quinta-feira, 31 de julho de 2008

Deborah Colker mostra "Cruel" no TTB

Para quem andava com saudades das peripércias coreográficas da carioca, Deborah Colker, elas poderão ser conferidas, em Aracaju, nos dias 12 e 13 de agosto, com espetáculo "Cruel". Da última vez que sua companhia esteve por aqui, com "Nó", Colker não subiu ao palco e parece que esta é uma tendência seguida pela bailarina, desde então: dedicar-se apenas à criação.
A estréia do espetáculo deu-se em março deste ano, no Festival de Curitiba, um dos mais respeitados no quesito dança, do país. Agora, a turnê chega ao Nordeste, sendo Aracaju agraciada com dois dias de muito apuro técnico e força física desenvolvida pelos 17 bailarinos em cena.
O cenário e a direção de arte são de Gringo Cardia. Berna Ceppas faz a direção musical. Já a iluminação fica a cargo de Jorginho Carvalho e os figurinos, sob o comando do estilista Samuel Cirnansck.
As apresentações desse nono espetáculo da Cia. Deborah Colker, que há 15 anos é patrocinada pela Petrobras, acontecem no Tobias Barreto, a partir das 21h. Imperdível!!!!

Suyene Correia

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Aviso aos navegantes...

Gente, quem quiser enviar e-mails para o Bangalô Cult, o endereço é suyenecorreia@gmail.com
Somente por este e-mail poderei trocar idéias com os navegantes.
Um abraço

Suyene Correia

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Filmes em Todos os Cantos e para Todos os Gostos


O sergipano não pode reclamar da falta de opção para assistir a bons filmes. Claro que não estou me restringindo às exibições do Cinema, pois salvo um ali, outro acolá e as sessões do Cine Cult, em tempos de férias, pouca coisa se salva.
A boa da hora, são as exibições que locais alternativos, como a Casa Curta-SE e Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV) estão realizando. Na Casa Curta-SE, capitaneado por Rosângela Rocha, os cinéfilos podem conferir gratuitamente, nas noites de terça-feira (19h) uma programação de curtas nacionais e estrangeiros. Segundo a coordenadora geral do espaço, a princípio os filmes exibidos serão os selecionados dos últimos Curta-SE. A saber, após a exibição, haverá espaço para debates.
Já no NPDOV, de 11 a 15 de agosto, irá rolar uma programação especial intitulada O Tempo No Cinema onde poderão ser vistos filmes como O Espelho de Andrei Tarkovski, Profissão Repórter de Michelangelo Antonioni, O Silêncio de Ingmar Bergman (foto), Danação de Bela Tarr e Decurso do Tempo de Win Wenders. As exibições acontecem às 20h e a entrada é gratuita.
O Cineclube Sanatório, também exibe no NPDOV aos sábados (quinzenalmente), a partir das 20h, filmes da Pornochanchada. No último sábado, foram exibidos Soberano de Kiko Mollica e Ana Paula Orlandi e Histórias Que Nossas Babás Não Contavam de Osvaldo de Oliveira.
No próximo dia 09 de agosto, será a vez das exibições de Boca Aberta de Rubens Xavier e O Bem Dotado Homem de Itu de José Miziara.
Enquanto o NPDOV fica localizado à Rua Lagarto, 2161 (B. São José), a Casa Curta-SE está localizada à Rua Teixeira de Freitas, 175 (B. Salgado Filho). As exibições são gratuitas.

Suyene Correia

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Neo-Regionalismo + Abstracionismo Informal

Dá para entender o que o artista plástico Ismael Pereira quer dizer com essas duas tendências artísticas que ele pretende mostrar na próxima terça-feira, na Galeria Jenner Augusto (Sociedade Semear Petrobras)?
Não? Então, se vc está curioso em decifrar o novo estilo do pintor, vale a pena dar uma conferida na exposição, que tem vernissage no dia 29 de julho às 19h30.

Ontem, conferi algumas telas na casa de Ismael e confesso que fiquei encantada com o domínio dos pincéis desse simpático capelense. Isso, em se tratando de abstracionismo, porque no que tange ao seu figurativismo geométrico, nunca tive dúvidas.

O artista mostrará ao público, não só cerâmicas decoradas com sua marca registrada (as mandalas), mas também, uma nova linguagem pictórica, onde a imaginação do observador é complementar à idéia inicial do autor.Telas vibrantes com pinceladas precisas e uma fruição de emoções. Tudo isso pode ser constatado nos trabalhos mais recentes de Pereira.

Quem não puder ir à abertura, a exposição ficará em cartaz de 29 a 22 de agosto. A Sociedade Semear Petrobras fica localizada à Rua Vila Cristina, 148.

Suyene Correia

quinta-feira, 24 de julho de 2008

1968- Ano Emblemático

1968- Eles Só queriam Mudar o Mundo_livro
Vocês que têm em torno dos trinta e poucos anos, assim como eu, só ouviram falar dos acontecimentos que marcaram o ano de 1968. Pode ter sido na aula de história, através do depoimento dos pais ou através de outras fontes. Mas os fatos foram tantos e tão significativos(cada um, em alguma parte do mundo) que para quem não vivenciou, a cabeça termina ficando poluída de informações.

Daí, porque indico o livro "1968-Eles Só Queriam Mudar o Mundo" que foi lançado pela Jorge Zahar Editora, para aqueles que querem ficar um pouco mais por dentro do assunto, mas sem aquela explicação prolixa ou afetadamente acadêmica.

Os jornalistas Regina Zappa e Ernesto Soto fogem desse academicismo e se utilizam de uma narrativa dinâmica e rica em histórias saborosas para contexualizar os acontecimentos mais marcantes (e não foram poucos) do ano de 68 pelo mundo afora.

Guerra do Vietnã, Guerra Fria, ditadura militar, greves, assassinatos de líderes políticos, apartheid, contracultura são alguns dos temas abordados pelos autores, que apesar de se concentrarem em 1968, não deixam de situar o leitor dentro da década de 60.

Quem não leu ainda, vale a pena dar uma conferida. A leitura flui rapidamente e um final de semana, com certeza, será suficiente para dar conta deste ano emblemático!
Preço sugerido: R$ 45


Suyene Correia

terça-feira, 22 de julho de 2008

Um Coringa inesquecível!!!

Não tem jeito. O Coringa, interpretado pelo ator Heath Ledger (morto no início do ano) neste "Batman- O Cavaleiro das Trevas" está irrepreensível!!! Assisti ontem ao filme ( o melhor do homem-morcego, por sinal) e não conseguia ver o ator por debaixo da maquiagem pesada e borrada do seu personagem.
O Coringa cruel, grosseiro, irônico e estapafúrdio está ali, como aquele dos quadrinhos e não adianta comparar com o já feito pelo grande Jack Nicholson, porque cada macacao, no seu galho.

Prefiro a performance de Heath porque este tem mais jeito de vilão. O Coringa de Nicholson é mais escrachado, terminou virando uma marca do próprio ator, que a gente não consegue mais desvencilhar (o ator do personagem).

Mas o mérito do filme não é só do jovem ator suicida (?). Tem Christian Bale (não vou muito com a cara dele, mas por debaixo da máscara, até que agüento), tem o ótimo Gary Oldman (irreconhecível com aquele bigode e óculos) vivendo o chefe de polícia Gordon e o bonitão Aaron Eckhart como o promotor Harvey Dent.

Ainda tem também as hipnotizantes aparições de Morgan Freeman e Michael Caine, que mesmo secundárias, são de suma importância para darem um upgrade à narrativa. Enfim, o filme é puro divertimento mas de alto nível (você sente o "cheiro" de cada dólar gasto para a produção desse blockbuster) e não é nada espantoso constatar que só no Brasil, ele já arrecadou cerca de 4,5 milhões de dólares.

Confira esse filme de atmosfera soturna!!!

Suyene Correia

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Muito Barulho Por Nada

Ontem, a Biblioteca Epiphânio Dória, estava lotada (como há muito não via), por conta do lançamento do "dicionário" 2 Séculos de Artes Visuais em Sergipe. Artistas, intelectuais, estudantes de artes visuais e políticos se aglomeraram no auditório do prédio público para os pronunciamentos de praxe e depois, ocuparam a Galeria J. Inácio, a fim de conferir de perto obras de alguns dos artistas citados no catálogo.

Sim, porque a publicação está mais para catálogo do que dicionário. Eu e muitas pessoas (que tive a oportunidade de trocar idéias), estávamos esperando uma publicação mais robusta, de fino acabamento, já que seria a primeira publicação com esse intuito (reunir o maior número de artistas visuais em 200 anos de história da arte em Sergipe).

No entanto, ao folhear o catálogo-referência, deparei-me com alguns problemas: o fato de uma publicação de artes ser em P&B; das referências bibliográficas serem limitadas; só acontecer entrevistas com um número muito reduzido de artistas citados; a quantidade de artistas presentes no catálogo (200 anos de arte em Sergipe cabem em 86 páginas?); as reproduções dos trabalhos e das fotografias dos artistas estão em péssima resolução e etc.

Pode parecer que diante de minhas observações, eu não tenha achado nada de bom, nessa iniciativa.
Digamos, que foi um começo...Mas que a publicação ficou aquém do que se propagou, isso, ficou.

Suyene Correia

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Todas as Cores de Aldemir Martins

Quem não pôde conferir o vernissage da exposição "Aldemir Martins- De Todas as Cores" que aconteceu na última quinta-feira, no Espaço Norcon Decide, vale a pena dar uma olhadinha nas 10 gravuras (giclées) que se encontram lá.

Aldemir tem um traço quase infantil, mas nem por isso deixa de encantar ao espectador com olhar mais treinado. Os quatro gatos (lilás, vermelho, azul e branco) por exemplo, são uma unanimidade para quem visita a exposição, sendo o azul e o branco os que mais chamam atenção.
Mas sua natureza morta, o galo e o cangaceiro não ficam para trás, sendo Aldemir Martins para Genilson Brito, curador da mostra, o Pintor do Brasil.

A exposição fica em cartaz até o dia 16 de agosto e pode ser visitada de segunda a sábado, das 9h às 19h e aos domingos das 9h às 13h. O Espaço Norcon Decide fica localizado à Av. Oviêdo Teixeira, s/n.

Suyene Correia

Paulínia rende-se a "Encarnação do Demônio"

O I Fest Paulínia de Cinema encerrou suas atividades no último sábado, consagrando o filme "Encarnação do Demônio"de José Mojica Marins o grande vencedor do Júri Oficial e da Crítica.

Mojica ao lado de Fabiano Gullane (produtor) e Paulo Sacramento (montador) comemorou muito ao receber o troféu Menina de Ouro e o prêmio de R$ 60 mil reais.

O filme ainda arrebatou os prêmios de Melhor Montagem, Trilha Sonora, Edição de Som, Direção de Arte e Fotografia. O prêmio de Melhor Documentário ficou para "Simonal-Ninguém Sabe o Duro que Dei" de Cláudio Manoel, Calvito Leal e Michael Langer e o de Melhor Curta-Metragem (Prêmio da Crítica) ficou para "Dossiê Rê Bordosa" de César Cabral.

O I Fest Paulínia já nasceu grande e esperamos (nós, amantes do cinema) que ele tenha vida longa. Parabéns Tatiana Quintella, Rubens Ewald Filho e Ivan Mello.
Suyene Correia

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Rubens Ewald no Curta-SE 9 ?


O curador do I Festival Paulínia de Cinema, Rubens Ewald Filho, externou seu desejo em participar do Festival Ibero-Americano de Curtas-Metragens de Sergipe. Depois de me conceder uma entrevista exclusiva (a ser publicada em breve no Jornal da Cidade), o anfitrião do festival bateu um papo descontraído comigo e aproveitei a oportunidade para fazer considerações sobre o Festival de Curtas Sergipano.
Como Rubens não conhece Aracaju, mas já ouviu falar muito bem da "Terra de Ará", revelou ter desejo de vir para cá e porque não, na época do festival, onde poderia participar de debates ou seminários.
Fica dada a dica para Rosângela Rocha, coordenadora geral do evento, pois a vinda desse jornalista com mais de 40 anos dedicados ao cinema, iria enriquecer, e muito, a programação do Curta-SE 9. Estamos precisando de mais debates...

Suyene Correia

"Alucinados" é adrenalina pura!!!

Confesso que minha cabeça ficou pesada, depois que assisti ao documentário "Castelar e Nélson Dantas no País dos Generais" de Carlos Albertos Prates Correia. Foi muita informação sobre um universo que não conheço bem ( o cinema brasileiro da época da ditadura), mas que pretendo explorar muito em breve.
No entanto, quando pensei que não teria disposição de assistir ao filme logo em seguida, "Alucinados", de Roberto Santucci, a jornalista Rosário Caetano foi logo avisando: "você não irá nem piscar..."
Ela tinha razão. O filme é um thriller bem acabado, ambientando no Rio de Janeiro e cujos atores estão afiadíssimos, a saber: Cláudio Gabriel, Mônica Martelli, Sílvio Guindane e Tarcísio Filho.
Ainda que a história da psiquiatra Júlia (Martelli) que é seqüestrada pelo ex-paciente viciado, Casé (Gabriel) numa tentativa de acerto de contas, derrape no final, o desenvolvimento do roteiro nos primeiros 2/3 do filme é irrepreensível.
Em alguns momentos, o espectador até se diverte com as trapalhadas dos dois marginais Casé e Sapeca (Guindane), que mais parecem os irmãos metralha. Porém, o que prevalece na trama é o suspense e o ritmo acelerado.
Mérito para o diretor Santucci de "Olé- Um Movie Cabra da Peste" (1999) e "Bellini e a Esfinge" (2002), que apresentou seu filme em Paulínia, numa versão ainda em construção.

Suyene Correia

terça-feira, 8 de julho de 2008

Rodrigo Santoro marca presença em Paulínia



A tarde do quarto dia do Festival Paulínia de cinema foi marcada por mais uma visita ilustre. Dessa vez, o galã e astro internacional, Rodrigo Santoro, compareceu ao debate "Produção-O Filme Antes do Filme" e fez algumas considerações sobre a sua preparação como ator para participar de um longa.
O ator é muito mais que um rosto bonito. Bem articulado, frisou que apesar de estar participando de produções internacionais, não deixa seu porto seguro: o Brasil. Além disso, contou como mergulha de cabeça nos personagens e de como, até pouco tempo atrás, não trabalhava com agentes.
Pena que não tenha dado para bater um papo mais demorado com o ator. Logo em seguida ao debate, que contou também com Patrick Siaretta (TeleImage), Leonardo Barros (Conspiração Filmes) e Rubens Ewald Filho como mediador, segui apressada para o Theatro a fim de conferir os filmes da noite.
A mostra competitiva iniciou com um atraso de quase uma hora, mas depois da espera, veio o curta "Simplesmente, Hilda" de Ricardo Dias Picchi, que faz um balanço da vida e produção da escritora Hilst através do depoimento de seu grande amigo Mora Fuentes.
O filme concorre na categoria de curtas regionais e até aqui, foi o melhor apresentado.
O documentário "Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais" de Carlos Prates não é um filme fácil. Se o espectador não conhece bem a produção cinematográfica brasileira dos anos 60 e 70, é melhor passar bem distante.
Apesar de ter ganho a edição de Gramado do ano passado (melhor filme e montagem), o filme me deixou tonta. Preciso urgentemente passear pelo universo de Joaquim Pedro, Alberto Graça, Andrea Tonacci e Schubert Magalhães...
Antes do longa "Alucinados" de Roberto Santucci, foi exibido também na competitiva nacional, o curta "O.D. Overdose Digital" de Marcos Debrito. O diretor abusou dos recursos digitais e realizou um filme que, apesar do tema violento, ousa na estética e obtém um ótimo resultado.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Filme local inflama debate no Fest Paulínia

Hoje, pela manhã, no debate sobre os filmes regionais, a conversa foi inflamada por conta do filme "Caminhos do Tempo" realizado por Sarah Moura e que foi exibido na noite de ontem. A jovem diretora de 17 anos, não esteve presente ao debate, mas o roteirista e produtor Rogério Abade não aprovou minhas colocações sobre o amadorismo da produção, o tom piegas entre outros problemas técnicos.
Penso que para um profissional amador do audiovisual (apesar dele ter alguns curtas no currículo), ele ainda tem muito o que aprender sobre humildade. Ele, que por sinal, falou antes da exibição no Theatro Municipal de Paulínia que gostava muito de pessoas simples e humildes, como a Sarah, esqueceu de colocar em prática esta virtude.
O filme é de um didatismo impressionante, mas isso não compromete a qualidade da Escola Magia de Cinema, já que não é por conta de um único produto, de uma única aluna que podemos classificar uma instituição. Espero que o roteirista reflita sobre as questões levantadas e esteja mais aberto às críticas construtivas.


Suyene Correia

Paulínia abre espaço para os debates




No terceiro dia do I Festival Paulínia de Cinema, o evento abriu espaço para os debates mais engajados com discussões envolvendo críticos e jornalistas especializados na área de cinema.
Depois do bate-papo com o diretor Reinaldo Pinheiro do "Nossa Vida Não Cabe Num Opala" (sabe que depois do debate, acho que darei uma segunda chance ao filme?) acompanhado de outras personas envolvidas na produção, consegui finalmente entrevistar o generoso Rubens Ewald Filho (de quem sou fã há 27 anos).
A conversa fluiu muito bem durante o almoço e Rubens foi revelador em alguns momentos (em breve publicarei a matéria no JC). Segui então para a Escola Magia do Cinema (O NPDOV está precisando conhecer esta escola...), a fim de debater sobre a relação da Imprensa com o Cinema Nacional.
Foi durante este debate (que se configurou numa conversa informal), envolvendo os jornalistas Maria do Rosário Caetano , Luiz Zanin, Carlos Merten (fotos acima), Hermes Leal (Editor da Revista de Cinema), entre outros, que Rubens me fez uma surpresa: me chamou ao palco para falar um pouco da minha experiência jornalística e minha paixão sobre a Sétima Arte.
Fiquei muito feliz e honrada por conta dessa inserção no grupo. Foi uma prova de extrema gentileza do Rubens que é um ótimo anfitrião (juntamente com a Tatiana Quintella- Secretária de Cultura do Município).
À noite, continuei a maratona do festival, assistindo ao execelente filme de animação "Dossiê Rê Bordosa do César Cabral, ao iressistível documentário "Waldick, Sempre no Meu Coração" de Patrícia Pillar e ao longa "Pequenas Histórias" do Helvécio Ratton.
O primeiro fez a platéia delirar!! A animação em stop-motion bastante elaborada do Cabral, que faz um retrospecto da vida dessa personagem marcante do cartunista Angeli, tenta explicar porque a "vida" da Rê Bordosa foi abreviada. Com um apuro na criação dos personagens e com um roteiro prá lá de escrachado, o Dossiê entra para a história da animação brasileira como um dos filmes mais divertidos já feitos.
O documentário sobre Waldick Soriano é triste, porém revelador em alguns momentos. A estréia de Pillar (que não pôde vir à exibição por conta das gravações de A Favorita) atrás das câmeras não poderia ter sido melhor. O homem que vemos na tela é amargurado, seco e infeliz (ele diz que não conheceu a felicidade, apesar de estar à procura dela esse tempo todo), ainda que tenha
tido seus momentos de glória e seja bem quisto por muitos (de admiradores antigos aos mais novos, que são hipnotizados por aquele vozeirão).
No entanto, a busca de um amor que não veio (pelo menos as mulheres que se envolveram com ele, ainda o amam), as desavenças com o filho e a doença marcam o filme com uma áurea depressiva. Mas vale a pena ser visto. Deve ser visto, na verdade. Patrícia Pillar tem futuro como realizadora.
Só não gostei muito de "Pequenas Histórias". É um filme mais para crianças. As duas primeiras que são mais folclóricas -sobre o Casamento da Iara e a Procissão das Almas-perdem de longe para O Espírito de Natal e Zé Burraldo.
O Espírito traz o talento inquestionável de Paulo José e Zé Burraldo é vivido por Gero Camilo numa personificação impagável bem ao seu estilo. Mas vale destacar a participação de Maurício Tizumba (lembra dele em Narradores de Javé?) na história da Iara (Patrícia Pillar) e de Constantin de Tugny como Vevé na Procissão das Almas (primeiro trabalho do garoto no cinema).
Helvécio Ratton sabe como conquistar as crianças, decididamente.

Suyene Correia

domingo, 6 de julho de 2008

Segundo dia em Paulínia






O Festival Paulínia de Cinema prossegue a todo vapor com debates e exibições de longas na competitiva. Pela manhã, a imprensa bateu um papo com o diretor de O Mistério do Samba" Lula Buarque de Hollanda e do produtor Leonardo Monteiro de Barros.


Logo em seguida, foram divulgados os projetos vencedores do edital da Prefeitura (Via Secretaria de Cultura), a saber: "Jean Charles" de Henrique Goldman; "O Contador de Histórias" de Luiz Villaça; "Salve Geral" de Sérgio Rezende; "Mamonas, o Filme" de Maurício Eça; "Aparecida, Padroeira do Brasil" de Rogério Gomes; "Cabeça a Prêmio" de Marco Ricca; "Eu e Meu Guarda Chuva" de Toni Vanzolini; "Tropicália" de Marcelo Machado; "Crianças Abandonadas" deHank Levine e "Hoje" de Tata Amaral.


À noite, segundo dia do evento (primeiro da competitiva), foi exibido "Minha Vida Não Cabe Num Opala". Particularmente, não suporto este filme, que já passou em Aracaju, na Virada Cinematográfica do Cine Cult, em plena duas da matina.


Aqui, em Paulínia, ele abriu a mostra competitiva mas a receptividade do público foi bastante fria (tão fria quanto a temperatura ambiente). A história baseada numa obra de Mário Bortolotto ("Nossa Vida Não Vale um Chevrolet"), não emplaca em nenhum momento, e os atores são mal dirigidos pelo diretor Reinaldo Pinheiro. Nem o execelente ator Leonardo Medeiros (que está virando a mais nova figurinha carimbada do cinema) se salva.


Destaque para as participações especialíssimas de Dercy Gonçalves (que compareceu à festa) e Marília Pêra.

Os homenageados da noite: Dercy Gonçalves e o casal Paulo Goulart e Nicete Bruno.


Aproveitei a deixa (não assiti ao filme) para comprar algumas edições da Coleção Aplausos e conversar com o Marcelo Pestana (uma figura extremamente espirituosa) e seu sócio Carlos Cirne, que trabalham na pesquisa iconográfica, projeto gráfico, revisão, editoração e coordenação operacional da Coleção Aplauso além de serem os editores da Newsletter "Colunas e Notas". A noite valeu muito a pena!!!!


Agora, é esperar o próximo debate e a programação do dia que será quentíssima...





Suyene Correia

sábado, 5 de julho de 2008

Festival com "cara" de OSCAR










Foi assim, que foi aberto ontem, em Paulínia (SP), o I Festival Paulínia de Cinema: com cara de Oscar. Além do Tapete Vermelho e das arquibancadas colocadas ao longo da passarela por onde as celebridades desfilaram, o evento era puro glamour, com muitos astros do cinema e da TV, impecavelmente, trajados.
Lima Duarte, Alice Braga, Vera Holtz, Fernando Meirelles entre outros, circulavam pelo foyer do teatro (que tem a mesma capacidade do TTB, mas com estrutura menor), enquanto Rubens Ewald Filho, curador do evento, era pura felicidade, atendendo a todos da imprensa e explicando como o festival nasceu e como a cidade de Paulínia dava outro passo importante, dentro do desenvolvimento do Pólo Cinematográfico (que já dispõe de estúdio e Escola de Cinema).
Fernanda Montenegro, deslumbrante (num vestido preto marcado por uma rosa vermelha na altura do abdômen), foi a mestre de cerimônia da abertura do evento, que homenageou Lula Buarque de Hollanda, Alice Braga, Fernando Meirelles, Denise Fraga e Sílvio de Abreu.
Depois da entrega dos troféus Menina de Ouro aos homenageados, a platéia que praticamente lotou o Theatro Municipal de Paulínia, assistiu ao documentário "O Mistério do Samba" de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor (filha do Arnaldo) sobre a Velha Guarda da Portela.
As partipações de Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Marisa Monte (que assina a direção musical e é cunhada de Lula Buarque) dão o tom certo ao longa que emociona em alguns momentos, principalmente, quando as mulheres cantoras da Portela entram em cena.
Logo em seguida, a cantora Maria Rita fez uma apresentação calcada no seu trabalho Samba Meu. Talvez, o único porém da noite iluminada, já que, decididamente, a filha de Elis não tem uma voz que combine com samba.
O frio apertou na madrugada (13 graus), mas não fez desanimar o público que saiu contente e nem a imprensa, preparada para o rojão que começa novamente, hoje.



Suyene Correia