domingo, 31 de janeiro de 2010

Oficina de Produção Executiva na Casa Curta-SE

De 04 a 09 de fevereiro, acontecerá na Casa Curta-SE, no horário de 19 às 22h e no sábado, horário integral, a oficina de Produção Executiva, ministrada por Farid José Tavares ( Produtor Executivo do filme "Aos Ventos Que Virão" de Hermano Penna). O filme será rodado em Sergipe, com locações em Poço Redondo, a partir da última semana de março deste ano.

Na oficina, que tem o número de vagas máximo para 20 pessoas, Farid pretende dar um panorama geral do processo de produção de um filme, desde a fase de escolha do projeto e criação do roteiro, passando pela captação de recursos, produção, filmagens, finalização e até o lançamento do mesmo.

O experiente produtor executivo, que fez a produção de cerca de 9 longas-metragens, trabalhou nos dois últimos projetos de Hermano Penna - o telefilme "Voo Cego Rumo ao Sul" de 2003 e o longa "Olho de Boi" de 2007. Para trabalhar no filme "Aos Ventos que Virão", Farid pretende aproveitar de três a quatro alunos da oficina.

Para fazer a inscrição, os interessados devem se dirigir à Casa Curta-SE ( rua Teixeira de Freitas, 175, bairro Salgado Filho) no horário de 09 às 17h. A inscrição é gratuita.

Texto: Suyene Correia

Pedro e Inês: uma dupla invejável

Na última sexta-feira, em pleno Ferreiro Grill, apresentaram-me ao casal  Pedro e Inês. Confesso que nunca tinha ouvido falar neles, ainda que pareçam ser famosos no recinto. Inseparável, a dupla chega à mesa, descompromissadamente, apenas apta a ser apreciada.

Descendente de holandeses, ele não nega suas origens. Um tanto pálido e roliço, tem um corpanzil mais avantajado que a esposa e uma pele levemente oleosa. Ela, sempre corada e esguia, contrasta com o companheiro por ser mais caliente, tropical e de personalidade mais flexível.

Manter um diálogo com os dois é tarefa prazerosa. Pena que dure pouco. Pedro nos deixa maravilhados com seu exotismo e sua astúcia está em nos surpreender a cada final de história contada. Paciente e zelosa, Inês não deixa que Pedro se antecipe e o grand finale, fica sob sua responsabilidade. Eles, então, saem de cena silenciosamente.

Depois de poucos minutos de prosa aprazível, a vontade que dá é que um novo encontro aconteça no dia seguinte. Sucessivos dias, melhor dizendo. Quem sabe amanhã, não passarei por lá.

Texto: Suyene Correia

Nota: Quem quiser conhecê-los, basta pedir a um dos garçons que os traga até à mesa

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

MINC lança Concursos do Audiovisual

O Ministério da Cultua divulgou ontem, cinco novos concursos de apoio financeiro à produção audiovisual brasileira. A iniciativa foi anunciada pelo secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, durante evento da programação da 13a Mostra de Cinema de Tiradentes, que se encerra amanhã.
Os novos editais são:



-Longa metragem de ficção ou animação com temática infantil
Tem o objetivo de apoiar três projetos de desenvolvimento de roteiros de longa metragem com temática infantil, inéditos, de ficção ou animação, com cinqüenta mil reais para cada um. As obras devem ser dirigidas ao público infantil, com faixa etária entre quatro a 12 anos de idade.

-Longa Metragem de Ficção de Baixo Orçamento
O edital vai apoiar a produção de sete obras cinematográficas inéditas - com R$ 1.200 milhão para cada uma - de longa metragem, de ficção, com uso ou não, parcial ou total de técnicas de animação, de baixo orçamento, com duração superior a 70 minutos.

-Curta Metragem de Ficção ou Documentário
O concurso vai apoiar, com até R$ 80 mil, a produção de 20 obras cinematográficas, inéditas, de curta metragem, de ficção ou documentário. Os projetos selecionados deverão ser concluídos num prazo máximo de 365 dias. 
-Longa Metragem de Ficção para Roteiristas Estreantes
Motivar a formação de novos profissionais da área de roteiros cinematográficos de ficção, inéditos e proporcionar propostas de obras que futuramente atendam as demandas da produção cinematográfica brasileira, são um dos objetivos deste edital. Que vai apoiar doze projetos de desenvolvimento de roteiros de longa metragem de ficção, inéditos.

-Longa Metragem de Ficção Para Roteiristas Profissionais
Tem por objeto apoiar sete projetos de desenvolvimento de roteiros cinematográficos, inéditos, de longa metragem, de ficção para roteirista profissional - pessoa física, autor da obra literária, adaptada ou não, a ser utilizada na produção de filme de longa metragem ficcional, que comprove ter ao menos um roteiro de longa metragem de sua autoria filmado e exibido em circuito de salas de exibição comercial ou em mostras e festivais de cinema. 

Os interessados que quiserem enviar seus projetos (os editais deverão ser divulgados nos próximos dias), poderão se inscrever até 15 de março de 2010. Mais informações pelo site www.cultura.gov.br

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Promoção Bangalô Oscar 2010

Pessoal, a partir do dia 03 de fevereiro, o Bangalô Cult estará realizando uma promoção ligada ao Oscar 2010. Serão indicadas 10 categorias (ainda a definir) dentre as existentes na festa da entrega do Oscar, a fim de que os visitantes possam arriscar seus palpites e concorrer a dois filmes em DVD.

As respostas devem ser encaminhadas ao e-mail do blog (bangalocult@gmail.com) para posterior avaliação, até o dia 6 de março, véspera da 82a Cerimônia de Entrega do Oscar. O vencedor será aquele que mais categorias acertar dentre as 10 escolhidas pelo bangalô. Caso haja empate, o critério de desempate será a data e hora das respostas enviadas pelo internauta (o que primeiro enviar as respostas, ganha os prêmios).

Se ninguém conseguir acertar as dez categorias, o vencedor será aquele que mais acertos tiver (no mínimo cinco categorias certas). O participante deverá anexar ao e-mail enviado com as respostas, seu telefone de contato para posterior entrega dos prêmios e endereço completo (caso residam fora do Estado).
Aguardem o início da promoção!!!

Texto: Suyene Correia

Tem Púcaro Búlgaro no TTB

O premiadíssimo espetáculo “O Púcaro  Búlgaro”, encenação de Aderbal Freire-Filho para o texto homônimo de  Campos de Carvalho, terá apresentação única em Aracaju, logo mais, às 21 horas, no Teatro Tobias Barreto. O espetáculo que estreou em junho de 2006, no Teatro Poeira (RJ), onde cumpriu temporada de seis meses, tornou-se um dos mais assistidos da temporada, obtendo excelentes críticas da imprensa especializada, além de diversas indicações e prêmios.

O motivo de tanto sucesso talvez seja a forma incomum da história fluir, onde cada personagem é narrador de si mesmo no próprio momento que age, mantendo o texto integral por meio de um vertiginoso rodízio de personagens. Segundo o crítico Sérgio Coelho, é o que caracteriza o gênero “romance-em-cena”, que o diretor Aderbal Freire Filho sabe conduzir muito bem. E em se tratando do inusitado da história...

No verão de 1958, Hilário, o personagem central do romance, descobre um púcaro búlgaro numa pequena sala do Museu Histórico de Filadélfia. A partir daí, obcecado por esse fato, move mundos e fundos a fim de organizar uma expedição que pudesse comprovar ou não a existência da Bulgária (já que da existência dos púcaros ele não duvida).

Em seu apartamento no alto da Gávea, recebe toda a sorte de personagens esdrúxulos, candidatos a tomar parte na viagem - um alfarrabista interessado em abrir uma fábrica de acentos circunflexos na Bulgária; um descendente do sábio hindu que inventou o zero; um professor de bulgarologia e bulgarosofia, um sujeito chamado Expedito, e que pelo nome se acha credenciado para a expedição; um ex-habitante de Pizza que descobriu que a cidade, e não a torre do mesmo nome, é que está inclinada - enfim, um grupo surreal, dos quais alguns são aceitos para participar da aventura.

Entre os meses de outubro e dezembro de 60, período em que decorre a ação do romance, são ultimados os preparativos, escolhido o meio de transporte e traçado o roteiro rocambolesco (com a ajuda inestimável do professor de bulgarologia) que farão Hilário e seus expedicionários para tentar descobrir (“ou não descobrir”) se a Bulgária existe mesmo.

Ao final, depois que o expedicionário Expedito foge com a empregada da casa (amante de Hilário) e um cheque de dois milhões, o restante grupo de expedicionários transforma a iminente partida para a Bulgária numa inocente partida de pôquer e desiste da empreitada.

O texto do espetáculo é de Campos de Carvalho e conta com cenários de Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque, figurinos de Biza Vianna, iluminação de Maneco Quinderé e música de Tato Taborda. No elenco, Ana Barroso, Cândido Damm, Gillray Coutinho, Isio Ghelman e José Mauro Brant/Augusto Madeira.
O ingresso custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e pode ser adquirido na bilheteria do teatro.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Nem Que o Mundo Fique de Cabeça Para Baixo...

...dá para "engolir" o filme "Do Começo ao Fim" de Aluizio Abranches. O filme que trata do amor incondicional  entre dois irmãos, não choca em si pela questão incestuosa e homossexual. Pior, decepciona pela falta de maturidade em Abranches ao abordar o tema.

O diretor, que também assina o roteiro, perdeu a oportunidade de realizar um dos filmes brasileiros mais instigantes da contemporaneidade, tendo em vista o foco no tabu que permeia a relação de incesto entre dois meio-irmãos. Ao abster-se de explorar qualquer tipo de conflito por conta da situação, ele gera um filme utópico, asséptico e vazio.

Utópico, porque em pleno Rio Janeiro, numa família de clase média alta, a atração entre dois jovens irmãos - Francisco e Thomás- causaria um desconforto não só entre os pais (como chega a acontecer, de relance, quando eles ainda eram crianças), mas também no convívio social de ambos. Mas isso não é cogitado em momento algum.

Asséptico, porque a estética de comercial "Delícia Cremosa" está presente no filme, com a utilização de cenas em câmera lenta auxiliadas pela trilha sonora, e também a limpeza e organização excessiva da residência da família  faz pensar que o pessoal ali, não habita o lugar.

E por fim, vazio, oco, porque a história é cheia de falhas, perguntas sem respostas, ausência de conflito,  diálogos medíocres. Todo drama que se preze, tem um conflito, imagine essa história então, que perpassa pelo campo da polêmica. O que vemos é uma preocupação em enaltecer a relação amorosa/româtica, em detrimento dos possíveis questionamentos, discussões em torno do que é o amor entre dois homens e, ainda por cima, ligados por laços fraternais.

É por essas e outras questões (erros de continuidade, interpretações medíocres de bons atores, roteiro fraco) que "Do Começo ao Fim" foi para mim, uma grande frustração. O público que  lotou a sala 7 do Cinemark Jardins, ontem à noite, na Sessão Notívagos para assisti-lo, em sua maioria, também não aprovou.

A noitada valeu mesmo pela boa performance de Diane Veloso (melhor como atriz que cantora), à frente da Banda dos Corações Partidos, com seus arranjos bem elaborados e musicalidade envolvente.

Ficha Técnica

Do Começo Ao Fim (BRA- 2009)
Direção e Roteiro: Aluizio Abranches
Elenco: Julia Lemmertz, Fábio Assumpção, Gabriel Kaufman, Lucas Cotrim, João Gabriel Vasconcellos e Rafael Cardoso, Jean Pierre-Noher, Louise Cardoso

Texto: Suyene Correia

sábado, 23 de janeiro de 2010

Jean Simmons (31/01/1929 - 22/01/2010)



O Bangalô presta uma homenagem à atriz britânica Jean Merilyn Simmons que faleceu ontem, vítima de um câncer de pulmão. A atriz se notabilizou pelas suas atuações em "Spartacus" de Stanley Kubrick, "Entre Deus e o Pecado" de Richard Brooks  e "Do Outro Lado, o Pecado" de Stanley Donen.

Estreou no cinema com o filme "Give Us The Moon" (1944) e encerrou a carreira com "Shadows in The Sun" (2008). Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, pelo filme "The Happy Ending" (1969) e de Melhor Atriz Coadjuvante por "Hamlet" (1948).

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Nas Nuvens" com Jason Reitman



Se tem duas personae gratae do cinema contemporâneo que merecem respeito, são os roteiristas/diretores Charlie Kaufman ("Sinedóque em Nova York", "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", "Quero Ser Joh Malkovich") e Jason Reitman ("Obrigado Por Fumar", "Juno").

Este último, traz no mais recente "Amor Sem Escalas" (tradução um tanto infeliz para Up in the Air) a confirmação de que domina bem o campo das relações humanas e explora temas subestimados no cinema de ordem moral- como já fez em "Juno" com a gravidez indesejada na adolescência e em "Obrigado Por Fumar" com o direito de fumar (nos dias atuais, cada vez mais difícil)-  e, agora, a questão do distanciamento humano num mundo cada vez mais individualista e impessoal.

Logo nos créditos iniciais, o diretor que também assina o roteiro do filme protagonizado por George Clooney, faz com que espectador aprecie belas paisagens como se estivesse dentro de um avião, enxergando o mundo de um ângulo bastante privilegiado, porém de maneira distanciada.

É assim, que vive o personagem Ryan Bringham (Clooney) na maioria de sua vida, nas alturas, sobrevoando o país norte-americano, a fim de demitir funcionários de grandes corporações. O solitário viajante tem como o principal meio de transporte  o avião, e quando o assunto é "porto seguro", qualquer hotel de luxo que se preze,  parece suprir muito bem a falta do aconchego de um lar.

As aparências enganam mesmo. É preciso que sua rotina de viagens incessantes seja ameaçada pelas ideias mirabolantes de uma jovem funcionária da empresa Natalie (Anna Kedrinck), que quer mudar o método de demissão, então vigente, para que Ryan perceba que o perigo está na terra, e não nas alturas.

É a partir da convivência entre ambos- já que Natalie começa a viajar com Ryan para aprender seu "método" especial- e do início de um affair com Alex (Vera Farmiga), uma errante viajante como ele, que seu conceito de vida é posto à prova.

Jason Reitman vai desnudando, pouco a pouco, a verdadeira personalidade de Ryan a cada escala obrigatória que ele faz por conta do trabalho. Sua fragilidade vai aflorando, sem no entanto, a história descambar para um melodrama. Tudo está na medida certa: a música, as interpretações (diria que essas são soberbas), a mão segura do jovem diretor, tornando Up in the Air forte candidato ao oscar de roteiro, ator e, porque não dizer, diretor.

Mesmo para aqueles que têm medo de altura, vale a pena aceitar o sobrevoo que Jason Reitman nos convida a fazer. Será um passeio inesquecível!!

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: Ryan (Clooney) e Alex (Farmiga) podem ser vistos em ação em Up in the Air em cartaz no Cinemark

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Preparem-se Para o Cine Cult....





É pessoal, o Cine Cult nas próximas semanas deverá nos presentear com bons títulos em cartaz. Ontem, conversando com Roberto Nunes, idealizador do projeto, ele me informou que em breve deverá chegar por aqui, o premiadíssimo "É Proibido Fumar" de Anna Muylaert; o inusitado "Filmefobia" de Kiko Goifman; "Quanto Dura o Amor ? (este daí, já conferi e vale a pena ser visto) de Roberto Moreira; o polêmico "Do Começo ao Fim" de Aluizio Abranches e "A Festa da Menina  Morta" de Matheus Nastergale.

A ideia é que o filme fique em cartaz durante uma semana no Cinemark do Riomar e, na seguinte, no Cinemark Jardins. Agora, é torcer para que, além desses, muito bem-vindos por sinal, somem-se à lista de estreias, os concorrentes à estatueta dourada (Oscar) que terá a cerimônia de entrega da 82a edição, no dia 07 de março no Kodak Theater.

A sessão única do Cine Cult acontece diariamente, às 14h, nos dois shoppings da cidade. O ingresso custa R$ 7 (inteira) e R$ 3,50 (meia).

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto 1: A premiada atriz no Festival de Brasília 2009, Glória Pires, protagoniza "É Proibido Fumar"

Legenda da Foto 2: Danni Carlos e Silvia Lourenço conduzem uma das três histórias de "Quanto Dura o Amor?"

Legenda da Foto 3: Atores e fóbicos se misturam no filme "Filmefobia" de Kiko Goifman

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Batalha de Um Homem Só

Hoje, à tarde, fui à Academia Sergipana de Letras (ASL) assistir à palestra do "Homem -Livro". Que felicidade!!! Ver aqueles acadêmicos todos, intelectuais, reverenciando outro intelectual, mas que nunca passou perto de uma escola e nem sabe, ao menos, escrever.

Sim, O Homem-Livro bem que poderia ter inspirado Bernhard Schilnk- autor de "O Leitor"- somente que sob um outro prisma. Ler, ele sabe de sobra e por conta de uma memória privilegiadíssima, citou Tobias Barreto, Fernando Pessoa, Machado de Assis, entre outros, mas falou mesmo foi de sua paixão pelos livros, de como o ser humano precisa ler para sobreviver, dos seus projetos sociais na Vila da Penha, onde mora e comanda uma biblioteca comunitária.

Emocionou-se ao lembrar da mãe, que saiu de Aquidabã com os filhos a tiracolo e foi morar no Rio de Janeiro, batalhando para sustentá-los. Até seis meses atrás, quando ainda estava viva, ela é que "patrocinava" a Associação Centro Cultural e Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Menezes. Agora, o ex-pedreiro Evando dos Santos depende de doações e da boa vontade do mundo.

Aliás, do mundo ele lembrou que os países mais pobres, mais atrasados, são aqueles que têm a leitura como supéfluo e o poder público faz "vista grossa" no que tange ao reaparelhamento das bibliotecas, aquisições de novos livros, contratação de pessoal capacitado. Para Evando, o livro é um alimento, é força, é vida. O livro é essencial na vida de todos, mas....só na cabeça de poucos esse lema tem valor.

Bom, mas depois da proposta feita pelo imortal Luiz Antônio Barreto ao presidente da ASL, Anderson do Nascimento, de que fosse concedida ao Homem-Livro a Medalha do Mérito Cultural Sílvio Romero, quem se emocionou fui eu.

O próprio Evando agradeceu a todos que o ajudaram nessa empreitada (do fazer o Arrastão Literário, das visitas a algumas bibliotecas do interior do Estado), como os "imortais" Gizelda Morais, Domingos Pascoal; a escritora Jeane Caldas; o escritor Gustavo Aragão; a diretora da Biblioteca Epiphânio Dória, Maria Sônia Carvalho, entre outros e disse que fazia questão de me homenagear, dando o meu nome a uma das salas da Biblioteca Comunitária, situada na Vila da Penha, na capital carioca.

Reconhecimento maior do meu trabalho, nunca tive. Fiquei deveras embevecida e honrada com a lembraça. Espero poder  conhecer logo o prédio projetado por Oscar Niemeyer e que abriga a Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Menezes, escritor de quem o ex-pedreiro é um nato admirador.

Obrigada Evando!!! E Volte sempre....

Texto: Suyene Correia

Tragédia Paradoxal

O Bangalô Cult deixa a cultura um pouco de lado e pede um minuto de reflexão sobre a tragédia em Porto Príncipe, capital do Haiti. Todo mundo vem acompanhando dia- a- dia, os últimos acontecimentos, daquela pequena ilha do Caribe, traduzidos em números (de mortos, desabrigados, quantia em dinheiro doada pelos países ricos e nem tão ricos assim, toneladas de alimentos que chegam ao local da tragédia, etc).

O que talvez poucos tenham se atentado é para a discrepância de algumas atitudes (e não sou contra elas, longe disso) de certos países no que diz respeito à sua forma de ser solidário. Senão vejamos, os EUA, que há décadas vem travando uma batalha com o México e com Cuba , no que diz respeito à imigração ilegal, simplesmente mandou aviões para o Haiti a fim de resgatar sobreviventes e levá-los para a Flórida.

Ninguém sabe, no entanto, depois que a "poeira"  baixar, se eles serão devolvidos ao país de origem com a mesma gentileza ou se os poderosos apenas apontarão o caminho de casa pelo mar e, eles que aprendam  a voltar a nado.

Palestinos (que sofrem horrores com a intolerância dos israelenses e vice-versa) enviaram donativos para as vítimas do terremoto, sem deixar de protestar a favor da libertação de parentes em prisões israelenses. Mas quando eles irão olhar para o próprio umbigo e reerguerem o país em frangalhos, em meio aos escombros não de terremotos, mas provocados por homens-bombas ?

Num piscar de olhos, a União Européia anuncia uma doação que pode chegar a R$ 1 bilhão para a reconstrução do Haiti, país paupérrimo, mas nem tanto, perto dos 20 mais pobres do mundo, (Ruanda, Guiné, Serra Leoa, Burundi...) todos africanos. Alguém aí já viu tamanha mobilização para reerguer algum desses países, onde uma criança de 10 anos desconhece o sabor de um grão de arroz ?

Quero deixar bem claro, que não estou aqui escrevendo essas linhas como crítica à ação desses países, no que tange à ajuda ao Haiti. A questão é: quando se quer fazer, se faz. Quando se quer mostrar, faz-se por onde aparecer. Quando se quer resolver, resolve-se. A paz é uma questão de atitude. E só...

Texto: Suyene Correia


Inauguração do "Casco Acústico"

Amanhã, a partir das 20h, será inaugurado o Casco Acústico, no Oceanário de Aracaju. Na noite especial (só para convidados) o público poderá conferir o som de Patrícia Polayne, Som no Casco (Banda do Tamar) e DJ Léo Levi. Em comemoração aos 30 anos de vida, o Tamar em Sergipe inaugura o espaço, que faz parte do projeto  "Tamar-30 Anos de História Para Cantar". 
Já no dia 28 de janeiro, acontece o lançamento do espaço para o grande público com show dos baianos Armandinho, Márcio Melo e do Som no Casco. Os ingressos estarão à venda na bilheteria do Oceanário ao preço de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tem um "Jimmy Corrigan" perto de você



Pois é, para os aficionados por quadrinhos como eu (apesar de não devorá-los com a mesma intensidade de DVDs e livros de cinema), é obrigatório colocar na estante o livro "Jimmy Corrigan- O Menino Mais Esperto do Mundo" publicado pela Companhia das Letras e que se encontra à venda na Livraria Escariz.

Pelo preço de R$ 49, você irá levar para casa uma obra-prima do desenhista Chris Ware, que publicou originalmente as tiras na sua revista Acme Novelty Library e no periódico New City de Chicago. Ao folhear o livro que é lido na vertical e horizontal, a depender da disposição dos desenhos, deparei-me com uma obra de tirar o fôlego, sobretudo pela narrativa visual.

A disposição dos quadrinhos, as cores utilizadas por Ware (tons pastéis, em sua maioria), a limpeza do traço e a narrativa "surreal" me fizeram levitar. Não conhecia nada parecido até então e não tinha ouvido falar ainda desse personagem, Jimmy Corrigan, que depois de pesquisas no "Dr. Google", decobri que é uma espécie de alter ego do próprio Chris Ware.

Assim como Jimmy, Ware só conheceu seu pai na fase adulta e o grande drama do tímido e melancólico  Corrigan começa justamente quando, já bem grandinho, ele recebe um comunicado de seu pai, querendo conhecê-lo. Com uma mãe "pé no saco" que o atormenta durante todo o dia, ligando sem parar, Jimmy tenta driblar a realidade cruel, com reminiscências de sua infância e o leitor terá que se atentar para os constantes flashbacks da obra.

É justamente quando vai ao encontro do pai em outra cidade, que Jimmy Corrigan começa a "delirar" por conta das histórias que seu avô relata, por conta da difícil relação de afetividade que tenta se estabelecer entre as partes e o garoto/adulto não sabe como lidar.

Lirismo e melancolia são os ingrediantes da obra que merece ser descoberta. Num desses domingos ociosos, dê-se a chance de conhecê-lo na Escariz, folheando suas páginas. Seu início de semana, não será o mesmo...

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Capa do livro "surreal" de Chris Ware que ganhou o Prêmio Eisner Award de 2001

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Streep deve ganhar o Globo de Ouro por "Julie & Julia"





Já perdi as contas de quantas vezes a atriz Meryl Streep (uma das minhas favoritas do cinema) já recebeu indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar. Neste domingo, ela poderá ganhar mais uma estatueta (Globo de Ouro) pela sua atuação irrepreensível como Julia Child, no filme "Julie & Julia" (basta assistir aos vídeos da Julia Child verdadeira e sentir a personificação de Meryl).

Tanto Streep como a atriz Amy Adams (Julie Powell) estão ótimas nesta comédia de Nora Ephron baseada justamente no livro homônimo escrito por Powel em 2004 e "Minha Vida na França" livro de memórias de Child.

O filme segue uma estrutura narrativa semelhante "As Horas" de Stephen Daldry, já que acompanhamos de forma intercalada, a vida da funcionária pública, balzaquiana, Julie Powell, que mora em New York, em pleno 2002 (poucos meses depois do 11 de Setembro) e da ex-funcionária pública Julia Child, que depois de passar uma temporada em Paris (por conta de seu marido diplomata) e se encantar com a gastronomia daquele país, decide investir na culinária, sem sequer saber fritar um ovo.

O detalhe é que enquanto acompanhamos a determinação de Child em se tornar uma cozinheira  nos final dos anos 40, em plena França, já que precisa ocupar o tempo vago com alguma atividade e escolhe a arte de cozinhar como "passatempo"; também vemos Powell tentar driblar o marasmo de sua vida "certinha" com algo que lhe dê tesão, daí seu investimento na culinária.

Mas esta, ao contrário de Child, que nem a conhece, agrega a produção de um blog ao desafio de fazer em um ano, as 524 receitas do livro "Mastering The Art of French Cooking" de autoria de Julia. Na verdade, Julie fica obcecada pela vida e produção gastronômica da senhora simpática, de voz engraçada, cujos programas televisivos, ela acompanhava, colocando em xeque até o seu casamento.

Cada uma, a seu modo, utilizou a arte culinária como refúgio, mas passados os maus momentos, a gastronomia ficou impregnada em suas vidas e as projetou profissionalmente. Um belo filme que vai agradar a um público em geral, não importando se você é um expert na cozinha ou um principiante.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: A verdadeira Julia Child que morreu aos 92 anos
    

"Do Começo ao Fim" celebra Primeiro Ano da Sessão Notívagos

Depois da chegada por aqui dos títulos "Julie & Julia" e "Abraços Partidos", agora é a vez do filme "Do Começo ao Fim" de Aluizio Abranches chegar na telona do Cinemark Jardins. Eu achava quase impossível esse drama em que dois irmãos têm um relacionamento aportar no cinema local, não só porque estamos fora da rota dos filmes dito independentes, como além de tudo, esse ser polêmico e nacional.

Mas, como me disse o próprio Roberto Nunes, idealizador do Cine Cult, Sessão Notívagos e Virada Cinematográfica, Aluizio Abranches ("Um Copo de Cólera", "As Três Marias") que é um bom camarada, negociou com a distribuidora para que seu filme chegasse até nós.

Por isso, galera, vamos marcar presença no próximo dia 23 de janeiro, às 23h30, no Cinemark Jardins (em pleno Pré-Caju) para assistir esse filme que  conta "uma história de amor incondicional entre dois irmãos- Francisco e Thomás- como uma possibilidade, como um contraponto para um mundo cheio de violência, medo e intolerância", segundo o próprio cineasta.

Com Julia Lemmertz (Julieta) vivendo a mãe dos rapazes e Fábio Assunção (Alexandre), segundo marido dela e pai de Thomás, o longa ainda traz os bonitões Rafael Cardoso e João Gabriel interpretando na fase adulta, respectivamente, Thomás e Francisco.

Após a sessão de cinema, haverá show com a Banda dos Corações Partidos composta por Diane Veloso, Abraão Gonzaga, Leo Airplane, Plástico Júnior e Josimar, no hall do cinema.

A meia-entrada custará R$ 7,50 e é bom antecipar logo a compra do ingresso. No dia da  Sessão Notívagos, quem estiver com o ingresso em mãos terá acesso ao estacionamento do shopping.

Texto: Suyene Correia


Do Arrastão Literário à Academia Sergipana de Letras



"O Homem-Livro", alcunha de Evando dos Santos, fez questão de me visitar, anteontem, na redação do Jornal da Cidade, por conta da matéria em primeira mão, que veiculei na semana passada, sobre sua vinda  a Aracaju. Bastante simpático, Evando falou do sucesso que foi o I Arrastão Literário da cidade, que num único dia, conseguiu distribuir mil livros para os transeuntes do Calçadão da João Pessoa.

Na edição deste sábado, do Jornal da Cidade, será publicada nova matéria sobre este ex-pedreiro que "incomoda" muita gente com sua sabedoria,  simplicidade e bom senso e que administra no Rio de Janeiro, a  Associação Comunitária Biblioteca Tobias Barreto de Menezes. A propósito, quem quiser conferir  um pouco das  virtudes deste sergipano, natural de Aquidabã, ele estará hoje à noite, no Programa Expressão, comandado pelo Pascoal Maynard, na Aperipê TV.

Nesta segunda-feira, a partir das 16h, ele estará proferindo palestra na Academia Sergipana de Letras (localizada entre o Colégio Tobias Barreto e a Aliança Francesa). O acesso é gratuito.

Texto: Suyene Correia

Foto: Evando dos Santos paramentado de "O Homem-Livro" e a blogueira, na redação do Jornal da Cidade

Crédito da Foto: Jadilson Simões

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Estreias atrasadas, mas...bem-vindas



Pois é, não sei se foi o "chega prá lá" que o bangalô deu na postagem "Cinema Sem Escalas (Aracaju-Salvador)" , mas a verdade é que nesse final de semana, segundo o amigo e crítico Ivan Valença, finalmente  chegam aos cinemas da capital sergipana, "Julie & Julia" de Nora Ephron e "Abraços Partidos" de Pedro Almodóvar.

Menos mal. Já que ficaremos esperando a boa vontade do multiplex em trazer, por exemplo, "Onde Vivem os Montros" de Spike Jonze. Como não adianta "chorar pelo leite derramado", aproveitemos as poucas semanas dos filmes em cartaz (porque filme bom, aqui, dura pouco na telona) e torçamos para que na época do Pré-Caju, aconteça aquelas maravilhosas promoções do cinema com títulos dignos de serem vistos a preços bem camaradas.

Texto : Suyene Correia

Legenda da Foto 1: A musa de Almodóvar, "Penélope Cruz", interpreta a complexa Lena

Legenda da Foto 2: Meryl Streep foi indicada ao Globo de Ouro pelo seu papel como Julia Child na comédia de Nora Ephron

De Laranjeiras ao Capitão Cook

Infelizmente, não pude ir a Laranjeiras no último sábado, conferir a nova formação (provisória) do Café Pequeno. Como Guga Montalvão (violão) encontra-se em Paris fazendo doutorado, uniu-se aos já cativos Júlio Rêgo (gaita) e Pedrinho Mendonça (percussão), os novatos Igor Brazil (guitarra) e Thiago Ribeiro (violão).

Dizem que os rapazes eletrizaram na cidade histórica, de modo que para quem não acompanhou de perto o show na Arena Multicultural, uma nova oportunidade surge amanhã, a partir das 22h, quando os músicos estarão se apresentando no Capitão Cook (Coroa do Meio).

Se o sucesso do lançamento do disco "Na Cozinha de Badyally" se repetir, o barzinho será pequeno para os admiradores da excelente música instrumental que a trupe toca.

Por isso, chegue cedo, reserve logo sua mesa e bom divertimento. O ingresso custa apenas R$ 10.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Coleção Aplauso na WEB

Desde os primeiros lançamentos, em 2004, até os mais recentes como Fernanda Montenegro – A defesa do mistério –, mais de 170 livros (dos 200 já publicados) da Coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, podem agora ser acessados gratuitamente pela Internet. Com roteiros, peças, histórias de emissoras de tevê e biografias de artistas, cineastas e dramaturgos, os títulos estão também disponíveis para download em pdf e txt.

No site o leitor encontrará as biografias de Raul Cortez (Prêmio Jabuti), Tônia Carrero, Mazzaropi, Alcides Nogueira, Carlos Reinchenbach, Fernando Meirelles, Carlos Zara, Gianfrancesco Guarnieri, Beatriz Segall, Eva Todor, Walmor Chagas, Eva Wilma, Jonas Bloch, Jorge Loredo, José Renato, Leonardo Villar; roteiros como O caçador de diamantes, Estômago, Feliz Natal, O Céu de Suely, O ano em que meus pais saíram de férias entre outros e peças de dramaturgos consagrados: Sérgio Roveri, Samir Yazbek, José Saffioti Filho. A coleção Aplauso publicou e estão disponíveis no site  ( http://aplauso.imprensaoficial.com.br) ainda as histórias das tevês Tupi e Excelsior.

A iniciativa integra o esforço da Imprensa Oficial paulista em democratizar o acesso às informações de interesse público. A primeira ação nessa linha foi a abertura, em outubro de 2008, de todo o conteúdo do Diário Oficial On-line para acesso e consulta gratuitos e as visitas ao site batem recordes freqüentemente. Só em setembro deste ano, foram mais de um milhão de acessos.

De acordo com Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial, autores e biografados foram muito receptivos à ideia e em 2010 o catálogo da Coleção Aplauso estará no site, embora os novos títulos contem também com impressão. “Quem quiser comprar os livros da Coleção Aplauso poderá fazê-lo nas melhores livrarias, incluindo nossas quatro lojas físicas e a virtual”.

sábado, 9 de janeiro de 2010

FEMUCIC 2010 Abre Inscrições

Compositores e intérpretes já podem efetuar inscrição para a 32ª edição do Femucic (Mostra de Música Cidade Canção), que será realizado em Maringá, entre os dias 19 a 22 de maio, no Teatro Calil Haddad. A mostra, promovida pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac, Prefeitura de Maringá e RPC TV, aceita composições instrumentais de diversos gêneros além de canções dos mais variados estilos, a exigência, porém, é que as obras sejam em língua portuguesa ou no idioma indígena. Segundo o regulamento, as canções devem ser originais, brasileiras e não podem ter sido apresentadas em edições anteriores do Femucic.

O evento é tradicional em Maringá e reunirá o melhor da música regional brasileira, em uma mistura de estilos e ritmos, gêneros e concepções musicais e estão previstas para este ano, as gravações do segundo DVD e do 15º CD do evento.

O prazo para as inscrições termina em 20 de março e as mesmas poderão ser feitas exclusivamente pelo site www.sescpr.com.br. Uma comissão de seleção será responsável por apreciar os trabalhos inscritos e o resultado dos selecionados poderá ser conferido nas publicações dos meios de comunicação a partir do dia 14 de abril.

Para mais informações, os interessados devem entrar em contato pelo telefone (41) 3304-2137 ou ainda, pelo e-mail: emersonnamaral@sescpr.com.br

Frank Menezes: Um Indignado Impecável!!!




Ontem fui assistir ao espetáculo "O Indignado" interpretado pelo ator Frank Menezes. Ri muito, muito mesmo... de doer o "fígado". Mas dor alegre é melhor do que triste e para quem quiser se divertir nesta noite de sábado, indico a stand up comedy de nível bem superior às outras que aportaram por aqui até agora.

Em meio a um cenário repleto de caixas, preenchidas por objetos cênicos de grande utilidade para o desenrolar da peça,  Frank Menezes, que improvisa muito em cima do texto deCláudio Simões com colaboração de Djaman Barbosa, vai discorrendo sobre assuntos da atualidade, como a falta de identidade ( ligada ao exagero das plásticas), a velocidade do mundo moderno e a corrupção no país.

Sua experiência de 25 anos de teatro está patente em seu domínio cênico. A atuação de Frank está em sintonia com o som e em harmonia com a luz, fazendo com que o ritmo do espetáculo não se perca e o público se atente ao menor detalhe.

A peça que já está em cartaz há mais de dois anos em Salvador, com um breve recesso durante esse tempo, continua encantando o público e sendo um sucesso de crítica. Vale a pena desembolsar R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) para se divertir com as peripércias do ator.

Só para lembrar, Frank Menezes já esteve em Aracaju com a peça "Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia", fazendo justamente o papel do demo.

Texto: Suyene Correia

Foto: O personagem de Frank Menezes pergunta à plateia se precisa fazer uma plástica

Alguém aí sabe da programação da Arena Multicultural ?

Bom, levando-se em consideração que o Terceto Café Pequeno irá se apresentar hoje, às 20h, na Arena Multicultural e não consigo achar no folder do XXXV Encontro Cultural de Laranjeiras esta informação, deduzo que outras bandas escolhidas pelo edital da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT) também estejam "invisíveis" no evento.

Mesmo que o material gráfico já estivesse pronto, não sendo possível a  inclusão desses nomes e, consequentemente, a sua divulgação, deveriam ter se atentado em fazer um flyer extra complementar. É válida a inciativa da SECULT em realizar esse edital, tornando transparente a escolha dos grupos e bandas sergipanas para esse evento de grande magnitude.

Todavia, se o público, que é o maior interessado em saber o que vai se apresentar por lá, em Laranjeiras, não tem um roteiro completo das atrações, esses mesmos artistas vencedores, num primeiro momento, tornam-se perdedores em potencial.

Afinal de contas, contrariando a frase "todo artista tem de ir aonde o povo está"- da canção "Nos Bailes da Vida"  de Milton Nascimento- é verdade também, que o público tem que saber aonde o artista está, para ir atrás.

Alguém sabe aí, onde tocarão (se é que já não se apresentaram), Ferraro Trio, Banda dos Corações Partidos, Thiago Ribeiro, Snooze, etc e tal ?

Texto: Suyene Correia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dalva de Oliveira, Rainha da Marinha

Tenho que confessar que apesar de minha mãe (D. Terezinha, in memorian) sempre ter elogiado Dalva de Oliveira, Dolores Duran, Linda Batista, Isaurinha Garcia, Emilinha Borba, Marlene e toda essa geração de excelentes cantoras das décadas de 30/40 e 50, nunca me senti tentada a ouvir um dos seus inúmeros discos, seja de cera de carnaúba (78 rotações), seja LP.

A verdade é que assistindo à mini-série da Globo, "Dalva e Herivelto", rendi-me à voz de rouxinol de Dalva e à execelência dos compositores daquela época, a exemplo de Ataulfo Alves, Lupicínio Rodrigues, Laércio Alves e Max Nunes e o próprio Herivelto.

Ontem, pesquisei muito no youtube.com e descobri imagens interessantes da cantora paulista, bem como gravações originais de sucessos como "Ave Maria", "Ave Maria no Morro", "Bandeira Branca", "Que Será?", "Aqui Neste Mesmo Lugar", "Estrela do Mar", "Que Será", entre outras.

Mas me chamou a atenção sua gravação para "Cisne Branco", Hino da Marinha do Brasil, em uma versão quase de marchinha de carnaval. Interessante, porque só conhecia nas vozes dos marinheiros, daquele jeito meio áspero...e agora, na voz de Dalva, fica muito mais agradável. Um achado!!!!

Texto: Suyene Correia

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Lista dos (meus) Melhores Filmes de 2009

Recebi um comentário do Robson Viana, cinéfilo como eu, mas que ultimamente não tem escolhido os mesmos horários dos filmes que a blogueira. Logo, realmente, faz um tempão que não nos vemos, trocamos ideias...

Como ele enviou sua lista dos melhores, fiquei tentada em fazer o mesmo. Alguns não passaram por aqui, mas vale o registro para conferir depois na telona ou na telinha. Fugindo à regra, listo 11 filmes. São eles:

- "A Partida" de Yojiro Takita. Merecida conquista do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009. Tocante...

- "Luz Silenciosa" de Carlos Reygadas. Para mim, o melhor filme que o Cine Cult exibiu ano passado.

- "Valsa Com Bashir" de Ari Folman. Grande filme de animação que concorreu com "A Partida" pela estatueta dourada.

- "O Grupo Baader Meinhoof" de Uli Edel .O filme alemão foi outro forte candidato ao Oscar de Filme Estrangeiro. Disputa acirradíssima!!

- "O Anticristo" de Lars Von Trier. O diretor se supera a cada obra. Intraduzível!!!

- "Foi Apenas Um Sonho" de Sam Mendes. Deixou-me desnorteada com o drama vivido pelo casal Wheeler (DiCaprio e Winslet)

- "A Fita Branca" de Michael Haneke". Vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme em Cannes 2009 conta com uma fotografia preto e branca  esplêndida de Christian Berger.

-"Ninguém Sabe dos Gatos Persas" de  Bahman Ghobadi. O diretor descortina o cenário underground do Irã em docdrama primoroso.

-"Do Outro Lado" de Fatin Akin. Outra pérola que passou por aqui, graças aos projetos da Cine Vídeo e Educação..

-"Samson & Delilah" de Warwick Thornton. O cinema australiano mostra que tem fôlego com essa história de amor calcada nos gestos e canções.

-"Avatar" de James Cameron. Grande marco do cinema desse final de década.

Assim, num  breve piscar de olhos, foram esses filmes que me lembrei. Outros tantos também poderiam fazer parte da lista, mas esses me marcaram de uma certa forma. É isso....

Texto: Suyene Correia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Homem-Livro" promove Arrastão Literário




O ex-pedreiro sergipano, Evando dos Santos, mais conhecido como o "Homem-Livro" estará em Aracaju, esta semana, a fim de promover um Arrastão Literário no Calçadão da Rua João Pessoa. Durante três dias, Evando distribuirá cerca de mil livros aos transeuntes que estiverem passando pelo calçadão numa tentativa de estimular a população ao hábito da leitura.

"Numa terra onde saíram grandes escritores como Hermes Fontes, Tobias Barreto, Aníbal Freire, entre outros, não se concebe o baixo número de leitores, segundo pesquisas. Já realizei quatro arrastões lá no Rio, mas agora quero fazer isso na minha terra", disse Evando.

No ano passado, ele esteve em Aracaju, como convidado da III Feira de Livro que aconteceu na Biblioteca Pública Epiphânio Dória. Dessa vez, Evando está vindo por conta própria ( na verdade patrocinado por amigos que fizeram uma "vaquinha" e compraram as passagens ) e pretende levar alguns exemplares também para o interior, vestido a caráter (com um colete onde estão fixadas várias capas de livros de tradicionais escritores da terra).

Para quem desconhece, o sergipano natural de Aquidabã e hoje, residente na Vila da Penha, Rio de Janeiro, já foi tema de filme (o curta-metragem "O Homem-Livro" de Anna Azevedo) e conseguiu junto a Oscar Niemeyer, que ele projetasse o prédio que serveria de sede para sua Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Menezes.

Construído com recursos do BNDES, o prédio de três pavimentos abriga a biblioteca no térreo. Esta possui cerca de 14 mil livros, cota idêntica que o sergipano doou, mesmo à distância, para alguns municípios sergipanos como Malhada dos Bois, Aquidabã, Tomar do Geru e São Cristóvão.

"Utilizamos um terreno da família para a construção da biblioteca. Infelizmente, minha mãe que era a grande patrocinadora do projeto, morreu há cinco meses e tenho tido dificuldades de manter a biblioteca. Mas, ainda assim, estou tocando o barco", diz o sergipano de 49 anos.

Evando dos Santos estará desembarcando em Aracaju na tarde desta quarta-feira e, no dia seguinte, irá a campo.

Texto: Suyene Correia

Foto: Evando dos Santos em sua casa, na Vila da Penha, que abrigava a Biblioteca Comunitária Tobias Barreto

domingo, 3 de janeiro de 2010

Cinema sem Escalas (Aracaju-Salvador)




Lembro-me da época em que as socialites sergipanas excursionavam até Salvador, a fim de assistir aos espetáculos internacionais que aportavam no Teatro Castro Alves e, nem por sonho, chegavam em Aracaju.
Essas viagens aconteceram com uma certa frequência na década de 90 até o início deste século, quando o Teatro Tobias Barreto ainda não tinha sido inaugurado.

Agora, que chegam companhias de dança da Rússia, China, EUA, Espanha e Argentina , no nosso pequeno Estado, o que falta por aqui é uma boa safra de filmes de qualidade. Mesmo com a "disputa" entre Moviecom e Cinemark até dois anos atrás, não constatamos de fato uma concorrência entre os multiplexes, de modo que praticamente a programação de um, era a do outro. Agora, com o monopólio do Cinemark é que as coisas vão de mal a pior.

Com isso, parece que a salvação é juntar um dinheirinho (não faço parte da high society) e me deslocar para a capital baiana para por em dia a programação cinematográfica. Senão vejamos: dos 25 filmes em cartaz por lá, 13 ainda não estrearam por aqui e, só Deus sabe, quando poderemos conferi-los na telona.

Entres os títulos inéditos nos cinemas sergipanos, "Coco Antes de Chanel"  ( há dois meses em cartaz no Brasil), "Julie & Julia" (quase o mesmo tempo em cartaz no país), "Abraços Partidos" (novo filme de Almodóvar), "Procurando Elly" (filme iraniano premiado no Festival de Berlim), "Casamento Silencioso", "Ervas Daninhas" (novo filme de Alain Resnais), "É Proibido Fumar" (grande vencedor do Festival de Brasília), "Cidadão Boilesen", "Hanami- Cerejeiras em Flor", "Fados", "O Solista", "Contatos de 4o Grau" (esse deve passar aqui em breve) e "No Meu Lugar".

O Oscar já está chegando e, pelo "andar da carruagem", seremos mais uma vez os últimos a conferir os premiados. Alguém tem dúvida ???

Texto: Suyene Correia

Foto: Cena de "Procurando Elly" premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de Melhor Direção para Asghar Farhadi

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

LULA-LA-LA



O ano começa e com ele acontece a estreia de "Lula, o Filho do Brasil" (o título poderia ser "Lula" apenas, não?). Muitos amigos meus disseram que não iam assistir, por conta de questões ideológicas. Como não misturo política com cinema, lá fui eu para a primeira sessão da tarde de hoje, que teve um pequeno atraso, por sinal.

Prá falar a verdade, fui conferir o filme, a fim de conhecer o Rui Ricardo, ator mineiro que de possível figurante, tornou-se o protagonista do filme de Fábio Barreto. Realmente, o cara "mandou ver", fazendo uma ótima caracterização do presidente do país, ainda que seu tom de voz (bem parecido com o de Lula) tenha se modificado num piscar de olhos, justamente quando começa a onda de manifestações e torna-se uma liderança no sindicato dos trabalhadores.

Aliás, esse momento, já na terceira parte final da película é que me deixou meio impaciente. O ritmo do filme cai, ainda que o diretor queira deixar um quê de tensão no ar, mesclando cenas de época (perseguição da polícia aos grevistas em pleno regime militar) com ficção. Da adolescência à fase adulta, é que o Lula de Barreto parece cativar os mais desavisados.

É bom frisar que Glória Pires está bem (mas não excepcional, como Dona Lindu, mãe de Luiz Inácio da Silva) e os atores coadjuvantes que fazem parte da família Silva e da fábrica onde Lula trabalha  não comprometem a trama. Em compensação, Milhem Cortaz (como sempre exagerado) e Cléo Pires (nada convincente como uma jovem pobre de periferia) estão destoantes de tudo.

Fábio Barreto com sua mania de "megalô" ultrapassa os limites do bom senso, abusando de enquadramentos desnecessariamente estilizados e da pieguice em alguns momentos. Bom mesmo é a trilha sonora. Popular até "a tampa", teve influência do próprio presidente da República, que escolheu duas canções (Desesperar, jamais" e "Cidadão") e deu palpite nas outras tantas. Isso é bom ou ruim?
Assista ao filme e ouça o CD. Decida qual dos dois é melhor.

Texto: Suyene Correia

Foto: Filmagem de "Lula, o Filho do Brasil" que tem Rui Ricardo Díaz estreando no cinema