terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Prometheus- a tragédia do fogo" é encenado na sede do Imbuaça

Prometheus-a tragédia do fogo_foto Júnior Viegas
"Prometheus" será encenado hoje e amanhã (foto: Júnior Viegas)



O nome – Balagan- talvez não soe familiar para os sergipanos, mas a companhia de teatro paulista que aportará por aqui hoje e amanhã, às 20h, no Espaço do Imbuaça, para apresentação do espetáculo “Prometheus- a tragédia do fogo”, já tem 12 anos de estrada e meia dúzia de espetáculos em seu repertório.

Seu mais novo rebento, “Prometheus”, resulta de uma longa e profunda pesquisa artística de vários profissionais, iniciada em janeiro de 2008, que culminou na criação de um espetáculo a partir do mito de Prometeu, com o nome provisório de “Prometheus Nostos - um espetáculo-protótipo”. O trabalho foi construído a partir de princípios e modos de criação que permeiam a história da Balagan, como o trabalho com a palavra, as formas narrativas como base da encenação, o papel do coro como protagonista da ação cênica e, por último, a dança e o canto como matérias expressivas da escritura cênica.

No espetáculo, as vozes dos atores-narradores, das personagens do mito e do coro se sobrepõem e se articulam no relato dos diversos acontecimentos que compõem o mito – a criação do homem, a separação dos deuses e dos homens, do homem e da natureza, dos irmãos Prometeu/Epimeteu, o roubo do fogo, a condenação do titã ao Cáucaso e sua libertação entre outros.


A encenação, ainda que tenha a palavra como meio expressivo, traça relações, paralelos e fricções com outras formas de expressão, como o canto e a dança - mais especificamente as danças dos orixás. Assim, ao lado das narrativas- bem construída pelo dramaturgo Leonardo Moreira- o espaço cênico, a sonoridade, os cantos gregos e as danças afro-brasileiras, o espetáculo estabelece um espaço de cruzamento entre mundos que, aparentemente, são apartados – o passado e o presente, o tempo mítico e o tempo cronológico, as mitologias grega e africana, etc.

Uma adaptação bem interessante do mitológico, Prometeu, um dos titãs, que deu o fogo aos humanos. Para quem desconhece a história do personagem, ele teria lutado contra sua própria linhagem e ficado a favor de Zeus, que o responsabilizou pela distribuição dos dons divinos entre homens e a natureza.  Nas “Metamorfoses” de Ovídio, Prometeu está intimamente ligado ao elemento humano por ter sido o autor da criação do homem à imagem dos deuses a partir de uma porção de lodo. Prometeu (aquele que pensa antes) divide tal responsabilidade com seu duplo, Epimeteu (aquele que pensa depois). Este, imprudente, distribui todas as qualidades aos animais esquecendo-se do homem.  Zeus, insatisfeito com tal distribuição e tendo sido ludibriado em favor dos humanos por Prometeu, na repartição dos lotes de um sacrifício, expulsa os homens do banquete divino. 

Em resposta à separação entre homens e deuses, Prometeu então rouba o fogo criado pelo ferreiro Hefesto, escondendo-o em uma férula oca. Prometeu teria ensinado os homens a usar o fogo e é assim que através deste mito os gregos explicam o aparecimento do fogo na terra, proporcionando ao homem o conhecimento, a aritmética, as artes, a domesticação de animais e a adivinhação do futuro. 

Para castigar Prometeu, Zeus pede a outros deuses que criem a primeira mulher, Pandora, carregando uma caixa onde estariam todos os males do mundo. Oferecida como presente ao titã previdente, quem acaba por abrir a caixa de Pandora é o imprudente Epimeteu. Os males então são distribuídos à humanidade, restando na caixa apenas a esperança. Instaura-se assim o tempo e a mortalidade. Ainda com o intuito de punir Prometeu, Zeus ordena que ele seja preso ao Cáucaso para ser torturado por Ethón, uma águia filha do monstro Tífon, que durante o dia lhe devora o fígado incessantemente; mas este regenera-se durante a noite.  Mais tarde, Prometeu é libertado por Hércules, que mata a águia.

Dirigido por Maria Thaís, “Prometheus- a tragédia do fogo” será apresentado gratuitamente, no Espaço do Imbuaça (Rua Muribeca, 4- Bairro Santo Antônio). A Cia. de Teatro Balagan ainda promoverá uma oficina de “Formação do Olhar”, gratuitamente, para 20 pessoas, hoje e amanhã, às 10h e 13h, no mesmo local. Inscrições pelo e-mail: contato@ciateatrobalagan.com.br



4 comentários:

dan.s disse...

Olá, qual será o horário das apresentações do espetáculo?

Bangalô Cult disse...

ÔPA, dan.s, a infomação está no primeiro parágrafo do texto.
Abs

dan.s disse...

Putz, é verdade. Me desculpe!
Acabei me passando quando li, e ao procurar as informações exatas sobre o evento, me ative ao último parágrafo.

Aproveito para parabenizar o blog que acompanho há anos.
Abs

Bangalô Cult disse...

Que bom que vc curte o Bangalô Cult!!! Este mês estou com pouco tempo para atualizá-lo. Mas, esta semana, ainda divulgarei mais novidades.
Abs