terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ 2014!!!!

Abaixo a intolerância religiosa!!!
Grande experiência sensorial 
Artista anônima...fotógrafa mais que descoberta 



Nem só de tequila vive o México

Queria poder criar essa girafa...

Alguém se dispõe a ajudar esse caçador ?

Na minha casa, esse garoto não entra

Quem há de te julgar ?

Mesmo nos cantos mais remotos do planeta há poesia 

Não há dia triste do lado dela

Menina-Moça-Mulher


Momento de Contemplação

A arte salva e liberta

Por trás de quatro grandes homens, há uma mulher 

Era uma vez na África...

Felicidade, sim

O mundo foi pequeno para ela
Ainda que me desprezes...

Para desopilar o fígado
Em 2014, cuide do seu lado espiritual , senão...

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TOP 20 do ANO 2013

Pessoal, essa é a penúltima postagem de 2013. Espero que em 2014, eu tenha mais fôlego para escrever. Devido aos estudos do Mestrado (cursei duas matérias especiais este ano e começarei efetivamente o de Comunicação em 2014) estive um tanto ausente do blog, sem atualizá-lo com frequência e não sei se manterei o ritmo de antes.

Em todo caso, pretendo continuar escrevendo aqui, sobre cinema, artes visuais, música e o que for interessante e digno de nota. Nessa rápida passagem pelo Bangalô, decidi fazer uma listinha de 20 filmes nacionais e estrangeiros, que considero dignos de serem conhecidos. Não necessariamente coloquei-os em ordem de importância. Simplesmente, merecem ser (re) descobertos.

-"O Som ao Redor" de Kléber Mendonça Filho

-"A Caverna dos Sonhos Esquecidos" de Werner Herzog

- "Amor" de Michael Haneke

-"A Caça" de Thomas Vinterberg

-"César Deve Morrer" de Paolo e Vittorio Taviani

-"O Mestre" de Paul Thomas Anderson

-"Era Uma Vez na Anatólia" de Nuri Bilge Ceylan

-"Além das Montanhas" de Christian Mungiu

-"A Fotografia Oculta de Vivian Maier" de Charlie Siskel

-"Nossa Querida Freda- A secretária dos Beatles" de Ryan White

-"Frances Ha" de Noah Baumbach

-"Zarafa" de Rémi Bezançon 

- "Dentro da Casa" de François Ozon

-"Jovem e Bela" de François Ozon

-"Azul é a Cor Mais Forte" de Abdellatif Kechiche

-"Um Estranho no Lago" de Alain Guiraudie

-"Cine Holliúdy" de Halder Gomes

-"Tabu" de Miguel Gomes

-"A Jaula de Ouro" de Diego Quemada-Díez

-"Elena" de Petra Costa

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Entre o Clássico e o Contemporâneo


Tabu_filme de Miguel Gomes_http://bangalocult.blogspot.com
O excelente "Tabu" entra em cartaz no Cine Cult do Riomar


Finalmente, a produção mais recente do jovem diretor português Miguel Gomes estreia nas telas sergipanas. Seu aclamado filme “Tabu” (vencedor do prêmio Alfred Bauer, voltado para trabalhos inovadores, e o prêmio Fipresci, concedido pela crítica, no festival de Berlim 2012) entra em cartaz no Cine Cult do Cinemark Riomar, a partir do dia 30 de janeiro,  para a alegria dos cinéfilos locais. 

O filme, realmente, é um dos melhores lançamentos do ano, muito por conta da ousadia estética e narrativa escolhida por Gomes, para contar a história de Aurora (interpretada pelas atrizes Laura Soveral e Ana Moreira, respectivamente). Dividido em duas partes bem distintas (Paraíso Perdido e Paraíso), mais um prólogo, o filme começa com a inusitada cena de um explorador numa selva africana, sendo a sua história narrada por uma voz off , de forte sotaque português, embalada por uma bela versão instrumental de “Insensatez”. 

 Com a imagem em preto e branco e o formato da tela em 1.37:1, o diretor já começa a preparar o espectador para a uma imersão sensorial e emocional, com aura de filme antigo. Essa história de amor e desilusão da abertura, aparentemente sem sentido, veremos depois, ter uma conexão com a vida de Aurora.
Em “Paraíso Perdido”, passado no tempo presente, vemos que a octogenária Aurora além de ser uma recorrente perdedora de jogos em cassinos, já apresenta sinais de demência. Mãe de uma única filha, que mora no exterior, tem na figura da solitária vizinha Pilar, sua protetora. Aurora anda às turras com a empregada Santa (Isabel Cardoso) e quando sofre um ataque e vai parar no hospital, expõe o desejo de rever Ventura, um personagem desconhecido, que tem muito a contar sobre seu passado e o de Aurora.

A partir das rememorações de Gian-Luca Ventura (Henrique Espírito Santo/Carloto Cotta), o diretor nos conduz a um flashback belíssimo, onde tomaremos conhecimento do que se passou há cinco décadas, no pé do Monte Tabu, numa ex-colônia portuguesa, localizada na África. Dá-se início à segunda parte do filme- “Paraíso”- narrada como um filme mudo por Ventura, de tom melodramático com contornos trágicos. Nitidamente, aqui, Miguel Gomes afasta-se do naturalismo, cada vez mais explorado no cinema.

 contemporâneo, e cria um elo com a forma narrativa da literatura do século XIX. No retorno ao passado, é inevitável a revisão histórica, o choque entre as civilizações, as consequências do imperialismo. Potencializando a atmosfera nostálgica, há a utilização de uma trilha sonora composta de hits dos anos 1950/1960.

É incrível como “Tabu” fala do passado sendo tão contemporâneo. Esse efeito magnificamente alcançado por Miguel Gomes, que deixa qualquer espectador desconcertado após a sessão, é a marca de sua originalidade. Um triunfo!!


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

"O Homem das Multidões" marca presença no Festival de Berlim 2014

"O Homem das Multidões",  parceria do mineiro Cao Guimarães com o pernambucano Marcelo Gomes, fará sua estreia fora do Brasil na seção Panorama do Festival de Berlim 2014, que acontece de 06 a 16 de fevereiro. Os dois diretores já participaram dos principais festivais cinema, como Cannes, Veneza, Toronto, Locarno, San Sebastian, com outros títulos. Agora, é a vez de Berlim apresentar a mais recente produção da dupla.

O filme é uma coprodução entre Minas Gerais e Pernambuco e foi todo realizado em locações no centro de Belo Horizonte (MG). Resultado de quase sete anos de trabalho, "O Homem das Multidões" marca o oitavo longa-metragem assinado por Cao e o quarto título por Marcelo. Ambos foram premiados com o Redentor de Melhor Direção, na Première Brasil, do Festival do Rio 2013.

Produzido por Beto Magalhães, da Cinco em Ponto e João Júnior, da REC Produtores, o longa-metragem tem a Figa Films como agente internacional de vendas e será distribuído no Brasil pela Espaço Filmes, com previsão de estreia para maio.

"O Homem das Multidões" é livremente inspirado no conto "The Man of the Crowd" do escritor  Edgar Allan Poe e acompanha o cotidiano de Juvenal (Paulo André), solitário maquinista de metrô. Juvenal se mistura ao aglomerado de pessoas do centro de uma grande metrópole, em busca das companhias que ele não tem na sua vida particular.

Para narrar visualmente a história, o longa-metragem adota a razão de aspecto de 3 x 3. A proporção quadrada da imagem foi “inventada” pelos realizadores para transmitir, com imediata e constante regularidade durante o narrativa, os estados internos de Juvenal e Margô (Silvia Lourenço), no intuito de criar um tipo de “claustrofobia da imagem”, segundo os diretores.

A produção, distribuição e finalização tiveram orçamento total de R$ 1,8 milhão, viabilizado com patrocínio da Telemont, Cemig/Filme em Minas e Petrobras. O projeto foi selecionado pelo Programa Petrobras Cultural 2010/2011 e contou, no seu desenvolvimento, com recursos do Prêmio Adicional de Renda da Ancine. Teve ainda apoio da Berliner Kunstler Programmdes DAAD e do Open Doors do Festival de Locarno, na Suíça.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Curta Sergipano será exibido na 8a Mostra Cinema e Direitos Humanos na Amércia do Sul

A diretora Everlane Moraes está rindo à toa. Motivo não falta, já que seu curta-metragem “Caixa D’Água: Qui-lombo é esse?” fará parte da programação da 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul,  iniciada no último dia 26 de novembro em 26 cidades brasileiras e no Distrito Federal (em Aracaju, o evento acontecerá de 17 a 22 de dezembro, no Museu da Gente Sergipana).

O documentário, que mostra a importância cultural e histórica do bairro aracajuano Getúlio Vargas, através de depoimentos de moradores da comunidade remanescente quilombola Maloca, não só constará da programação oficial da Mostra, como também compõe o kit do evento- juntamente com os filmes “Doméstica”, “Kátia”, “Brasília Segundo Feldman” e “As Hiper-mulheres”- a ser distribuído para cerca de 500 instituições (entre pontos de cultura, instituições federais, cineclubes, museus, bibliotecas, etc.).

Para a diretora, que é funcionária da Fundação Aperipê e graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), a inserção de seu filme nessa Mostra que se dedica a apresentar filmes sul-americanos que discutem temas atuais de Direitos Humanos no nosso continente, é uma excelente oportunidade de difundi-lo pelo país. 

“Soube que estavam abertas as inscrições no edital que selecionaria filmes de vários lugares para compor a 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul e que estes integrariam o kit. Como eu já conheço essa mostra e sei de sua importância, inscrevi-me e esperei, sem imaginar que seria selecionada, pois ela é bastante concorrida. Fiquei muito feliz com o resultado, não só porque ‘Caixa D’Água’ será exibido nas capitais brasileiras e em várias outras cidades que receberão o kit, como concorrerá a R$ 8 mil reais, caso seja escolhido como melhor curta, pelo voto popular”, diz Everlane.

Desde que foi lançado no final do ano passado, no Museu da Gente, como um dos filmes contemplados pelo edital de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Digitais de Curta-metragem (mais conhecido como Edital Orlando Vieira) pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), “Caixa D’Água: Qui-lombo é esse ?” tem feito uma bela carreira.

Ao todo, já participou de 15 eventos (entre mostras e festivais), tendo sido o vencedor da Mostra Nordeste (júri oficial) do SERCINE 2013; o filme de abertura da 7ª edição do Festival Visões Periféricas (RJ) e vencedor do Curta-SE 2013, na categoria Melhor Vídeo Sergipano (voto popular). Agora, além de constar na programação da 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos da América do Sul, o curta foi selecionado para a Mostra Olhos Negros V (RJ) e 9ª Mostra Pluriartística Novembro Negro (SE).

Talvez, o grande sucesso do filme de estreia de Everlane Moraes, seja o fato dele fugir às fórmulas pré-estabelecidas de um documentário e fazer um belo alinhavo da história dos descendentes de escravos que vivem num dos bairros mais tradicionais de Aracaju. Sendo um misto de doc-ficção, o curta explora a oralidade dos moradores da comunidade, abandonando a tradicional entrevista no estilo “um banquinho, um microfone”, onde os depoimentos em voz off é que dão o tom da narrativa e agrega às imagens dos moradores, as poéticas cenas ficcionais de um ex-escravo chegando à capital sergipana.

Uma das cenas mais emocionantes do curta é parte da entrevista do cantor Irmão concedida ao programa Aperipê em Memória (1991) e resgatada pela diretora (sobrinha do artista). Na imagem de arquivo, após uma breve fala, ele entoa uma canção que fez em homenagem à sua comunidade e emenda com um rap que embala o final de “Caixa d’Água: Qui-lombo é esse ?”.

Além da Mostra Competitiva, da qual “Caixa D’Água: Qui-lombo é esse”? faz parte, a 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul contará com Mostra Indígena, Mostra Homenagem- Vladimir Carvalho  e Programas Especiais. Confira a programação completa no site http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Espetáculo Chinês será apresentado no TTB


"Fu Yong" será apresentado hoje e amanhã no Tobias Barreto

Em comemoração ao Mês Cultural da China no Brasil, o San Xia Acrobatic Art Troupe e o Chongqing (Qianjiang) Ethnic Song and Dance Troupe uniram forças e trouxeram ao país, o espetáculo “Fu Yong – A Eterna Fortuna na Montanha Sagrada”, que estreou  no Rio de Janeiro em 1° de novembro.

Hoje e amanhã, às 20h30, no Teatro Tobias Barreto, os sergipanos poderão apreciar o espetáculo que traz acrobacia, dança e música para contar uma famosa lenda que retrata a vida de uma família pertencente à encantadora e misteriosa etnia Miao, a quinta mais populosa das 56 etnias oficialmente reconhecidas pela República da China. Tradições milenares, ritos religiosos, figurinos coloridos e paisagens deslumbrantes compõem a dinâmica da performance que proporcionará ao espectador, uma experiência reveladora das raízes civilizatórias chinesas.

O espetáculo aborda ainda, de forma mística, temas da vida cotidiana do povo Miao, tais como a relação entre passado e futuro, família e indivíduo, amor e casamento, nascimento, morte e o reencontro no Paraíso. Outro aspecto de destaque na apresentação é a relação do homem com a natureza ao seu redor. Os 37 artistas (21 dançarinos, 7 cantores e 9 acrobatas) exibem acrobacias de alta precisão mescladas com danças tradicionais, ritos religiosos e ritmos mitológicos que desvendarão toda a lendária cultura chinesa.

O espetáculo é uma criação do renomado diretor Deng Lin considerado o arauto do realismo poético chinês no campo da acrobacia e danças coreográficas. Especialmente, para a série de apresentações no Brasil, foi criada uma nova versão da obra, em parceria e sob a supervisão dos diretores Gao Sen e Jiang Xiaoping.

“A China tem uma forte ligação com suas histórias originais e culturais, sempre embebidas no misticismo, assim como o Brasil. Entretanto, apesar das raízes continuarem vivas, como a Montanha Sagrada e o Sol, as origens correm perigo à medida que o mundo busca um desenvolvimento cada vez mais rápido e agressivo. As futuras gerações podem perder a conexão com seus verdadeiros alicerces. Nosso trabalho está focado justamente no movimento inverso: o da preservação e valorização das tradições. Esta é nossa primeira turnê internacional que, por isso mesmo, apresentará o máximo de autenticidade. Nossos artistas nasceram e cresceram mergulhados nas etnias de Miao e Tujia, carregando desta forma a essência da Montanha Sagrada na alma” revela  Gao Sen.

Sobre os Artistas - Os grupos San Xia Acrobatic Art Troupe e Chongqing (Qianjiang) Ethnic Song and Dance Troupe foram criados em 2008, incentivados pelo governo de Chongqing. O principal propósito que norteia suas atividades é manter viva a chama das tradições surgidas há 5.000 anos e, por isso, o campo de atuação dos grupos é no próprio território chinês. Contabilizam cerca de 100 apresentações anuais e são reconhecidos como as mais engajadas instituições no fomento das antigas tradições, desenvolvendo relevante trabalho de preservação e difusão das culturas milenares das etnias chinesas.

Pelo trabalho desenvolvido, pela destreza e precisão dos movimentos e pelos inúmeros prêmios recebidos, o San Xia Acrobatic Art Troupe foi agraciado com a medalha de contribuição para o desenvolvimento da arte acrobática na China pelo Ministério da Cultura. A Mostra Cultural da China no Brasil terá importância ímpar na difusão cultural das tradições do país, pois será  a responsável pela primeira viagem ao exterior dos artistas San Xia Acrobatic Art Troupe e Chongqing (Qianjiang) Ethnic Song and Dance Troupe. FU YONG será, portanto, uma estreia mundial.

A turnê conta com apoio do Ministério da Cultura, patrocínio master da State Grid Brazil Holding e patrocínio da E M S Pharma. Os ingressos para o espetáculo já estão à venda na bilheteria do teatro (aberta das 13 às 18h), ao preço de R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), na plateia; R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) no mezanino. Clientes Banese Card, Unimed, Porto Seguro têm 50% de desconto (na inteira). Os ingressos podem ser adquiridos através do Banese Card.

The Wrong- Bienal de Arte Digital

Com a missão de incentivar e promover a arte digital para uma ampla audiência ao redor do mundo, o projeto The Wrong reúne o melhor desse universo, ao mesmo tempo que acolhe os jovens talentos desta rica cena contemporânea.

 Até 31 de dezembro de 2013, a web e eventos ao vivo em algumas cidades do mundo, irão sediar a primeira bienal online envolvendo grandes talentos da arte digital nacionais e internacionais. O projeto foi idealizado por David Quiles Guilló, espanhol residente no Brasil, e por sua esposa, a brasileira Graziela Calfat. Ambos são responsáveis pela Rojo, produtora de novos formatos de expressão cultural.

Uma equipe de 30 curadores foi selecionada para apresentar o melhor desse universo. A bienal será dividida em pavilhões, espaços virtuais em que se expõem as obras selecionadas. No total serão 30 pavilhões online, incluindo um pavilhão ilimitado aberto à participação pública e um “meta” pavilhão com o trabalho dos curadores. A única bienal totalmente acessível e gratuita a um “clickway” dos visitantes.

Cada um dos pavilhões online terá um curador responsável e reunirá, no mínimo, dez artistas. Já o pavilhão aberto ao público funciona da seguinte forma: artistas e interessados em participar do evento, que não foram convidados por nenhum curador, podem enviar sua obra aos dois curadores desse espaço. Desde abril deste ano foi disponibilizada uma “open call” que ficará aberta até o último dia do evento, permitindo que cada pessoa tenha a chance de submeter sua obra.  O conteúdo deste pavilhão é renovado diariamente durante o evento.

O “meta” pavilhão tem como curador o diretor criativo do projeto, David Quiles Guilló, que selecionou os 30 curadores do The Wrong. Ele também é o diretor criativo e criador da Rojo, organização responsável pela concepção e produção do evento.

Além disso, diversas cidades ao redor do mundo, como Barcelona, Rio de Janeiro, Los Angeles, Brooklyn e Montevidéu, terão embaixadas do The Wrong, onde haverá a experiência física da Bienal Digital, com shows ao vivo, workshops e exposições.

Ao final do projeto, um livro, The Wrong Book, será compilado com uma seleção de obras de arte digital submetidas por todos os participantes. Todas as cópias serão encadernadas em formato randômico, fazendo cada uma delas única. O livro estará disponível para pedidos online em Janeiro de 2014.

Acesse os 30 pavilhões online pelo endereço http://thewrong.org

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Filme de James Franco abre o Festival Mix Brasil de Cultura 2013

Cena de "Interior.Leather Bar." co-dirigido por James Franco



O polêmico e inédito no Brasil “Interior. Leather Bar.” dirigido por James Franco, em parceria com Travis Mathews, abrirá o 21° Festival  Mix Brasil de Cultura da diversidade em São Paulo e no Rio de Janeiro. O evento acontece de 07 a 17 de novembro em São Paulo e no Rio de Janeiro de 14 a 21 de novembro.

O longa é uma releitura de “Parceiros da Noite” (Cruising) filme de 1980 estrelado por Al Pacino do qual supostamente foram cortados 40 minutos de sadomasoquismo entre homens para que não fosse classificado como pornográfico. Protagonizado pelo ator Val Lauren, “Interior. Leather Bar.” é uma mistura de documentário e ficção com cenas de sexo gay reais.

A 21a edição do Festival Mix Brasil de Cultura de Diversidade apresenta a maior programação de sua história. Em 2013, serão exibidos mais de 140 filmes de diversos países como, Polônia, Cuba, Dinamarca, Palestina, Coréia do Sul, Eslovênia, Hungria, Camboja, Macau entre outros. Além de 36 atrações que envolvem teatro, música, leitura dramática, performances, karaokê, dança e intervenções culturais.  

O maior festival LGBT da América Latina traz uma retrospectiva completa do diretor Travis Mathews exibindo, além de "Interior. Leather. Bar", os filmes “I Want Your Love”, “In Their Room: Berlin”, “In Their Room: San Francisco” e o seu mais novo “In Their Room: London”.  O diretor americano ainda fará parte do Júri da Mostra Competitiva Brasil junto com o ator e diretor John Cameron Mitchell, o representante do Festival de Cinema Berlim Michael Stütz, a cineasta brasileira Claudia Priscilla e a diretora adjunta do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Beth Sá Freire.

Na mostra Competitiva Brasil de curtas-metragens foram selecionados 12 filmes de cinco Estados e divididos em dois programas que representam o melhor dessa produção. Os vencedores levarão o Troféu Coelho de Ouro, para o melhor filme, Troféu Coelho de Prata, para melhor direção, melhor interpretação, melhor roteiro, melhor fotografia e melhor direção de arte.

Os destaques do Panorama Mundo Mix deste ano ficam por conta das produções alemãs, em comemoração ao ano Alemanha + Brasil 2013. Nessa homenagem serão exibidos curtas do diretor Rosa Von Praunheim, cuja obra e história se confundem com a história do cinema alemão, da militância gay e de Berlim e também uma seleção de curtas do “Teddy Award Berlin” vencedores do Oscar do cinema gay. O Panorama ainda exibe os documentários “Born This Way” (2013), de Deb Tullmann e Shaun Kadlec, “Naked Opera” (2013) de Angela Christlieb, “Out in East Berlin” (2013) de Andreas Strohfeldt e os o longas “Perdendo a Cabeça” (2013) de Patrick Schuckmann e Stefan Westerwelle e “Queda Livre” (2013) de Stephan Lacant.

O Panorama Internacional, seção do evento dedicada à exibição de novas produções, apresenta longas-metragens e documentários que estão circulando em festivais internacionais de cinema e no circuito LGBT. Destaques para "I am Divine " (EUA/ 2013) de Jefrey Schwar, "Noites Brancas" (Coréia do Sul/ 2012) de Hee-il Leesong, “A Paixão de Verónica Videla” (Argentina/ 2012) de Cristian Pellegrin, “Quebranto” de Roberto Fiesco (México/2013),  “Gerontophilia” de Bruce La Bruce (EUA”/2013), "Além da Fronteira” de Michael Mayer (EUA, Israel, Palestina/ 2012), o filme em 3D “AB” de Iván Fund, Andreas Koefoed   (Argentina, Dinamarca/ 2013) e “Um Estranho no Lago” de Alain Guiraudie (França/ 2013). Este último ganhou o “Queer Palm” no festival de Cannes deste ano.

Já o Panorama Nacional exibirá os longas “Tatuagem” de Hilton Lacerda, que fará a sua pré-estreia no festival, “Simone” de Juan Zapata (Brasil, Colômbia, Espanha/2013), “Tudo que Deus Criou” de André Costa Pinto e os documentários “‘Sobre Sete ondas verdes espumantes" de Bruno Polidoro e Cacá Nazario, “Cassandra Rios - a Safo de Perdizes” de Hanna Korich, “A Primeira vez do Cinema Brasileiro” de Bruno Graziano, Denise Godinho e Hugo Moura, “Dizer e Não Pedir Segredo” de Evaldo Mocarzel,, “São Paulo em Hi-Fi" de Lufe Steffen – estes dois últimos farão a première mundial no Festival. Pela primeira vez haverá uma premiação para o Longa Nacional, escolhido pelo público do MixBrasil de São Paulo.

No Panorama Curtas Mix Brasil serão exibidos os programas “Além da Curva”, “Lado Obscuro do Sexo”, “Boyz 18+”, “Retratos Femininos”, “Fetisch Fim Festival Berlim”, “Heterodoxos”, “Mix Jovem”, “Novas Famílias”, “Transrevolução” e “Trios e Quartetos”.  Pela terceira vez o Festival MixBrasil traz o “Crescendo com a Diversidade” - uma programação de curtas direcionada ao público infantil, composta em sua maioria de animação.

Vários convidados internacionais estarão na 21° edição do Mix Brasil. Entre eles, Paul Dawson e PJ DeBoy, atores de “Shortbus”, Darren Stein, diretor de “Gay Best Friend”, Michael Mayer, diretor de “Além da Fronteira”, Mariana Arancibia, atriz de “La Pasion de Veronica Videla”, Fabían Suárez Ávila, diretor, poeta cubano e convidado da Balada Literária, entre outros.

Mais uma vez o Mix Brasil traz diversas atrações que envolvem teatro, dança, música, literatura e debates. Os destaques ficam por conta da peça “Um Porto para Elisabeth Bishop” com Regina Braga, “O Casamento” com Renato Borghi, Daniel Alvim e grande elenco; “Eu em Ti” da Cia. de Dança Sandro Borelli, Balada Literária com Thiago Barbalho, Hugo Guimarães e Jorge Antonio Ribeiro e o poeta chileno Pedro Lemebel e os shows com a banda Mattachine, Wanessa, Stop Play Moon, Cida Moreira, entre outros.

O tradicional Show do Gongo não poderia ficar de fora. As atrações serão submetidas ao júri popular e convidados comandos por Marisa Orth. Os interessados poderão se inscrever no balcão de credenciamento durante o festival ou até horas antes do início das gongadas, que acontece em São Paulo no dia 12 de novembro no Centro Cultural São Paulo.

Com direção de João Federici e André Fischer, o 21° Festival Mix Brasil é realizado através do patrocínio e em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo; Sabesp; Prefeitura do Rio de Janeiro, Sesc, Secretaria Municipal de Cultura São Paulo; Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo através da Coordenação de Políticas LGBT; Centro Cultural São Paulo e Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do Município do Rio de Janeiro.


Clássicos de Hitchcock causam frisson no IX Panorama Coisa de Cinema


Os Pássaros_http://bangalocult.blogspot.com
Melanie (Hedren) sendo atacada pelos "Pássaros"


Durante o último final de semana, tive a oportunidade de conferir alguns bons filmes (outros nem tanto) no IX Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador. Patrocinado pelo Governo da Bahia e pela Petrobras, o festival organizado pela dupla Cláudio Marques e Marília Hughes prossegue até amanhã, na capital baiana e na cidade de Cachoeira, quando serão divulgados os vencedores das mostras competitivas de longas, curtas, filmes internacionais e filmes baianos.

Contando com a exibição de 155 filmes, de diversos países, como Eslováquia, Islândia, Tailândia, Croácia, o festival teve como destaque as mostras Bruno Dumont e Hitchcock e os Panoramas Mexicano, Internacional, Alemão, Italiano, IndieLisboa e Brasil. Entre a Mostra Bruno Dumont- oportunidade rara de conferir quatro filmes do cineasta francês: “29 Palmos”, “Fora Satã”, “A Vida de Jesus” e “A Humanidade”- e a Mostra Hitchcock, o público preferiu rever (ou ver pela primeira vez em tela grande) os clássicos do Mestre do Suspense.

Com ingressos disputadíssimos, as sessões de “Psicose” e “Disque M Para Matar 3D”, no Cine Glauber Rocha, lotaram. Também foi bastante prestigiada a exibição de “Os Pássaros”, onde o público pode conferir em cópia restaurada, todo o terror vivido por Melanie (Tippi Hedren) por conta dos ataques inexplicáveis dos pássaros. Foi emocionante a experiência e ao mesmo tempo aterradora (com aqueles efeitos sonoros potencializados pelo som Dolby), ainda que para os mais jovens, algumas cenas soassem engraçadas.

Até hoje, pouco familiarizada com o 3D, não me furtei de assistir à primeira exibição na capital baiana, do único filme de Hitchcock feito neste formato. A engenhosidade da trama de “Disque M Para Matar” – baseada na peça de Frederick Nott- permanece inabalável apesar dos quase 60 anos de estreia nas telonas. Ray Miland vivendo o vilão Tony Wendice que arquiteta o assassinato de sua bela mulher, Margot (Grace Kelly), tem um dos seus melhores papéis no cinema. Mas os efeitos 3D são poucos e o que prevalece mesmo é o humor do inspetor Hubbard (John Williams). Não teve quem não se divertisse.

Já nas sessões de “A Vida de Jesus” e “29 Palmos” poucos se aventuraram a conferir o cinema de estética naturalista, um tanto fantástico, violento e seco de Dumont. Confesso que prefiro o mais recente dele “Camille Claudel 1915” estrelado por Juliette Binoche, à “Vida de Jesus”, primeiro longa do cineasta, lançado em 1997, e vencedor da Camera D’Or- Cannes 1997.

Do México, assisti a dois documentários bastante díspares. O verborrágico “O Prefeito” de Carlos Rossini, Emiliano Altuna e Diego Enrique Osorno sobre Maurício Fernandez, o polêmico prefeito de San Pedro Garza García, que para tornar sua cidade a mais segura e rica da América Latina, não hesita em seguir a máxima “olho por olho, dente por dente;  e o intimista “Fogo” de Yulene Olaizola, um filme perturbador sobre a solidão, onde a cineasta trabalha com atores amadores de um povoado remoto na Ilha Fogo, no Canadá.

Não menos perturbador foi o filme alemão “Finsterworld” de Frauke Finsterwalder. Ele segue aquele estilo de filme mosaico, com vários personagens mais cedo ou mais tarde se cruzando e causando efeitos indesejáveis (ou não), uns aos outros. Mas o artifício aqui não é gratuito e a crítica à sociedade alemã e às relações no mundo contemporâneo é contundente. Bastante providencial.

Da Panorama Italiana, destaco o mais novo filme de Bernardo Bertolucci, “Eu e Você” , drama delicado sobre as crises da adolescência, que conta com uma trilha sonora excelente e a presença da editora de som, Silvia Morais, brasileira atuante no cinema internacional.

Além de “Salvo” de Antonio Piazza, filme vencedor do Grande Prêmio e Troféu Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2013, que possui um plano- sequência nos primeiros minutos de projeção, de deixar qualquer cinéfilo extasiado. Explorando a temática da máfia, a trama foca o matador profissional, Salvo, que se apaixona por uma de suas potenciais vítimas que é cega. Milagrosamente a jovem volta a enxergar e Salvo decide protegê-la, mesmo que essa atitude ponha sua vida em risco.

Amanhã, às 20h, o público conhecerá os vencedores desta 9ª edição do panorama Internacional Coisa de Cinema. Logo após a premiação, serão exibidos “Claun – Parte 2: A volta das máscaras” de Felipe Bragança e “Depois da Chuva” de Cláudio Marques e Marília Hughes.

Próximo ano tem mais!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vanguart no Teatro Atheneu

Vanguart_foto Ariel Martini_http://bangalocult.blogspot.com
Vanguart lançará novo disco em Aracaju

Se dizem que o amor é o maior dos sentimentos, o que poderia ser maior que ele? O que há além disso? É esse o questionamento que traz o terceiro álbum da banda Vanguart, “Muito Mais que o Amor”, lançado recentemente pela Deck. Quem comparecer ao show de amanhã, às 19 h, no Teatro Atheneu, poderá conferir o repertório desse disco e outras canções da banda matogrossense.

Se no elogiadíssimo álbum anterior, “Boa Parte de Mim Vai Embora” (Deck), suas canções eram melancólicas, sobre um amor que acabou, nesse novo trabalho, talvez querendo dizer que o amor perdido no anterior foi substituído por um outro, o Vanguart mostra um outro lado, com letras mais diretas e mais alegres.

O disco é composto por 11 faixas, a maioria assinada pela dupla Helio Flanders e Reginaldo Lincoln. O grupo formado por Helio (voz violão, trompete, gaita, Rhodes, bandolim), Reginaldo Lincoln (voz, baixo, bandolim), Douglas Godoy (bateria), Luiz Lazzarotto (teclado) e David Dafré (guitarra e clarinete), agora tem como membro oficial a violinista Fernanda Kostchak. “Muito Mais que o Amor” foi gravado entre os estúdios Tambor (RJ) e o El Rocha (SP) e produzido por Rafael Ramos.

O ingresso para o show custa R$ 35.

Crédito da foto: Ariel Martini

Contagem Regressiva para o Festival Zons



 
Elvis Boamorte e os Boavidas_foto SNAPIC_http://bangalocult.blogspot.com
Elvis Boamorte e os Boavidas tocarão no Zons

Há cerca de dois meses, a dupla formada pelo fotógrafo Victor Balde e o músico Aragão me procurou, a fim de divulgar o projeto Zons (que engloba a gravação de um DVD e a realização de um festival cultural). Na época, eles tentavam captar, através de financiamento colaborativo pela plataforma Catarse, a quantia de R$ 7.700, necessária para a prensagem de mil cópias de DVD e produção de camisas exclusivas com a arte de Duardo Costa.

Com o objetivo alcançado, agora as atenções estão voltadas para a realização do Festival  Zons, no próximo dia 9 de novembro, com atividades marcadas para acontecer, a partir das 8h, na Reciclaria (em frente ao Aeroporto de Aracaju) e, às 16h, no Racho Por do Sol (Rodovia dos Náufragos).

Segundo Victor Balde, a ideia de agregar atividades como pilates, dança, poesia, palestras e minicursos às apresentações musicais, segue o pensamento dos idealizadores e participantes, de que muito mais do que um festival de música, o Zons deve ser um festival de vivência, um festival cultural.

“Por isso,  as atividades começam às 8h, na Reciclaria, com aula de pilates com Renata Mello e prossegue com palestras sobre sustentabilidade (Cristiane Nogueira), mobilidade urbana (ONG Ciclo Urbano) e street art (Duardo Costa). À tarde, acontecem os minicursos de fotografia de música (Marcelinho Hora), culinária vegetariana (Daniela Rodrigues) e captação de áudio direto (Dudu Prudente e Luiz Oliva). Já no Rancho Por do Sol, além das apresentações das bandas, haverá campeonato de skate, live paiting com 12 artistas sergipanos, sarau de poesia, dança (Cubos Cia. de Dança), grupo teatral Caixa Cênica, exposição de José Fernandes e longe com DJ”.

Para participar das palestras ou da aula de pilates, basta que o interessado, munido do ingresso para o festival, doe um livro. Já para participar dos minicursos, o acesso dar-se-á através da doação de dois livros. Balde confirma também um curso mais extenso, com duração de três dias, com o roadie Blau (que trabalha com Arnaldo Antunes). 

Segundo o fotógrafo, os participantes do curso terão aulas práticas com o experiente Blau, durante a montagem do palco no Racho Por do Sol, para os shows das bandas Ato Libertário, A Banda dos Corações Partidos, Elvis Boamorte e os Boavidas, Máquina Blues e The Baggios, que fizeram parte da gravação do DVD.

“Além dessas bandas, decidimos convidar a Plástico Lunar, para abrir o festival e, automaticamente, ela já está escalada para participar do segundo DVD do projeto, a ser gravado no próximo ano, bem como para tocar na segunda edição do Zons”.

Os ingressos antecipados para o Festival Zons custam R$ 25 e estão à venda em quatro locais: Markus Tatoo (rua Capela, 28); Restaurante Ágape (em frente à Biblioteca Epifânio Dória); Reciclaria (em frente ao Aeroporto de Aracaju) e Loja Freaks (Shopping Jardins). Para quem deixar para comprar no dia do evento, o ingresso custará R$ 30.

Crédito da foto: SNAPIC

Simone Michelin revela "seu lado" pintora





Obra de Simone Michelin_http://bangalocult.blogspot.com
Obra de Simone Michelin em exposição na Gentil Carioca Lá


Michelin volta a expor no Rio de Janeiro apresentando produção inédita e inusitada, pois a artista,  conhecida como figura proeminente das artes tecnológicas no Brasil, toma uma direção contrária nesta mostra pensada para A Gentil Carioca Lá. Cópias feitas à mão de figuras decorativas extraídas da arte oriental e de fotografias de celebridades realizadas em aquarelas e bicos de pena compõem uma narrativa irônica apontando para certos modelos em torno dos quais a sociedade contemporânea se estrutura.

Os desenhos, conta a artista, são gestos de delicadeza oferecidos como homenagem aos “heróis do afeto vencido, reconduzidos à ordem”, atualizados em figuras icônicas como, por exemplo, Michael Jackson, na obra “2 Michaels". Durante a abertura, serão projetados vídeos da artista na empena do prédio da galeria. Michelin também estará participando da programação do Museu de Arte do Rio (MAR), em novembro, mostrando parte de sua obra videográfica dentro da série Cinemáticos.

Sobre Simone Michelin- Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Representada pela galeria A Gentil Carioca. Recentemente participou da exposição A RUA, no MHKA Antuérpia; da Décima Bienal de
Havana e da 7ª Bienal do Mercosul; “Video Links Brazil: An anthology of Brazilian video art”, Tate Modern, London.

“LILLIPUT, elogío à superfície”, criado para a inauguração do Instituto Cultural Telemar, 2005, recebeu o 6º Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, foi exibido no ZKM Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Karlshure, Alemanha, e na Bienal de Havana de 2009; em 2005 teve uma retrospectiva de seus vídeos organizada pelo Videoformes, dentro do ano Brasil-França, como parte da Bienale d’Art Contemporain de Lyon (França) e da Bienale de l’Image en Mouvement de Genebra (Suíssa).

Foi comissionada pelo Instituto Cultural Itaú para desenvolver "ADA, Anarquitetura do Afeto" para a Bienal de Arte e Tecnologia Emoção Art.ficial 2.0: Divergências Tecnológicas, em 2004; entre 2000 e 2002
trabalha na série "Lições Americanas", com o apoio do programa de bolsas da RIOARTE e doProjeto Artista Pesquisador do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.

Em 2011 publica o  livro "Simone Michelin: Luciferinas, na Coleção Arte e Tecnologia do Instituto Oi Futuro, pela Editora Aeroplano, RJ.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Itaú Cultural lança novo formato do Rumos

O Itaú Cultural anuncia em Aracaju o novo formato do programa Rumos – cujas inscrições já estão abertas e vão até 14 de novembro. No dia 30 de outubro, às 19h, na Sociedade Semear, Luciana Soares, coordenadora do Núcleo de Artes Visuais, e Melissa Contessoto, coordenadora do Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural, falarão sobre as novidades deste que é o principal programa do Itaú Cultural de mapeamento e fomento da produção artística brasileira.

Em sua 16ª edição, impelido pelo novo ambiente de produção cultural e pelos conceitos colaborativos das plataformas digitais, o Rumos passou por profundas modificações para fortalecer a relação com artistas e pesquisadores e garantir a sua perenidade e relevância. Agora, ao invés de abrir editais específicos para cada área de expressão artística ou intelectual, o Rumos assume caráter multidisciplinar. Hoje o programa oferece amplo campo de escolha e um mesmo projeto pode ser inscrito em diferentes modalidades. O participante – individual, duplo, trio, coletivo ou em grupo – não é obrigado a se enquadrar em uma única delas, a não ser que ache necessário.

“O Rumos ficou mais flexível, refletindo a realidade da produção contemporânea. Antes tínhamos que esperar dois ou três anos para abrir espaço para um projeto de dança ou música, por exemplo, e sentíamos dificuldade de apoiar propostas que mesclassem plataformas”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Outra inovação está no protagonismo do artista. Antes, as regras já estavam definidas no momento das inscrições. A partir de agora, o proponente define o que precisa para realizar o seu projeto e desenhar a sua própria anatomia. “Vamos apostar no risco, nas complexidades e nas particularidades de cada trabalho proposto”, diz Saron. “O Rumos quer ser fonte para viabilizar iniciativas e não uma fôrma para enquadrar ideias”.

A abertura e a busca por um modelo mais adaptado à realidade estão expressas, ainda, no processo de seleção dos projetos que receberão verbas de apoio da instituição. Antes, o instituto formava comissões com especialistas de áreas específicas para julgar as carteiras e organizar a apresentação das obras selecionadas. O novo formato traz outra abordagem.

A seleção é realizada por uma comissão interdisciplinar, lançando múltiplos olhares sobre as propostas inscritas. A comissão é integrada por especialistas e gestores do instituto. Além de fazer a seleção e organizar os trabalhos, em alguns casos, o grupo pode, ainda, atuar como mediador junto aos artistas, promovendo o diálogo com outras proposições e sugerindo reflexões que possam contribuir para o resultado final.

A nova roupagem do programa foi gestada ao longo de um ano. O instituto convidou produtores, artistas, pesquisadores e cientistas a trabalhar em conjunto com gestores da instituição para chegar à sua atual forma: Juarez Fonseca, crítico de música; Marcelo Evelin, coreógrafo, pesquisador e intérprete; Marcelo Gomes, cineasta; Nélio Bizzo, biólogo especializado em pesquisa em educação; Reinaldo Pamponet, empreendedor e pesquisador em novos modelos econômicos e inovação social; Regina Silveira, artista visual e destaque na produção pioneira no Brasil com vídeo e outros suportes multimídia, e Valmir Santos, crítico e pesquisador teatral.

A eles se juntaram os gestores do Itaú Cultural Claudiney Ferreira (literatura e audiovisual), Edson Natale (música), Marcos Cuzziol (inovação em arte e tecnologia), Sofia Fan, (artes visuais), Sonia Sobral (teatro e dança) e Valéria Toloi (educação e arte). O mesmo time agora integra a Comissão de Seleção dos projetos e a mediação junto aos artistas.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dia da Caça ou do Caçador ?


 Mikkelsen ganhou a Palma de Ouro por sua atuação em "A Caça"


Mads Mikkelsen está para o cinema dinamarquês, assim com Ricardo Darín está para o argentino. Praticamente, 90% das produções desses países que aportam no Brasil, contam com esses excelentes atores como protagonistas. Quem já conferiu os dotes dramáticos do grandalhão Mikkelsen em “Depois do Casamento” de Susanne Bier e em “ O Amante da Rainha” de Nicolaj Arcel, não deve se surpreender com sua vigorosa atuação em “A Caça”, estreando esta semana no Cine Vitória. Talvez o seu melhor papel, até aqui, que lhe valeu a Palma de Ouro em Cannes.

Nesta produção, dirigida por Thomas Vinterberg, Mikkelsen vive Lucas, professor de um jardim de infância. Lucas não vive um bom momento. Ele mantém uma relação conflituosa com a ex-esposa, ao mesmo tempo em que tenta não perder o vínculo afetivo com o filho adolescente, sob a guarda da mãe. Mas seu mundo irá desabar de vez, quando for acusado de molestar Klara (Annika Wedderkopp), a angelical filha de seu melhor amigo.

Assim como aconteceu no caso dos donos da Escola Base, em São Paulo,  todos julgam, condenam e punem Lucas, mesmo sem nenhuma comprovação. A inocência da criança é inquestionável, perto da índole de qualquer adulto. De caçador (ele faz parte de um clube de caça), o instrutor se torna o alvo perfeito para os desajustados sociais (camuflados), sendo agredido, repudiado e isolado pela comunidade. 

O filme se torna mais angustiante ainda, pela passividade do personagem. O poder de reação de Lucas é potencializado pelo seu caráter  introspectivo e retardado ao máximo na trama, de forma deliberada. Mas quando Lucas “acorda”, o espectador sente um alívio (ainda que passageiro) do massacre psicológico a que ele é duramente submetido.

Vinterberg, no entanto, não alivia a mão, mostrando que a irracionalidade humana agregada à ignorância, quando persistente numa sociedade, só perpetua as injustiças. Ainda que Lucas tente sair da mira, sempre há um bom caçador à espreita.

O filme pode ser conferido no Cine Vitória, neste sábado, às 19h; domingo, às 17h; terça-feira, às 14h30; quarta, às 19h e na quinta-feira, às 14h30. O Cine Vitória localiza-se à Rua do Turista (antiga Rua 24 Horas).

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

"Samba Dobrado" com Rosa Passos

Antes que alguém diga que eu não divulguei, o show de Rosa Passos, cantando composições de Djavan, aporta neste domingo em Aracaju, mais precisamente no palco do Teatro Atheneu. Marcado para começar às 20h, a apresentação é o cartão de visitas do novo CD da cantora baiana, intitulado "Samba Dobrado".   O roteiro do show reúne cerca de 15 músicas que privilegiam os sambas de Djavan, além de uma música inédita, 'Doce Menestrel'. Esta composição é uma homenagem ao Djavan composta por Rosa em parceria com Fernando de Oliveira. Os arranjos do show são do grande violonista Lula Galvão.

No show, Rosa terá a companhia de Fábio Torres (piano), Lula Galvão (violão e arranjos), Paulo Paulelli (baixo acústico), Celso de Almeida (bateria), Ivan Sacerdote (clarinetes), Daniel D’Alcântara (trompete), Vinícius Dorin (sax) e Rodrigo Ursaia (flautas). Ao vivo, reproduzirá o diálogo entre os suingues personalíssimos de Djavan e da cantora. “A obra dele tem uma conotação jazzística, fiz nessa linha, sem perder a brasilidade, o ritmo. Porque ele tem um trabalho rítmico com as letras interessantíssimo. Muitas são difíceis. É um desafio para mim”, diz a cantora.

O repertório de Rosa – cujo canto é definido pelo próprio Djavan como “choro-samba-jazz” – inclui sucessos e lados B do compositor. Estão lá músicas como 'Cigano', 'Faltando um Pedaço', 'Pedro Brasil' e 'Linha do Equador'. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro ao preço de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).  


terça-feira, 22 de outubro de 2013

"Vazio de Nós" confirma força narrativa de Berna Reale



 
Soledade_performance de Berna Reale_http://bangalocult.blogspot.com
Berna realiza performances contundentes como "Soledade"

Americano_performance de Berna Reale_http://bangalocult.blogspot.com
Levando a tocha olímpica em "Americano"


Imagine uma mulher bem vestida, penteada impecavelmente, conduzindo uma biga dourada (carro de duas rodas movido por cavalos na época da antiguidade) puxada por quatro porcos, em meio às ruelas da periferia de uma cidade. Cena surreal, não ? Ou essa mesma mulher, dessa vez com um figurino de policial da tropa de choque, usando uma focinheira, montada num cavalo pintado de vermelho, desfilando pelo centro de Belém ?
Pois bem, essas duas cenas inusitadas e desconcertantes fazem parte, respectivamente, das performances “Soledade” (2013) e “Palomo” (2012) da artista paraense Berna Reale e podem ser conferidas até o dia 8 de dezembro, no Museu de Arte do Rio (MAR), dentro da individual “Vazio de Nós”.
Composta por cinco performances para vídeo- completam a exposição, “Ordinário” (2013), “Sem/Título” (2011) e “Americano” (2013)- e sob a curadoria de Daniela Labra, “Vazio de Nós” reflete sobre o mundo e a vulnerabilidade humana, discutindo crimes de toda ordem, condições de pobreza e violência social contra indivíduos de zonas marginalizadas.
No vídeo mais impressionante da individual montada, no piso inferior do Pavilhão de Exposições do MAR, Berna Reale é transportada por dois homens, pelas ruas de Belém, atada a uma vara de metal e completamente nua. “Sem/Título” faz uma analogia com o processo do abate de animais, não deixando de discutir também, a banalização da morte. Em “Soledade”, filmada em uma rua homônima que integra a rota de tráfico de drogas, a performer aborda o negligência do poder público para com os mais necessitados.
Já em “Ordinário”, realizado no bairro Jurunas, um dos mais populosos da capital paraense e berço da cantora Gaby Amarantos, Berna recolhe ossadas reais encontradas pela polícia em cemitérios clandestinos na área metropolitana da sua cidade e perambula pelas ruas, empurrando um carrinho com esses esqueletos. A performance é uma denúncia às ações de extermínio.
Apesar de realizado no ano passado, “Palomo” é bastante atual. Em tempos de manifestações de ruas bastante aguerridas, esta performance aborda poeticamente o abuso do poder institucional. Por fim, “Americano” foi realizada especialmente para esta exposição no Rio de Janeiro, que sediará as Olimpíadas de 2016.
Feita no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel, nesta performance a artista percorre os corredores da penitenciária levando uma tocha, símbolo antigo da purificação e conhecimento e hoje, ícone olímpico. “Questiono a tocha olímpica como símbolo de triunfo. Que luz é essa que está alimentando coisas e ao mesmo tempo, escondendo coisas?  O vídeo ‘Americano’ fala da problemática de quando o país passa a ser uma vitrine, por conta dos jogos olímpicos, por exemplo,  e as mazelas são camufladas, escondidas”.
Chama a atenção, no vídeo, a reação dos presos desavisados, que esboçam total surpresa diante da cena protagonizada por Berna. Inclusive, ela pretende voltar ao complexo para saber dos presos o que eles acharam do seu trabalho. Um trabalho, aliás, bastante elaborado e que passa ao largo da obviedade.
Formada em Artes pela Universidade Federal do Pará e perita criminal, Berna Reale é uma performer brasileira, que começou a chamar a atenção da crítica de arte, quando realizou a performance “Quando Todos Calam” (2009).  Tem como principal objeto de pesquisa a violência na contemporaneidade. Não só a violência estampada nos jornais, mas também a silenciosa e, sobretudo, como a coletividade lida com essa questão. Para a artista, a violência não pode se tornar íntima do indivíduo.
Explorando a semiótica como base de elaboração de suas performances, Berna se preocupa com o entendimento do público para com a sua arte, utilizando símbolos e signos que sejam facilmente decodificados. “Para mim, não interessa trabalhos muito intelectualizados, trabalhos que mexam com coisas que as pessoas não se identifiquem, porque meu objetivo é alcançar o espectador. Se ele não se sente, questionado, atraído ou  incomodado pela minha performance, não cheguei no meu objetivo”.
No currículo de Berna, consta a participação na Bienal de Cerveira, (Portugal, 2005) e na Bienal de Fotografia de Liege (Bélgica, 2006), além da exposição “Amazônia – Ciclos da Modernidade”, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2012). 

Recebeu o Grande Prêmio do Salão Arte Pará, em Belém (PA, 2009) e foi selecionada para o Rumos Visuais – Itaú Cultural (2012-2013). Vencedora da categoria on line do PIPA- Prêmio Investidor Profissional de Artes (2012), aguarda ansiosa o resultado do PIPA 2013, cujo resultado sai no próximo mês.