado, um ótimo 2010 e que dias melhores venham logo. O Bangalô Cult agradece a participação de todos e espera novos internautas interessados em enveredar pelo mundo da blogosfera.

UP

- Depois de um ano e meio parada, a obra de construção do Centro Cultural Banese foi iniciada há cerca de dois meses e esperamos que no ano que vem, esse novo centro cultural já esteja aberto à comunidade sergipana.

- O Curta-SE 9 por pouco não acontece este ano, devido à prorrogação da liberação da verba da Petrobras, através do seu Programa de Editais Culturais. Restou a Rosângela e Deyse Rocha, as irmãs que comandam o festival,  "suarem muito a camisa" para driblar a falta de incentivos locais (público e privado) . No final das contas, o festival foi um sucesso com os convidados/realizadores elogiando muito o alto nível de qualidade dos filmes selecionados e a acolhida da equipe.

-Foi realizada pela Secretaria de Estado da Cultura, a I Conferência Estadual de Cultura com o intuito de levar propostas, através de delegados estaduais, à II Confereência Nacional de Cultura, a ser realizada em Brasília, em março do ano que vem.  Ponto para a nova secretária de cultura que a companhando as diretrizes nacionais, no que tange à politicas culturais, não deixa Sergipe correr  por fora. É torcer para que a inciativa, que por enquanto foi no âmbito das discussões, torne uma realidade na prática.

-A Galeria do SESC, com todas as suas dificuldades e limitações, foi um dos melhores espaços em 2009 para as artes plásticas. Diversificando as pautas, mesclando o moderno com o contemporâneo, o espaço sob a direção de Cristiane Barbosa agradou a "gregos e troianos", inovando, principalmente, com a linguagem visual que a Toy Art se propõe. Destaque para as Exposições "Pixel- Unidade da Ideia" organizada por Marcelo Prudente e "Toy Art + Humor" capitaneada por João Valdênio.

- Por falar em artes plásticas, Aracaju ganhou mais um espaço para exposições, com a iniciativa de Sayonara Viana em inaugurar a Galeria de Arte Sayonara Viana. Utilizando três cômodos do Espaço D' Época, a antiquarista amplia as possibilidades do público apreciador das artes de conferir de perto trabalhos de artistas populares e contemporâneos do Nordeste.

- Também merece aplausos as exposições "BRamante" de César Romero,  "Desfiando o Rosário" de artistas contemporâneos, a individual de Guel Silveira e  "Jenner 85 Anos" que aportaram na Galeria de Arte Jenner Augusto localizada na Sociedade Semear.

-Em matéria de música, destaque para Patrícia Polayne e Café Pequeno que lançaram seus primeiros discos, respectivamente, "O Circo Singular" e "Na Cozinha de Badyally".

-A música erudita local foi bem representada pela Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) que realizou  este ano, sua primeira turnê pelo Brasil, patrocinada pelo Instituto Banese.

-No TTB, Stanley Jordan e Armandinho fizeram história num show memorável. Palmas também para o Projeto Circular BR que deu vida ao Teatro Lourival Baptista e trouxe os grandes nomes da música instrumental brasileira.

-O Projeto Cine Olho, capitaneado pelo arte educador Wolney Nascimento, do SESC/centro deu um novo gás ao debate sobre o audiovisual. Espero que ano que vem, tenha continuidade essa inciativa salutar.

- O Grupo Imbuaça montou novo espetáculo este ano, "O Mundo Tá Virado, Tá No Vai ou Não Vai. Uma Banda Pendurada, a Outra em Breve Cai", que teve estreia no I Festival Nacional de Teatro de Rua de Porto Alegre. Depois foi apresentado em Terras de Ará, no palco e na rua, com bons resultados.


DOWN

- A reforma do Teatro Atheneu que ainda  não terminou após um ano e meio de espera e ninguém sabe quando irá acabar. Com certeza, por conta da sobrecarga do TTB, este é que irá parar, depois...

- O impasse entre a ENERGISA e a Secretaria de Estado da Cultura, por conta da Galeria Ana Maria ainda é uma incógnita. O que é de  conhecimento de todos, é que o elefante branco (já não tão branco assim, por conta da ação do tempo) continua fechado e daqui a pouco, estará caindo aos pedaços. Lamentável!!!

-A ASAP foi extinta no mês passado, mas em seu lugar, eis que surge a Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju (AAPLASA). Espera-se que a nova associação se consolide e tenha vida longa. As artes plásticas sergipanas agradecem...

- A Casa Curta-SE teve seu pontão de cultura aprovado, tendo a responsabilidade de gerir o antigo Cine Vitória, localizado à Rua 24 h. O problema é que as obras públicas de reforma naquele local estão atrasadas e o prazo de entrega para o início de 2010, provavelmente terá que ser prorrogado. Êta burocracia!!!!

- Aracaju por enquanto fica de fora das capitais que dispõe de uma sala de Cinema 3D. O amigo e crítico  Ivan Valença, até que divulgou tempos atrás que teríamos esta oportunidade, mas o Cinemark parace ter dado para trás na decisão. Quem quiser ver "AVATAR" com seus efeitos superlativos, que se dirija à capital mais próxima.

- O Núcelo de Produção Digital Orlando Vieira, na sua quarta gestão, em três anos de existência, ainda precisa mostrar para que veio. A falta de uma grade curricular (de oficinas e cursos pré-estabelecidos) parece ser o grande empecilho para aquilo ali andar de fato e deixar de ser um espaço ocioso. Boa vontade até que os diretores  da instituição têm, o que parece emperrar é a burrice do setor público. Mais democratização, menos burocratização.

-O filme "O Senhor do Labirinto" dirigido por Geraldo Mota e com suas filmagens encerradas em Sergipe desde julho de 2008, ainda não tem data para estrear. Parece que o filme está em estágio de finalização (edição de som e imagem) e só no ano que vem (?) poderemos ver as peripércias de Arthur Bispo do Rosário na telona. Pena que toda a estratégia de lançá-lo este ano (100 anos de nascimento e 20 anos de morte) tenha descido ladeira abaixo...

- Lançados em 2007, pela Prefeitura Muncipal de Aracaju, através da FUNCAJU, os editais de audiovisual e de teatro foram muito bem vindos pela classe artística. Infelizmente, passados dois anos, ninguém falou mais na possibilidade de uma nova edição destes e ampliação para música, artes plásticas e dança.
E a Lei Municipal de Incentivo à Cultura, serve para quê mesmo?

Texto: Suyene Correia

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dicas de DVD

Pessoal, para quem ainda não sabe, a partir de hoje, a seção Dicas de DVD no Portal Infonet volta a ser atualizada.
Eu fiquei com a incumbência de  indicar dois filmes por semana e, nesta estreia, sugiro uma conferida nos filmes "Coração Vagabundo" de Fernando Grostein e "Amargo Pesadelo" de John Boorman.

A ideia é sempre indicar um filme recém-lançado e outro mais antigo. Sou a favor de vez por outra, a gente rever um clássico ou descobrir preciosidades esquecidas pelo tempo. Espero que curtam e dêem sugestões.

Todas as sextas, pela manhã, a seção será atualizada. Fiquem ligados!!
O site é www.infonet.com.br

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Quando sai em DVD ???




Mal saí da sala 8 do Cinemark Jardins, onde está passando o filme "AVATAR" de James Cameron e fiquei me perguntando: quando sairá o DVD ? Sim. Já estou com vontade de tê-lo em meu acervo. Afinal, todo esse estardalhaço que a mídia vem fazendo em torno da película que custou mais de US $ 230 milhões não é em vão.

O filme é absurdamente magnífico em termos de efeitos visuais e sonoros!!! Fico imaginando o quanto aquela riqueza de detalhes toda não se sobressai com o suporte 3D. Ademais esse detalhe, a produção irá surpreender até os mais céticos em relação ao gênero ficção.

No planeta Pandora, os humanos (cientistas e militares) tentam entender e dominar - nesta ordem- o povo Na'vi que tem uma relação muito íntima com a natureza e tenta preservá-la. A trama não deixa de ser uma espécie de metáfora do que estamos passando atualmente, com essas tragédias naturais em todo o mundo e a falta de conscientização da humanidade para com o meio ambiente.

Não é à toa, que enquanto os Na'vi querem preservar, os humanos só pensam em explorar e destruir o que o Planeta tem de melhor a oferecer. É a velha luta do bem contra o mal, com direito a "desertores" e tudo o mais.

Nesse caso, o desertor seria o ex-fuzileiro naval Jake Sully (Sam Worthington) que após ser incluído no projeto Avatar, capitaneado pela cientista Grace (Sigourney Weaver), em que sua mente é conectada a um corpo híbrido, geneticamente criado, que mantém suas feições, mas se parece com o dos Na'vi, decide passar para o lado dos humanóides.

O problema é que os Na'vi, em relação aos militares, são em menor número e possuem armas rudimentares. Jake vai ter que se esforçar muito não só para convencer os humanóides que ele não é um traidor, como também combater o exército que até bem pouco tempo, ele fazia parte.

Mas quem disse que isso é problema, quando o politicamente correto é prioridade? Então, é "apertar o cinto" e se divertir a valer nessa aventura, que em certos momentos até emociona. James Cameron voltou com força total e o Oscar 2010 já deverá ter algumas estatuetas reservada para sua nova criação.

P.S. Não saia antes dos créditos finais e ouça a bela canção "I See You" interpretada por Leona Lewis

Texto: Suyene Correia

Foto: O apuro visual aliado a uma bom roteiro trará a "Avatar" o sucesso garantido

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma Ode ao Mar

Uma Ode Ao Mar. Assim poderia ser muito bem o slogan da 12a edição do SESCANÇÃO, que aconteceu ontem no Espaço EMES. Isso porque das 15 selecionadas (excetuando as três instrumentais), quase que a totalidade das canções traziam na letra, a palavra mar. Nada contra o mar (Maresia, Maré, Oceano ou outros similares), mas sim,  à falta de criatividade na composição da rima ou mesmo nos arranjos, como foi o que predominou nesta mostra.

Muitas homenagens foram prestadas a amigos, amores, cidades, instituições e até, instrumentos musicais, direta ou indiretamente, pelos autores selecionados.  Os amigos Gilton Lobo e Álvaro Müller homenagearam o jornalista Cleomar Brandi, com a canção "Cleomar" (para mim, a melhor da noite).  Para quem conhece o jornalista de perto como eu, que trabalho com ele no JORNAL DA CIDADE, cada verso milimetricamente bem elaborado pela dupla de compositores, traduzia ipsis litteris o jeito Cleomar de viver.

Já Hércules Valadares, que compôs "Eu Sou de A" e foi a segunda canção da noite a ser apresentada, tentou homenagear Aracaju, mas sua "Salada Russa em Paris", ao final já estava se remetendo a Sergipe,
(com citações de Abaís, Pirambu e Caueira) e até à Bahia. Com certeza, a música mais sem sentido da noite...

Logo em seguida, subiu ao palco a cantora Ronise Ramos para defender a canção "Cadê a Severina". Em ritmo de baião, a música contagiou a plateia, que acompanhou a letra pelo telão e apoiou a intérprete num refrão uníssono. Bem que poderia virar um hino, tal qual "Coco da Capsulana"...

"Renascer" foi a quarta selecionada e apresentada pelo seu autor, José Carlos Barreto. Instrumental, pode-se dizer que a música é um choro e foi muito bem executada pelo autor ( flautista ) juntamente com a banda base, comandada pelo maestro Mosquito.

Depois vieram "Deixa a Lágrima Correr" com a execução do grupo Na Ponta da Língua; "Semente no Chão" de Antônio Melo, que me lembrou uma daquelas músicas do Chiclete com Banana em ritmo de forró; "Cafés, sonhos e Poesias", um rock clichê de Ludi, interpretada pelo próprio e "Baião Inteiro" de José Gentil.

"Transversal" foi a paixão declarada por Celda Mota à flauta. Detalhe: sua voz miúda foi bem prejudicada pela péssima equalização do som. Depois vieram "Pontal" interpretada por Érica Fernanda (olha o mar de novo aparecendo aqui...); "Vista Para o Mar", um samba-xote interpretado por Saulo Sandes (ai que saudades de Ivan Reis...); "SOFISE" outra instrumental de Odir Caius (flautista) em homenagem à escola de música de mesmo nome; "Meu Menino" de Tânia Maria (que de tão apressada para entrar no palco, esqueceu de tirar o crachá); "Caixeiro da  Esperança", uma canção sem pé nem cabeça de Fabrício Menezez (rima paupérrima e melodia prá lá de descompassada) e, por fim, "Amo Você" de Lena Oliver.

Resumo da "ópera": as instrumentais foram bem melhores que as cantadas; os intépretes, em sua maioria, aspirantes a cantora, estragaram suas pórprias canções;  a acústica do local não ajuda muito à limpeza do som; ainda assim, a escolha do técnico da mesa de som não foi das mais felizes.

Enfim, o SESCANÇÃO não pode acabar. Acho válida a proposta do projeto, mas que da próxima vez, os compositores se estimulem a participar do evento e se inspirem mais, "facilitando" o trabalho do júri e proporcionando ao público momentos de prazer musical.

Texto: Suyene Correia


sábado, 12 de dezembro de 2009

Por Quê os bichos têm que Virar Gente???


Por pouco eu não ovacionava "A Princesa e o Sapo" , na tarde de hoje, assim que o filme estava prestes a acabar na sala 6 do Cinemark Jardins. A nova animação da Disney, que foi vendida aos quatro cantos do planeta como "a primeira animação que traz uma princesa negra", poderia realmente superar as últimas produções do estúdio (mesmo com a parceria da Pixar), se não fosse por um detalhe: insistir no politicamente correto.

Ter uma princesa negra como protagonista, nos tempos atuais, em que Obama é presidente dos E.U.A. não parece ser grande coisa, mas se os sapos pudessem viver juntos e felizes para sempre (como anfíbios), aí sim,  seria maravilhoso...Por quê a Fera tem que virar Príncipe ? Por quê os sapos têm que virar realeza?

Bom, tirando essa "pequena grande" derrapagem, a animação é muito boa. Muito bem elaborada no que tange ao traço (tradicional), composição de cores e personagens, ambientação da estória. Colocar como pano de fundo uma New Orleans dos Anos 20, com todo o seu magnetismo, explorando o Rio Mississipi, a música jazzística e a gastronomia francesa (como a culinária tem invadido os filmes em geral nos ultimos anos, hein?) se configurou como um tiro certeiro, principalmente para o público adulto.

Além do que, temos a rara oportunidade de conferir a morte de um dos personagens, com direito a um cortejo fúnebre de arrepiar (confesso que derramei algumas lágrimas, para variar) e a abordagem de um assunto um tanto tabu, como é o caso da prática Voodo. Mas o ritmo um pouco lento (no meio da trama), alguns clichês aqui e acolá e o desfecho óbvio é que me fizeram recuar na vibração esfuziante e ter saudades da Dreamworks, com o seu irreverente Shrek

De qualquer forma, a animação, dirigida por Ron Clements e John Musker, impressiona e cativa pelos seus personagens principais e secundários (principalmente, o vaga-lume e o crocodilo), além do que parece contar com uma trilha muito boa (ouvindo as canções traduzidas, tudo soa meio deturpado).

Na versão legendada (que não chega por aqui), é possível conferir as vozes de Anika Noni Rose de "Dream Girls" como Tiana (a princesa negra), Jennifer Lewis (Mama Odie), Príncipe Naveen (Bruno Campos), Keith David (Dr. Facilier) e Charlotte (Jennifer Cody). A canção principal "Never Nkew I Needed" é interpretada pelo cantor Ne-Yo (não saiam antes dos créditos finai porque ela é tocada na íntegra).

Para um fim de ano de atrasos de estreias cinematográficas na cidade, vale a pena ver e rever "A Princesa e o Sapo", ainda que a "Revolução dos Bichos" aqui, não seja páreo para a decisão dos Estúdios Disney.

Texto: Suyene Correia

Foto: Um par perfeito, se não fosse a Disney

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SESCANÇÃO vai acontecer no Espaço EMES

É pessoal, com o Teatro Atheneu fechado para reforma (lá se vão 14 meses de obras), restou ao SESC realizar seu tradicional SESCANÇÃO no Espaço EMES. Talvez seja grande demais a dimensão do lugar, para o evento, mas para uma Mostra Sergipana de Música como esta, tão tradicional, é melhor prevenir do que remediar.

Neste sábado, a partir das 20h, com entrada franca, o público que comparecer à casa de show, conferirá as 15 canções selecionadas de um total de 75 inscritas. A grande novidade desta 12a edição, é que músicas instrumentais e de origem indígena, por exemplo, foram aceitas na inscrição encerrada na semana passada.

Inclusive, duas instrumentais, "Baião Inteiro" e "SOFISE" estarão concorrendo nesta finalíssima. As outras canções selecionadas foram "Cadê a Severina", "Eu Sou de A", "Deixe a Lágrima Correr", "Renascer", "Cleomar", "Amo Você",  "Meu Menino", "Semente no Chão", "Pontal", "Caixeiro da Esperança", "Cafés, Sonhos e Poesias", "Transversal" e "Vista para o Mar".

Na ocasião, o SESC irá prestar uma homenagem à musicista Maria Olívia e apresentar ao público aracajuano, o concerto da Orquestra Sinfônica Vale do Cotinguiba, formada por adolescentes do município de Nossa Senhora do Socorro.

Texto: Suyene Correia

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Simonal" em som Mono

Frustração. Esta foi a sensação que tomou conta de mim, após a exbição do documentário "Simonal- Ninguém Sabe o Duro Que Dei" na última Sessão Notívagos, que aconteceu no sábado passado. Não que o filme  não seja bom. Pelo contrário. Para quem  não conheceu a figura carismática e ao mesmo tempo irreverente do cantor/apresentador de programas de auditório,  ele chega a ser revelador.
Mas é que por conta de problemas da mídia digital enviada para cá, pela distribuidora, os expectadores não puderam conferir o som do filme em dolby digital na sala 8.

Baseado em depoimentos de figuras ilustres- como Chico Anysio, Nélson Motta, Miéle e Tony Tornado- além de amigos (Pelé, era um deles) e muitas imagens de arquivo, o filme delinea o perfil do cantor que tinha um potencial vocal muito peculiar (mostrado no sublime duo com Sarah Vaughan, em "The Shadow of Your Smile", num programa da TV Tupi) e comandava as multidões, como ninguém.

Um desses episódios é de arrepiar: ele abriu o show de Sérgio Mendes num Maracananzinho lotado, que num uníssono coro acompanhava a canção "Meu Limão, Meu Limoeiro". Com a entrada da atração principal, seguiram-se vaias e Simonal teve que voltar ao palco para dividir uma música com Sérgio Mendes, na esperança de "acalmar" a plateia. Ali, consagrava-se o cantor negro, de voz afinada e com jeitão de malandro, que conquistava a cada apresentação, novos admiradores.

Mas, pouco tempo depois, sua imagem ficaria manchada para sempre num episódio até hoje mal explicado, envolvendo o cantor, seu ex-contador Raphael Viviani (acusado de roubá-lo), e o Dops (alguns dos seus funcionários teriam torturado o contador e as acusações de mando teriam caído sobre Simonal). O ponto alto do documentário é justamente o depoimento do ex-contador, que deixa aquela dúvida ainda pairando no ar: afinal, Simonal era delator, de direita, ou um ingênuo ?

Independente disso, o filme nos oportuniza conhecer e entender o porquê de tanta bajulação da mídia e do público carioca para com ele no anos 60. Ao mesmo tempo em que  nos  entristece, ao mostrar o poder da mídia em destruir uma carreira, como  aconteceu com a de Simonal, talvez por conta de uma fraca apuração dos fatos reais.

O filme já pode ser encontrado em DVD, ao preço de R$ 46,50 (www.2001video.com.br) e a trilha sonora, se ainda tiver nas Americanas do Shopping Jardins, custa em torno de R$ 20.

Texto: Suyene Correia

OBS: A noite ainda foi regada pelo som do Ferraro Trio que mandou ver com composições próprias e novas versões de clássicos como "Beat It" do Michael Jackson. A Sessão Notívagos tem a proposta de unir cinema e música, com projeção de filme seguida de apresentação musical no hall do Cinemark Jardins.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Overdose de Excelente Música Instrumental




Decididamente, este  final de semana ficará na história. Não me lembro de quando assisti a tanto show bom, em tão pouco tempo. Talvez no último Festival de Jazz que aconteceu em Aracaju. Ou mesmo no que fui conferi na Praia do Forte, no primeiro semestre. Mas eram eventos de mais de uma dia e, sendo assim, não conta.

Agora, shows diferenciados e do nível que está acontecendo em Aracaju em 48 horas...Talvez tão cedo, não ocorra. Depois do ÊXTASE de ontem, com o guitarrista Stanley Jordan e Armandinho, hoje foi a vez de Marcel Powell mostrar que "filho de peixe, peixinho é". Pelo menos, se não toca com a "limpeza" que o pai, Baden Powell, executava o instrumento- violão- talento ele traz no DNA.

Com um repertório prá lá de eclético, Powell mostrou em pouco mais de uma hora de show, o seu talento para com os arranjos e a sincronia perfeita com os músicos Josias Pedrosa (baixo) e Sandro Araújo (bateria). "Essa Mulher" de Joyce e Ana Terra, "Samba de Uma Nota Só" de Tom Jobim e Newton Mendonça e "Cry Me a River" de Arthur Hamilton foram apenas algumas das pérolas que o trio apresentou maravilhosamente bem.

Como se não bastasse, no show do Projeto Circular BR, o público ainda pode contar com a presença de Victor Biglione, experiente guitarrista, que depois de duas performances com Powell, confessou estar muito feliz em retornar a Aracaju, depois de mais de 30 anos.

Ainda fizeram parte do repertório "Deixa", "Só Danço Samba", "Manhã de Carnaval", "As Rosas Não Falam", Serra da Boa Esperança", "Guerreiro Menino" e "Apanhei-te Cavaquinho", além de dois pout pourris.

O único porém do show, que aconteceu no Teatro Lourival Baptista, foi a pane que ocorreu com a ilminação do palco, na metada final do bis. Os músicos não perderam a concentração e tocaram cerca de dois minutos no escuro. A plateia soube contornar o "apagão" surpresa e "viajou" no desempenho da trupe. Antes uma pane na luz, que no som...

Texto e Fotos: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Marcel Powell no início do show do Circular BR

Legenda da Foto 2: O baterista Sandro Araújo já trabalhou ao lado de Beth Carvalho, João Donato, Zélia Duncan, entre outros

Legenda da Foto 3: O baixista Josias Pedrosa mandou bem fazendo a base das músicas

Legenda da Foto 4: Biglione e Powell mostraram bom entrosamento no duo de vários clássicos da MPB

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Café Pequeno lança "Na Cozinha de Badyally"



O sonho era antigo, mas só agora pode ser realizado. Depois de cinco anos de existência tocando e encantando o público sergipano, em vários redutos de música instrumental de primeiríssima qualidade, o terceto Café Pequeno lança seu primeiro disco, intitulado “Na Cozinha de Badyally”.


O show de lançamento acontece, amanhã, às 23h, no Capitão Cook, ocasião em que os presentes poderão conferir, em primeiro mão, o repertório do CD- a maioria das composições são de autoria dos integrantes do grupo-  além de clássicos consagrados da MPB.


Ao longo do último ano, as apresentações do Café Pequeno, formado por Guga Montalvão (violão), Júlio Rêgo (gaita) e Pedrinho Mendonça (percussão), deram lugar ao trabalho de finalização do disco que conta com nove faixas, entre as quais, “Última Batalha” de Guga Montalvão, “Por Jaco” de Júlio Rêgo, “Maneiroso” de João Rodrigues e “Iara na Cozinha” de Pedrinho Mendonça.


Também pode ser conferida no produto fonográfico "Café Pequeno" de autoria do grupo e "Bebê" de Hermeto Pascoal que deram o formato à primeira Demo do grupo.  Com projeto gráfico de Dudu Prudente e fotografias de Lúcio Telles, o disco será comercializado ao preço de R$ 10 e quem quiser conferir o show, basta levar um brinquedo (que será doado posteriormente a uma instituição carente).


O Capitão Cook fica localizado no Bairro Coroa do Meio, próximo ao farol.


Texto: Suyene Correia
Foto da capa do disco: Lúcio Telles

Êxtase e delírio no TTB



Acabei de chegar do show dos "feras" Stanley Jordan e Armandinho e, simplesmente, estou em estado de ÊXTASE. Desde que o Teatro Tobias Barreto foi inaugurado há sete anos, nunca tinha presenciado uma catarse dessa magnitude. E tudo por causa do norte-americano Jordan, que toca guitarra de uma maneira bem peculiar e é considerado um virtuose do jazz contemporâneo.

Com seus arranjos impressionantes, Jordan, que nasceu em Chicago e completou esse ano, meio século de vida, foi hipnotizando a platéia presente no Teatro Tobias Barreto pouco a pouco, a cada performance. Ora solando, ora acompanhado dos músicos Ivan "Mamão" Conti (bateria) eDudu Lima (baixo).

Quando chamou ao palco o guitarrista Armandinho Macedo, a emoção chegou ao ápice. Eles executaram entre outras canções, "Eleanor Rigby" dos Beatles, "Trenzinho Caipira " de Heitor Vila-Lobos e um clássico do Jimi Hendrix, "Little Wing". Nesta última, acompanhado dos músicos, o duo fez o público delirar com os arranjos primorosos, ainda que numa atuação improvisada (como bem falou Armandnho nos bastidores).

A surpresa ainda estava por vir, com o luthier sergipano Elifas Santana (hoje idealizador da melhor guitarra baiana), presenteando o norte-americano com um desses instrumentos fabricados em sua empresa. Pena, que Jordan não tenha se arriscado a tirar umas notas com o "presentinho" para o público que quase lotou as dependências do teatro conferir em primeira mão.

Inteligente e sensato, ele preferiu fechar um dos melhores shows que os sergipanos já presenciaram no TTB, com um solo de "Noite Feliz", prá lá de modificada. Deixou todo mundo boquiaberto e "encantado" com os acordes tirados de sua guitarra, num misto de delírio e êxtase. Que volte logo esse mister da música contemporânea. Aracaju precisa de mais espetáculos como este !!!!

Texto e fotos: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Stanley Jordan "aquecendo" a platéia com sua performance solo

Legenda da Foto 2: Não menos instigante é sua atuação em trio com músicos renomados

Legenda da Foto 3: Ponto alto do show, fazendo duo com Armandinho

Legenda da Foto 4: Detalhe do bandolim e da guitarra, respectivamente, de Armandinho e Jordan

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"As Aventuras de Seu Euclides- Chegança" tem exibição no SESC

O SESC lança amanhã, às 19h, no auditório da Unidade Centro, o curta-metragem “As Aventuras de Seu Euclides - Chegança” de Marcelo Roque Belarmino. O filme relata as façanhas marítimas dos portugueses durante o Império de Portugal, em especial, a vitória dos cristãos sobre os mouros invasores de Portugal.

Segundo o diretor, Marcelo Roque Belarmino, esse é o segundo vídeo dessa série. O primeiro foi “As aventuras de Seu Euclides- Parafusos”, produção de 2007, classificado em seis festivais de cinema pelo Brasil. “O segundo é marcado com vários cenários e com bonecos de manipulação tendo como protagonista seu Euclides um velho contador de histórias. O curta-metragem materializa as raízes culturais e traça uma abordagem dinâmica com o telespectador que muitas vezes desconhece a base histórico-social que compõe as lendas de cunho popular do Nordeste”, disse o diretor.

O  lançamento oficial do projeto aconteceu no Centro de Criatividade, em agosto, com grande público, trazendo novas discussões e conhecimentos a respeito do audiovisual e a cultura sergipana. Depois da exibição de amanhã, que encerra o Projeto Cine-Olho desenvolvido pelo arte-educador, Wolney Nascimento, haverá debate com o diretor do filme além de Anselmo Seixas (criador dos bonecos), Everlane Morais (direção de arte), Isaias Nascimento (dublagem). O acesso é gratuito e a unidade do SESC/centro está localizada à rua Dom José Thomaz, 235.

Texto: Suyene Correia

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tem um tempinho, aí ????




O sergipano notívago não poderá reclamar da avalanche de eventos que acontece esta semana na cidade. Em Aracaju é assim. Para uma cidade relativamente pequena e com algumas privações em nível de produções culturais, quando ocorre mais de uma, no mesmo dia, a gente fica meio sem saber para onde ir.
Pelo menos, durante três dias isso irá acontecer, mas com um ótimo "jogo de cintura", tiraremos de letra os choques de horário.

Nesta quarta-feira, haverá no Teatro Tobias Barreto, o espetáculo humorístico "Os Cafajestes". Sob a direção de Fernando Guerreiro, os machistas Onório, Alencar, Alfredinho e Estevão pretendem botar a platéia para sorrir , às custas de muitos episódios envolvendo as mulheres. Os ingressos antecipados para o musical estão sendo vendidos ao preço de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Sendo que no dia do espetáculo, marcado para iniciar às 21h, a entrada custará R$ 40 e R$ 20 (meia).

Nesta mesma noite, o artista plástico Adauto Machado (mais conhecido pelos seus cavalos pintados)  abrirá no Centro de Arte e Cultura J. Inácio (Orla de Atalaia) a exposição "Do Ocre Aos Pastéis". Serão cerca de 40 obras pintadas pelo artista dorense, entre 2004-2009. Como novidade, Adauto mostrará alguns temas ainda não muito explorados por ele, como o futebol, marinhas e o folclore sergipano.
No vernissage, marcado para às 20h, o Grupo Imbuaça estará realizando uma performance. A exposição que prossegue até o dia 20 de dezembro, teve apoio cultural da Secretaria de Estado da Inclusão, Asistência e do Desenvolvimento Social, SEGRASE e Bar e Restaurante Parati.

Na quinta-feira, a partir das 21h, dois gigantes da guitarra (cada uma a seu modo) realizam apresentação única no palco do Teatro Tobias Barreto. Trata-se do baiano Armandinho Macedo e do norte-americano Stanley Jordan. Armandinho que já proporcionou um show inesquecível no TTB, juntamente com Yamandu Costa, há três anos, agora parece preparado para repetir a dose com o peso-pesado do jazz contemporâneo. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).


Na mesma noite, possivelmente enluarada, a Galeria de Arte Sayonara Viana abrirá suas portas para a exposição "Cromáticas Inacianas". Uma homenagem antecipada  ao artista plástico  J. Inácio que, se vivo, completaria 100 anos em 2011. Além de telas do artista do artista, que abrange sua produção nos últimos 40 anos (até 2005, ano que antecedeu sua morte) será possível constatar a arte em grafite do Coletivo Cabrunco idealizada por Marcos Vieira, Alan Adi e Fábio Sampaio.

Na oportunidade, o poeta Marcelo Ribeiro estará lançando seu mais recente livro, "Algum Poema de Nós". O vernissage está marcado para às 20h, sendo que a Galeria de Arte Sayonara Viana localiza-se à Rua Itabaiana, 740. A exposição prossegue até o dia 03 de janeiro.

Já na Suburb!a, quem dar o ar da graça é o cantor Leoni. O ex-integrante do Kid Abelha faz o show de aniversário da casa noturna em grande estilo. O ingresso custa R$ 40 e pode ser adquirido antecipadamente na Loja Stalker (Shopping Jardins).

Na sexta-feira, a boa opção de lazer fica por conta do Projeto Circular BR, que une no mesmo palco do Teatro Lourival Baptista, o violonista Marcel Powell (filho de Baden) e o guitarrista Victor Biglione. No repertório, canções como "Chora Violão", "Deixa" e "Só Danço Samba". Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia).

No sábado, a Sessão Notívagos que acontece às 23h59, no Cinemark Jardins apresenta o filme "Simonal- Ninguém Sabe o Duro que Dei" (já falei da trilha sonora aqui no blog). O documentário realizado por Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer já deu muito o que falar Brasil afora, mostrando a ascensão e queda do cantor Wilson Simonal. Após a sessão de cinema, apresentação no hall do Cinemark do Ferraro Trio, formado por Robson Macaxeira (baixo), Saulinho (guitarra) e Rafael Jr. (bateria).  O ingresso para o evento (filme + show) custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

E haja fôlego para encarar tudo isso...

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Marcel Powell sobe ao palco do Teatro Lourival Baptista para apresentar  composições de seu pai Baden Powell