segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Casamento do Ano



 
Patrícia Polayne e ORSSE_http://bangalocult.blogspot.com
Patrícia Polayne e ORSSE num casamento perfeito


Na noite da última quinta-feira, dia 05 de junho, o público que compareceu ao Teatro Tobias Barreto, testemunhou durante pouco mais de uma hora, o enlance perfeito entre o talento da cantora Patrícia Polayne e a competência da Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE), sob a regência do maestro Daniel Nery.

O desafio era tentar unir, com perfeição, a verve popular/regional de Polayne com a erudição do grupo orquestral. O resultado foi surpreendente e o que se vivenciou foi um espetáculo catártico, com uma interação singular entre os músicos, a cantora e o público, à medida que as 11 faixas do álbum “O Circo Singular- As Canções do Exílio” da compositora eram executadas.

Os integrantes da ORSSE já estavam devidamente acomodados em seus lugares, trajando roupa de gala, quando Patrícia Polayne surgiu vestida a caráter: de noiva. Aparentando, inicialmente, uma leve apreensão, colocou-se ao lado esquerdo do maestro Daniel Nery como uma diva do melhores musicais e após os primeiros acordes da canção ‘O Circo Singular’, paulatinamente, foi afirmando seu compromisso com a plateia e deixando-se levar pelos arranjos elaborados por Guilherme Mannis (que devido a um concerto internacional, não pode estar presente).

Ainda que um tanto contida na interpretação das duas primeiras canções- ‘O Circo...” e ‘Sapato Novo’- não demorou para Patrícia se soltar e  levar o público ao êxtase com sua performance. A cantora não conteve as lágrimas após os versos de ‘Arrastada’ serem cantados num uníssono pelo público. Respirou fundo, controlou a emoção e cantou outro de seus hits, ‘Lentes de Contato’.

 Na execução ‘Quintal Moderno’, em que Polayne demonstra seu carinho pela capital sergipana, uma ressalva: penso que o músico responsável por sustentar o ritmo, tocando a caixa, tenha passado um pouco do tom, evocando uma marchinha de carnaval. Nada a ver com a atmosfera lisérgica da canção que diz “Aquário! Aquário!/É tempo de para pro mar/É tempo de internauta a pé/É tempo de coivara sideral/Aquário! Aquário!/Invento o meu quintal moderno /Cantando a água sobre o teto /E colho o verde verso/Atemporal...//

Mas os fãs e admiradores (sejam da própria cantora, sejam da orquestra) não estavam preocupados com filigranas. Entoavam, efusivamente, os refrões de cada canção, a exemplo de ‘Aparelho de Memoriar’ e ‘O Dote da Donzela’. A bossa teve espaço quando Patrícia Polayne cantou ‘Rio Sim’, um dos momentos mais emocionantes do concerto.  Faltava pouco para o espetáculo terminar. 

‘Sabiá, Beija-flor’, ‘ Para o Infinito’ e ‘Olhai o Tempo do Interurbano’ completaram o repertório, mas o “the end” demoraria um pouco para se concretizar. Ovacionada, Patrícia Polayne  retornou par o bis de ‘ O Circo Singular’. Como fez questão de dizer, logo na apresentação do concerto, o mesmo foi dedicado a Dona Nadir da Mussuca e todos os brincantes desse Estado.

A líder do Samba de Pareia da Mussuca (Laranjeiras) retribuiu a homenagem. Subiu ao palco, entregou um buquê de flores à ‘nubente’ e não decepcionou aos presentes, dando uma palinha com o percussionista Pedrinho Mendonça. Quem disse que o público queria que ela fosse embora?

Graças a uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, a apresentação foi gravada pela Brasil Filmes e o resultado será lançado, posteriormente, em formato DVD. Para os que não conferiram a apoteose de ontem, só resta aguardar, o próximo encontro entre a ORSSE e Polayne. 

Crédito da Foto: Fabiana Costa/Secult

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