Eu não tenho nada contra os dubladores de alto nível do mercado brasileiro. Pelo contrário, se não fossem eles, como as crianças entrariam no mundo mágico da cinematografia ? Sou contra, no entanto, que as pessoas que não curtem filmes sem legendas ou porque querem aprimorar seu inglês (ou outro idioma de sua escolha) ou porque já estão familiarizados com as vozes de seus ídolos, não tenham a oportunidade de escolha.
Vejamos. De forma recorrente, alguns filmes têm estreado nos cinemas locais apenas com cópias dubladas. A exemplo de "Os Predadores", "O Último Mestre do Ar", "O Aprendiz de Feiticeiro" e "Meu Malvado Favorito" (alguns filmes de animação, em cidades maiores, entram em cartaz com cópias legendadas). Outros, como "A Origem" e "Salt", ainda pode-se escolher entre a versão dublada e legendada, embora "Salt" só possa ser vista nesta última versão, no Shopping Riomar.
Pois bem, a questão é que acompanhar filmes de animação dublados, a gente até entende (apesar de "O Fantástico Sr. Raposo", mesmo legendado, ter sido bem compreendido pelos baixinhos a partir de uma certa idade), mas filmes como "Salt", "Predadores" e "A Origem" é inconcebível aceitar que cópias repetidas estejam aportando por aqui, ao invés de uma diversificação maior de títulos.
Não sei como se dá essa política do Cinemark, mas cada dia que passa, o cinéfilo sergipano se vê mais acuado e sem opções em sua terra de poder assistir a títulos de qualidade. Uma certa vez, escrevi uma postagem aqui, com o título de Ponte Aérea Aracaju-Salvador, falando da necessidade de se deslocar até a capital baiana, a fim de conferir bons títulos. Parece que isso está longe de acabar...
Texto: Suyene Correia
2 comentários:
Saudações cinéfilas! Fugindo um pouco da questão das cópias legendadas, que eu entendo perfeitamente, mas falando sobre a Ponte Aérea Aracaju-Salvador, eu considerei muito essa possibilidade quando o 'Los Abrazos Rotos', do Almodóvar, estreou pelas bandas de lá e o Cinemark não dava sinais de quando o filme apareceria por aqui. Quando penso nos filmões que, em 2010, pra ser mais atual, ainda não deram sinal de vida por aqui, me revolto. ‘Whatever Works’, do Woody Allen, por exemplo, ligava toda semana pro Cinemark e eles nunca tinham previsão de estreia para o filme. Também não sei como funciona essa política de distribuição de filmes pelo país, mas como aracajuano cinéfilo, vivo tendo decepções quando um filme não chega por aqui. Atualmente estou na espera do ‘Coco Chanel & Igor Stravinsky’ e com muito pesar, sinto que outra decepção vem por aí... (Ah, parabéns pelo blog, já tinha ouvido falar do Bangalô, mas essa é a primeira vez que venho aqui.)
Seja bem vindo, Adson, ao bangalô.
A salvação da lavoura tem sido Salvador. Lá o Circuito das Artes (Cine Vivo, Cinema do Museu, Cine UFBA, Cine XIV, entre outros) tem suprido as necessidades dos cinéfilos mais exigentes.
Pena que se torna dispendioso, ao final, uma conferida a esses títulos, já que não é somente o valor do ingresso, mas também da hospedagem, passagens...
Mas sinta-se convidado a comparecer neste sábado, ao Palácio-Museu Olímpio Campos para a sessão de "Arca Russa".
Abçs
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