domingo, 30 de setembro de 2012

Às Margens do Vltava, ouvindo Smetana (Parte II)

Compacta, aconchegante, iluminada e misteriosa. Assim é Praga, a cidade natal de Franz Kafka e de Rainer Maria  Rilke e que acolheu também outros tchecos famosos, como o pintor e ilustrador Alfons Mucha e os compositores Bedrich Smetana e Antonín Dvorák. 

Assim, não só os nativos, mas também os turistas usufruem da rica produção cultural da cidade, fruto dessa tradição de filhos ilustres. Diariamente, pode-se conferir espetáculos de Teatro Negro ou concertos em igrejas e espaços especializados como a Casa Municipal ou o belíssimo Teatro Nacional de Praga. A temporada de concertos acontece entre os meses de abril e outubro e os preços são bastante acessíveis nas igrejas. 

Paguei cerca de CZ 500 (coroas tchecas) para conferir um concerto de 1 hora de duração, na Mirror Chapel (Klementinum) e se tivesse tempo, teria ido a outro concerto na mesma noite. Infelizmente, não pude assistir  a um espetáculo de Teatro de Marionetes (outra especialidade do teatro tcheco) e arrependo-me de não ter trazido uma das milhares de marionetes vendidas em lojas espalhadas pela cidade.


Se não ficar muito tempo na cidade, escolha o programa imperdível: conhecer o Castelo de Praga. Mesmo que não disponha de tempo suficiente para conhecê-lo por inteiro (o que demandaria uns três dias pelo menos), opte por adentrar em algumas de suas magníficas edificações como a Catedral de São Vito (foto acima), o Santuário de Nossa Senhora do Loreto e o Palácio Real.


Além da riqueza interior (a sala do tesouro no Santuário contém um ostensório de ouro cravado com 6 mil diamantes), os prédios ostentam uma arquitetura rebuscada fruto de diferentes estilos a exemplo do gótico (Catedral de São Vito),  rococó ( Palácio Episcopal) e barroco (Igreja da Natividade na foto acima). 

Depois de ficar siderada com tanta beleza, só me restou sair cambaleante pela Ruela de Ouro, onde no século XVI, as cabanas (hoje casinhas conjugadas) eram ocupadas por ferreiros, arqueiros, entre outros. Kafka teria ocupado a casa de número 22 por um tempo. Sendo um local tranquilo e silencioso, ele teria se refugiado ali, para produzir seus escritos.  Hoje, não suportaria ficar poucos minutos, devido ao zum zum zum dos turistas.


Se pensa que já viu tudo de bonito, aguarde até sair do Castelo e se deparar com um dos visuais mais fantásticos da cidade. É possível avistar uma boa parte da Cidade Velha de Praga e do Rio Vltava no mirante do Castelo e no caminho de descida entre parreiras. Torça para que o dia esteja ensolarado como o que aproveitei quando estava por lá.  Impossível as fotos saírem feias.

Até agora, falei muito do que se fazer em Praga, mas pouco toquei no assubto gastronomia. Aviso-lhe que não só na República Tcheca, mas em outros países do Leste Europeu, o que mais se come é batata (seja assada, cozida, em forma de salada). Pode vir acompanhada de peixe, frango, mas a campeã de pedidos é a carne de porco. Surpreendi-me com a carne suína de lá. E as porções, então...

Confesso que é minha última escolha pelas bandas de cá dos trópicos, mas o preparo e o tempero dessa carne pelos europeus do leste, fizeram-me experimentá-la algumas vezes e não me arrenpender (talvez por se apresentar menos gordurosa e mais macia). Um restaurante bastante conhecido pelo gulash e outras especialidades tchecas é o Svejk (na Rua Siroká- Bairro Josefov). Além do ambiente familiar, o preço é bom e a comida deliciosa.

Para os cervejeiros de plantão e que apreciam as mais leves às encorpadas, minha indicação é a Urquell Pilsner. Pela quantidade de bares que a serviam, deve ter uma aceitação muito boa no mercado (inclusive além fronteiras: em Budapeste foi a minha opção).

Bom, poderia falar ainda muito de Praga, mas como tenho outras cidades ainda a comentar, vou ficando por aqui nas minhas observações sobre esta cidade que assim como Paris, nunca é demais visitar.


* Curiosidades: Para quem se amarra em cartões personalizados e presentes de luxo (canetas, chaveiros) não deixe de conhecer a Bohemia Paper (loja situada no Palácio Kínsky (foto abaixo) na Praça da Prefeitura).



Não deixe de conhecer o Museu da Cidade de Praga (apesar de meio calorento), possui uma infinidade de objetos de arte, utensílios, armas e uma maquete fantástica da cidade.



Próximo ao Relógio Astronômico, numa ruela bem movimentada, é possível encontrar o Museu do Sexo. Não entrei, mas só por alguns maquinários estranhos expostos no hall de entrada, dá para imaginar o que não tem  em seu interior.


Para os que colecionam relógios de qualquer tipo (de pulso, cucos) a melhor pedida é a Old Clocks (Rua Maiselova). Muitos são usados, mas o dono assegura o bom desempenho dos russos e alemãs.


A Praça da Prefeitura é o cenário escolhido por muitos jovens nubentes para ensaios fotográficos. Por isso, não é difícil deparar-se com noivos a caráter pelas ruas do centro turístico.


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