sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

LULA-LA-LA



O ano começa e com ele acontece a estreia de "Lula, o Filho do Brasil" (o título poderia ser "Lula" apenas, não?). Muitos amigos meus disseram que não iam assistir, por conta de questões ideológicas. Como não misturo política com cinema, lá fui eu para a primeira sessão da tarde de hoje, que teve um pequeno atraso, por sinal.

Prá falar a verdade, fui conferir o filme, a fim de conhecer o Rui Ricardo, ator mineiro que de possível figurante, tornou-se o protagonista do filme de Fábio Barreto. Realmente, o cara "mandou ver", fazendo uma ótima caracterização do presidente do país, ainda que seu tom de voz (bem parecido com o de Lula) tenha se modificado num piscar de olhos, justamente quando começa a onda de manifestações e torna-se uma liderança no sindicato dos trabalhadores.

Aliás, esse momento, já na terceira parte final da película é que me deixou meio impaciente. O ritmo do filme cai, ainda que o diretor queira deixar um quê de tensão no ar, mesclando cenas de época (perseguição da polícia aos grevistas em pleno regime militar) com ficção. Da adolescência à fase adulta, é que o Lula de Barreto parece cativar os mais desavisados.

É bom frisar que Glória Pires está bem (mas não excepcional, como Dona Lindu, mãe de Luiz Inácio da Silva) e os atores coadjuvantes que fazem parte da família Silva e da fábrica onde Lula trabalha  não comprometem a trama. Em compensação, Milhem Cortaz (como sempre exagerado) e Cléo Pires (nada convincente como uma jovem pobre de periferia) estão destoantes de tudo.

Fábio Barreto com sua mania de "megalô" ultrapassa os limites do bom senso, abusando de enquadramentos desnecessariamente estilizados e da pieguice em alguns momentos. Bom mesmo é a trilha sonora. Popular até "a tampa", teve influência do próprio presidente da República, que escolheu duas canções (Desesperar, jamais" e "Cidadão") e deu palpite nas outras tantas. Isso é bom ou ruim?
Assista ao filme e ouça o CD. Decida qual dos dois é melhor.

Texto: Suyene Correia

Foto: Filmagem de "Lula, o Filho do Brasil" que tem Rui Ricardo Díaz estreando no cinema

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