quarta-feira, 27 de maio de 2015

Maori Bar recebe "Nós no Enxame"

O evento “Nós no Enxame” foi idealizado por um coletivo de artistas locais, que vem apresentando novas linguagens estéticas em seus trabalhos, integrantes da nova geração da arte sergipana, na música, literatura, artes plásticas e dança.

Na programação, do próximo dia 29 de maio, que aportará no Maori Bar (Coroa do Meio), a partir das 23h, haverá show da cantora Sandyalê, que irá contextualizar as performances das dançarinas Paula Auday, Júlia Delmondes, Paula Barreto; do poeta Pedro Bomba,;a intervenção visual de Yuri,Yuri e a música raiz do Grupo Ibura.

Desde o seu surgimento, o Maori Bar abriga a nova cena da arte contemporânea de Sergipe, possibilitando o surgimento de novas idéias, provocações estéticas e projetos inovadores. O show “Nós no Enxame” vem com uma atmosfera de consagração e despedida desse local, que acaba de anunciar o encerramento de suas atividades.


Navegando com "As Bicicletas de Iberê Camargo"

"As Bicicletas de Iberê Camargo" é o título da exposição virtual que o artista gaúcho ganha a partir de hoje, em plataforma web e mobile friendly, organizada pelo Itaú Cultural, com curadoria do Núcleo de Artes Visuais do instituto, e em parceria com a Fundação Iberê Camargo no domínio sites.itaucultural.org.br/bicicletasdeibere. 

Com duração prevista de um ano, serão disponibilizadas 56 obras em que aparecem ciclistas e bicicletas, incluindo pinturas, gravuras, desenhos e estudos, datados do final dos anos 1980 até meados de 1990. A exposição é uma homenagem do Itaú Cultural ao centenário de Iberê Camargo, morto em 1994, vítima de câncer no pulmão. 

Além das obras de arte e documentos, a exposição virtual traz 16 fotografias de diversos momentos da vida do artista, complementadas por 10 vídeos, dos quais dois o mostram em atividade e oito são depoimentos de personalidades ligadas ao pintor – o professor e curador independente Marcos Moraes; o artista Eduardo Haesbaert, que foi seu assistente de gravura; a artista visual Regina Silveira, que foi sua aluna de gravura; e Sônia Salzstein, crítica de arte, professora titular de História da Arte da ECA-USP e autora de Diálogos com Iberê Camargo (Cosac Naify, 2004).

A Mostra- Sem fugir da linha das exposições tradicionais, "As Bicicletas de Iberê Camargo" está dividida em quatro eixos – Corpo, Sentidos, Processo e Vida. No primeiro, a figura humana é o assunto central das obras. Nelas, ganha relevo a gestualidade do processo criativo do pintor em trabalhos do final da década de 1980, nos quais problematiza o corpo como máquina e desperta outras reflexões. Aqui é possível visualizar quadros das importantes séries "Ciclistas" e "Tudo Te é Falso e Inútil", e obras como 'Manequim e Ciclista' (1992), e a dramaticidade tão frequente nesta fase de Iberê vista em 'Mulher e Manequim' (1991).

Sentidos, o segundo eixo, apresenta interpretações de estudiosos, curadores e críticos apontando para um entendimento sensorial e emocional da produção do artista. Alinhavados por palavras aleatórias como morte, vazio, carne, realidade transfigurada e outras, surgem aqui as telas 'A Idiota' (1991), 'Ciclista' (1990), 'Mulher de Bicicleta' (1989) e tantas outras que, de alguma forma, carregam em si a intensidade e sobriedade características de Iberê Camargo.

Na sequência, Processo, o terceiro passo, joga luz nas diversas etapas de criação do artista com uma seleção de rascunhos, desenhos de observação e gravuras – todos pouco exibidos ao longo de sua carreira. Entre as obras, 'Ciclista 3' (1991) e estudos originais em traços de caneta esferográfica e nanquim sobre papel apresentados com nitidez.  

Por fim, na seção Vida, "As Bicicletas de Iberê Camargo" revela, em tom intimista e por meio de retratos os espaços do ateliê de Iberê Camargo, a sua relação com outros artistas e outros pontos importantes de sua biografia.

O Projeto- Esta exposição virtual é uma realização do Itaú Cultural. A plataforma própria contém recursos que facilitam o acesso por meio de dispositivos móveis, como tablets e smartphones e para compartilhamento via Twitter e Facebook, tendo suas visualização e botões de controle adaptáveis, merecendo a qualidade de mobile friendly. Para valorizar o estudo da obra de Iberê Camargo, ao menos cinco trabalhos podem ser apreciados com uma lupa especial de super zoom – 'Ciclista' (1988), 'Mulher de Bicicleta' (1989), 'Sem título' (1991), a matriz para a gravura 'Ciclista' (1989) e seu respectivo trabalho final. Desta maneira, detalhes das reveladoras camadas de matizes escuros e claros, em pinceladas grossas tão singulares do artista podem ser visualizadas pelo navegante.

O projeto é uma realização em parceria com a Fundação Iberê Camargo, criada em 1996 e dedicada à preservação e à divulgação do acervo do artista. Outras ações já marcaram a relação entre as duas instituições, entre as quais se destaca a mostra Sob o Peso dos Meus Amores, sobre uma retrospectiva do artista visual Leonilson, realizada em 2011 no instituto em São Paulo, e em 2012, na fundação em Porto Alegre.

SERVIÇO
As Bicicletas de Iberê Camargo
Exposição virtual
sites.itaucultural.org.br/bicicletasdeibere
Projeto: Itaú Cultural com apoio da Fundação Iberê Camargo

quarta-feira, 20 de maio de 2015

História do Coronelismo em Itabaiana ganha Publicação




O Prof. Dr. Antônio Carlos dos Santos lançará na próxima segunda-feira, dia 25 de maio, às 18h, no hall da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o seu 10o livro: “Poder Local e Relação de Dominação: Itabaiana, entre 1945 e 1963”. Trata-se de uma pesquisa histórica, realizada no então Núcleo de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFS, orientada pelo Prof. Ibarê Dantas.
 
Segundo o professor Antonio Carlos, a demora em publicar essa pesquisa, deveu-se a duas razões. A primeira, de ordem teórica, diz respeito aos rumos que tomaram as pesquisas após a defesa dessa monografia. Ou seja, o autor se enveredou pelos rumos da filosofia política, não havendo brechas para análises mais práticas, mesmo do ponto de vista teórico. A segunda, de ordem prática, o autor percebeu que, passados pouco mais de 20 anos, seu texto não envelheceu e que talvez a leitura dessa pesquisa pudesse ajudar ao leitor contemporâneo, a entender melhor a política com bases coronelística, que remonta à metade do século passado, de modo particular, em Itabaiana. 

"Essas duas razões convenceram-me a publicar a pesquisa, que corria o risco de virar pó nas estantes, inacessível ao grande público. A tese central é que a produção historiográfica sobre a temática do coronelismo a partir de 1949, passou a qualificar o coronel como o grande proprietário de terra que mantém uma forma específica de poder político no campo, por meio de práticas pré-capitalistas. Na tentativa de entender o coronelismo como um sistema político de dominação, os teóricos nem sempre levam em conta as especificidades locais. Nesse sentido, o propósito do livro é analisar a possibilidade de existência de um tipo de coronelismo, o urbano, surgido a partir de 1945", explica. 

A ideia apresentada não tem pretensões globalizantes. Sua finalidade é fazer um estudo de caso, no qual Itabaiana, entre 1945 e 1963, é analisada em seus aspectos políticos e econômicos, envolvendo dois chefes de famílias tradicionais: Euclides Paes Mendonça e Manuel Francisco Teles. Ambos disputaram o controle do eleitorado da região, como também a freguesia dos seus respectivos armazéns.

Para Ibarê Dantas, responsável pelo prefácio da obra, Antônio Carlos “construiu um trabalho de valor, pela apreciação das posições dos principais autores que trataram do tema, pelo acréscimo de novos elementos sobre as principais lideranças locais, inclusive sobre a evolução dos seus patrimônios, e pelas avaliações de suas tendências”.

terça-feira, 19 de maio de 2015

ZONS na Ilha será lançado no Cine Vitória




Lançado em 2013, pelos amigos Victor Balde e Aragão, o  ZONS- festival independente de música, que agrega shows, realização de filmes e oficinas- surgiu com a proposta de aliar arte, sustentabilidade e responsabilidade social.  Em dezembro daquele ano, apresentaram-se num Rancho Por do Sol (Aruana), as bandas Plástico Lunar (banda convidada), Do Coração Partido, Ato Libertário, Elvis Boamorte e os Boas Vidas, Máquina Blues e The Baggios. Parte do público, levou para casa o DVD gravado no início de 2013, contendo performances dos artistas escalados para o evento.

No ano passado, foi a vez de Patrícia Polayne, Alex Sant'Anna, The Renegades of Punk, Coutto Orchestra, Reação e Plástico Lunar, participarem do festival e gravarem clipes para o produto audiovisual. Agora, o público terá a chance de conferir os clipes gravados na Atalaia Nova (na residência de Guga Viana), pois haverá o lançamento do ZONS na Ilha, nesta quinta-feira, às 19h, no Cine Vitória (Rua do Turista). Na sexta-feira, haverá outra sessão dos clipes, às 17h e, no sábado, a sessão começará às 14h. Os ingressos serão vendidos ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

Para saber mais sobre esse novo produto audiovisual, produzido pela Lamparina, o BANGALÔ CULT conversou com Victor Balde e Aragão. Confira abaixo, a entrevista exclusiva:

Bangalô Cult- Fale como foi o lançamento do primeiro filme e como se deu a produção desse segundo produto audiovisual (tempo de gravação, escolha das músicas e dos artistas). Parece que dessa vez, o evento tomou uma proporção maior...

ZONS– O lançamento do primeiro ZONS aconteceu no Museu da Gente Sergipana e nos serviu como marco de realização, estabelecendo uma abertura para outras possibilidades de apresentação de um material audiovisual fora do circuito de festival ou lançamentos virtuais. Foi também um momento para mostrar o resultado do processo que envolveu várias pessoas e ação para permitir novos encontros presenciais, eixo central do projeto. Para esse ano, continuamos com a mesma ideia de estabelecer um marco nessa história que estamos construindo.

Quanto à proporção, tudo acaba envolvendo a dinâmica de produção e isso, de fato, percebemos que houve um aumento substancial. Muito mais pessoas participaram da produção e, portanto, acabou ganhando uma outra proporção. Mas também não quer dizer que seja maior ou menor que o ano anterior, apenas encaramos como diferente. Consequentemente, porque a produção se deu na Ilha de Santa Luzia - ou Barra dos Coqueiros, ou também Atalaia Nova, mas de toda sorte, uma ilha, tanto por isso o nome ZONS NA ILHA - e que envolveu quatro meses de pré-produção, quatro dias de captação, três desses seguidos e outro intercalado, aproveitando uma locação que permitiu ter vários biomas dispostos de forma a garantir diferentes locações em um mesmo lugar, mas que tinham uma unidade e atmosfera em comum que fossem fora de estúdio, ou “no mato” como gostamos de dizer.

Ter esse deslocamento do ambiente de estúdio ou casa de show, bar, etc, para que os músicos/artistas apresentassem seu trabalho, tocando ao vivo, agregando outros participantes, foram e são os nortes do projeto. As músicas foram escolhidas pelos próprios artistas e os artistas foram escolhidos pela curadoria do ZONS. A pós-produção aconteceu em quatro meses em parceria com a produtora  sergipana Lamparina.

BC- Como está a expectativa de vocês para essas sessões pagas no Cine Vitória ? Os apoiadores do projeto entrarão gratuitamente?

ZONS- Acreditamos que estamos na dinâmica produtiva e econômica da cultura local, mas não exatamente dentro dos modelos formais, até porque a formalidade nesse setor aqui em Sergipe não se configura. Isso nos coloca na situação de experimentarmos para saber o que realmente é possível ou não de acontecer. Nos arriscando para ver o que vai dar. Depois da sessão poderemos dizer algo, até lá, só poderemos dizer que a experiência de assistir algo em uma sala de cinema é única, ver e ouvir a nossa música em boa qualidade de som e imagem, nos parece bastante convidativo, e poder nos encontrar pessoalmente, mais ainda.

Foi feita uma negociação com o Cine Vitória onde metade da arrecadação será deles e a outra metade será nossa, assim, o número de cortesias ficou bem reduzido.

BC- Caso os interessados queiram adquirir o filme, ele será comercializado? Esse filme ainda faz parte do projeto do ano passado ?

ZONS- Estaremos vendendo o filme em full HD no suporte de pendrives de 8 GB. Através dos pendrives conseguimos manter a qualidade do filme e condiz mais com a temática sustentável do projeto.

Sim, esse filme foi finalizado por meio do Catarse no ano passado, e vendemos cerca de 140 pendrives antecipadamente.

BC- Vocês se inscreveram para a categoria videoclipe no Curta-SE 15 ?

ZONS - Não, como o filme foi finalizado recentemente, já havia passado do prazo de inscrição do Curta-SE.

BC- Alguma novidade sobre o ZONS 2015?

ZONS– Para 2015, fechamos uma parceria com o Estúdio Orí e fizemos o caminho inverso. Saímos do “mato” e fomos para o estúdio. Focamos desta vez nas plataformas virtuais para lançar o material de forma seriada, mas mantendo a ideia dos encontros. O produtor musical Eduardo Prudente junto com a equipe do ZONS fez a curadoria do projeto. Fomos em busca de novas composições de autores sergipanos de diferentes vertentes.

A partir da composição, convidamos músicos e interpretes para fazer com que essa interação trouxesse uma nova produção que só vai existir naquele contexto. É como estabelecer uma relação com o instantâneo da foto, ou o carácter documental do cinema de qualquer espécie, no que confere sua capacidade mesma de fixar o momento. O imortalizando naquele registro, podendo ou não gerar novos encontros a partir dele, mas nunca naquelas condições. Esse projeto tem o nome de ZORI e será lançado no segundo semestre de 2015. Vamos ficar atentos porque está bem bonito. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Orquestra de Ouro Preto traz repertório dos Beatles ao Atheneu


Orquestra de Ouro preto_Raphael Motta_http://bangalocult.blogspot.com
Orquestra de Ouro Preto apresenta repertório dos Beatles


Na sua segunda passagem por Aracaju, a Orquestra de Ouro Preto aposta, novamente, no potencial de apresentar o repertório popular dos Beatles com um tempero erudito. Sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo, o grupo mineiro tocará neste sábado, a partir das 20h30, no Teatro Atheneu. A entrada será gratuita.

Com sucessos como 'Hey Jude', 'Yesterday', 'Help', entre outros, o concerto faz uma viagem sonora pela biografia musical do grupo inglês, privilegiando a linha melódica original das canções, co violinos, violas, violoncelos e baixo. Elogiada pela crítica, a apresentação já foi levada a Liverpool, cidade onde o quarteto formado por John, Paul, George e Ringo iniciou sua trajetória. 

Nessa turnê nacional, a Orquestra de Ouro Preto, que é patrocinada pela Petrobras desde 2012, passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Bahia, Santa Catarina e Espírito Santo. para ter acesso ao concerto, basta retirar o ingresso a partir das 14h, do dia 23 de maio, na bilheteria do Teatro Atheneu.

Crédito da foto: Raphael Motta

terça-feira, 12 de maio de 2015

Humor Agridoce é a Tônica do Novo Livro de A. C. Viana


Jeito de Matar Lagartas_capa_http://bangalocult.blogspot.com



"Jeito de Matar Lagartas" chegou sem muito alarde, às prateleiras das livrarias brasileiras, em janeiro deste ano. O lançamento oficial, com sessão de autógrafos, do mais novo livro de Antonio Carlos Viana, deverá acontecer somente em agosto. Nem por isso, a coletânea de 27 contos, tem deixado de fazer bonito no ranking de vendas de livros do autor sergipano, pela Companhia das Letras. 

Segundo Viana, apesar do pouco tempo de vendagem, "Jeito de Matar Lagartas" já teve melhor desempenho que os anteriores "O Meio do Mundo e Outros Contos" (1999), "Aberto está o Inferno" (2004) e "Cine Privê", este último, vencedor do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) 2009.

Confesso que até o terceiro conto, justamente o que dá nome ao livro, ainda não tinha mergulhado de cabeça nessa nova publicação. Mas aí, veio 'Amarelo Klimt', com aquela dubiedade toda e uma pitada de perversão. Fisgou-me. Lembrei das historinhas macabras de Otto Lara Resende em "Boca do Inferno".

Seguiram-se 'Dona Katucha' e 'Cara de Boneca'- o preferido do autor- e, não tive como frear a leitura. Sete contos adiante e deparo-me com 'Madame Viola faz Escova Progressiva", onde a personagem principal anseia pela morte do marido, para que ela possa, finalmente, viver e 'Um Traidor', em que Dona Maria Reina, uma sessentona solitária, usa da imaginação e da vista para o mar, para se distrair.

Creio que nessas duas histórias, em que Viana explora com maestria as angústias e frustrações das personagens na maturidade, ele demonstra perfeito conhecimento da alma feminina. Tanto assim, que uma experiência de contação dessas e outras histórias de "Cine Privê", feita pela sua editora, com presidiárias, revelou isso.

"Segundo a minha editora, Vanessa Ferrari, depois de ler alguns contos para as detentas, uma delas disse que era melhor parar, porque as histórias estavam lhe deprimindo e angustiando outras colegas. Engraçado isso, a ficção ser mais forte que a realidade. Mas confesso que vou apertando o torniquete, até o leitor perder o fôlego", diz Viana.

Ainda que nos conduza à asfixia, por vezes, o processo da leitura dá-se de forma prazerosa, já que seus "causos" são temperados por um humor agridoce e um erotismo equilibrado, independente da temática. São recorrentes em suas publicações a abordagem das descobertas da infância e da adolescência, a solidão, a morte e o desejo, mas é incrível como cada conto tem sua especificidade e imprevisibilidade.

"Penso que um conto que deixa entrever, lá pelo meio, o que acontecerá no final, é 'fósforo riscado'. Então, eu deixo, às vezes, até a última frase, para revelar o que o leitor ainda não sabe". Mas antes de colocar o ponto final em cada história, Antonio Carlos Viana lê, relê e refaz frases ou substitui palavras, incansavelmente. Conto pronto, agora é hora de passar pelo crivo dos amigos Paulo Henriques Britto, Anna Maria Vasconcelos de Paula, Maruze Reis e do filho, André Viana.

Só a partir daí, ele faz a seleção do que entra na coletânea e envia para a editora. Seu mais recente livro foi gestado  em Curitiba e finalizado às pressas, num período de 15 dias, em meio a um turbilhão de emoções e incertezas: ele receberia a notícia inicial de uma recidiva de câncer na próstata, para meses depois, descartar a primeira suspeita e confirmar  o diagnóstico de mieloma múltiplo (um tipo de câncer que afeta a medula óssea).

Em processo de tratamento quimioterápico, Viana pretende após o lançamento de "Jeito de Matar Lagartas", no dia 8 de agosto, na Livraria Escariz, também promover uma sessão de autógrafos em São Paulo. "É incrível como tenho um público cativo na capital paulista, de modo que um lançamento por lá, faz-se necessário", conta.

Com  um romance engatilhado e vários contos na gaveta, prontos para serem organizados, Viana  diz que em breve, mais um dos seus contos será adaptado para o audiovisual, por um cineasta pernambucano.  O cineasta paraibano Marcus Vilar já transportou para a telona, 'O Meio do Mundo'  e  'O Terceiro Velho da Noite'. Seria por conta do regionalismo marcante, em seus livros, o interesse desses profissionais pela adaptação cinematográfica ?

Talvez, sim. Porém, creio que o principal atrativo para os cineastas, seja o fato do escritor sergipano criar tramas visualmente ricas. Se conseguirem alcançar o contista, na sua delicadeza e complexidade, o público cinéfilo sairá lucrando e Viana, de quebra, ganhará novos leitores.

P.S. A bela foto de capa é de autoria de André Viana que registrou a antiga morada do pai, situada na Jabotiana

sábado, 9 de maio de 2015

The Baggios lançará "10 Anos Depois" no Teatro Tobias Barreto


The Baggios_foto de Thiago Souza_http://bangalocult.blogspot.com
The Baggios no show de comemoração dos 10 anos
Capa do DVD 10 Anos Depois_The Baggios_http://bangalocult.blogspot.com
Capa do DVD a ser lançado dia 13 de maio
Com seus dois álbuns- “Sina” (2013) e “The Baggios” (2011)- presentes em dezenas de listas de “Melhores Lançamentos do Ano” por sites especializados, jornais como O Globo e em revistas respeitadas, como a Rolling Stone que elegeu sua música ‘Sem Condição’ como uma das melhores do ano, a banda sergipana The Baggios comemorou 10 anos de carreira, no ano passado, com uma turnê de 65 shows que passou por 38 cidades de várias regiões do Brasil.

Júlio Andrade (voz e guitarra) e Gabriel Carvalho (bateria) tocaram em lugares consagrados como o Sesc Pompeia (SP) e o Centro Cultural de São Paulo, e em festivais grandes como o Festival Dosol (em Natal), Porto Musical (em Recife)  e o caso do Porão do Rock em Brasília, onde  mostraram suas músicas  para mais de 30.000 pessoas. 

A turnê comemorativa foi iniciada, no Teatro Atheneu, onde a banda se apresentou para mais de 700 pessoas e registrou um dos melhores shows de sua carreira em DVD e CD, nomeado de “10 Anos Depois”. Esse mais novo material, será lançado no próximo dia 13 de maio, às 21h, no Teatro Tobias Barreto, e assim como no DVD, o show contará com participações de  músicos que fizeram parte de sua história como Vinicius Bigjohn (sanfona), André Lima (trompete), Mário Augusto (saxofone) e a participação inédita do gaitista Julio Rêgo.

O Bangalô Cult entrevistou com exclusividade o vocalista e guitarrista Júlio Andrade que, juntamente com o baterista Gabriel “Perninha” Carvalho, formam o duo nascido em São Cristóvão, há uma década. Fique por dentro do que vem por aí...

BC- Gostaria que você falasse um pouco sobre o show da banda The Baggios no Teatro Atheneu e que deu origem a esse DVD/CD. Foi a primeira vez que a dupla se apresentou num teatro sergipano ? Quais as vantagens e desvantagens de tocar num local desse formato ?

JA-  Na verdade, já tínhamos nos apresentado no Teatro Atheneu, em 2007, no Prêmio Prata da Casa, onde fomos agraciados em três categorias. Na época, foi muito mais esquisito, não curti. Nada melhor que o tempo, para nos mostrar o quanto é mágico um show no teatro. Essa apresentação que fizemos há um ano, nunca será esquecida. Aconteceu no mês que completamos 10 anos de existência e nossa intenção foi festejar esse marco, afinal nunca imaginei que duraria tanto tempo fazendo rock em Sergipe. Tiveram momentos emocionantes no show, a exemplo de quando juntamos os dois antigos bateristas -Lucas Araújo e Elvis Boamorte- e tocamos "Morro da Saudade", sem contar com as participações de vários músicos sergipanos que admiramos.

BC- Fale um pouco sobre a produção desse primeiro DVD da banda e o repertório .

JA- Inicialmente, queríamos fazer uma festinha para comemorar o aniversário da banda, e a ideia seria fazer uma cobertura do evento, algo com duas músicas e uns depoimentos. Aos poucos, fomos pensando maior e bateu o estalo: "porque não gravar o show inteiro e ver no que dá ?". Lucas (primeiro baterista da banda) que hoje mora na Suíça tinha programado vir  para esse show, o que foi um  estímulo para pensarmos em algo maior e  chamar Elvis, e outros músicos que fizeram parte da história da The Baggios. A gente tinha a noção que custaria caro e que quebraríamos bastante a cabeça, mas nada pagará a energia que sentimos naquela noite, onde o Teatro Atheneu estava lotado para nos ver, vibrar e cantar todas as músicas conosco. 

BC- No show da próxima semana, vocês irão repetir, na íntegra, o conteúdo do DVD ?

JA- O repertório será parecido, mas apresentaremos umas coisas novas e terá participação inédita do gaitista Julio Rêgo.

BC-  A banda pretende realizar uma turnê de lançamento do DVD? Já tem o roteiro traçado?

JA- Estamos analisando  algumas propostas para julho, mas no dia 31 de maio, já faremos um show na Virada Cultural de Campinas, abrindo o show de Titãs, e esse será o nosso ponta pé inicial da nova turnê nacional. Esse ano, estamos pensando em turnê de uma forma menos intensa, com datas mais quebradas, pois ao mesmo tempo que estaremos divulgando o DVD, vamos estar em processo de pré-produção das novas músicas. Em 2016, pretendemos lançar um novo álbum de inéditas e apresentar um novo Baggios de repente...

BC- O que a Baggios tem de novíssimo já engatilhado ?

JA- Estamos no momento pensando mais no DVD. Mas estou com muitas músicas novas e ansioso para iniciar a pré-produção delas para ver como funcionará na banda, e poder começar a montar o conceito do novo disco. Além disso, queremos produzir dois clipes ainda do álbum "Sina". Os planos estão no papel, agora é ralar prá ver se conseguiremos colocá-los em prática.