Com abertura ao público marcada para o dia 25 de setembro, a 29ª Bienal de São Paulo vai expor cerca de 850 obras, 600 legendas, de 159 artistas até o dia 12 de dezembro, no Pavilhão do Ibirapuera. A exposição pretende ser simultaneamente uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida e a sociedade.
Após uma crise de 10 anos, que culminou com a "Bienal do Vazio" em 2008, a edição desse ano chega como uma espécie de "Bienal da Retomada", sob a curadoria do pernambucano Moacir dos Anjos e do mineiro Agnaldo Farias. Para afirmar a estreita e ambígua ligação entre arte e política, a 29ª Bienal de São Paulo toma emprestado, como título, um verso da obra Invenção de Orfeu (1952), do poeta Jorge de Lima: “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”. Verso que sugere que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma e não no que está fora ou além dela.
Reunindo artistas de dezenas de países, a 29ª Bienal de São Paulo apresenta forte representação de artistas da América Latina, reflexo do lugar e do tempo a partir dos quais ela é pensada: desde o Brasil e desde um momento de rápida reorganização geopolítica do mundo. Sem quaisquer hierarquias, a mostra aproxima ainda obras recentes de outras feitas há muitos anos. Obras ‘históricas’ não são incluídas na 29ª Bienal de São Paulo, portanto, como mero ‘documento’ de um tempo antigo, mas por sua importância para entender-se o mundo contemporâneo.
Será possível conferir trabalhos de Artur Barrio, Lygia Pape, Miguel Rio Branco, Carlos Vergara, Oswaldo Goeldi e Hélio Oiticica, por exemplo, ao lado de artistas mais jovens, como Jonathas de Andrade (BRA), Eduardo Navarro (ARG), Tatiana Blass (BRA), Mateo López (COL), José Antônio Vega Macotela (MEX), Marilá Dardot (BRA), Guy Veloso (BRA), entre outros.
Este último, por sinal, é paraense, mas na Bienal deste ano, participará com fotografias das Confrarias de Penitentes de Sergipe, importante manifestação da cultura local que ocorre em diversos municípios durante a Quaresma e Semana-Santa. Convidado pelos curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, Guy Veloso levará 16 imagens do tema, sendo quatro delas feitas em Nossa Senhora da Glória, Laranjeiras, Tomar do Geru e Lagarto.
Veloso tem 40 anos, natural de Belém, fotografa desde os 18. Já em 1998, realizou com apoio técnico de Antônio Fonseca, o primeiro vernissage transmitido ao vivo pela Internet no Brasil, um dos pioneiros do gênero no mundo. Em 2007, foi tema de documentário para a TV (Canal Brasil) dirigido por Débora 70. Em 2008, trouxe a Aracaju, a exposição individual “Entre a Fé e a Febre: Retratos”, na Galeria J. Inácio, a convite da curadora Ruth Oliveira.
Ademais a celeuma gerada pela OAB-SP em relação à série "Inimigos" de Gil Vicente, pedindo a exclusão dos trabalhos do artista da megaexposição e de uma manifestação dos internatuas protetores dos animais, pedindo a soltura dos três urubus, que fazem parte da instalação "Bandeira Branca" de Nuno Ramos, a programação da 29a Bienal está recheada de ótimos trabalhos e aposto n um recorde de público até o seu encerramento, dia 12 de dezembro.
Para saber mais sobre a programação do evento basta acessar o site oficial da bienal www.29bienal.org.br As obras estarão à disposição do público para visitação a partir do dia 25 de setembro, a partir das 10h, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Horário de funcionamento: de 2ª a 4ª feira das 9 às 19h (entrada até às 18h); de 5ª a 6ª feira, das 9 às 22h (entrada até às 21h) e sábado e domingo, das 9 às 19h (entrada até às 18h). Acesso gratuito.
Legenda da Foto: Penitente sergipano flagrado pelas lentes do fotógrafo paraense, Guy Veloso, que participa da 29a Bienal de São Paulo
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