Antes reservada, praticamente, às ilustres personalidades mortas, que deixaram (ou não) alguma contribuição à sociedade, a biografia vem nos últimos anos ganhando espaço no mercado editorial, tendo como foco, artistas ainda vivos. Quando não, com carreiras bem incipientes.
O adolescente Justin Bieber, por exemplo, ainda nem completou 18 anos e já acumula uma biografia “Justin Bieber Uma Biografia Não Autorizada” escrita por Chas Newkey-Burden (2011); dois livros com fotos e curiosidades sobre sua carreira- “Justin Bieber” de Tori Kosara (2010) e “Justin Bieber Primeiro Passo para Eternidade : Minha História” (2010) assinada pelo próprio cantor-; além do documentário “Never Say Never” de Jon Chu (2011).
Agora, a mais nova biografada é a cantora, Adele. Como se não bastasse o recorde de vendas no Brasil, de seu DVD/CD “Live At The Royal Albert Hall” (ainda que o mesmo apresente alguns probleminhas, como a falta de legendas para acompanhar uma Adele extremamente verborrágica), pegando carona no “fenômeno musical inglês”, a Editora LeYa lançou recentemente em todo o país, “Adele” de Chas Newkey-Burden (que responde pelas biografias de Bieber, Amy Winehouse, Brangelina, entre outros).
O livro de cerca de 200 páginas, além de trazer fotos da cantora em momentos diversos, segue a vida da cantora, desde a infância, quando morava com a mãe, Penny, no bairro multicultural de Tottenham, no norte de Londres até as apresentações que realizou no segundo semestre de 2011 (já com os problemas de laringe, que iriam resultar numa cirurgia das cordas vocais em novembro último).
A leitura da biografia flui facilmente e prazerosamente, tanto quanto ouvi-la entoando “Hometown Glory” ou o arrasa-quarteirão “Someone Like You”, e não se surpreenda se no meio do livro, quando Chas Newkey-Burden enveredar pelo lado criativo da compositora Adele, você tirar da estante os discos “19” e “21” e colocá-los no CD Player.
Talvez por ter sido também o biógrafo de Amy Winehouse, Chas Newkey-Burden insista em vez por outra, comparar o comportamento de Adele ao de sua compatriota morta em julho do ano passado. Mas a verdade é que ambas apresentam alguns pontos em comum: estudaram na mesma escola- BRIT School-; quando surgiram na mídia foram fenômenos mundiais (Adele ainda é um fenômeno); exploraram o gênero soul em suas canções (Amy, muito mais que Adele) e o álcool é um companheiro constante na vida de Adele, ainda que em bem menos proporção do que foi na vida de Amy e em contraste com esta última, negue utilizar drogas pesadas.
Porém, o livro “Adele”, ainda que seja direcionado aos fãs da cantora, pode suscitar curiosidade naqueles aficionados em conhecer mais sobre os bastidores do mundo da música. O autor conta com riqueza de detalhes como Adele ascendeu musicalmente, sua incursão inicial pelo mundo digital (Myspace) e, logo em seguida, o encantamento da XL Recordings, através do presidente Richard Russell, que viu na adolescente um futuro promissor. Como o próprio Russell diz a certa altura, “procuro por originalidade. Qualidade e originalidade e a esperança de que o artista possa durar”.
Pelos números que já acumulou, 15,3 milhões de cópias vendidas em todo o mundo do CD “21”, (o mais vendido no ano passado); Prêmio Critic’ Choice do BRIT Awards (2008) e dois Grammy, Melhor Artista Revelação e Melhor Performance Pop Vocal Feminino (2009), entre outros tantos recebidos, Adele ainda tem muito chão a percorrer.
Há perspectiva, inclusive, da cantora aportar no Brasil ainda neste primeiro semestre, para uma série de shows no Sudeste. Torçamos. Enquanto isso, o melhor que os fãs e admiradores podem fazer é colocar “21” para tocar e folhear sua primeira biografia, lançada no país.
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