quarta-feira, 30 de junho de 2010

Vampiros "Atacam" o Cine Cult



Pois é, pessoal, mal o Projeto Cine Cult apagou as velinhas- no dia 15 de junho completou três primaveras na capital sergipana- e a Rede Cinemark decide "dar umas férias" ao Roberto Nunes (idealizador do projeto de cinema alternativo), nesse mês de julho, alegando adequação na grade de horários por conta do fenômeno "Eclipse".

Quem não curtir esses monstros moderninhos, vai ter que engolir uma programação restrita a filmes de animação (que bom que está passando "Toy Story 3" e vem aí, "Shrek- Capítulo Final"), romances melosos e...só. Nada de filmes como "Brilho de Uma Paixão", "Olhos Azuis", "Flor do Deserto", "A Jovem Rainha Vitória" só para citar alguns que estrearam em Salvador e que bem poderiam ser exibidos no Cine Cult.

Se já estamos em desvantagem com relação às estreias nacionais de muitas películas, com esse desfalque, então?? Espero que esse monopólio em breve caia por terra e que espaços alternativos como o Cinema da Rua 24 Horas, o Espaço Cultural Banese e o futuro Centro Cultural do Município de Aracaju cheguem para fazer a diferença.

E que chegue logo, "Este Querido Mês de Agosto".

Texto: Suyene Correia

Legenda das Fotos: Se preferir assistir à "Jovem Rainha Vitória" (foto 1) ou "Brilho de Uma Paixão" (foto 2) compre uma passagem antes para fora do Estado. Para conferir "Eclipse" (foto 3), a economia será bem maior, mas a qualidade da diversão... 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ORSSE participa do Festival de Inverno de Campos do Jordão

Antes da Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) embarcar para o interior paulista, a fim de participar do 41o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão (domingo, às 16h, na praça do Capivari), ela se apresenta nesta quinta-feira, no Teatro Tobias Barreto, juntamente com o violinista Daniel Guedes.

A apresentação desta quinta-feira, a partir das 20h30, no palco do teatro local, será uma espécie de première do concerto que a ORSSE irá realizar no próximo domingo na cidade serrana sob a regência de Guilherme Mannis. No programa, onde constam peças de Dvorák, Schumman e Sarasate, o destaque fica por conta da "Toccata Amazônica" do compositor Dimitri Cervo (que estará em Aracaju) para conferir de perto a estreia de sua composição sendo executada por uma orquestra completa.

Quem não quiser ficar de fora deste evento, melhor garantir seu ingresso que já se encontra à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Mais informações pelos telefones 3179-1491/1480.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Paulínia Festival de Cinema 2010

Contagem regressiva para a abertura da 3a edição do Paulínia Festival de Cinema que acontece no dia 15 de julho. No evento, que prossegue até o dia 22 de julho, com exibição de 27 filmes (12 longas e 13 curtas nas mostras competitivas), haverá a projeção, fora de competição, de cópia restaurada de "O Beijo da Mulher Aranha" de Hector Babenco, cineasta homenageado do evento e do filme "400contra1- Uma História do Crime Organizado" de Caco Souza.

O evento conta ainda com realização de seminários, debates, lançamento de livros e DVDs e uma Mostra Paralela, de 16 a 21 de julho, às 16h, no Theatro Municipal de Paulínia que exibirá entre outros títulos "Cabeça a Prêmio" de Marco Ricca, "Eu e meu Guarda Chuva" de Toni Vanzolini e "Gui, Estopa e a Natureza" de Mariana Caltabiano. A entrada é franca para todas as exibições e aberta ao público, excetuando a abertura e encerramento do festival que se destina apenas a convidados.

Ao todo serão distribuídos cerca de R$ 650 mil  em dinheiro para os melhores filmes em diversas categorias.
A realização do evento é da Prefeitura Municipal de Paulínia, através da Secretaria Municipal de Cultura com patrocínio da Quanta, apoio institucional da Imprensa Oficial do estado de São Paulo e apoio do Vitória Hotéis.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Rogério Sganzerla "ocupa" o Itaú Cultural




Pena que voltei de São Paulo dois dias antes da "Ocupação Rogério Sganzerla" tomar conta do belo prédio do Itaú Cultural. Pior ainda, foi ter perdido os ciclos de filmes relacionados com o cineasta (realizados por ele, sobre ele ou contextualizados dentro de seu cinema) que aconteceu 09 a 13 de junho (primeira etapa) e de 16 até amanhã (segunda etapa) com exibição de títulos como"O Bandido da Luz Vermelha" (1968), "A Mulher de Todos" (1969),  "Copacabana Mon Amour" (1970), "Irani" (1983), entre outros.

A ocupação, no entanto, segue até 18 de julho e quem for a Sampa neste período, não deve perdê-la. Sob a curadoria de Joel Pizzini, a mostra permite um acesso direto ao universo pessoal e criativo do realizador e é composta de roteiros completos e originais do cineasta, anotações, trechos de filmes perdidos ou recuperados, fotos e objetos pessoais.

Seguindo o conceito da série de ocupações apresentadas no instituto desde o ano passado- com Nelson Leirner, Zé Celso, Paulo Leminski, Abraham Palatnik e Chico Science- esta mostra estabelece um diálogo da geração atual com um de seus inspiradores.

"A obra de Sganzerla é enigmática, desconcertante e luminosa. Seria incoerente colocar a poética de um visionário em exposição com espírito estritamente museológico", observa Pizzini. Assim, ele, com o Núcleo de Audiovisual do Itaú Cultural, Helena Ignez (viúva do cineasta) e suas filhas Sinai e Djin saíram em busca de todo o material produzido por ele, textos esquecidos, filmes perdidos, signos, luzes, objetos e ideias que remetem à sua vida e obra.

A ocupação fica em cartaz até o dia 18 de julho Itaú Cultural (av. Paulista, 149) e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 11 às 20h. Entrada franca.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto : Helena Ignez em cena de "A Mulher de Todos" (crédito da foto: Peter Overbec)

Adeus, Saramago...

Nunca li um livro do Saramago. Nem mesmo "Ensaio Sobre a Cegueira" que ganhou adaptação cinematográfica nas mãos de Fernando Meirelles. Pode parecer uma coisa inacreditável, mas...não é. Prá falar a verdade, conheço muita gente que nunca "leu" o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1998. E se o fez, foi pela curiosidade de conhecer alguma obra de um ganhador deste prêmio tão reverenciado.

Claro, que os admiradores brasileiros do escritor português, morto hoje pela manhã (horário de Brasília) em sua residência nas Ilhas Canárias, vítima de falência múltipla dos órgãos, podem ter começado a seguir seus passos antes mesmo dos sucessos de "Memorial do Convento" (1982), Ano da Morte de Ricardo Reis" (1984) e "A Jangada de Pedra" (1986). Como também poderiam já conhecê-lo desde a época em que versava.

Mas acredito que o polêmico "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (1991) foi o grande provocador das massas de leitores brasileiros. Depois, seguiram-se outros livros de estrondosa vendagem por aqui como "Ensaio Sobre a Cegueira" (1995), "As Intermitências da Morte" (2005), "A Viagem do Elefante" (2008) e "Caim" (2009) seu último trabalho.

De qualquer forma, o único escritor de Língua Portuguesa a ganhar um Nobel deixa um legado de 20 romances, três livros de contos, cinco peças de teatro, quatro livros de crônicas e três livros de poesia. Talvez seja uma boa hora de homenageá-lo. Quem sabe ? 

“Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles,  infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala”. (José Saramago)

terça-feira, 15 de junho de 2010

De "Pernas pro Ar"


Quinta e sexta-feira, a partir das 21h, o palco do Teatro Tobias Barreto irá receber a atriz e bailarina Cláudia Raia com o espetáculo “Pernas Pro Ar”. Com argumento de Luís Fernando Veríssimo, texto de Marcelo Saback e direção de Cacá Carvalho, o espetáculo cria o ambiente da divertida história de uma dona de casa, que canta e dança a aventura de mudar de vida através de grandes sucessos da música mundial.

“Pernas Pro Ar” é sobre um sonho. Um sonho cuja protagonista, Helô, é sonhada. É sonhada para experimentar uma outra vida fora da sua realidade cotidiana de dona  de casa muito exemplar. Nesse sonho, ela experimenta e vive encontros em situações atípicas, inusitadas. Suas pernas descontroladas a levam para inúmeras aventuras, dançando loucamente e correndo territórios desconhecidos. Dessa forma, tenta encontrar a chave para um novo modo de viver.

Cláudia Raia foi ousada na montagem e, após três anos longe dos palcos, estudou as possibilidades tecnológicas que gostaria de mostrar. Assim, “Pernas Pro Ar” conta com projeções volumétricas, softwares, sensores, câmeras e projetores. São 20 toneladas de equipamentos e uma equipe com mais de 150 pessoas envolvidas na montagem do espetáculo.


A Coddart, empresa especializada em cenografia digital, projeção em volumes e projetos de interatividade tornou viável essa inovação. A inédita tecnologia utilizada no musical é a responsável por tornar real a imersão da personagem em seus próprios sonhos, como em uma cena em que a personagem de Cláudia Raia gosta de um vestido na vitrine da loja e, imediatamente, o vestido é projetado em seu corpo. Ou dos diabinhos que andam junto ao fogo.

O elenco de “Pernas Pro Ar”, primeiro musical dirigido por Cacá Carvalho, conta com as participações especiais dos atores Marcus Tumura e Ruben Gabira, além de nove atores-bailarinos. Sete músicos executam a trilha do espetáculo ao vivo, sob a regência e direção musical de Paulo Nogueira, para as versões musicais realizadas por Bibi Ferreira, Sylvia Massari, Zé Rodrix e Cláudio Botelho.
Quem não quiser perder o musical, os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro com preços que variam de R$ 140 (inteira), na plateia, a R$ 120, R$ 80 e R$ 40 (inteira) no mezanino.


Sobre o workshop- No dia 18 de junho, às 16h30, no Teatro Tobias Barreto acontece o workshop “Como criar um Musical de Grande Porte e fazer uma turnê pelo Brasil” que terá como ministrante a atriz Cláudia Raia e parte do corpo criativo da montagem do espetáculo “Pernas pro Ar”. O público alvo são os professores, alunos, músicos e artistas das artes cênicas  da cidade Aracaju, autônomos ou vinculados a instituições culturais e de ensino. São 300 vagas para maiores de 14 anos e com acesso gratuito. As inscrições estão sendo feitas na Academia Studium Danças, através de ficha de inscrição, ou pelo e-mail rdproducoes@emsergipemail.com enviando nome completo, endereço completo, telefones, e-mail, área de atuação (dança, teatro, música, etc.) e ainda, se representa alguma escola ou instituição. Para maiores informações: 3214-3209 / 3044-7013.

Texto: Suyene Correia

Foto de  Leo Aversa

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Cinema de Uma Mulher Só

Carmina saiu de casa como sempre, bem antes do horário da sessão do cinema. Ela tinha a tarde de sexta-feira livre para fazer o que quisesse, mas toda semana era a mesma coisa: programava um cineminha, tivesse ou não companhia. Naquela tarde ela estava só. Entrou na sala 02 daquele complexo de cinema do shopping mais antigo da cidade, 15 minutos antes das 14h e ficou esperando o ritual acontecer.

Ouviu aquela sequência musical que já sabia por demais decorada, esperou que alguns parcos espectadores aparecessem, mas...Estava tudo diferente. Seria o efeito da Copa ? A verdade é que nos seus 32 anos de carreira como cinéfila, nunca havia assistido a um filme no cinema de forma "privada".

Olhou para um lado, para o outro, olhou por cima do ombro e não viu uma sombra sequer. Estava solitária, literalmente. Mas não tinha problema, até achava bom. Aquele cinemão todo só para ela. Que maravilha!! O problema é que "uma andorinha não faz verão" e naquele caso, especificamente, não tinha força suficiente para sensibilizar o projecionista.

"Será que esqueceram de mim ?", pensou Carmina. Afinal, o filme estava com 10 minutos de atraso e nada de começar, nada das luzes sequer apagarem. O jeito foi se levantar da poltrona e perguntar a um dos funcionários lá fora se estava na sala correta. Estava sim. O problema é  que haviam se esquecido dela.

Voltou à sala achando que a sessão seria tranquila, afinal o que poderia perturbar seus 120 minutos de deleite com aquele filme de Ken Loach ("À Procura de Eric") ? Graças a Deus não tinha trailer. Não é que lá pelo meio do filme, a projeção começa a apresentar problemas? Não é possível, as cabeças dos atores estão cortadas...

Demorou sentada um pouco, na esperança do "abençoado" projecionista se ligar no problema. Ledo engano. Ficasse ela ali sentada mais um pouco e assistiria a um filme com visão de bifocal. Sai correndo, tropeça no degrau, mas não cai. Fala com a mesma funcionária sobre o novo problema e a jovem prontamente "passa o rádio"  informando ao colega sobre a intercorrência.

Já tinha perdido uns dois minutos de filme nesse meio tempo e ninguém  teve o bom senso de retornar "a fita" até o ponto nevrálgico. Ainda bem que o filme não era russo, nem sul-coreano. Seu inglês era sofrível, mas como a cena perdida só teve socos e pontapés, ficou no lucro.

Aconchegou-se novamente na poltrona, respirou fundo e comeu um cookie. Bateu uma sede depois, mas quem disse que ela se levantaria dali ? Só quando o filme acabasse. "Chega de stress", pensou. Cedo demais. Como Carmina tinha saudades daqueles cinemas de bairro...

Não é que faltando meia hora pro filme terminar, o problema das cabeças cortadas voltou. A vontade que Carmina tinha era de sair dali e não voltar mais. Tantas interrupções...antes tivesse esperado a película sair em DVD. Daria no mesmo.
Respirou fundo, não iria jogar seus míseros tostões no lixo. Quando apontou no meio do corredor, a funcionária a olhou e, imediatamente, "passou o rádio", acompanhando-a até a sala, com olhar de desconfiança. "Estaria essa garota duvidando de mim? Achando que eu estou querendo confusão?"

Nem um pedido de desculpas ouviu. Saiu à francesa da sala, que Carmina só ouviu o "baque" da porta se fechando. "Ufa!! Finalmente, a tortura acabou". Carmina não estava se referindo ao filme, mas de todas aquelas paradinhas sem direito a "Rebonine, Por favor". Decidiu que a partir de então, não queria mais ter  o cinema só prá ela.

Texto: Suyene Correia

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Hora e a Vez da Música Instrumental



Não combinou ainda com o namorado (a) o que fazer nesta noite de sábado ? Sugiro um programa em dose dupla (ou seria tripla ?) com música erudita num primeiro momento e, depois, um cineminha regado ao que há de melhor no rock instrumental brasileiro da atualidade.

Então, vejamos. Assegure logo o seu ingresso (se é que ainda tem para vender) do concerto de Nelson Freire e Orquestra Sinfônica de Sergipe que acontecerá neste sábado, às 20h30, no Teatro Tobias Barreto. (TTB). O pianista que, recentemente, cancelou algumas apresentações por conta de problemas de saúde, já se encontra em forma e promete emocionar os presentes com um programa que contemplará três peças de Robert Schumann.
Neste ano, comemora-se o bicentenário de nascimento do compositor alemão e, nada mais justo, que prestar-lhe uma homenagem. Ainda que a especialidade de Freire seja executar composições de Chopin, com certeza, ele emudecerá o público com seu apuro técnico e sua emoção à flor da pele.

A ORSSE sob a batuta do maestro Guilherme Mannis e o pianista mineiro tocarão a Abertura Manfred Op. 115; o Concerto para Piano e Orquestra em Lá menor e a Sinfonia no. 1, Op. 38- Primavera. Os ingressos estão sendo comercializados ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Depois, se o cansaço não tiver "chegado", o destino parece ser o Cinemark Jardins, que exibirá às 23h, na Sessão Notívagos, o documentário "A Todo Volume" de Davis Guggenheim. Para quem curte rock, esse filme é um prato cheio, tendo em vista que ao longo de 97 minutos, o espectador conhecerá um pouco mais sobre o processo de criação de três feras da guitarra: The Edge (U2), Jimmy Page (Led Zeppelin) e Jack White (The White Stripes).

E para fechar a programação em grande estilo, no hall do Cinemark, após a exibição do documentário, encontro histórico em Aracaju da banda gaúcha Pata de Elefante com a baiana Retrofoguetes. Enquanto a primeira, formada por Daniel Mossmann (guitarra e baixo), Gabriel Guedes (guitarra e baixo) e Gustavo Telles (bateria) apresenta um rock instrumental mais apreciativo e melódico, a segunda, composta por Morotó Slim (guitarra), Rex (bateria) e CH (baixo) toca um mix de estilos como o mambo, tango, swing jazz e polca que não deixará ninguém parado.

Pata de Elefante tem três discos na bagagem: "Pata de Elefante" (2004), "Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha" (2008) e Na Cidade (2010) e, no ano passado, foi considerada a melhor banda de rock instrumental do país.

Já a Retrofoguetes, lançou em 2004, pela Monstro Discos o primeiro CD "Ativar Retrofoguetes!" e, no ano passado, lançou o CD "Chachachá". Inovando sempre, os rapazes comandaram um trio elétrico no Carnaval Baiano 2009/2010.

Os ingressos para a Sessão Notívagos custam R$ 20 (dando direito a três bebidas) e já podem ser adquiridos na Casa da Cópia (Shopping Jardins), Casa Alemã, Casa do Artista e Autopeças Macedo.

Texto: Suyene Correia

Foto 1: O pianista Nelson Freire tocará peças de Robert Schumann no TTB

Foto 2: Os gaúchos do Pata de Elefante mostrarão repertório do novo disco

Foto 3: Os baianos do Retrofoguetes prometem animar a galera presente à Sessão Notívagos

terça-feira, 8 de junho de 2010

Renantique rumo ao Pará

O Conjunto de Música Antiga Renantique foi selecionado para participar do XXIII Festival Internacional de Música do Pará - Edição 2010. Este ano, o festival tem como tema "O Sagrado na Música", temática presente nos cânticos indígenas, rituais afros, mantras budistas, na leitura do Alcorão, nas missas católicas e rituais de todas as religiões ocidentais e orientais; abrindo espaço para um repertório vasto e belo, seja de domínio público ou de cunho erudito. 

O Conjunto de Música Antiga que recentemente gravou e lançou um Especial produzido pela TV Aperipê vem ganhando notoriedade musical há 12 anos em Sergipe. O grupo é formado pelo alaudista Emmanuel Vasconcelos Serra, o percussionista e flautista Pedro Marcelo, o rabequista medieval Gustavo Adolfo Andrade, a soprano Juliana Almeida, o barítono e flautista Marcus Éverson Santos e o tenor e flautista
Ednei Arnon. 

Durante o Festival Internacional o grupo fará uma única apresentação no dia 12 de julho, às 18 h,  no Salão Transversal do Museu do Estado do Pará.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Imigrantes invadem o Cinema Francês

A imigração ilegal (ou não) dos nascidos em países do Oriente Médio e da África para a França e o choque cultural entre esses imigrantes e a sociedade parisiense tem sido um tema recorrente do cinema atual daquele país. Basta se lembrar de "Bem-vindo" de Philippe Lioret e "Entre os Muros da Escola" de Laurent Cantet, ambos bastante contundentes em suas respectivas temáticas.

Agora, as atenções se voltam para "Um Profeta" de Jacques Audiard, que estreia nacionalmente no dia 11 de junho, mas teve exibição antecipada no Brasil, por conta do Festival Varilux de Cinema Francês (www.festivalcinefrances.com) que se encerra nesta quinta-feira.

Vencedor de 9 César (o 'Oscar' do Cinema Francês), do Grande Prêmio no Festival de Cannes 2009 e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano, o filme radiografa o sistema prisional francês, focando no jovem Malik El Djebena, que com apenas 19 anos, é condenado a 6 anos de detenção.

O espectador não sabe ao certo que crime o protagonista cometeu, mas vai acompanhar ao longo de 2h40 de projeção, num misto de drama e suspense, a 'ascenção social' de um  árabe semi-analfabeto entre as quatro paredes de uma prisão.

O magistral Tahar Rahim (em sua estreia no cinema) dá vida ao anti-herói, Malik, que de capacho de um líder mafioso italiano transforma-se num líder reverenciado pelos companheiros de carceragem. Se logo nos primeiros minutos, ele é refratário à missão de eliminar um perigoso criminoso que acabou de chegar à prisão, horas depois, o extermínio movido pela vingança lhe parece a coisa mais natural do mundo. É assim que ele, sabiamente, trocará o 'respeito oferecido' pelo mafioso italiano pelo 'respeito conquistado' por seu próprio esforço.

O filme, apesar da longa duração e de concentrar 70 % da ação dentro do complexo penitenciário (especialmente construído para as filmagens) prende a atenção do espectador sobretudo pelo engenhoso roteiro, pela boa atuação do elenco (a maioria  dos atores são desconhecidos do público brasileiro) e direção competente de Audiard (mesmo diretor do filme "De Tanto Bater, Meu Coração Parou"). 

Destaque para a última cena de "Um Profeta" embalada por uma bela versão de "Mack The Knife", música composta por Kurt Weill e escrita por Bertolt Brecht.

Texto: Suyene Correia

Foto: Malik (à direita) aprende com um companheiro de prisão "A Lei do Mais Forte"

O Fino da Delicadeza


Há muito tempo não sentia "na pele" o que era assistir a um filme, com quase nenhuma referência. Escolher um certo título, mais pela necessidade de encaixar algo de bom naquele tempo apertado, do meio da tarde, que propriamente, ter o desejo saciado de conferi-lo pela avalanche de prêmios que, por ventura, tenha ganho nos festivais mundo afora.

Assim, assisti nesse final de semana, ao drama "Mademoiselle Chambon" de Stéphane Brizé. Até então, nunca tinha ouvido falar no diretor, mas ao sair da sala de cinema, maravilhada pela poética da história, decidi incluí-lo na minha lista de novos cineastas a serem cultuados. 

Em "Mademoiselle Chambon" acompanhamos a história do pedreiro Jean (Vicent Lindon- o mesmo ator de "Bem-vindo"). Bom pai, marido e profissional, Jean tem sua vida pacata "sacudida" por uma paixão inesperada: Véronique Chambon (Sandrine Kiberlain), a nova professora da escola em que seu filho estuda, desperta nele um desejo que, se de início é reprimido, mais tarde toma caminhos inimagináveis.

Contando assim, a história parece banal e o internauta pode até pensar que já viu vários filmes com essa temática. Porém, a delicadeza com que Brizé vai mostrando o quanto esses dois personagens são opostos ( ele é rude, com uma vida estável, provinciano; ela é uma intelectual, que vive mudando de cidade a cada ano e parisiense ) mas ao mesmo tempo complementares, é que se configura como grande trunfo de "Mademoiselle Chambon".

Mérito também do diretor, que opta pelo silêncio angustiado dos personagens frente aos dilemas da vida, ao invés dos arroubos histéricos e despropositados que poderiam ser explorados, nas mãos de cineasta menos  hábil. Culpa e desejo andam lado a lado até um determinado momento, mas a escolha terá que ser feita e até o final da projeção, sofremos juntos com a angústia de ambos.

Melancólico, intimista e delicado, "Mademoiselle Chambon" é um belo filme de amor!!!

Texto: Suyene Correia

Foto: Véronique e Jean irão ficar juntos ao final de "Mademoiselle Chambon"? 

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Zander: Um Mosaico Sonoro



A banda carioca Zander começará a parte Nordestina da Zander Tour 2010 pelo Recife. Depois a banda segue para Natal, Fortaleza, Mossoró, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Salvador e Vitória da Conquista.
Na turnê, a banda está comemorando um ano de estrada e toca músicas dos EP’s -“Em Construção” e “Já Faz Algum Tempo”. Em Aracaju, ela se apresenta nesta sexta-feira, no espaço Cultiva (em frente ao Oca Bar)

Sobre a banda- Amigos que gostam de som se reuniram para tocar e, assim, surgiu a Zander. Parece o caminho que muitas outras bandas fizeram, mas com uma diferença, a banda é um mosaico sonoro. A junção das experiências musicais dos integrantes que já participaram e participam de bandas como Noção de Nada, Deluxe Trio, Reffer, Discoteque, Nipshot e Dead Fish, fazem com a que Zander, acima de qualquer rótulo, seja uma banda de rock and roll, mas um rock and roll arejado, com ar de século XXI e pitadas dos idos anos 90.

Há um ano na estrada, a banda já tem dois registros, “Em Construção” e “Já Faz Algum Tempo”. A estreia foi no Circo Voador, o palco mais democrático do Rio de Janeiro, ao lado dos  amigos das bandas Dead Fish e Confronto. 

Mas antes disso as pessoas já acompanhavam a banda pelo mundo virtual, o que fez com que o show fosse num clima de interação total entre banda e público, que conhecia as músicas do EP “Em Construção” que teve parte de suas músicas disponibilizadas no myspace da banda.
 
Depois da estreia, a Zander caiu na estrada, fez shows em Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, entre eles alguns memoráveis como o show de estreia do Marcelo, no Asa Branca (RJ) e o show de um ano de estrada na Outs (SP), onde lançaram o clipe de “Dialeto”.

Em comemoração ao primeiro ano de estrada, nada melhor do que queimar asfalto e mostrar o porque que cada vez mais a banda conquista espaço e fãs. A banda fez uma turnê pelo Sul do país e se prepara para uma turnê pelo Nordeste.  E, assim, o mosaico sonoro segue seu caminho.

Cine Cult apaga as velinhas

Em comemoração aos três anos do Projeto Cine Cult, a produtora "Cine Vídeo Educação" fará três eventos no mês de junho. O primeiro deles é uma edição especial da "Virada Cinematográfica" que  acontece neste sábado, a partir das 23h59, no Cinemark Jardins.

Na ocasião, serão exibidos três filmes a partir das 23h59, com água, café  e refrigerante nos intervalos e um belo café da manhã ao final da maratona. Os filmes escolhidos são na ordem de exibição: "Mother- A Busca Pela Verdade" do sul coreano Bong Joon-ho; um filme surpresa e  "Soul Kitchen" do turco-germânico Fatih Akin. (ambos os filmes já foram comentados aqui no bangalô e indicados pela blogueira).
     
Os ingressos para a sessão custam R$ 15 até o dia 04/06 e R$ 20 no dia do evento. Os interessados podem adquiri-los antecipadamente na Casa da Cópia do Shopping Jardins. A programação de aniversário da  ‘Cine Vídeo Educação’ continua no dia 11 de junho com uma palestra com o crítico cinematográfico do Jornal A Tarde, João Carlos Sampaio e termina no dia 12 com mais uma Sessão Notívagos.