sexta-feira, 6 de março de 2009

Maratona de filmes em SAMPA







Pessoal, estou de volta a Aracaju, depois de quatro dias corridos em São Paulo. Mas não o bastante para eu deixar de ver seis filmes- cinco, dos quais, com indicações ao Oscar 2009.
Primeiro, fui ver o grande vencedor "Quem Quer Ser Um Milionário?". A_M_E_I !!!!!
Inclusive, pretendo revê-lo, já que teve estreia hoje, no Cinemark local.
Esse lance de compará-lo a "Cidade de Deus", acho balela, porque a estória não tem nada a ver e se for por conta da correria da favela, nenhum outro filme parece que poderá ter uma cena similar, que vão compará-lo ao filme de Fernando Meirelles.
É bom lembrar, que a estética de Boyle não é de agora. O cara ficou famoso mundialmente por conta de "Trainspotting" e, tempos depois, mostrou que alguns delizes não seriam suficientes para derrubá-lo. A volta por cima veio com "Extermínio".
Parece brincadeira, mas fiquei ontem, à noite, no youtube ouvindo umas 15 vezes, a música vencedora do Oscar Jai Ho, e que termina magistralmente a película. O elenco, na maioria de amadores, está bárbaro. Vale a pena conferir!!
Outro que fiquei "passada" com a performance dos atores- Winslet e Di Caprio- "Foi Apenas Um Sonho". Vocês não imaginam o queo diretor Sam Mendes foi capaz de fazer com esse drama familiar, belissimamente retratado por Richard Yates em "Revolutionary Road"- livro a partir do qual foi adaptado o roteiro.
Acredito que pela temática extremamente deprê- e em tempos de depressão nos EUA, ninguém gostaria de ver um filme desses vencedor de Oscar- não foi dado o prêmio a Winslet por essa atuação, nem ao roteiro adaptado, nem tão pouco uma indicação a Leo e a Mendes.
Bom, mas como o Oscar não é só feito de injustiça... Sean Penn (apesar de não morrer de amores por ele), tenho que reconhecer- e não é difícil de fazê-lo- que sua atuação em "Milk" é irrepreensível. Não assisti a "O Lutador", mas duvido que Mickey Rourke possa estar melhor que o carismático Harvey Milk, que Penn nos apresenta.
Chorei muito durante o filme, a cada pequena vitória de Milk em sua alçada política. Mas o que mais me emocionou foi a espontaneidade de Sean Penn, sua entrega e a dos atores coadjuvantes e a perspicaz narrativa imprimida de Gus Van Sant. Inesquecível!!!
Também, será difícil esquecer o duelo de titãs em "Dúvida". Meryl Streep, Viola Davis (soberba, mesmo durante um curto espaço de tempo na tela), Philip Seymour Hoffman e Amy Adams estão na medida certa nesse drama baseado numa peça teatral.
Aliás, discordo com alguns críticos que disseram estar Streep exagerada e careteira. Ela está ótima, como sempre, daí porque garantiu sua 15a indicação. Um filme denso, cheio de nuances e sutilezas.
Muito parecido com "Lemon Tree"- único filme mais antigo que assisti- pois a co-produção Israel/Alemanha/França, do ano passado, ainda está em cartaz não é, à toa. Eran Riklis, o diretor natural de Jerusalém, desenvolve muito bem o drama entre uma palestina (a atriz Hiam Abbass) e o Primeiro-Ministro israelense. Pode parecer que o tema seja batido, mas é melhor assistir ao filme, quando puder, do que ficar sentado, tirando conclusões precipitadas.
O último da lista foi "O Casamento de Rachel" com Anne Hathaway. Ela concorreu ao Oscar desse ano, na pele da ex-drogada Kym. Sua interpretação é correta, mas nada de excepcional.
O problema maior que vejo no filme é o maneirismo de Jonathan Demme com aquela câmera na mão e um visual meio "dogmaniano".
Em duas cenas, mais precisamente, o diretor se estende desnecessariamente, fazendo com que o espectador pense até em sair e tomar um cafezinho, para depois voltar mais 'esperto' para a sala de exibição. Dramático, sim. Imperdível? Não.
Foto 1: Sean Penn em "Milk" dá um show de interpretação
Foto 2: O par romântico Kate Winslet e Leonardo di Caprio volta às telas mostrando as mazelas de um casamento falido
Foto 3: Não dá para ver só uma vez a riqueza estética de "Quem Quer Ser Um Milionário?"

Texto: Suyene Correia

3 comentários:

Anônimo disse...

Suyenne, embora reconheça um toque de "Cidade de Deus" na primeira metade de "Slumdog Milionaire" (a melhor parte do filme, diga-se), concordo com você em todo o resto. O mais interessante em Milk é que Gus Van Sant transborda a militância gay e constrói um libelo em prol das liberdades individuais. Roberto disse que pretende trazer "Lemon Tree" pro Cine Cult. COmo estou enfurnado na província, é cruzar os dedos, portanto...

Abraço!

Rui disse...

Eu já vi duas vezes e ainda é pouco para apreciar toda a beleza estética desse filme. Sem contar que há muito tempo não saía tão feliz de uma sessão de cinema...

Lara disse...

Como nós sabemos, Suyene, é filme pra sair "feliz" do cinema...