Depois de 11 dias de silêncio, o bangalô volta à ativa comentando "O Barbeiro de Sevilha" apresentado pela Cia. Brasileira de Ópera. O espetáculo vem percorrendo o Brasil através de uma turnê, iniciada no dia 24 de junho em Belho Horizonte e com término previsto para 28 de novembro na ciddae do Rio de Janeiro, sob o patrocínio do Ministério da Cultura, da Petrobras e do Ourocard.
Aracaju foi uma das cidades agraciadas pela turnê, de modo que neste final de semana, aconteceram trés récitas para adultos (sexta, sábado e domingo) e uma infantil, ontem, às 16h. Esta por sinal, penso que pela pouca quantidade de pessoas à porta do teatro, por volta das 15h30, deva ter sido um fracasso de público.
Uma pena!! Já que o preço do ingresso convidadativo (R$ 2) e a versão concisa de 50 minutos, como forma de iniciação para os baixinhos, no universo da ópera, poderia ter arregimentado maior público. À noite, vivi uma experiência única, já que foi minha primeira incursão pela ópera.
Diga-se de passagem, a montagem de "O Barbeiro de Sevilha" de Gioacchino Rossini feita pela Cia. Brasileira de Ópera é bem diferente daquelas que somos acostumados a ver nos teatros do sul do país ou memso na TV. Aqui, os cenários pomposos foram substituídos por um telão, que durante toda a duração da récita, apresenta um filme de animação que conta uma das mais populares comédias de toda a história da ópera, graças a situações hilárias e uma música cativante.
Concebido pelo animador Joshua Held, o filme mostra de forma caricata os principais personagens: Fígaro, Conde D'Almaviva, Rosina, Bartolo, Basílio, Berta e Fiorello. No palco, os atores/cantores interagem com o que está sendo projetado numa sincronia perfeita, fazendo com que o público não sinta falta da cenografia.
Enquanto isso, a orquestra e o coro do Collegium Musicum de São Paulo, que se encontram no fosso do palco, vão executando as árias do primeiro e segundo ato da ópera concebida por Rossini em apenas 13 dias. É um ótimo exemplo de como a tecnologia pode muito bem conviver pacificamente com o meio operístico, originalmente, tradicional.
Sob a direção artística de John Neschling, a Cia. Brasileira de Ópera propõe criar um mercado permanente de trabalho para técnicos e artistas, além de estimular a formação de público para espetáculos líricos. Os patrocinadores estão de parabéns pela iniciativa, só devem investir um pouco mais na divulgação em massa, (outdoors, spots em rádio) para que a comunidade possa de fato usufruir de tamanha preciosidade.
Texto: Suyene Correia
Foto: Personagens (Rosina, Fígaro e Rossini) de "O Barbeiro de Sevilha" criados por Joshua Held
Nenhum comentário:
Postar um comentário