sábado, 26 de março de 2011

SESC e KIPÁ firmam parceria

O SESC e o Instituto Kipá unem forças e a partir do próximo dia 29 de março estarão realizando a abertura do Grupo de Estudos em Cinema Brasileiro com a exibição do filme "Terra em Transe" de Glauber Rocha. 
O convidado que abrirá as discussões será Cleiton Lobo, estudante de audiovisual e membro do Instituto Kipá. Os encontros serão mensais, ocorrendo a cada última terça, sempre a partir das 18h30 no auditório do SESC/centro. A participação é livre e irrestrita, sem qualquer critério de seleção.

Além dessa inciativa, no dia 31 de março será iniciada a série de encontros "Temas do Audiovisual". A idealização do projeto foi do Kipá e a co-realização ficou por conta do SESC. O intuito do evento é abrir espaço para discutirmos temas diversos referentes ao audiovisual no Brasil e no mundo.

Nesta primeira edição,  o tema será "Documentários" com as participações da blogueira que vos escreve, e de Beatriz Colucci, prof. Drª em Multimeios pela Unicamp e efetiva da UFS. O evento acontecerá sempre na última quinta, a partir das 19h no auditório do SESC Centro. O acesso é livre.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mercado 24 Horas






O Trotamundos Coletivo realiza sábado e domingo uma exibição da primeira etapa do projeto Mercado 24h, no Mercado Municipal de Aracaju. O trabalho, que contém 75 fotos e trechos de vídeos captados no cotidiano do mercado, será exibido em formado audiovisual e poderá ser visto pelos comerciantes e visitantes entre 10h e 14h, com sessões de exibição a cada meia-hora. 

A projeção estará localizada em dois pontos estratégicos do mercado público: o setor de frutas e verduras, no Mercado Albano Franco e o setor de artesanato do Mercado Antônio Franco. Para celebrar junto com os comerciantes, visitantes, moradores da cidade e integrantes do coletivo, a banda NaurÊa realizará um pocket show de abertura do projeto, no sábado, às 10h da manhã. A idéia é transformar este momento em um belo reencontro com as personagens fotografadas, que receberam tão bem os integrantes do coletivo. 

Para desenvolver esta primeira etapa do projeto Mercado 24h, o Trotamundos Coletivo, formado por Alejandro Zambrana, Ana Lira, Marcelinho Hora e Zak Moreira, realizou junto com a jornalista e fotógrafa convidada Júlia da Escóssia, uma pesquisa para selecionar alguns dos comerciantes mais antigos do mercado, em especial aqueles que vivenciaram os principais períodos de transformação espaço, como a revitalização ocorrida há cerca de uma década. 

Durante este período, algumas coisas mudaram na relação deste espaço com a cidade: as feiras livres nos bairros se fortaleceram, ampliando a concorrência com alguns setores do mercado, e este ganhou um status mais turístico, o que pode significar uma alteração do perfil de consumo dos visitantes e dos negócios dos vendedores. 

Foi a partir da conversa com estes personagens que o projeto Mercado 24h foi tomou corpo para debater o que significa uma década neste novo mercado. Dez anos, dez personagens acompanhados em vários momentos do dia. Como eles se relacionam com o mercado? Com quem dialogam? O que eles fazem durante o dia? Quem fica quando o mercado fecha suas portas? Que marcas de suas vidas permanece nessa rotina? O projeto Mercado 24h procura se debruçar sobre isso e é um recorte desta produção que será exibida neste final de semana em Aracaju.

Crédito da Foto 1: Ana Lira

Crédito da Foto 2: Marcelinho Hora

Crédito da Foto 3: Zak Moreira

Crédito da Foto 4: Alejandro Zambrana

quinta-feira, 24 de março de 2011

ORSSE abre temporada 2011

Depois de um ano (2010) cheio de apresentações em Sergipe e outros Estados brasileiros, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) se prepara para a nova temporada de espetáculos no Teatro Tobias Barreto. Hoje, a partir das 20h30, a ORSSE sob a regência do maestro titular, Guilherme Mannis, estará recebendo o violonista costa-riquenho, Mario Ulloa, como convidado.

No programa desta noite, o público poderá apreciar a execução da Abertura da Ópera “Tannhäuser” do alemão Richard Wagner, o “Concerto de Aranjuez” para violão e orquestra, do espanhol Joaquin Rodrigo e a “Sinfonia n. 4, Op. 36 em fá menor” de Tchaikovsky.

Os ingressos para o espetáculo de logo mais podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ao preço de R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).

quarta-feira, 23 de março de 2011

Adeus, Cleópatra




O bangalô presta uma homenagem a Elizabeth Rosemond Taylor, nascida em Londres, a 27 de fevereiro de 1932 e que faleceu hoje, aos 79 anos, por conta de uma insuficiência cardíaca, depois de alguns dias internada no Centro Médico Cedars-Sinai.

Liz Taylor ficará eternizada não só por conta de seus olhos "cor de violeta", como também pelos inúmeros papéis marcantes que viveu ao longo de sete décadas de intenso trabalho cinematográfico. O Bangalô indica alguns dos filmes protagonizados pela atriz- que causou polêmica pelos inúmeros casamentos que teve ao logo da vida- que merecem ser vistos ou revistos pelos amantes do cinema.


- "Um Lugar ao Sol" de 1951, onde interpreta Angela Vickers (foto 3)

-"Gata em Teto de Zinco Quente" de 1958, onde interpreta Maggie (foto 2)

- "De Repente, no Último Verão" de 1959, onde interpreta Catherine Holly

- "Disque Butterfield 8" de 1960, onde interpreta Wandrous

-"Cleópatra" de 1963 (foto 4)

-"Quem tem Medo de Virgínia Woolf?" de 1966, onde interpreta Martha (foto 1)

-"O Pecado de Todos Nós" de 1967, onde interpreta Lenora Penderton

segunda-feira, 21 de março de 2011

Rumos Itaú Cultural aporta em Aracaju



Nos dias 11 e 12 de abril, acontece na Sociedade Semear dois mini cursos do Programa Rumos Itaú Cultural. No dia 11, das 18h45 às 21h45, a jornalista Eliane Brum ministra o curso “Jornalismo Cultural”, apresentando um panorama do segmento do jornalismo. 

Já no dia 12, das 19 às 22h, será a vez da professora, historiadora e crítica de arte, Janaína Melo, ministrar a oficina “Portfólio de Artista”, com o objetivo de contribuir na organização, sistematização e apresentação de trabalhos de arte assim como promover uma reflexão acerca do que seja um portfólio e suas diferentes formas de elaboração.

Mais informações e inscrição através do e-mail:  culturaeartes@sociedadesemear.org.br ou na Sociedade Semear Rua Vila Cristina, 148.



Sobre as ministrantes- Eliane Brum (foto 1) é escritora, cineasta e jornalista. Começou no jornal gaúcho Zero Hora e, desde 2000, atua como repórter especial da revista Época. Publicou os livros Coluna Prestes — O Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém Vê e O Olho da Rua. Estreou como documentarista com o curta-metragem Uma História Severina. Nasceu em Ijuí (RS), em 1966. Vive em São Paulo (SP).

Janaína Melo (foto 2) é historiadora com atuação na área crítica de arte, pesquisa e ensino de história da arte. Foi coordenadora do Departamento de Artes Visuais do Museu de Arte da Pampulha (2005-2007) e assistente curatorial do Programa Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural edição 2008-2009. Atualmente é Coordenadora de Arte e Educação do Instituto Cultural Inhotim, Brumadinho (MG) e professora de Crítica de Arte da Escola Guignard UEMG. Vive e trabalha em Belo Horizonte.

Marcílio Medeiros se destaca em Concursos Literários



O nome de Sergipe apareceu em dois prêmios nacionais de poesia pelas mãos do poeta Marcilio Medeiros: "Histórias do Trabalho" e "TOC140". O primeiro é promovido, anualmente, pela Prefeitura de Porto Alegre e visa divulgar textos e imagens sobre o mundo do trabalho, incluindo as categorias de histórias verdadeiras, estórias, poesias, monografias e fotografias. 

Ao invés de estabelecer primeiro, segundo e terceiro lugares, o concurso premiou Marcilio, com o texto "Curriculum Vitae", e mais doze poetas. O livro com o trabalho dos artistas premiados foi lançado no Memorial do Rio Grande do Sul, dentro da programação da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre.

O segundo concurso, promovido pela Festa Literária Internacional de Pernambuco – FLIPORTO,  no ano passado, selecionou em duas eliminatórias, 100 poetas que publicaram seus textos pelo Twitter, obedecendo ao limite de 140 toques e Marcílio Medeiros foi um deles. Para escolher os dez melhores, votaram cerca de 1,3 milhão de pessoas.


Sobre o poeta- Ele nasceu no Rio Grande do Norte, mas há dez anos mora em Aracaju. 
Morou também em PE (foi com seis anos de idade pra lá) e começou a produzir na adolescência , muito influenciado pela música (a mãe era uma cantora que não se tornou profissional, mas todo dia se ouvia música em casa). 

"Depois do almoço ela cantava e tocava violão, e com o tempo fui despertando para as letras das músicas. Daí, comecei a escrever. O teatro também foi importante para mim. Fiz curso de formação de ator em PE, cheguei a atuar, e sempre utilizei os conhecimentos das artes cênicas para a literatura, os recitais".

De uma geração que fazia recitais na rua e produzia jornais literários, Marcílio desenvolveu sua paixão pela literatura desde muito cedo. "Com 18 anos, lancei um livro, com poemas produzidos dos 15 aos 17 anos. É um livro que não tem qualidade literária, foi feito em minha adolescência, mas na época eu quis fazer de qualquer jeito e fiz. O nome do livro é "Anjo Clandestino".

"Foi lançado na Livro Sete, em Recife, de modo que, a partir daí, entrei de cabeça no movimento literário. Participei do Movimento dos Escritores Independentes, na década de 80. A União Brasileira de Escritores tinha sido extinta na época da Ditadura e voltou suas atividades em 1984, de modo que nessa época fazíamos recitais, publicávamos em jornal. Tiveram dois que eu editei: “Vagalume” e “ O Prólogo”. Depois fizemos o primeiro Congresso de Escritores do Nordeste, em 1988, inclusive com vários participantes de SE".

Nivaldo Menezes, Marcos Vieira, Pedro Amaral Costa (publicava o Jornal Mandacaru) eram alguns dos que Marcílio mantinha contato por aqui. Quando foi diretor-administrativo da União Brasileira de Escritores, na década 90, foi realizado um Congresso Nacional de Escritores, em Pernambuco, com participação de Nélida Piñon, Ariano Suassuna, João Gilberto Noll.

Depois, publicou "A Pulsação Repleta", lançado pela Companhia Editora de Pernambuco que chegou a receber uma menção honrosa da Academia Pernambucana de Letras. "Foi quando eu saí de PE e vim para Aracaju.

Funcionário público, Marcílio Medeiros espera lançar um livro ainda este ano e pretende também desenvolver um projeto literário abordando a obra de Clarice Lispector.

Legenda da Foto 1: Poema "Alcoólico" feito para o Twitter, em concurso promovido pela FLIPORTO

Legenda da Foto 2: Capa do livro lançado na 56a feira do Livro de Porto Alegre que contém o poema "Curriculum Vitae" de Marcílio Medeiros

Leonilson em Retrospectiva




De 17 de março a 29 de maio, o Itaú Cultural apresenta "Sob o Peso dos Meus Amores", exposição retrospectiva de Leonilson que revela ao público a trajetória deste grande expoente da arte contemporânea – morto precocemente em 1993, aos 36 anos. Com curadoria conjunta de Ricardo Resende e Bitu Cassundé, a mostra cujo nome faz referência a um de seus trabalhos, traz facetas pouco conhecidas do artista, além de obras representativas – em uma mescla de desenhos, bordados, cadernos e suas coleções de globos, mapas, brinquedos. 

Destaque para o autoretrato Mirror – assemblagem de feltro bordado e com costura, realizado por ele nos anos 70 –, e a vinda pela primeira vez ao Brasil da coleção do também artista e grande amigo Albert Hien. 
Pela sua dimensão e importância, esta coleção vinda de Munique ocupa todo o primeiro subsolo do espaço expositivo do instituto e apresenta 71 obras – quatro de autoria de Hien, 66 assinadas por Leonilson, e uma instalação nunca antes exibida no país: How to Rebuild at Least One Eight Part of the World feita a quatro mãos pelos dois amigos. 
 
Segundo Resende, o diálogo que Leonilson e Hien estabelecem em seus trabalhos impressiona. “É como se fossem um espelhamento de obras; eles se reviram um na produção do outro”, observa o curador.  De acordo com ele, em cada um se encontram formas como pontes, fontes, faróis, navios. “A diferença é que em Hien impera o sentido da forma; em Leonilson o que pesa mais são as relações interpessoais, mas sobre as mesmas formas.” 

Um dos expoentes da chamada Geração 80, Leonilson se firmou como um dos destaques no panorama cultural brasileiro no início da década de 1990. Com a sua obra contundente, expressou em seus desenhos, pinturas, bordados, esculturas e instalações os dramas e as angústias do homem contemporâneo.

A exposição

No total são  318 obras – 313 do próprio artista, entre seus trabalhos e também objetos de arquivo, agendas e cadernos, quatro de Albert Hein e uma assinada pelos dois – apresentadas nos três andares (primeiro andar, primeiro e segundo subsolos). Uma delas, Instalação sobre duas figuras / Instalação na Capela do Morumbi é reapresentada na Capela do Morumbi. Trata-se do último trabalho criado pelo artista, em 1993, que não chegou a vê-lo montada, pois faleceu antes da inauguração da exposição. 

No Itaú Cultural, o público percorre a trajetória do artista por meio de uma linha do tempo, aprecia seus principais trabalhos, além de seus cadernos e agendas nunca antes levadas a público que, digitalizadas, podem ser manuseadas pelo visitante. Todas estas peças provêm de coleções particulares, de museus e do Projeto Leonilson – criado em 1993 por um grupo de familiares e amigos do artista com a finalidade de pesquisar, catalogar e divulgar a obra, visando a realização de um catálogo geral de sua produção artística.

Em paralelo

Programação paralela acompanha a exposição. Entre os dias 13 e 23 de abril é apresentada a performance O tempo da Paixão ou O Desejo é um Lago Azul da Companhia da Arte Andanças de Fortaleza, inspirada em obra de mesmo nome realizada por Leonilson em 1989, e as performances El Puerto e Dedicate, de Marcos Sobrinho. Nos dias 19 e 20, também de maio e sempre às 20h, é realizado na sala Itaú Cultural o seminário Arquivo e Memória – O Legado do Artista.  

No primeiro dia, o seminário reúne no instituto os curadores Lisette Lagnado, Paulo Herkenhoff e Ana Lenice Dias, presidente do Projeto Leonilson, que falarão sobre o acervo do artista. No seguinte, 20, os curadores Bitu Cassundé e Carlos Eduardo Riccioppo, com a professora Maria Esther Maciel, expert em taxonomia, discutem especificidades da obra de Leonilson. 

20 anos de arte contemporânea na Capela 

A Capela do Morumbi comemora 20 anos de instalações de arte contemporânea, durante os quais recebeu instalações de importantes artistas, entre eles Carlos Fajardo, Carmela Gross, José Resende, Nelson Leirner, Albano Afonso, Sandra Cinto, Daniel Acosta, Wagner Malta Tavares, Ana Paula Oliveira, e mais recentemente, Guto Lacaz, Laura Vinci, José Spaniol, Marcelo Moscheta, Hudnilson Jr., Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, entre outros. 

Para comemorar a data, o Museu da Cidade de São Paulo em parceria com o Itaú Cultural, reapresenta no mesmo período da exposição "Sob o Peso dos Meus Amores" no instituto, a instalação de Leonilson apresentada ali em 1993. Obra emblemática da trajetória do artista é também uma das mais marcantes da história de exposições da Capela do Morumbi, que ele não chegou a ver. 
Pela instalação realizada na Capela do Morumbi e por outra individual realizada no mesmo ano, o artista recebeu homenagem póstuma e prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA.

SERVIÇO

"Sob o Peso dos Meus Amores"


De 17 de março a 29 de maio
De terça a sexta, das 9h às 20h
Sábs. doms e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca

Legenda da Foto 1: "Quem Morre Comigo", trabalho de 1982 (crédito da foto: Eduardo Ortega)

Legenda da Foto 2: "Isto é a Lua. Not The Last Chance", trabalho de 1989 (crédito da foto: Rômulo Fialdini)

Lilian França marca presença no Projeto "Conversando Fotografia"


O Trotamundos Coletivo promove no próximo dia 23 de março, às 19h, no auditório da Sociedade Semear, (R. Vila Cristina, 148) a sexta edição do projeto Conversando Fotografia. Desta vez, a conversa ocorre com Lilian França, que é crítica de arte e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e que vai debater as relações da fotografia com os campos da arte e das tecnologias digitais.

Lilian França é professora, pesquisadora, curadora e crítica de arte. Ela ingressou como professora da Universidade Federal de Sergipe em 1994 e, desde então, vem desenvolvendo pesquisas, debates e diversas outras atividades que se destinem a amadurecer discussões envolvendo as áreas de artes, tecnologia e comunicação. Lecionou  a disciplina de Fotografia e Iluminação e vem participando de diversos projetos de pesquisa que envolvem arte eletrônica, audiovisual, imagem e artes visuais.

Ainda no campo do ensino, França integrou o quadro de pesquisadores da Universidade do Minho e da Universidade Nova de Lisboa e foi professora colaboradora do mestrado em Comunicação, Cultura e Artes Visuais da Universidade de Algarve, todas em Portugal. No Brasil, teve passagens como pesquisadora, mestranda e doutoranda pelas Universidade de Brasília (UnB), Universidade Metodista de Piracicaba e PUC – São Paulo.

Em sua carreira, Lilian França também integrou o Conselho Curador do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da cidade de Americana, em São Paulo e foi curadora da exposição Todos Os Olhares São Meus. Atualmente, ela desenvolve o projeto de extensão Cine-Debate, na UFS, em que discute o uso do cinema em sala de aula e conta com a colaboração da pesquisadora Fernanda Esperidião.

Sobre o Conversando Fotografia

O Conversando Fotografia é um projeto produzido e realizado pelo Trotamundos Coletivo com apoios da Sociedade Semear, do Instituto Bom Viver, da Art Tec, da Quanta Música e do restaurante Divina Gula. O objetivo é agregar profissionais, amadores e interessados em discutir caminhos para o desenvolvimento da fotografia em Sergipe. Em sua primeira etapa o Conversando Fotografia vai abrigar em suas sessões trabalhos de fotógrafos sergipanos que atuem em áreas diversas, como fotojornalismo, publicidade, documentarismo, editorial, assessoria fotográfica, eventos, fotografia experimental, entre outros.

O segundo passo é interagir com convidados nacionais e fomentar a discussão sobre os potenciais e as necessidades do setor como um incentivo para a criação de uma Rede Sergipana de Fotografia. A idéia é que, a partir da criação da rede, os fotógrafos possam articular projetos diversos em âmbito local e contribuir com o diálogo da Rede Nacional de Fotografia, fundada este ano. É também um intuito das discussões do projeto Conversando Fotografia desenvolver parcerias com profissionais e redes de outras áreas artísticas.

Nas primeiras edições, realizadas desde agosto de 2010, os participantes tiveram oportunidade de discutir sobre projetos coletivos, fotografia publicitária, fotojornalismo, história da fotografia, caminhos para a produção de imagens desenvolvida em Sergipe e a relação entre fotografia, discurso e pesquisa. Os resultados dessas discussões foram postados no twitter do Trotamundos Coletivo - www.twitter.com/trotamundosbr - e no blog  – http://trotamundoscoletivo.wordpress.com

Crédito da Foto: Alejandro Zambrana
Legenda da Foto: Público prestigiou a quinta edição do Conversando Fotografia que aconteceu na Sociedade Semear

Oi Salva Retardatários

Mesmo com os ingressos esgotados, os clientes pós-pago da Oi ainda podem conseguir um lugar especial para assistir aos shows da turnê "360º" da banda irlandesa U2, no Brasil. Para garantir a entrada, o cliente deve acessar o site do Oi Pontos, programa de relacionamento da Oi (www.oi.com.br/oipontos) e verificar se o seu saldo lhe permite resgatar os pontos em ingressos. O resgate pode ser feito através do próprio site. O número de tickets é limitado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Desandando Geral

Desde o ano passado, que venho pensando em abrir um espaço no bangalô, para chamar a atenção dos frequentadores de bares, cafés e restaurantes da city, sobre o atendimento de certos estabelecimentos. Fico revoltada, na maioria das vezes, com o alto preço que pago pela refeição ou lanche e pelo atendimento recebido, uma vez que o despreparao dos garçons e atendentes destes estabelecimentos é notório e desprezível.

Ontem, por exemplo, decidi dar uma volta no Shopping Jardins e pegar um cineminha. Tendo em vista a fila quilométrica do Cinemark, desisti da diversão e fui me contentar com um cafezinho e uma cartola no São Braz (único café aberto no feriado. Cadê a concorrência ?)

Pedi um expresso com raspas de limão e o que me foi servido, foi um café com um pedaço  avantajado de casca de limão, que de tão grande, mal cabia dentro da xícara. A cartola não se comparava à maravilhosa iguaria servida no Restaurante Mercado (Shopping Riomar), mas mesmo sabendo disto, pedi a sobremesa. Resultado, mais queijo que banana (a combinação poderia estar melhor equilibrada) e um precinho mais "salgado" que "doce" (R$ 8,90). 

O pior foi a demora para vir a conta. Se eu não tivesse me levantado e me dirigido ao balcão e solicitado mais uma vez, a outra garçonete, talvez estivesse esperando até hoje. Ali é assim, com muitos clientes ou com poucos, a demora é a mesma. Por falta de opção, terminei consumindo lá. Mas de outra vez, nem isso...

Então, a seção "Desandando Geral" servirá para chamar a atenção dos internautas sobre os eventuais problemas que poderão passar em determinados estabelecimentos e também dos donos desses estabelecimentos (caso eles leiam o blog), na esperança de melhorarem os serviços ofertados.

Até a próxima.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Fim do Belas Artes ?

O Belas Artes, um dos cinemas mais antigos e tradicionais da cidade de São Paulo, na esquina da Consolação com Paulista, anunciou para hoje, 17 de março, o encerramento de suas atividades depois de um ano de funcionamento sem patrocínio.

Isto não significa o fim definitivo do Belas Artes. “A proposta de difundir o que há de melhor na cinematografia mundial, ofício acompanhado apaixonadamente por cinéfilos de tantas gerações, não deixará de existir, já que estamos em busca de um novo endereço”, afirma André Sturm, sócio-proprietário e programador oficial do cinema.
Desde janeiro, André está em intensa negociação com os advogados do proprietário do imóvel onde o cinema funciona, porém não chegou a um acordo em relação ao valor do aluguel. Com isso, as últimas sessões do cinema de quinta-feira, das seis salas do Belas Artes, exibirão seis grandes clássicos da filmografia mundial, homenageando os fãs do cinema.
"No Tempo do Onça", que reúne os irmãos Marx e reis da comédia: Groucho, Chico e Harpo, foi dirigido por Edward Buzzell, compositor e ator, que se tornou estrela da Broadway.
Estrelado por Rudolph Valentino, "O Águia", do diretor Clarence Brown, mostra a rebeldia de um soldado russo que é rejeitado por uma imperatriz. Brown, dirigiu a estrela Greta Garbo em dois dos seus maiores sucessos: "A Carne e o Diabo" e "Anna Karenina".
O filme italiano "Queimada!" é uma aventura histórica, que ocorre numa ilha ficcional nas Caraíbas, que pertencia a Portugal. Baseado na história do Haiti, o longa é protagonizado pela galã Marlon Brando e dirigido por Gillo Pontecorvo, conhecido por A Batalha de Argel. 
"O Leopardo" é o filme mais pessoal de Luchino Visconti. A história é ambientada nos anos 1860, quando a Itália vivia umas das épocas mais conturbadas do país, conhecida por Risorgimento. Toda a essência da obra viscontiana passa por este clássico do cinema, já que Luchino era aristocrata de nascimento, comunista por convicção, e se considerava um homem fora do seu tempo.
"O Joelho de Claire", melhor filme em San Sebastian, indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro e Prix Louis Delluc, é um dos melhores trabalhos do diretor Eric Rohmer . O forte de "O Joelho de Claire" não é a ação, mas os diálogos e as belas paisagens do charmoso Lago de Annecy, que fica no leste da França, bem próximo aos Alpes.
Para finalizar, não há como deixar de fora o incrível Federico Fellini e sua a obra prima "A Doce Vida", filme vencedor da Palma de Ouro de 1960.  Ambientado em Roma, "A Doce Vida" conta a história de um jornalista de origem humilde, que enfrenta uma crise de consciência por estar sempre atrás de fofocas da alta sociedade, usando-as como fonte para seus artigos. O protagonista é Marcello Mastroianni, considerado o maior ator da Itália e um dos melhores atores de todos os tempos.

Uma pena o fechamento desse complexo de seis salas, que tive a oportunidade de visitar na minha estada em Sampa, no último carnaval. Que as poucas salas de cinema de rua daquela cidade (Cinesesc, Espaço Unibanco, Cine Olido, Marabá) consigam se sustentar ainda por muitos anos. Oxalá!

domingo, 13 de março de 2011

Pânico no Riomar

Quem estava há pelo menos meia hora atrás no shopping mais antigo da cidade, sabe que este título cai muito bem com o que aconteceu por lá. Eu que perambulava pelo piso superior, matando o tempo antes de ir assistir a "Rango", no Cinemark, assustei-me ao ver do outro lado da sacada uma multidão insandecida vindo da Praça da Alimentação, feito uma manada desenfreada.

Nem quis saber direito o que estava acontecendo por aquelas bandas, apenas corri descendo a escada rolante, puro instinto e só fora do prédio, já com dezenas de pessoas com a face pálida como cera ao meu redor, foi que me dei conta de que o shopping não está preparado para emergências como esta: vazamento de gás.

Se antes alguns especularam, uma "pequena explosão" em um dos restaurantes, outros chegaram a falar em "tiro", não foi difícil perceber que o problema era de outra natureza, já que as narinas absorviam uma quantidade de gás razoável, a ponto de deixar os neurônios ligeiramente zonzos.

Eu nem voltei para trocar meu ingresso, lembrei logo da tragédia do Shopping de Osasco. Mas se graças a Deus, as coisas por aqui parecem não ter passado de um susto, que fique o alerta para a administração do shopping sobre as cancelas que foram colocadas nas entradas e saídas do mesmo e que, nessas horas, são obstáculos prá lá de perigosos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Maratona Cinematográfica (Parte Final)



Vou tentar, resumidamente, falar dos cinco filmes restantes da maratona cinematográfica que participei nos seis dias de estada em São Paulo. Não vou entrar em detalhes sobre "Trabalho Interno", documentário vencedor do Oscar deste ano na categoria, e nem sobre  "A Árvore" porque de fato, nada me acrescentaram. Aliás, o primeiro, confesso que me 'encheu o saco', com seu economês exagerado e um estilo narrativo por demais burocrático. Por pouco, não deixo a sala de cinema no meio da projeção.

Já "A Árvore", dirigido por Julie Bertucelli, eu confesso que esperava mais desse filme dito 'sensível', no que tange à abordagem do luto, mas à medida que o tempo passa, a impressão que se tem é que "já vi coisa muito melhor sobre este assunto". Não basta a ótima atuação da pequena Morgana Davies, fazendo o papel de Simone, única filha do casal Peter e Dawn O' Neil e a exploração visual da paisagem bucólica do interior australiano, para segurar o longa. Daí porque o The End torna-se por demais frustrante.

Falemos de filmes mais interessantes. E para encabeçar a lista dos três restantes, inicio pelo clássico "Violência e Paixão", penúltimo filme de Luchino Visconti, que está em exibição no Cinesesc. O filme de 1974, estrelado por Burt Lancaster, Helmut Berger e Silvana Mangano é uma reflexão sobre o choque de gerações, de classes sociais e do que representa de fato a instituição "família". 

É interessante lembrar que o diretor já estava com sua saúde debilitada (vindo a falecer dois anos depois) quando da ocasião dessa filmagem, mas nem por isso, deixou de realizar uma obra de relevância e de grande teor autobiográfico, ao contar a história de um professor aposentado (Burt Lancaster), que vê sua  tranquilidade domiciliar ser ameaçada, com a instalção de novos inquilinos no andar superior de seu apartamento.  

Um verdadeiro êxtase assistir a esse clássico em cópia restaurada (sem nenhum risquinho, sequer) e numa sala confortabilíssima como a do Cinesesc, na Rua Augusta (quando o SESC daqui irá nos oferecer tamanho deleite ?).

Passando agora, para outro espaço que não merece desaparecer do mapa- o Belas Artes- fui assistir ao tão elogiado "Inverno da Alma" de Debra Granik e se fosse para traduzir em uma frase, a sensação que tive ao acender das luzes, no término da sessão eu diria "Nossa, que porrada!!!

O filme independente merecia mais destaque no Oscar, apesar de ter ganho visibilidade, não só com a indicação de Jennifer Lawrence como Melhor Atriz, no papel da adolescente Ree Dolly, como também com a de Melhor Filme. O fato é que a produção de baixíssimo orçamento, toma  uma dimensão tal, ao retratar  o drama de Ree, passado nas montanhas gélidas de Ozarks, Missouri, sul dos Estados Unidos.

Numa jornada sem precedentes, a garota que vive à beira da miséria com a mãe e dois irmãos mais novos, terá que encontrar o pai fugitivo, para não perder o direito de sua propriedade.  O problema é que para onde olha à sua volta, a garota só encontra hostilidade por parte dos que podem desvendar  o mistério do paradeiro de seu pai.

A trajetória não será nada fácil para a garota e  nem para o espectador , que mergulha no clima de solidão que o filme impõe a cada fotograma. Vamos torcer para que o Cine Cult traga essa pequena jóia à nossa cidade.

Outro filme que merece uma conferida (parece que por aqui, agora, só em DVD) é "127 Horas" de Danny Boyle. James Franco que foi indicado ao Oscar deste ano, na categoria Melhor Ator, realmente encarna de forma competente o alpinista Aron Ralston, que ao decidir realizar uma exploração no Cannyonlands, sem avisar a ninguém, se dá mal.

Literalmente, uma pedra aparece no caminho de Aron, e com parte de seu braço esmagado, ele terá que buscar no autocontrole, a saída para sua sobrevivência. Aliás, são nas cenas bem editadas - que mesclam a realidade da 'prisão' no Canyon e o imaginário publicitário no cérebro de Aron- que Danny Boyle se utiliza para dar dinamismo ao longa.

Os 100 minutos passam rápido, perto dos cinco dias em que o rapaz ficou preso numa fenda, mesmo assim, o espectador torce logo para que aquele sofrimento todo acabe e o momento de triunfo do alpinista seja compartilhado. Aron, aliás, virou uma celebridade após o acidente e não deixando de lado seu espírito aventureiro, continua fazendo das suas, agora munido de um braço mecânico. 

Legenda da Foto: Quando os sergipanos terão a oportunidade de conferir, nos cinemas locais, o talento de Jennifer Lawrence ?

I Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea

O Ministério das Relações Exteriores recebe, até 25 de março, inscrições para o I Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea. Serão concedidos prêmios de até R$ 20 mil, em quatro áreas: pintura, escultura, fotografia e obras em papel. 

O artista deve ser brasileiro e só pode inscrever uma obra. Para participar, é preciso enviar para artecontemporanea@itamaraty.gov.br os documentos: ficha de inscrição; currículo, com dez imagens de obras dos últimos dois anos; imagem da obra a ser inscrita (resolução de 300 dpi, em formato JPG ou TIFF); e declaração de autoria e propriedade dessa obra.  

Outras informações estão disponíveis no site do Ministério e no edital. O objetivo do concurso é incentivar a produção artística brasileira e ampliar sua divulgação no exterior. O Itaú Cultural se soma ao Itamaraty nos esforços de difundir a ação.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"Poesia" X "Tio Boonmee"


Dando continuidade à apreciação dos filmes vistos em Sampa, neste carnaval, digo que se apenas tivesse assistido a "Poesia" de Lee Chang-dong, já teria valido a pena a viagem. Infelizmente, o júri de Cannes deveria estar de ressaca, quando concedeu a Palma de Ouro a "Tio Boonmee Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas" de Apichatpong Weerasethakul e deu a "Poesia" apenas o prêmio de Melhor Roteiro.
O filme sul-coreano é infinitamente melhor do que o tailandês, mas como ninguém sabe ao certo o que se passa na cabeça desses jurados...paciência. Voltando a "Poesia", é mais um filme da Coréia do Sul que só corrobora o quanto a cinematografia daquele país anda em alta. 

Sensível, sem ser piegas, o longa concentra-se na personagem Mija ( Jeong-hee Yoon), que descobre que está com o Mal de Alzheimer, mas antes que sua memória falhe de vez, ela decide fazer um curso de composição poética. A partir do momento que começa a observar o mundo com um olhar aguçado, descobre que há poesia em tudo que a rodeia, ao mesmo tempo em que se depara com a crueldade e alienação do ser humano, incluindo aí, seu próprio neto.

Quando é procurada pelo pai de um dos colegas do neto e fica sabendo que ele, juntamente, com outros cinco garotos vinham estuprando uma adolescente do mesmo colégio, levando-a ao suicídio, Mija não tem outra alternativa, a não ser,  aderir ao "sistema" da corrupção, do capitalismo selvagem, da impunidade.

Mas será que ela resistirá até o final, alienada ao meio ? É aí, onde se encontra o trunfo de "Poesia", uma vez que acometida pela doença e pelos lapsos de memória, não sabemos até que ponto a personagem está de fato, a par da realidade ou alheia a ela. E com o talento de saber conduzir uma história como essa, misturando sentimentos tão ambíguos, é que Lee Chang-dong consegue presentear o espectador com obra tão marcante e sublime.

Na contramão, está o jovem Apichatpong com seu deplorável filme "Tio Boonmee....". Afinal de contas, o que este filme tem demais (ou de menos) que eu não conseguir captar ? O tio em questão sofre de insuficiência renal e está com seus dias de vida contados. Decide então, se refugiar na floresta, afastando-se do centro urbano, a fim de se conciliar com a natureza e fazer uma espécie de retiro sensorial.

O problema, ao meu ver, é que Apichatpong não consegue fisgar o espectador como faz o peixe com a princesa, na cena da cachoeira. A intenção de mostrar que quando estamos no fim da linha, a melhor opção pode ser a aproximação com a natureza mais selvagem, aquela intocada, próxima de nossa essência, é das melhores, porém o resultado sofrível.

Tirando a bela cena da caverna, cujo interior mimetiza um céu estrelado e o início do filme, que mostra um  búfalo (reencarnação do Tio ?) explorando uma típica floresta tropical asiática, "Tio Boonmee Que pode Recordar Suas Vidas Passadas" é um daqueles delírios de cineasta com muita estrada ainda para trilhar que, erroneamente, foi incensado pela crítica. Lamentável!
Legenda da Foto 1: Mija se inspira na natureza para compor seu primeiro poema

Legenda da Foto 2: Tio Boonmee em reunião familiar

quarta-feira, 9 de março de 2011

Maratona Cinematográfica (Parte I)

                                                                                           

                                                                    Ao som de "Hollywood, Mon Amour"

Não. Não vou falar nesta postagem ainda, sobre a Virada Cinematográfica que irá acontecer neste sábado, às 23h, no Cinemark Jardins. Deixarei esse assunto para logo mais, porque agora irei, mesmo que, resumidamente, comentar sobre os nove filmes que assisti neste carnaval em Sampa.

Constatei mais uma vez, que o Oscar (por mais que eu faça um alarde sobre a premiação) não deve ser levada muito a sério (pelo menos em algumas ocasiões). Como escrevi antes no blog, a cerimônia deste ano foi a da "Previsibilidade" e, tendo assistido a três dos filmes estrangeiros em competição, bem que poderia ter dado uma "zebra".

Senão vejamos: "Biutiful" que assisti no mês passado, já tinha me deixado desnorteada por conta da atuação de Javier Bardem e do roteiro assinado por Alejandro González Iñárritu, Armando Bo e Nicolás Giacobone. Como um bom exemplar do cinema do diretor mexicano, Iñárritu, o longa é daqueles que deixa o espectador "balançado" ao sair do escurinho do cinema. Falei, inclusive, que ele tinha chances de ganhar na categoria, mas não deu. Merecia ? Com certeza, mais que o vencedor "Em Um Mundo Melhor" da Dinamarca e menos do que "Incêndios" do Canadá.

O vencedor da categoria, dirigido de forma competente por Susanne Bier ("Depois do Casamento") é daqueles filmes que vão num crescente a cada cena, com uma tensão que não deixa o espectador desviar a atenção um momento sequer, a não ser no final, quando a sensação de frustração é inevitável, por ter a diretora escolhido um desfecho "lugar comum".

No filme- que me lembrou "A Fita Branca", no aspecto da germinação do mal entre jovens- deparamo-nos com personagens adultos, por vezes, infantilizados, enquanto que os adolescentes parecem querer a todo custo amadurecer antes do tempo devido. O adulto bom (o médico Anton, vivido pelo ator Mikael Presbandt) é transformado pelas mãos de Bier numa espécie de mártir, de ser humano deslocado nesse mundo contemporâneo cheio de armadilhas.

Já Christian (William Jøhnk Nielsen) é a personificação do garoto-problema, que após a morte da mãe, sai de sua Inglaterra natal e vai morar com a avó, na Dinamarca. Visto como "estrangeiro" pelos colegas de turma, consegue um aliado, o rejeitado Elias (Markus Rygaard), que vive apanhando de um aluno mais velho.  Quando Christian toma as dores do colega para si, sua mente ardilosa começa a arquitetar planos para a vingança, mas nada chegará próximo à atitude de "defender a honra" do pai do amigo, o médico Anton.

O roteiro "dá pano para muita manga" e, em um dado momento, parecia até que eu iria sair do cinema com um belo pulôver confeccionado pela diretora. Mas eis que, acidentalmente, a roupa começa a se desfiar pouco antes dos créditos finais e a sensação de frustração toma conta do meu corpo gélido.

Melhor se aquecer no calor de "Incêndios", co-produção Canadá/França que até agora, para mim, foi o mais impactante dos três. Com final inesperado (verdadeira apunhalada no lado esquerdo do peito), a trama gira em torno da história de Nawal Marwan (a ótima Lubna Azabal), que acompanhamos em flashback, após sua morte.

Seus filhos gêmeos- Simon e Jeanne- recebem após a leitura do testamento, a incumbência de entregar uma carta a seu pai, que não conhecem, e ao irmão, que nem sabiam da existência. Simon (Maxim Gaudette) acha melhor não mexer no passado, mesmo que isso contrarie o último desejo de sua mãe. Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulain), no entanto, com personalidade bem semelhante à mãe, decide iniciar uma jornada no Oriente Médio, terra de seus ancestrais, a fim de desvendar o mistério.

Denis Villeneuve dirige bem os atores e dá o tom trágico na medida, para que o filme abale as estruturas de quem o confere, mas sem cair no melodrama fácil. O que chama a atenção nesta tragédia é a abordagem que Villeneuve faz sobre amor e guerra, intolerância e perdão. Tudo baseado no a peça do libanês, radicado canadense, Wadji Mouawad.

Um petardo que merecia o prêmio, sem dúvida.

OBS: Comentários sobre "Poesia", "Inverno da Alma", "127 Horas" e muito mais na próxima postagem. 

Legenda da Foto: A atriz belga Lubna Azabal bem que merecia também uma indicação

quarta-feira, 2 de março de 2011

Recesso de Carnaval

O Bangalô vai cair na folia "cultural" neste final de semana, de modo que depois das Cinzas, muitas novidades vão aportar por aqui. Aguardem avaliações sobre filmes, exposições e shows !!!

Até a próxima semana e bom Carnaval!!!!!!