Passaram-se três anos, desde o seu último trabalho- “Vagarosa”-, mas a cantora paulista Céu continua mostrando que é uma artista talentosa, versátil e promissora. Em seu disco mais recente, “Caravana Sereia Bloom”, uma espécie de “road disco” como ela mesma classifica, Céu evoca um som mais retrô, explorando não só o rock, mas também o reggae e o brega.
É um caminho que já se fazia presente no disco de estreia “Céu” (2005) e “Vagarosa” (2009), mas de forma tímida, muito discreta. Agora, Céu se arrisca mais, explora de forma consciente e tranquila novos ritmos e rumos estéticos, deixando de lado o samba e o afrobeat que marcaram seus discos anteriores.
Talvez uma parcela dos fãs torça o nariz para a mudança de direção que a cantora tomou, mas o ideal é relaxar numa rede ou num sofá confortável e curtir o reggae de “Asfalto e Sal”, parceria de Céu e do marido, Gui Amabis; a regravação do ska sessentista “You Won’t Regret It” (Lloyd Robinson/Glen Brown); o rockzinho “Amor de Antigos” e a bela “Retrovisor” ambas de autoria da cantora; a delicada versão de “Palhaço” (Nelson Cavaquinho/Oswaldo Martins/Washington) com direito a participação do pai, Edgard Poças no violão e assovio.
O brega chega pulsando no ritmo de “Baile de Ilusão” e o R & B é presença em “Chegar em Mim”, contribuição de Jorge Du Peixe. Completam o CD, mais duas músicas interpretadas em língua inglesa- “Streets Bloom” (Lucas Santtana) e “Fffree” (Céu); “Sereia”, canção dedicada à filha Rosa Morena; “Falta de Ar” (Gui Amabis) e “Contravento” (Gui Amabis/Lucas Santtana).
Sem dúvida, “Caravana Sereia Bloom” é o disco mais pop da cantora que já mostrou que seu trabalho é bastante aceito nos Estados Unidos e na Europa. Seu primeiro disco apareceu na primeira posição nos rankings "Heatseekers (new artist)" e "World Music", e na posição 57 do "Hot 100", todos da Billboard. Foi a mais alta posição nas paradas dos EUA já alcançada por uma artista brasileira, desde Astrud Gilberto com "Garota de Ipanema", em 1963.
Em 2006, Céu foi indicada para o Grammy Latino na categoria melhor artista revelação, e para o Prêmio Tim de Música na categoria melhor cantora. Em 2007, foi indicada para o Grammy na categoria melhor álbum de world music contemporânea e apresentou-se na abertura dos XV Jogos Panamericanos sediados no Rio de Janeiro.Agora, é esperar pelo frutos que serão colhidos após difusão desse trabalho.
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