Soa estranho este título aí em cima, certo??? Mas parece que num certo sentido, é a pura verdade. Senão vejamos...Ontem, ao sair da minha casa e me dirigir ao espetáculo "Putz Grill" do humorista Oscar Filho (do CQC), finalmente dei-me uma chance para conhecer de perto a stand up comedy (gênero que se propagou no país em 2004, com a fundação em São Paulo do Clube da Comédia).
Ao pé da letra, a expressão em inglês que dizer "comédia em pé" e é assim, que o artista em cima do palco fica durante todo o show. Sua performance baseada numa gesticulação exagerada é que garante, ao meu ver, os melhores momentos do espetáculo de uma hora de duração. Porque se depender das piadas em si...
Juro que não entendia o por quê das pessoas se contorcerem tanto com piadas tão chulas e manjadas. A vida anda tão sem graça assim? O cara não precisava nem se mexer e lá vinha uma onda de gargalhadas equivocadas.
Pouco ou nenhum motivo eu via para esboçar um sorriso, mesmo de canto de boca, enquanto que um rapaz sentado atrás de mim, já se "acabava" em lágrimas de tanto rir. Cheguei à conclusão de que não entendo essas comédias ditas inteligentes. Devo ser burra. Uma verdadeira estranha no ninho.
Em um teatro praticamente lotado de jovens na faixa dos vinte e poucos anos, eu, recém-chegada à Idade da Loba, realmente parecia deslocada. Mas no íntimo estava tranquila e aliviada.
Afinal de contas, ao contrário dessas mesmas caras que só devem adentrar no teatro para assistir aos shows dessa natureza, sem nem saber, de fato, o que é a arte da comédia (sim, porque os produtores locais, quando investem em algo de boa qualidade, o público, simplesmente, não comparece) eu confiro de tudo um pouco: seja teatro sergipano, peças com globais, espetáculos de grupos independentes, teatro infantil, coisa boa e coisa ruim.
A partir das referências é que podemos formular uma opinião mais alicerçada sobre as coisas e não precisa ser um crítico de teatro para chegar a essas conclusões. Aliás, gostaria de saber se Barbara Heliodora já teve a oportunidade de criticar "Putz Grill".
Mas antes de terminar o meu protesto camuflado a esse tipo de espetáculo rasteiro- bem semelhante àquelas comédias românticas americanas que assolam cada vez mais nossas salas de cinema- acho que o pior da noite foi mesmo a espera de 45 minutos até o espetáculo começar.
Se o argumento da produção local é que a fila estava grande e ainda faltava praticamente metade do teatro a ser ocupado, pergunto: e o respeito para com aqueles que chegaram antes da hora marcada para o início do espetáculo? Para esses, não vale o mesmo respeito, não?
Precisa-se acabar com essa mania de esperar o público chegar ao recinto na hora que bem quer. Quem quiser chegar atrasado, que chegue, mas o horário tem que ser cumprido. Isso já virou praxe e tornou-se um vício.Pontualidade Britânica Já!!!!
Texto: Suyene Correia
Um comentário:
Faço minhas, todas as suas palavras. Da insatisfação com o atraso (sem qualquer justificativa, diga-se) à imcompreensão com o riso estérico da platéia!
Rian Santos
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