quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sergipe conectado com as Artes Visuais

Nesta sexta-feira, a partir das 19h, no Espaço Cultural Semear terá início a edição 2010 do projeto “Artes Visuais Sergipe: Conexões”, com a abertura da exposição “Junto de Oito”, lançamento da Revista Tatuí e palestra “Arte, Campo da Arte e Contexto Social”, com a crítica de arte Clarissa Diniz.

O projeto contemplado pelo Edital Conexão Artes Visuais Minc/FUNARTE/Petrobras e que aconteceu pela primeira vez, em Aracaju, há um ano e meio, contou com as presenças do galerista Zeca Fernandes e da crítica de arte e curadora, Cristiana Tejo. Na ocasião, a adesão dos artistas plásticos foi grande e a necessidade de continuar o processo de capacitação dos profissionais foi percebida pela diretora de Cultura e Arte da Sociedade Semear, Cita Domingos que inscreveu novo projeto no edital da FUNARTE e conseguiu a sua aprovação.

“Percebemos que não adiantava apenas realizar exposições, mas também promover o intercâmbio dos artistas locais com os de fora e vice-versa. Trazer curadores e críticos de arte de outros Estados para falarem de suas experiências e traçarem um panorama do que está sendo feito em termos de arte contemporânea no país é de suma importância para o desenvolvimento do cenário artístico local”, diz Cita.

O ciclo de palestras do projeto deste ano inicia-se com a discussão em torno da “Arte, Campo da Arte e Contexto Social” feita pela crítica de arte pernambucana, Clarissa Diniz. Ela, que também é editora da Revista Tatuí, cujo número 06 será lançado no Espaço Cultural Semear, nesta sexta-feira, à noite, prossegue com sua palestra na manhã do sábado, a partir das 9h.

Quem comparecer na noite de abertura do projeto, também poderá conferir os trabalhos  dos artistas Alan Adi, Cláudia Nen, Elias Santos, Fábio Sampaio, Jamson Madureira, João Valdenio, Marcos Vieira e Marly que compõem a exposição “Juntos de Oito”.

A próxima palestra, cujo tema será “Educação e Mediação da Arte Contemporânea” acontecerá no dia 10 de setembro, das 19 às 22h, e no dia 11, das 9 às 12h, e será ministrada pela curadora e coordenadora de Educação do Centro de Arte Contemporânea de Inhotim (MG), Janaína Melo. Já nos dias 24 e 25 de setembro, respectivamente, das 19 às 22h e das 9 às 12h, acontecerá a palestra em torno de “O Artista como Trabalhador: Mercado e Profissionalismo nas Artes Visuais”, ministrada pelo artista plástico e crítico de arte, César Romero.

Por fim, o curador do Clube da Gravura do MAM de São Paulo, Cauê Alves, irá discutir sobre curadoria, na palestra “Educando o olhar: Reflexões Sobre Práticas de Curadoria” nos dias 1º e 2 de outubro.

Fechando o projeto, será aberta no dia 05 de novembro a exposição “Abstratos”, sob a curadoria de Zeca Fernandes, com trabalhos de artistas do quilate de Sérgio Rabinovitz, Frans Krajcberg, Arthur Luiz Piza e Jenner Augusto.

Todas as atividades são gratuitas e as inscrições para as palestras podem ser feitas através do e-mail culturaeartes@sociedadesemear.org.br  Outras informações podem ser obtidas através do 3214-5800 ou na Sociedade Semear (Rua Vila Cristina, 148).

Texto: Suyene Correia

terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Arca Russa" no CineExperiência


Não foi ainda conferir o CineExperiência ? Então, anote na sua agenda, que neste sábado, às 11h, no Palácio-Museu Olímpio Campos irá acontecer a exibição do filme "Arca Russa" de Aleksandr Sokúrov.

O projeto que teve início no dia 31 de julho, com a exibição de "O Grande Ditador" e apresentação de Ivan Valença, prossegue até o mês de novembro, com exibições quinzenais de filmes fora do circuito comercial, ditos independentes ou cults. 

Com entrada franca, o CineExperiência, que foi idealizado pelo coordenador de pesquisa e educação do Palácio-Museu, José Cláudio Teixeira, tem reunido um bom público, a exemplo da manhã de estreia e da exibição de curtas-metragens, no dia 14 de agosto, apresentados pela Rosâgela Rocha.

Neste sábado, a blogueira que vos escreve, apresentará esta obra-prima do cinema russo contemporâneo, dirigido pelo talentoso Sokúrov. O 'filme fantasia' do russo foi feito num único plano-sequência de pouco mais de uma hora e meia, sendo que durante este tempo, Sokúrov passa a limpo quase 300 anos de história, apoiando-se na própria história do Hermitage, um dos maiores museus do mundo, localizado em São Petesrburgo e que foi moradia dos Czares.

Quem não quiser perder esta oportunidade (a primeira e única exibição pública em 'Terras de Ará,' deu-se no Cinema de Arte, ainda no extinto Moviecom do Shopping Riomar), é bom chegar um pouquinho cedo, já que a sala multieventos, onde será projetado o filme, só comporta 70 pessoas.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Cena das filmagens da "Arca Russa" produção de 2002

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Onde estão os legendados ?

Eu não tenho nada contra os dubladores de alto nível do mercado brasileiro. Pelo contrário, se não fossem eles, como as crianças entrariam no mundo mágico da cinematografia ? Sou contra, no entanto, que as pessoas que não curtem filmes sem legendas ou porque querem aprimorar seu inglês (ou outro idioma de sua escolha) ou porque já estão familiarizados com as vozes de seus ídolos, não tenham a oportunidade de escolha.

Vejamos. De forma recorrente, alguns filmes têm estreado  nos cinemas locais apenas com cópias dubladas. A exemplo de "Os Predadores", "O Último Mestre do Ar", "O Aprendiz de Feiticeiro" e "Meu Malvado Favorito" (alguns filmes de animação, em cidades maiores, entram em cartaz com cópias legendadas). Outros, como "A Origem" e "Salt", ainda pode-se escolher entre a versão dublada e legendada, embora "Salt" só possa ser vista nesta última versão, no Shopping Riomar.

Pois bem, a questão é que acompanhar filmes de animação dublados, a gente até entende (apesar de "O Fantástico Sr. Raposo", mesmo legendado, ter sido bem compreendido pelos baixinhos a partir de uma certa idade), mas filmes como "Salt", "Predadores" e "A Origem" é inconcebível aceitar que cópias repetidas estejam aportando por aqui, ao invés de uma diversificação maior de títulos.

Não sei como se dá essa política do Cinemark, mas cada dia que passa, o cinéfilo sergipano se vê mais acuado e sem opções em sua terra de poder assistir a títulos de qualidade. Uma certa vez, escrevi uma postagem aqui, com o título de Ponte Aérea Aracaju-Salvador, falando da necessidade de se deslocar até a capital baiana, a fim de conferir bons títulos. Parece que isso está longe de acabar...

Texto: Suyene Correia
 

Oi valoriza novos talentos

A Oi, em parceria com o SWU Music and Arts Festival – evento que acontece entre os dias 9 e 11 de outubro na fazenda Maeda, em Itu, São Paulo, reunindo música, artes e consciência sobre sustentabilidade numa experiência inédita no Brasil – abre concurso para dar espaço a novos talentos e bandas independentes no festival. As bandas escolhidas vão se apresentar no Palco Oi Novo Som, ao lado de nomes já consagrados da cena independente. Trata-se de uma oportunidade de artistas que estão começando, ganharem visibilidade na cena musical, atingindo um grande público num evento da dimensão do SWU.

Todas as bandas cadastradas no portal Oi Novo Som (www.oinovosom.com.br) estão, automaticamente, concorrendo. Os músicos interessados, que ainda não estão cadastrados, devem cadastrar seu perfil no portal (www.oinovosom.com.br). Bandas de todo o Brasil podem participar. A votação pública vai até o dia 31 de agosto e definirá as 12 bandas que participarão de uma segunda etapa seletiva, ao vivo. Essa fase consistirá em batalhas nas casas de espetáculos nas cidades de São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. A votação popular poderá ser feita via SMS e/ou via os websites http://www.oinovosom.com.br e http://www.swu.com.br
 
Um júri formado pela OiFM e a organização do SWU escolherá, entre os 12 finalistas eleitos pelo público, quem serão os três grandes vencedores que mostrarão sua música no SWU. Como prêmio, cada um deles tocará em um dos três dias do festival. Contando com os três vencedores do concurso, o Palco Oi Novo Som vai apresentar, ao todo, 24 bandas da cena musical independente ao longo dos dias  9, 10 e 11 de outubro na fazenda Maeda, em Itu, entre artistas nacionais e internacionais.  Em breve, serão anunciados os headliners e o line-up completo desse palco. Regulamento sobre o concurso Oi Novo Som em http://www.oinovosom.com.br  e http://www.swu.com.br

 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dira Paes e Otto Jr. encenam "Caderno de Memórias"

O texto é de Jean-Claude Carrière e, só por isso, já vale a conferida da peça "Caderno de Memórias" que aporta amanhã e domingo, no Teatro Tobias Barreto. Mas o espetáculo promete ainda mais, por ser encenado pela dupla Dira Paes e Otto Jr., diga-se de passagem, ela voltando aos palcos, depois de cinco anos de afastamento.

Com certeza deve estar voltando com todo o gás, dando vida à personagem Suzanne, mulher que sem  explicações plausíveis invade o apartamento de um jovem advogado alegando estar à procura de um outro homem. Porém, em 72 horas, ela  irá causar transformações na vida de Jean Jacques (Otto Jr.), as quais o advogado jamais sonhara viver um dia.

Dirigida pelo competente Moacyr Góes, a peça estreou no Rio de Janeiro no início do mês de abril e vem causando comoção onde tem passado pelo fato de abordar de maneira direta a preservação do outro em si, quando o desejo amoroso suplica pela união dos dois em um único corpo.

O espetáculo será apresentado às 21h, no sábado e às 20h, no domingo. Os ingressos adquiridos até o dia de hoje, na bilheteria do teatro, custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). A partir de amanhã, o preço sobe para R$ 60 (inteira) e R$30 (meia). A produção local é assinada pela Villela Produções.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Suzanne e Jean Jacques: será que terminarão juntos ?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Hora das Cantorias

Nesta sexta-feira, a partir das 21h, no antigo restaurante O Paió, os cantadores Dinho Oliveira, Joaquim Antônio, Josino Medina, Muskito, Nino Karvan, Paulinho Jequié e Sena irão apresentar um show recheado com suas poesias no projeto “Cantoria, Versos e Viola”. O grupo, à exceção do mineiro Josino Medina, já se conhecia desde a década de 90, através das cantorias realizadas pelo Movimento Popular e Histórico de Canudos.

Após um hiato de 12 anos, os amigos decidiram se reencontrar e comungar dos mesmos anseios: “o de cantar as coisas da gente simples, mas cheia de sabedoria”,  como diz Joaquim Ferreira, acordeonista do grupo Casaca de Couro e idealizador desse encontro. “No ano passado, recebi uma mensagem do Sena  pelo Orkut, sugerindo que fizéssemos uma cantoria. Este ano, antes dos festejos juninos terminarem, o Paulinho Jequié me escreveu dizendo que queria tocar aqui conosco e junto com isso, a produtora cultural, Rita Simone, disse que conhecia o Josino Medina e iria convidá-lo para esse encontro. Ele topou. Convidamos então, o Dinho, Muskito e o Nino Karvan para completar o grupo e agora, iremos fazer essa apresentação, reunindo cantadores de vários Estados”, conta.

É verdade. Apesar de morarem há muito tempo em Sergipe, Joaquim é matogrossense, Muskito é alagoano e Sena é cearense. Juntam-se a eles, os baianos Paulinho Jequié e Dinho Oliveira, o mineiro Josino Medina e o único sergipano Nino Karvan. A expectativa é grande desse encontro, já que não se faz uma cantoria como essa por aqui, há um bom tempo. Não será apenas um desejo atendido para os músicos, como também da platéia que se fará presente. “Muitos universitários, intelectuais, artesãos e um público alternativo já vinha me cobrando isso. Então, será uma boa oportunidade de nos confraternizarmos, de fazermos um intercâmbio com artistas de outras localidades e celebrarmos a música regional brasileira”, explica Joaquim.

Essa cantoria irá também revelar diferentes tons. De acordo com o maestro Muskito, autor do “Xaxado de Propriá”, existem dois tipos de viola no Brasil, que se diferenciam, basicamente, pela sua afinação. A primeira é a viola caipira de Minas e interior de São Paulo, como a de Josino Medina, que trabalha mais como um instrumento independente, não só acompanhando um cantor, mas também fazendo ponteios e música solo.
A segunda é a viola dos repentistas, que funciona como um tapete, um fundo, para inspirar o cantor nos versos. Ambas são violas, mas com características diferentes. O que estabelece a relação entre as duas músicas dessas violas é exatamente essa coisa do campo, de falar sobre o povo, de cantar a música do povo. 

Não só os cantadores estarão presentes na noite desta sexta-feira, no Paió, mas também os cordelistas, os artesãos, as catadoras de mangaba, de modo que será uma noite cultural bastante alternativa. “Muito da riqueza cultural do nosso país, vem do chamado ‘Brasil Profundo’ que engloba a região do sertão brasileiro (que começa no Ceará e termina no Norte de Minas Gerais). A ideia desse encontro é mostrar, por exemplo, as peculiaridades e semelhanças que há no trabalho desenvolvido pelo violeiro do Vale do Jequitinhonha, pelo violeiro de Vitória da Conquista  e pelo violeiro sergipano e também como a construção cultural independe do poder do Estado, oportunizando ao pessoal da nova geração o acesso a um produto musical dessa natureza ”, diz Rita Simone.

Somando-se à  programação da noite, o poeta popular João Brasileiro fará, na abertura, participação especial e, no encerramento, a banda Casaca de Couro apresentará um animado forró pé de serra.
O projeto que tem o apoio da Nossa Escola, SESC, Fundação Aperipê, Infonet e Casa do Artista é uma realização da Casaca de Couro Produções Artísticas. Os ingressos a R$ 10 estão à venda na Casa do Artista, Rua Laranjeiras, 190 - Centro. Mais informações pelo telefone 3042-9506 ou casacadecouro@infonet.com.br

Texto: Suyene Correia

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Concerto Comemorativo da ORSSE

A Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE), sob a direção do maestro Guilherme Mannis, preparou um concerto especial comemorativo, que acontece amanhã, às 20h30, no Teatro Tobias Barreto. Com obras importantes orquestrais, da Sinfonia n. 3 “Eroica” de Beethoven até a música brasileira, com uma obra raramente tocada pelas orquestras, a Abertura Zemira do Pe. José Maurício, o repertório será regido pelo maestro assistente Daniel Nery, enquanto que o maestro titular Guilherme Mannis  tocará como solista, o Concerto para Piano em Dó menor, nº 24 de Mozart.

Pianista de formação profissional pela antiga Universidade Livre de Música, atual Santa Marcelina, na classe da pianista Marina Brandão, Guilherme Mannis, que está à frente da ORSSE há quatro anos, preparou-se para este concerto com muita dedicação, conciliando o ensaios diários da orquestra com as horas de estudo.

Quem não quiser ficar fora desta programação basta adquirir seu ingresso na bilheteria do teatro ao preço de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). A bilheteria funciona das 13 às 20h e mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3179-1496.

As Cores de Laranjeiras expostas no MUHSE

O fotógrafo JR Beiramar expõe a partir de amanhã, às 19h, no Museu do Homem Sergipano, 25 fotografias impressas em canvas, na individual "Cores de Laranjeiras". A mostra, que tem curadoria de Sayonara Viana e concepção de montagem das arquitetas Mônica Fonseca e Maíra Campos, é o resultado de dois anos de pesquisa de Beiramar para com o Encontro Cultural de Laranjeiras 

JR optou pelo uso de filtros e texturas digitais e da impressão em tela de algodão como suporte. “Minha intenção foi buscar algo diferente, para ressaltar ainda mais as texturas e as cores. Ainda por esse motivo é que escolhi a tela ao invés do papel como suporte de impressão”, explica.

Segundo a curadora, Sayonara Viana, o fotógrafo  nos revela os matizes vivos e expressivos de Laranjeiras nos conduzindo a um território lúdico no qual a festa se faz. "Ele encontrou no Encontro Cultural de Laranjeiras efeitos cromáticos produzidos pela Taieira, pela Chegança, pelo Reisado e por 'tipos laranjeirenses'. Nesse conjunto de fotos é possível vislumbrar o povo e sua cultura a partir de ângulos inusitados e de uma técnica que leva o espectador a participar da festa e mergulhar em suas cores”, comenta Sayonara Viana, curadora da exposição.

“Cores de Laranjeiras” fica aberta ao público até o dia 19 de setembro no Museu do Homem Sergipano (rua Estância, 228), com apoio da Universidade Federal de Sergipe, Click Foto, Super Tintas e Gráfica Sampaio. A visitação gratuita pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h e das 14 às 17h.

Legenda da foto:  A Taieira é um dos destaques da exposição "Cores de Laranjeiras" assinada por Jr Beiramar

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um Reinado com Amor


 O diretor Jean Marc-Vallée (do sensível "C.R.A.Z.Y.") "derrete" sua câmera para o amor de Alexandrina Vitória Regina (a bela Emily Blunt) e Albert de Saxe-Coburg (Rupert Friend) no longa "A Jovem Rainha Vitória", vencedor do Oscar de Melhor Figurino deste ano.

Ao invés de se deter nas questões políticas (o faz, mas de forma superficial), o filme acompanha as investidas tímidas mas seguras de Albert para com Vitória, que ao mesmo tempo se encanta com  seu conselheiro, o Lorde Melbourne (Paul Bettany) mas não o escolhe como seu consorte. O privilégio fica para o primo Albert que torna-se o escolhido de Sua Majestade e convive com ela até sua morte aos 42 anos, vítima de tifo.

Vitória assume o trono com 18 anos e é responsável pelo período conhecido como 'Era Vitoriana'- de grande desenvolvimento na área social, econômica e cultural inglesa- permanecendo no poder até sua morte aos 81 anos, porém o longa foca os primeiros anos da monarca no poder  e abre espaço para algumas licenças poéticas (a rainha na tela é muito mais bonita que a da vida real; ela, realmente, escolheu seu companheiro por amor, mas o filme romantiza mais do que o ideal).

Com uma Direção de Arte de tirar o folêgo e o figurino impecável de Sandy Powell e as ótimas interpretações de Miranda Richardson (como a mãe de Vitória), de Jim Broadbent (tio de Vitória) e da própria Emily Blunt, "A Jovem Rainha Vitória" pode não ser um daqueles filmes épicos inesquecíveis, mas fisga facilmente o espectador por mostrar no contexto histórico uma bela história de amor.

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: A Rainha Vitória (Blunt) e o Prícipe Albert (Friend) que só se separarm por conta da morte prematura do rapaz

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Puro Suspense



Se estivesse vivo, Alfred Joseph Hitchcock estaria completando amanhã, 111 anos. Coincidentemente, foi numa sexta-feira 13, do ano de 1899, que ele nasceu na cidade de Leytonstone, na Inglaterra. Educado rigidamente sobre os preceitos da religião católica, Hitch iria "sofrer" muito com o pai (ele deixou o filho de castigo numa delegacia por algumas horas, para que ele conhecesse a sensação de estar atrás das grades).

Orfão de pai aos 14 anos, ele foi trabalhar para ajudar a família, inicialmente, com a parte de design gráfico em publicidade e depois enveredando na arte cinematográfica. Em 1920, já trabalhava na área como cenógrafo e daí para assistente de direção, não demorou muito. O resto da história a gente conhece.

O "gorducho" transformou-se no maior diretor do gênero suspense do século XX e deixou clássicos para a posteridade como "Chantagem e Confissão" (primeiro filme sonoro, de 1929); "Os 39 Degraus" de 1935; "Rebeca" de 1940 ( primeira produção hollywoodiana e vencedora do Oscar de Melhor Filme); "Sabotagem" de 1942; "Festim Diabólico" de 1948 (tentativa de fazer um filme com um único plano-sequência); "Pacto Sinistro" de 1951 (a cena do assassinato refletida na lente dos óculos é intrigrante); "Disque m Para Matar" e "Janela Indiscreta" ambos de 1954 (sendo que neste último, o diretor começa uma parceria com James Stewart, que ainda renderia outros bons resultados); "Ladrão de Casaca" de 1955 (Cary Grant e Grace Kelly mais charmosos, impossível); "O Homem Que Sabia Demais" de 1956 (refilmagem bem superior de uma produção dirigida pelo próprio Hitch, só que na Inglaterra); "O Homem Errado"  de 1957 (soberba atuação de Henry Fonda); "Um Corpo Que Cai" de 1958; "Psicose" de 1960 (atire a primeira pedra quem nunca viu a famosa cena do chuveiro ?); "Os Pássaros" de 1963 (sua fixação pela figura de Tippi Hendren começa nessa filmagem) e "Marnie, Confissões de uma Ladra" de 1964.

Suas marcas registradas foram: aparições relâmpagos nos filmes (será que foi daí, que surgiu "Onde Está Wally ?"), o conceito de McGuffin (nome estranho para designar algo sem importância na trama, mas que aparece como seu fio condutor); a parceria com o compositor Bernard Hermann (que participou de oito produções suas); a predileção pelas atrizes loiras (Ingrid Bergman, Grace Kelly, Tippi Hendren, Kim Novak, Janet Leigh), entre outras peculiaridades.

Infelizmente, terminou a carreira no final da década de 70 com filmes pouco expressivos a exemplo de "Topázio" de 1969 e "Trama Macabra" de 1976 (nesse meio tempo, salvou a pele com "Frenesi"). Faleceu aos 81 anos, vítima de insuficiência renal, no dia 29 de abril de 1980. 

Texto: Suyene Correia

Legenda da Foto: Um dos inúmeros registros fotográficos do rigoroso diretor de cinema



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Nazareth-Brasileirinho" no TTB



Na próxima segunda-feira, às 20h, no Teatro Tobias Barreto, o maestro e pianista Marcelo Bratke estará se apresentando juntamente com a Camerata Vale Música, dentro da turnê "Nazareth-Brasileirinho", em homenagem às célebres apresentações que o músico Ernesto Nazareth fazia no Cine Odeon, na década de 1910.

O grupo que acompanha o pianista é formado por cinco integrantes da Camerata Vale Música:  Ariel da Silva Alves (flauta), Lucas Anísio (violino), Rodrigo de Oliveira (clarinete), Leonardo Henrique Miranda e Wagner Nascimento (percussão). Trata-se de uma orquestra profissionalizante fundada por Bratke em 2006, com jovens músicos vindos de áreas desprivilegiadas em todo país, selecionados no programa de inclusão social desenvolvido pela mineradora Vale.

Desde sua criação, o grupo já realizou duas importantes turnês nacionais e uma turnê pelo Japão. Gravou um DVD e um CD pela Gravadora Biscoito Fino, sendo que este último, será lançado durante a turnê 2010. Ainda neste ano, Marcelo Bratke e sua Camerata farão uma turnê internacional com concertos pela Europa e Estados Unidos, com estreia no Carnegie Hall de Nova York, em novembro, a convite do Ministério das Relações Exteriores.

Quem não quiser perder este programa gratuito, basta retirar seu ingresso  na bilheteria do Teatro Tobias Barreto. Imperdível!

Legenda da Foto: O pianista brasileiro de renome internacional, radicado em Londres, Marcelo Bratke

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Imagem "Ao Vento"



Tive a oportunidade de encontrar no filme "Lavoura Arcaica" a combinação perfeita entre palavra e imagem. Agora, parece que a fórmula bem sucedida se repete (desta vez, subjetivamente) com o trabalho da fotógrafa Adriana Lafer Rosset que se inspira em poesia de Manoel de Barros para compor sua primeira mostra individual.


Em "Ao Vento", sob a curadoria de Rosely Nakagawa (maior especialista no Brasil em fotos de arte), a artista, após estudo minucioso, revela o desejo de tornar a fotografia mais palpável e, para isso, ela foi buscar uma nova forma de impressão para expor o seu trabalho. Encontrou no tecido, mais especificamente no cetim de seda, uma forma de concretizar esta sua vontade, que é a de fazer com que sua obra se torne mais duradoura.

“Além disso, a escolha do cetim de seda para a impressão das fotos também se deve ao fato desse material combinar com o estilo do trabalho desenvolvido por Adriana, que dá atenção aos detalhes ao registrar uma imagem, tem um olhar mais intelectual, que remete ao sonho, e por esse tecido ser fino e delicado, traz essa ideia à tona”, destaca Rosely Nakagawa.

A fotógrafa gosta muito de retratar a natureza e para essa mostra foram selecionadas belas imagens de paisagens, como árvores, folhas e plantas, quase sempre relacionadas com o vento. A exposição, que traz 14 imagens no formato 1,00 x 0,66 m e uma outra série de oito fotos, no mesmo formato, impressas em papel de fibra de algodão com tinta permanente e emolduradas na forma tradicional, será aberta amanhã, à noite.

Até o dia 19 de setembro pode ser vista no Espaço de Arte Trio em São Paulo ( Rua Gomes de Carvalho, 1759, Vila Olímpia), com visitação de segunda a sexta-feira e aos domingos, das 12 às 15h30. As fotografias serão comercializadas, com tiragens limitadas, com preços a partir de R$ 3.000, garantindo a exclusividade das obras.

Legenda das Fotos: Fotografias de Adriana Rosset em exposição no Espaço de Arte Trio

Jeff Bridges na Notívagos




Demorou, mas chegou. Enfim, poderemos conferir se realmente Jeff Bridges mereceu o Oscar de Melhor Ator este ano, pelo papel do cantor country Bad Blake em "Coração Louco". Aliás, dizem os críticos por aí, que o filme é "todo" Bridges, então é  correr para assegurar o ingresso da próxima Sessão Notívagos, marcada para acontecer no dia 20 de agosto, às 23h, no Cinemark Jardins.

Além do filme dirigido por Scott Cooper, será possível curtir o som das bandas Nantes (SE) e Autoramas (RJ). A organização do evento (by Cine Vídeo e Educação) chama a atenção para o fato de que um lote promocional, com ingressos ao preço de R$ 15, já se encontra à venda no Aracajunet (próximo ao GBarbosa do Shopping Jardins) ou na Casa do Artista (Calçadão das Laranjeiras, 190). O ingresso dá direito também a uma cota de três long necks da Heineken ou três águas ou três refrigerantes.

Após o término desse lote o preço do ingresso volta ao normal de R$ 20.

Legenda da Foto 1: Cena do filme "Coração Louco"

Legenda da Foto 2: O som independente do Autoramas rola na próxima Notívagos

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Air, Céu, Móveis Coloniais de Acaju, Karina Buhr...



Esses são alguns dos nomes que marcarão presença no projeto Natura Nós, nos dias 16 e 17 de outubro, na Chácara do Jockey, em São Paulo. Os ingressos para o evento começarão a ser vendidos nesta segunda-feira (dia 09) e para saber mais sobre preços e pontos de venda, basta acessar o site www.naturamusical.com.br/festivalnaturanos

 Marcelo Jeneci, Cidadão Instigado, Karina Buhr, Vanessa da Mata, Céu, Air, Bajofondo, Snow Patrol, Móveis Coloniais de Acaju  e Jamiroquai se apresentam no dia 16, enquanto no domingo, 17, será a vez de subir ao palco, Pequeno Cidadão, Palavra Cantada, Pato Fu e Adriana Partimpim. Aliás, serão montados dois palcos, para que os shows, intercalados, não deixem ninguém parado.

Vai ficar fora dessa? Então, corra para a internet no dia 09 de agosto e se programe. Esse festival vai dar o que falar....

Texto: Suyene Correia
Legenda da Foto 1:  A baiana/pernambucana Karina Buhr fará apresentação solo no Natura Nós

Legenda da Foto 2: O irlandeses do Snow Patrol com certeza farão um show de arrepiar

Legenda da Foto 3: Os franceses do Air mostrarão seu som etéreo em Sampa

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saindo da Hibernação


Excelente essa notícia de início de semana. A de que a Praça São Francisco, localizada no coração do município de São Cristóvão, tornou-se Patrimônio Histórico da Humanidade. Decisão tomada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e divulgada ontem, à tarde, em Brasília, durante a realização da 34a sessão aberta pelo Patrimônio Mundial da UNESCO.

A vitória foi sofrida, tendo em vista que desde 2007, quando a candidatura foi lançada, o povo sancristovense e os sergipanos em geral, torciam para que os requisitos fossem preenchidos, a fim de que a Praça fosse reconhecida pela UNESCO. Várias obras foram realizadas (união das forças do Governo federal, Estadual e Municipal) com o intuito desse objetivo ser alcançado.

A partir de agora, São Cristóvão- a quarta cidade mais antiga do Brasil e que foi a primeira capital de Sergipe- tem tudo para deslanchar, sair do limbo, culturalmente falando. Sim, porque com os holofotes voltados para esse conjunto arquitetônico de mais de  400 anos, com características espanholas e que abriga entre outros, o Museu de Arte Sacra, o Convento e a Igreja de São Francisco, Palácio Provincial e o Museu Histórico de Sergipe, pensa-se automaticamente em crescimento do turismo, desenvolvimento da cidade, melhoria de condições de vida para a população e, quem sabe, do retorno ao calendário cultural do Estado do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).

É claro, que os benefícios são muitos, mas em contrapartida, é preciso que o esforço seja grande e contínuo para que a Praça São Francisco não perca o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Quem pensa que uma vez obtendo-se o título de Patrimônio da Humanidade, este não pode ser tirado, está enganado.

A UNESCO monitorará o andamento da conservação do patrimônio público e, se esta não for adequada, São Cristóvão sairá da lista de beneficiados. Mas o momento é de comemorar e ter consciência que essa honraria é para pouquíssimos (no Brasil só existem 18 sítios inscritos na lista), a exemplo do Parque Nacional da Serra da Capivara, Centro Histórico de Olinda, Centro Histórico de Ouro Preto, Ruínas de São Miguel das Missões, entre outros.

Será que São Cristóvão deixará de ser uma mera cidade dormitório ??? Oxalá.

Texto: Suyene Correia

Foto: Visão noturna da Praça São Francisco (divulgação)