Pena que voltei de São Paulo dois dias antes da "Ocupação Rogério Sganzerla" tomar conta do belo prédio do Itaú Cultural. Pior ainda, foi ter perdido os ciclos de filmes relacionados com o cineasta (realizados por ele, sobre ele ou contextualizados dentro de seu cinema) que aconteceu 09 a 13 de junho (primeira etapa) e de 16 até amanhã (segunda etapa) com exibição de títulos como"O Bandido da Luz Vermelha" (1968), "A Mulher de Todos" (1969), "Copacabana Mon Amour" (1970), "Irani" (1983), entre outros.
A ocupação, no entanto, segue até 18 de julho e quem for a Sampa neste período, não deve perdê-la. Sob a curadoria de Joel Pizzini, a mostra permite um acesso direto ao universo pessoal e criativo do realizador e é composta de roteiros completos e originais do cineasta, anotações, trechos de filmes perdidos ou recuperados, fotos e objetos pessoais.
Seguindo o conceito da série de ocupações apresentadas no instituto desde o ano passado- com Nelson Leirner, Zé Celso, Paulo Leminski, Abraham Palatnik e Chico Science- esta mostra estabelece um diálogo da geração atual com um de seus inspiradores.
"A obra de Sganzerla é enigmática, desconcertante e luminosa. Seria incoerente colocar a poética de um visionário em exposição com espírito estritamente museológico", observa Pizzini. Assim, ele, com o Núcleo de Audiovisual do Itaú Cultural, Helena Ignez (viúva do cineasta) e suas filhas Sinai e Djin saíram em busca de todo o material produzido por ele, textos esquecidos, filmes perdidos, signos, luzes, objetos e ideias que remetem à sua vida e obra.
A ocupação fica em cartaz até o dia 18 de julho Itaú Cultural (av. Paulista, 149) e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 11 às 20h. Entrada franca.
Texto: Suyene Correia
Legenda da Foto : Helena Ignez em cena de "A Mulher de Todos" (crédito da foto: Peter Overbec)
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