segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Simonal" em som Mono

Frustração. Esta foi a sensação que tomou conta de mim, após a exbição do documentário "Simonal- Ninguém Sabe o Duro Que Dei" na última Sessão Notívagos, que aconteceu no sábado passado. Não que o filme  não seja bom. Pelo contrário. Para quem  não conheceu a figura carismática e ao mesmo tempo irreverente do cantor/apresentador de programas de auditório,  ele chega a ser revelador.
Mas é que por conta de problemas da mídia digital enviada para cá, pela distribuidora, os expectadores não puderam conferir o som do filme em dolby digital na sala 8.

Baseado em depoimentos de figuras ilustres- como Chico Anysio, Nélson Motta, Miéle e Tony Tornado- além de amigos (Pelé, era um deles) e muitas imagens de arquivo, o filme delinea o perfil do cantor que tinha um potencial vocal muito peculiar (mostrado no sublime duo com Sarah Vaughan, em "The Shadow of Your Smile", num programa da TV Tupi) e comandava as multidões, como ninguém.

Um desses episódios é de arrepiar: ele abriu o show de Sérgio Mendes num Maracananzinho lotado, que num uníssono coro acompanhava a canção "Meu Limão, Meu Limoeiro". Com a entrada da atração principal, seguiram-se vaias e Simonal teve que voltar ao palco para dividir uma música com Sérgio Mendes, na esperança de "acalmar" a plateia. Ali, consagrava-se o cantor negro, de voz afinada e com jeitão de malandro, que conquistava a cada apresentação, novos admiradores.

Mas, pouco tempo depois, sua imagem ficaria manchada para sempre num episódio até hoje mal explicado, envolvendo o cantor, seu ex-contador Raphael Viviani (acusado de roubá-lo), e o Dops (alguns dos seus funcionários teriam torturado o contador e as acusações de mando teriam caído sobre Simonal). O ponto alto do documentário é justamente o depoimento do ex-contador, que deixa aquela dúvida ainda pairando no ar: afinal, Simonal era delator, de direita, ou um ingênuo ?

Independente disso, o filme nos oportuniza conhecer e entender o porquê de tanta bajulação da mídia e do público carioca para com ele no anos 60. Ao mesmo tempo em que  nos  entristece, ao mostrar o poder da mídia em destruir uma carreira, como  aconteceu com a de Simonal, talvez por conta de uma fraca apuração dos fatos reais.

O filme já pode ser encontrado em DVD, ao preço de R$ 46,50 (www.2001video.com.br) e a trilha sonora, se ainda tiver nas Americanas do Shopping Jardins, custa em torno de R$ 20.

Texto: Suyene Correia

OBS: A noite ainda foi regada pelo som do Ferraro Trio que mandou ver com composições próprias e novas versões de clássicos como "Beat It" do Michael Jackson. A Sessão Notívagos tem a proposta de unir cinema e música, com projeção de filme seguida de apresentação musical no hall do Cinemark Jardins.

Um comentário:

Unknown disse...

01.Ser amigo d Pelé é bom
02.Shadow, ainda compro uma