quarta-feira, 24 de outubro de 2012

36a Mostra de Cinema de SP exibe novo Mungiu

Sempre quis assistir ao filme “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” (2007) do Cristian Mungiu, mas o filme ainda não chegou em DVD no Brasil. Segundo longa do diretor romeno, este filme ganhou  a Palma de Ouro em Cannes e foi super badalado, quando de sua passagem pela 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Antes de chegar com sua mais nova produção ao Brasil- “Além das Montanhas”-  ele já confirmou seu talento, dirigindo um dos episódios de “Contos da Era Dourada” (2009), ainda inédito para mim.
Ontem, finalmente, pude entender o porquê desse diretor ser tão laureado -“Além das Montanhas”  ficou com a Palma de Melhor Roteiro e Atriz para a dupla Cosmina Stratan e Cristina Flutur, que ficou conhecida  em “4 Meses, 3 semanas e 2 Dias” e ao mesmo tempo reverenciado pela crítica.

Saí impactada da sala, após assistir ao novo filme de Mungiu , que trata de amor, crença, repressão, intolerância, sem deixar de fazer crítica aos métodos ortodoxos ainda utilizados num Monastério romeno, em pleno século XX.  Lá, encontramos a bela Voichita (Cosmina Stratan), que depois de sair do orfanato, decide seguir os desígnios de Deus.

Ela sacrifica o seu amor por Alina (Flutur), sua amante durante os últimos anos no orfanato , e refugia-se nas montanhas. A aparente calma do local começa a ruir, quando Alina vai lhe fazer uma visita e pede para Voichita não deixá-la nunca mais. A partir daí, iniciará um confronto entre Alina e Voichita (já que a freira reprime seu sentimento pela amante, em nome de Deus) e entre a forasteira e o Padre que comanda com austeridade o Monastério.

Mungiu utiliza preciosamente cada segundo dos 155 minutos de duração,  para exercitar no roteiro,  os embates entre Bem e Mal, Razão e Paixão,  Luz e  Trevas. Ele poderia julgar os personagens, suas ações,  mas abdica dessa solução  e transfere a função sacrificante para o espectador, tirando-o da zona de conforto.  Teríamos a condição de fazê-lo ?
 

 

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