Por Margueritte Durrel
Acabei de ler o mais recente livro de Philip Roth, "Nêmesis". Uma “Novela” assustadora e surpreendente ao mesmo tempo, que integra uma tetralogia composta também pelos títulos "Homem Comum", "Indignação" e "A Humilhação". Todos esses livros são histórias curtas que apresentam o protagonista em situações onde não se tem controle sobre o seu destino: a morte, a guerra, a decrepitude ou uma epidemia.
O livro parece simples. Seu estilo é direto e fluente e não é inovador quanto à forma, mas provoca um grande impacto emocional no leitor. No meu entender, a beleza da obra encontra-se na dificuldade de identificar o narrador – saber quem ele é e onde está. Esse fato provoca uma tensão constante na narrativa e gera um clima de suspense sobre o destino do personagem.
"Nêmesis" conta a história do jovem de 23 anos, Eugene Bucky Cantor, judeu, pobre, professor de educação física e inspetor de pátio de uma escola judaica de Newark, no Estado de New Jersey, onde ocorre um surto de epidemia de poliomielite, no verão de 1944. É importante lembrar que nessa época ainda não havia a vacina contra a doença.
Bucky Cantor é um atleta vigoroso e dedicado aos seus alunos, mas vive atormentado por não ter sido convocado para a guerra junto com seus amigos, em virtude de sua miopia. Diante da epidemia, desenvolve um profundo senso de responsabilidade, mantendo as atividades físicas no pátio da escola e procurando acalmar as crianças diante do pânico desenvolvido pela comunidade.
O livro parece simples. Seu estilo é direto e fluente e não é inovador quanto à forma, mas provoca um grande impacto emocional no leitor. No meu entender, a beleza da obra encontra-se na dificuldade de identificar o narrador – saber quem ele é e onde está. Esse fato provoca uma tensão constante na narrativa e gera um clima de suspense sobre o destino do personagem.
"Nêmesis" conta a história do jovem de 23 anos, Eugene Bucky Cantor, judeu, pobre, professor de educação física e inspetor de pátio de uma escola judaica de Newark, no Estado de New Jersey, onde ocorre um surto de epidemia de poliomielite, no verão de 1944. É importante lembrar que nessa época ainda não havia a vacina contra a doença.
Bucky Cantor é um atleta vigoroso e dedicado aos seus alunos, mas vive atormentado por não ter sido convocado para a guerra junto com seus amigos, em virtude de sua miopia. Diante da epidemia, desenvolve um profundo senso de responsabilidade, mantendo as atividades físicas no pátio da escola e procurando acalmar as crianças diante do pânico desenvolvido pela comunidade.
Entretanto, pouco a pouco a situação torna-se calamitosa e Bucky Cantor resolve abandonar a cidade, indo ao encontro de sua namorada Márcia no alto das montanhas Pocono, onde há ar fresco, livre da pólio. A decisão de se afastar dos seus alunos, dá início à tragédia pessoal de nosso “heroi”. A partir daí, passa a questionar o sentido de um “Deus” que permita tal ordem de coisas e desenvolve um sentimento de culpa medonho por haver se afastado das suas “obrigações”.
A leitura de Nêmesis nos faz lembrar de "A Peste", de Albert Camus. Porém, enquanto neste, a cidade de Oran, torna-se uma metáfora da condição humana, numa França ocupada pelos nazistas, no livro de Roth, seria a doença a nêmesis pessoal de Bucky Cantor. Na mitologia grega, "Nêmesis", título deste que é o 31° romance de Roth, é a deusa da vingança divina.
Philip Milton Roth nasceu em 19 de março de 1933, em New Jersey, EUA. É considerado, por alguns críticos, o maior romancista vivo da língua inglesa. Escritor controverso, seus livros, não raro, provocam escândalos, como é o caso de sua primeira obra "Adeus Columbus" (1959), que causou a ira dos rabinos, bem como o "Complexo de Portnoy" (1969), bombardeado pelas comunidades puritanas da época. É difícil encontrar outro escritor americano com uma obra tão vasta e bem sucedida quanto a de Roth. São considerados seus melhores livros "O Avesso da Vida", "Operação Shylock" e "O Teatro de Sabbath".
Após 52 anos de carreira, ele continua um dos favoritos na lista dos cotados para o Nobel de Literatura. Torço para que isso aconteça.
A leitura de Nêmesis nos faz lembrar de "A Peste", de Albert Camus. Porém, enquanto neste, a cidade de Oran, torna-se uma metáfora da condição humana, numa França ocupada pelos nazistas, no livro de Roth, seria a doença a nêmesis pessoal de Bucky Cantor. Na mitologia grega, "Nêmesis", título deste que é o 31° romance de Roth, é a deusa da vingança divina.
Philip Milton Roth nasceu em 19 de março de 1933, em New Jersey, EUA. É considerado, por alguns críticos, o maior romancista vivo da língua inglesa. Escritor controverso, seus livros, não raro, provocam escândalos, como é o caso de sua primeira obra "Adeus Columbus" (1959), que causou a ira dos rabinos, bem como o "Complexo de Portnoy" (1969), bombardeado pelas comunidades puritanas da época. É difícil encontrar outro escritor americano com uma obra tão vasta e bem sucedida quanto a de Roth. São considerados seus melhores livros "O Avesso da Vida", "Operação Shylock" e "O Teatro de Sabbath".
Após 52 anos de carreira, ele continua um dos favoritos na lista dos cotados para o Nobel de Literatura. Torço para que isso aconteça.
Legenda da Foto: O escritor Philip Roth teve "Nêmesis" no Brasil, lançado pela Cia. das Letras
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