segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Medianeras", "Capitães da Areia" e "Copacabana"

Medianeras_filme argentino

Capitães da Areia_cena do filme

Copacabana_filme francês

Dando um tempo nas postagens sobre Paris (é tanta coisa ainda para falar, mas estou tentando organizar as fotos e os últimos assuntos para finalizar o escritos sobre a viagem), volto a divagar sobre os filmes que, vez por outra, vou conferir em Salvador. 

Já fazia um tempinho que não ia à capital baiana com esse intuito, mas a programação local não me dá outra alternativa. Então, só me resta desembolsar cerca de R$ 180 de passagem, mais R$ 150 de hospedagem, para desfrutar do mais importante: 7a Arte de qualidade. Fazer o quê?

As opções eram muito boas, com direito até à pré-estreia de "A Pele que Habito" do Pedro Almodóvar, no Cine VIVO, mas preferi apostar em filmes que já estavam em cartaz há um bom tempo e com risco de não passar mais que uma semana até eu retornar por lá, a exemplo do argentino "Medianeras".

E que achado...De longe, o roteiro mais inteligente que conferi este ano nas telonas. Com bom humor, o diretor Gustavo Taretto conduz o espectador a conhecer a história de Martin e Mariana, dois jovens vizinhos, solitários, que por conta de desilusões amorosas, desenvolvem fobias sociais.

Ele é web designer e sua maior companhia- tirando o cão que sua ex-namorada abandonou- é o PC de mesa. Martin (Javier Drolas) só começa a sair de casa por conta do animal de estimação, que precisa dar uma "arejada". Ele mesmo, depois de descobrir que está com um problema de coluna, decide fazer natação. A partir daí, Martin sai de seu casulo e permite viver um pouco mais da realidade que está bem ali, ao seu alcance.

Por outro lado, Mariana (Pilar Lopez), que é arquiteta, mas trabalha montando manequins em lojas, tem claustrofobia e prefere subir 8 lances de escadas duas/três vezes ao dia, que se aventurar num elevador.  Cada um com seus medos, anseios e carências, vai convergindo para uma direção, onde o encontro entre eles será inevitável, ao final.
O grande trunfo de "Medianeras" é contar uma história aparentemente corriqueira de forma extremamente criativa. Além dos dois atores que estão muito bem, a cidade de Buenos Aires também funciona como personagem dessa comédia romântica, que foge dos clichês habituais do gênero. Só a abertura da película, já vale o ingresso. E para quem é fã de Woody Allen, o diretor portenho, em seu primeiro longa-metragem, faz uma bela homenagem ao diretor  norte-americano.

Antes de conferir "Medianeras", assisti a "Capitães da Areia" de Cecília Amado. A neta do escritor baiano, Jorge Amado, em seu primeiro trabalho cinematográfico, não decepciona. É bem verdade, que o filme derrapa nos momentos em que artifícios publicitários são utilizados para agilizar a narrativa, mas como não li o livro ainda, não podendo compará-lo à obra escrita, penso que o resultado, como "cinema" está acima da média dos nacionais que tenho visto ultimamente.

Pontos positivos: As atuações "profissionais" de algumas crianças como Ana Graciela (Dora), Roberio Lima (Professor) e Paulo Abade (Gato), na sua maioria, estreando no cinema; a bela fotografia assinada por Guy Gonçalves; a trilha sonora composta por Carlinhos Brown.

Pontos Negativos: A dicção dos garotos que precisava ser melhor trabalhada; os maneirismos de videoclipes que se funcionam bem em "Cidade de Deus", aqui ficam um tanto deslocados; a trama não é consistente e o tecido narrativo torna-se, por vezes, esgaçado; falta densidade dramática.

Da Bahia, para o Rio de Janeiro. Pelo menos, na referência de sua praia internacionalmene famosa. Assim é "Copacabana", filme de Marc Fitoussi e que conta com Isabelle Huppert como protagonista. Não há uma cena sequer filmada em Terra Brasilis, mas nem por isso o país da América do Sul, que está no imaginário de tantos gringos, deixa de ser exaltado, principalmente na trilha sonora composta por deliciosas bossas.
Huppert interpreta a estabanada Babbou, que foge totalmente às regras impostas pela sociedade capitalista. Morando só, com a filha Esmeralda (Lolita Chammah), Babbou sonha em conhecer o "país tropical", mas antes disso, precisa arrumar um emprego (tarefa das mais árduas). Para completar a lista de dificuldades a enfrentar, é comunicada pela filha, que esta irá se casar, mas não faz a mínima questão que a genitora compareça à cerimônia.

Depois do 'golpe', Babbou decide arriscar suas fichas num trabalho em Ostend, balneário belga. A cinquentona encara a função de entregadora de panfletos deum complexo de apartamentos e, por conta de 'amizades influentes', consegue ascender rapidamente no emprego. O problema é que a ingenuidade de Babbou acrescida à sua maneira despretensiosa de viver levam-na a perder o emprego, mas um lance de sorte faz com que ela reate com a filha e ainda realize o sonho de conhecer de perto um pouco da cultura brasileira.

O filme vale sobretudo pela interpretação sempre impecável de Huppert, mostrando-se versátil nesse novo papel, e pela oportunidade de conferir as atuações de mãe e filha (na vida real), numa simbiose perfeita.

P.S. Na próxima postagem falarei sobre o filme  "A Missão do Gerente de Recursos Humanos" de Eran Riklis


Legenda da Foto 1: Cena de "Medianeras" que mostra as agruras do isolamento urbano com humor e criatividade

Legenda da Foto 2: Pedro Bala e Dora em um dos raros momentos amenos da tulmutuada trama de "Capitães da Areia"

Legenda da Foto 3: Lolita Chammah e Isabelle Huppert em cena no ótimo "Copacabana"

domingo, 23 de outubro de 2011

Não esqueça Versailles











Muitos turistas que se encaminham para Paris, não colocam no roteiro, uma visita a Versailles. O que é um pecado...A cidade é um encanto (apesar de ter visto muito pouco dela e necessitar conhecê-la melhor) e abriga o castelo mais luxuoso da França, o último palácio real, o Palácio de Versailles.

Mais parecido com uma cidade do que com um castelo, Versailles foi sede do poder francês por mais de 100 anos e de simples alojamento de caça do Rei Luís XIII, transformou-se no esplendoroso castelo que pode ser conhecido ainda hoje, através das mãos dos arquitetos Louis Le Vau e Jules Hardouin-Mansart contratados por Luís XIV (sempre ele, o "megalô").

É claro que toda aquela edificação foi sendo construída e ampliada ao longo dos tempos, sendo que o Palácio ainda seria morada de Luís XVI e Maria Antonieta, últimos monarcas a residirem por lá. Destaque para a capela, o Grand Trianon, o Petit Trianon, a Sala dos Espelhos e os Jardins projetados por André Le Nôtre.

Indispensável é você alugar um audioguia, antes de começar o passeio, pois saberá com detalhes, os significados daquelas pinturas estonteantes que têm no teto de cada sala e curiosidades sobre os aposentos reais.

É bom lembrar que para se visitar somente o Palácio o preço do ingresso tem um determinado valor e se o turista quiser passear pelos Jardins, o preço sobe um pouquinho. Também é interessante, caso não tenha adquirido o Museum Pass (que dá direito a visitar o palácio), o visitante adquirir o bilhete do trem + o ingresso para ter acesso ao Palácio, evitando enfrentar filas. Se puder ir no meio da semana, evitando o sábado e o domingo, talvez o passeio seja mais tranquilo.

No outono e inverno vá bem agasalhado, pois o trajeto da estação de trem até o palácio, apesar de curto, caso não esteja preparado para o frio, pode se tornar uma caminhada sacrificante, com as rajadas de vento constantes.
Detalhe: Assistir ao filme "Maria Antonieta" de Sofia Coppola esta semana novamente, mas com outros olhos. Foi bom identificar no filme alguns lugares de Versailles que visitei recentemente. Sem dúvida, um lugar inesquecível....

Legenda da Foto 1: Entrada do Palácio de Versailles

Legenda da Foto 2: Capela onde Luís XVI foi coroado rei

Legenda da Foto 3: Uma das centenas de esculturas espalhadas pelos aposentos do Château

Legenda da Foto 4: Fica-se tonto (a) com tanta riqueza visual estampada nos tetos dos aposentos

Legenda da Foto 5: Sala dos Espelhos, um dos pontos altos do Palácio de Versailles

Legenda da Foto 6: Quarto de Maria Antonieta

Legenda das Foto 7, 8 e 9: Diferentes ângulos do imenso Jardim de Versailles

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Passeio pelo Sena, Louvre e D'Orsay

Suyene Correia no interior do Museu do Louvre


Pirâmide do Museu do Louvre

Suyene Correia em frente às Bodas de Canaã

Suyene Correia em frente à Balsa da Medusa_

Se você nunca foi a Paris antes (ou mesmo já conhece e tem muito tempo que visitou a cidade) três programas são imperdíveis (na verdade, uma dezena deles são, mas se tiver pouco tempo, não deixe de fazer esses): passear pelo Rio Sena num daqueles Bateaux Mouche, visitar o Musée du Louvre e o Musée D'Orsay.

Muitos fazem o passeio durante o dia pelo Rio Sena, mas acredito que a experiência à noite pode ser mais emocionante, principalmente, pela oportunidade de flagrar belos ângulos das edificações iluminadas como o próprio Musée D' Orsay, Musée du Louvre, das várias pontes que cortam o rio a exemplo da Neuf, de L'Alma, Alexandre III e da Torre Eiffel.

Como vocês devem ter percebido, pelas fotos postadas aqui, até agora, o tempo em Paris não estava dos melhores. Muitos dias nublados e um vento gélido que insistia em soprar em nossos rostos. Na noite que fomos navegar pelo Sena, a sensação térmica era de uns 7 a 8 graus. Não sei ao certo quanto os termômetros marcavam, mas não foi fácil sair da cabine aquecida e ir para o relento a fim de tirar umas fotos.
Poucos desses registros ficaram bons de fato, parte por conta da tremedeira pelo frio, parte por conta da emoção de estar navegando num dos mais famosos rios do mundo.

Se o internauta tem pouco dia na Cidade Luz, abra mão de alguns passeios, mas não deixe de conhecer o Musée du Louvre e o D'Orsay. O primeiro é simplesmente o maior museu do mundo e mesmo que você   já tenha lido muito sobre ele, já tenha visto dezenas de fotos do seu interior e parte externa e ilustrações das relíquias que ele abriga em seu interior, nada traduz a emoção de percorrer seus corredores que guardam peças da antiguidade oriental, egípcia, grega, romana, etrusca, além de pinturas, esculturas, objetos de arte e artes gráficas e africana, asiática, além da islâmica.

Lógico que não dará tempo de ver nem 1/50 do que existe lá dentro, a dica é já chegar por lá, sabendo exatamente quais suas prioridades. Será a pintura holandesa, francesa ou italiana ? E qual período? Renascimento, Romantismo, Modernismo ? Prefere escultura ou pintura ? Ou acha melhor se deter nos objetos de arte?

Se ficar mais de cinco dias, reserve duas visitas ao Louvre pelo menos. Agora, só uma curiosidade: você é daqueles que como eu, não faz muita questão em ver a "Monalisa" ? Então, entre na sala dela, só para se extasiar com "Bodas de Canaã" de Veronese. Um escândalo de lindo... e parece que é o de maior dimensão do Louvre.

O meu preferido "A Balsa da Medusa" de Géricault eu demorei para encontrar, mas mesmo tendo "A Coroação de Napoleão" de Davi em frente e "A Liberdade Guiando o Povo" de Delacroix  ao lado, meus olhos só enxergavam as pinceladas de Géricault. Ganhei meu dia...
Museum D'Orsay_foto Suyene Correia
Pont L'Alma_foto Suyene Correia
Museum D'Orsay_interior_foto Suyene Correia
Museum D'Orsay_relógio_foto Suyene Correia
Antes de chegar ao Musée du Louvre, demos uma passada rápida (infelizmente) no Musée D'Orsay. Antiga estação ferroviária, o belíssimo prédio situado à margem esquerda do Sena (do outro lado avista-se o Louvre e o Jardin des Tuileries) abriga obras de Camile Claudel, Van Gogh, Gauguin, Degas, Renoir, Toulose-Lautrec, Matisse, entre tantos outros gênios. 

Apesar de bem menor que o Louvre, o D'Orsay também tem um acervo rico e peculiar. É parada obrigatória, apesar dos fotógrafos terem muita dificuldade em registrar em seus equipamentos a riqueza cultural que ali se encontra. A fiscalização é ferrenha, bem distinta do Louvre, onde fotografar tudo, parece ser um favor que fazemos à instituição.

Legenda da Foto 1: A blogueira no interior da pirâmide do Louvre

Legenda das Fotos 2 e 3: O Musée du Louvre em ângulos diversos

Legenda da Foto 4: A "Mona Lisa" pode ter seus encantos, mas não me arrebatou como "As Bodas de Canaã"

Legenda da Foto 5: Entre galerias labirínticas, eis que deparo-me com minha pintura predileta "A Balsa da Medusa" de Géricault

Legenda da Foto 6: O Musée D'Orsay visto do outro lado do Sena

Legenda da Foto 7: Pont L'Alma a que vai nos levar do Jardin des Tuileries até o D'Orsay. Reza a lenda que se você cravar as suas iniciais com as do amado (a) num cadeado e colocar lá, é amor eterno.

Legenda da Foto 8: A blogueira em frente à propaganda da exposição temporária no D'Orsay

Legenda da Foto 9 e 10: Interior do D'Orsay e detalhe do relógio que outrora marcava a hora de chegada e partida dos trens naquela antiga estação

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Palais Royal, Place Vendôme, Place de La Madeleine...

Jardin du Palais Royal



Église Saint-Roch_foto Suyene Correia

Place Vendôme_Suyene Correia


Église de Madeleine_fachada_foto Suyene Correia

Église de Madeleine_foto Suyene Correia


Place de La Concorde_Suyene Correia

Arc du Triomphe_Suyene Correia

Palais Bourbon_foto Suyene Correia


No primeiro dia de andanças pelo centro de Paris, tive a sensação de voltar alguns séculos no tempo. Para onde eu mirasse, meus olhos só se deparavam com suntuosas edificações, construídas há 100, 200, 300 anos. A primeira parada, após breve passagem pela Benlux (loja de produtos importados, situada ao lado do Louvre), foi no Palais Royal que abriga hoje o Ministério da Cultura francês.

Encomendado pelo conselheiro de Luís XIII, o cardeal Richelieu, no século XVII, o prédio serviu de residência a Luís XIV (na infância), Colette e Jean Cocteau. Como seu interior não é aberto ao público, deliciamo-nos apenas com  beleza de seu jardim bastante florido. Para se chegar ao jardim, no coração da edificação secular, passeamos pelas galerias de lojas suntuosas que as circundam.

Lá é possível descansar à sombra de dezenas de árvores agrupadas lado a lado ou apreciar a fonte erguida no centro do jardim. Como acontece em muitos locais de Paris, o moderno se insere ao clássico, muitas vezes sem afrontá-lo. Nesse caso, é possível conferir as colunas pretas e brancas do Cour d' Honneur, adicionadas ao complexo em 1986.

Saindo do Palais Royal, seguimos pela Rue Saint-Honoré (uma das mais caras de Paris) com destino à Place Vendôme, onde passamos em frente à Comédie Française, local em que Molière apresentou muitas de suas peças. Se você olhar para o outro lado da rua, vai se deparar com o Café Ruc (ótima pedida para um almoço). Também nessa rua é possível se deparar com lojas/boutiques finérrimas de marcas como Zara, Gucci, Valentino entre outras. No número 284, ergue-se a Église Saint-Roch palco do casamento do Marquês de Sade e da missa de corpo presente de Yves Saint Laurent.

Mais adiante, virando à direita na Rue Castiglione, mais lojas chiques (várias joalherias) e hotéis de luxo. Chegando à Place Vendôme (ponto de partida da Rue de La Paix), deparamo-nos com o Hotel Ritz, construído no final do século XIX, e que hospedou Lady Di, nos últimos dias de vida. O obelisco no centro da Place foi construído em 1810, para celebrar a vitória em Austerlitz por Napoleão e homenagear os soldados franceses. O bronze foi derretido de mais de 1000 canhões russos e austríacos.

Depois de um breve descanso, seguimos rumo à Place de La Madeleine para conhecer a igreja de mesmo nome. Como é imponente sua fachada em estilo neo-clássico, que traz colunas coríntias de 20 metros de altura ao redor do prédio inteiro!! As portas de bronze são todas trabalhadas em alto relevo, representando os Dez Mandamentos e no seu interior, o visual é magistral com três cupulas adornadas por uma decoração inspirada nos artistas renascentistas.

Não deixe de vislumbrar o órgão gigante Cavaillé Col em ação, nos concertos que acontecem aos domingos e são abertos ao público. Foi nessa bela igreja que foram realizados os funerais de Chopin, Saint-Saëns e Gabriel Fauré.

Se você se posicionar na escadaria da igreja e olhar adiante, bem no início da Rue Royale, irá  enxergar um outro monumento importante da cidade. Trata-se o obelisco localizado na Place de La Concorde. De lá é possível avistar a Tour Eiffel, o Arc de Triomphe, o Jardin de Tuileries e é, claro, a Église de La Madeleine.

A Place foi projetada no século XVIII por Ange-Jacques Gabriel. Inicialmente chamada de Place Louis XV, para homenagear o rei da época (existia uma estátua equestre do rei, demolida mais tarde), o local passou a se chamar Place de la Révolution durante a Revolução Francesa. Nesta época, foi instalada uma guilhotina na praça, onde foram executados entre outros Maria Antonieta, Luís XVI, Antoine Lavoisier e Georges Danton.

Depois de retirada a guilhotina, a praça ganhou o nome que vale até hoje. O grande obelisco egípcio "Luxor" (decorado com hieróglifos)

Preste atenção nas belas fontes presentes na praça, desenhadas por Jacques-Ignace Hittorff,  bem como nos prédios de pedras idênticas ao norte (um abrigando o Hotêl de Crillon e o outro o Ministério da Marinha Francesa. No extremo sul, você avistará mais um belo prédio: o Palais Bourbon, sede da Assembleia Nacional Francesa. 

Legenda da Foto 1: Nada como um descanso no Jardin du Palais Royal

Legenda da Foto 2: Colunas pretas e brancas do Cour d' Honneur

Legenda da Foto 3:  Fachada da Église Saint-Roch

Legenda da Foto 4: Place Vendôme

Legenda das Fotos 5 e 6: Fachada e interior da Église de Madeleine

Legenda da Foto 7: Place de La Concorde

Legenda da Foto 8: Arc du Triomphe visto da Concorde

Legenda da Foto 9: Palais Bourbon, sede da Assembleia Nacional Francesa 

Paris Museum Pass e Paris Visite

Paris Museum Pass
Metrô de Paris_mapa

Depois de uma noite mais do que bem dormida, após o stress da chegada em Paris, quase às 22h, no Aeroporto de Orly, eis que acordo disposta para o primeiro dia de reconhecimento da cidade. Apesar do outono já tomar conta da cidade e o frio baixar os termômetros na marca dos 13/12 graus, a cidade permite que você caminhe sem cansar, ainda que seja necessário, muitas vezes, estar munido de um guarda-chuva.

Recomendo aos marinheiros de primeira viagem, adquirirem duas coisas fundamentais para a comodidade e o conforto do dia-a-dia: o primeiro seria o Paris Visite, espécie de ticket do metrô (sem dúvida, o melhor meio de transporte para se deslocar de um cantoa  outro na cidade) que dá direito a você trafegar ilimitadamente pelo complexo emaranhado de 15 linhas durante 1, 2, 3 ou 5 dias consecutivos. 

A segunda aquisição seria a do Paris Museum Pass, um cartão que dá direito à pessoa ter acesso a mais de 60 museus e monumentos de Paris e região, sem ter que enfrentar filas (e são bem grandes). Excetuando as exposições temporárias (cuja visita tem que ser paga à parte), o visitante tem direito a percorrer todo o recinto dessas instituições culturais e se deleitar com seus acervos magníficos. Assim como o Paris Visite, há opções para dois, quatro e seis dias consectivos de visitas aos museus.

E por falar em fila, foi triste constatar que em nosso grupo, havia uma senhora, dessas com "ar" de Maria de Médici, que não respeitava de maneira alguma uma fila. Mais preocupada em fazer suas compras do que propriamente apreciar a riqueza cultural da cidade (que segundo a mesma, já conhecia), essa senhora, de atitudes autoritárias, desgarrava-se do grupo com uma facilidade e, quando reaparecia, ainda exigia que a gente desse uma de "aia". Exemplar vivo da nobreza decadente...

Legenda da Foto 1: Capa do Paris Museum Pass que traz a lista dos museus e monumentos que podem ser visitados com este card

Legenda da Foto 2: Mapa do metrô. Imprescindível para a boa locomoção na cidade

domingo, 16 de outubro de 2011

Paris: Viajar sozinha ou em excursão?

Nunca mais havia viajado em excursão. Sempre tentei na medida do possível, me cercar de mapas, livros e roteiros de viagem, a fim de me dar o aparato necessário para não me perder num novo destino. Mas eis que não falo francês (parcas frases e palavras) e também nunca havia atravessado o Atlântico antes. Então, deixei minhas ressalvas de lado e junto com uma amiga que falava o básico do francês, aventuramo-nos juntamente com mais 24 pessoas para Paris.

Não imaginava que o voo fosse tão cansativo. Saímos com mais de uma hora de atraso de Salvador, no final da noite do dia 04, rumo a Madri. Só chegaríamos por volta das 13h, à capital espanhola, devido ao fuso de cinco horas a mais. Ainda pegaríamos mais um avião a fim de desembarcarmos no nosso destino final: Paris.  Mais isso tudo se não tivéssemos problemas com a conexão em Madri. O pior é que tivemos.

Olha, não sei se a Air Europa é uma das melhores ou piores empresas aéreas do Velho Continente. O que constatei é que ela prestou um péssimo serviço ao nosso grupo, porque perdemos o voo para Paris por conta de dez minutos de atraso, tendo em vista que o avião decolou de Salvador quase uma hora  depois do horário marcado.

Resultado, depois de muito discutir com o gerente da empresa no Aeroporto Madri Barajas, nosso guia Paulo Henrique, conseguiu colocarmos num voo das 20h. Perdemos nosso passeio pelo Sena naquela noite, mas compensamos no dia seguinte. Chegamos exaustos e extremamentes descontentes com o tratamento da empresa, que diga-se de passagem, possui comissários de bordo mal humorados e extremamente ríspidos. A comida do avião é péssima e acho que só se salvam os pilotos, que mostraram habilidade na arte de decolar e pousar.

Além disso, com muito custo Henrique conseguiu que a empresa liberasse voucher para um lanche, já que estávamos há mais de oito horas sem comer. Como se não bastasse isso tudo, um dos viajantes ainda teve sua mala arrombada e o prejuízo sem precedentes. A mesma só foi aparecer um dia depois no hotel, quase que totalmente afanada. Resta saber se foram os funcionários do aeroporto ou da própria companhia aérea que lesou o cliente.

Fico pensando se tudo isso tivesse acontecido comigo e minha amiga, sem estarmos inseridas numa excursão. Ao mesmo tempo, ainda paira uma dúvida: será que mesmo com o atraso todo da decolagem em Salvador, porque estávamos num número razoável de pessoas para passarmos na polícia e na alfândega, esse não teria sido o motivo real de não pegarmos a conexão ?

Ainda falarei ao longo das postagens, dos prós e contras de se viajar com um grupo tão numeroso de pessoas, com modos de pensar e agir tão distintos.

A bientôt.

Próxima Parada, Paris

Museu do Louvre_Paris

Jardin du Palais Royal_Paris

Palais Royal_Suyene Correia

Jardin du Palais Royal_Suyene Correia

Place de la Concorde_Suyene Correia
Parafraseando Ernest Hemingway, que certa vez  disse,  “Se você quando jovem teve a sorte de viver em Paris, então a lembrança acompanhará pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante”, eu digo que apesar da frase do escritor americano se referir à Paris do anos de 1920, ainda que estejamos em pleno 2011, a capital francesa continua uma festa.

Engraçado como eu tinha resistência a conhecê-la. Sempre tive em mente que minha primeira viagem ao Velho Continente, seria para contemplar a cultura espanhola ou inglesa. Italiana em terceiro lugar. Depois talvez, Paris. E que pena que não fui antes. Tudo que falam (bem) da cidade é possível constatar a quase todo o momento. 

O romantismo está em cada esquina com seus cafés seculares, extremamente charmosos, ponto de encontro de amigos e casais enamorados. A riqueza cultural também é facilmente notada no conjunto arquitetônico fabuloso que compõe a cidade (principalmente as regiões mais centrais como St-Germain-Des-Prés, Le Marais, Louvre e Champs-Élysées), além é claro, do tom cosmopolita, sentida pelo mix de sotaques que se ouve nos vagões de metrô, seja pelos imigrantes africanos e asiáticos, seja pelos turistas de todos os continentes do planeta.

Nos sete dias que permaneci na França (sendo seis em Paris e um em Versailles) e outro dia na cidade de Bruges (Bélgica) fui me aprimorando na história da cidade, desde seus primeiros vestígios de ocupação sedentária no período neolítico (vá ao Museu Carnavalet no Marais e descobrirá o que estou dizendo), à ocupação gaulesa, romana, às mudanças que foi sofrendo ao longo dos séculos com seus monarcas e líderes republicanos até chegar ao que é hoje: um museu a céu aberto que não parou no tempo (basta conhecer La Défense e o Centre Georges Pompidou e perceber o toque de  pós-modernidade parisiense).

Realmente, uma cidade indescritível, pulsante que merece se conhecida o quanto antes por aqueles que ainda não tiveram a chance. Paris é para visitar sempre que se possa. E para os seguidores do bangalô que ainda não tiveram tempo de acrescentá-la no roteiro de viagem, a partir de agora escreverei uma série de postagens, descrevendo minhas modestas impressões da cidade.

Voilà!

Legenda da Foto 1: A blogueira diante do maior museu do mundo: o Louvre

Legenda da Fotos 2, 3 e 4: Nada como dedicar um tempinho para relaxar no Jardin du Palais Royal (bem ao lado do Musée du Louvre). Apesar do outono, muitos jardins de Paris ainda estão bem floridos. O local já serviu de moradia para Luís XIV e os escritores Colette e Jean Cocteau. Hoje o prédio abriga o Ministério da Cultura

Legenda da Foto 5: Na Place de La Concorde, ladeada pela Champs-Élysee, Jardin des Tuileries, Palais Bourbon e Rue Royale é possível tirar belas fotos diante da fonte criada por Jacques-Ignace Hittorff. A praça foi projetada no século XVIII por Jacques Ange Gabriel, mas depois de servir como palco de inúmeras decapitações (inclusive a de Maria Antonieta e Luís XVI), ela hoje tem como marco um obelisco de granito de 23 m de altura.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Bangalô entra em recesso

Pessoal, nos próximos dez dias, estarei viajando e, com isso, o bangalô ficará "out". Ao retornar, trarei dezenas de dicas culturais para os seguidores fiéis. Acho que vocês irão curtir.

Enquanto isso, informem-se do que acontece no cenário cultural da cidade, através das dicas do amigo Ivan Valença, que estará me substituindo durante esse mês de outubro no Caderno de Variedades do Jornal da Cidade.

Au revoir.