Pela reação do público, presente ontem, à noite, na 2ª Mostra Competitiva de Curtas em 35 mm Iberoamericanos do Curta-SE 9, a disputa na contagem dos votos para a escolha do melhor nessa categoria será acirrada. Os espectadores vibravam a cada exibição, confirmando o alto nível das películas selecionadas para a competitiva do festival patrocinado pela Petrobras.
O primeiro filme projetado foi “A Saga das Candangas Invisíveis” de Denise Caputo. Nascido de um projeto de disciplina do Curso de Cinema da Universidade de Brasília, o documentário enfoca um segmento de mulheres à margem da história oficial: as prostitutas que chegaram a Brasília ainda na época da construção da cidade, no final dos anos 50, guiadas pelo sonho de um Brasil novo.
Segundo Bruna Ferreira, responsável pela pesquisa das personagens, foi muito difícil encontrar as antigas prostitutas da Veneza e quase que a diretora desistia de tocar o projeto. “Elas se dispersaram para regiões como Planaltina, Núcleo Bandeirantes, mas depois de uma certa procura, conseguimos encontrar algumas mulheres que tinham muito a contar. Foram cinco meses de trabalho entre pré-produção e produção”, conta.O primeiro filme projetado foi “A Saga das Candangas Invisíveis” de Denise Caputo. Nascido de um projeto de disciplina do Curso de Cinema da Universidade de Brasília, o documentário enfoca um segmento de mulheres à margem da história oficial: as prostitutas que chegaram a Brasília ainda na época da construção da cidade, no final dos anos 50, guiadas pelo sonho de um Brasil novo.
Tanto esforço foi recompensado, com o Prêmio Câmara Legislativa do Distrito Federal concedido à película, em novembro do ano passado, no 41º Festival de Brasília. “Comparando as reações dos públicos, o daqui de Sergipe ‘enxergou’ o filme pelo viés mais da comicidade. Já o de Brasília, com um olhar desconfiado, pelo fato de tratar de um tema delicado, que não era abordado”, disse Ferreira, que não conhecia o festival, mas aprovou a organização do mesmo.
Logo em seguida foi exibido o curta mineiro, “Os Filmes Que Não Fiz”, onde o diretor Gilberto Scarpa parodia os cineastas que têm mil ideias na cabeça, mas nenhuma digna de se colocar em prática. Através da metalinguagem, o próprio diretor conta sua experiência com a Sétima Arte e os projetos mirabolantes que deseja levar às telonas, mas que estão “congelando” na geladeira.
Com tipos esquisitos, beirando o trash cômico, “Os Filmes Que Não Fiz” arrancou da plateia muitas gargalhadas e aplausos depois de sua exibição.
Muito aplaudido também foi “Espalhadas Pelo Ar”, filme de estreia da cineasta Vera Egito. De forma bastante delicada, a diretora trabalha o universo feminino, explorando temas como o primeiro amor, o término de um relacionamento, cumplicidade e a possibilidade de um recomeço.
Com uma interpretação segura da estreante em cinema, Ana Carolina Lima- que venceu o prêmio de Melhor Atriz no I Festival Paulínia de Cinema- “Espalhadas Pelo Ar” foi exibido em Cannes dentro da programação da Semana da Crítica.
“Estou muito feliz de estar em Aracaju e nesse festival que eu ainda não conhecia. Confesso que estava um pouco apreensiva com relação à expectativa do público, mas acho que o filme foi bem recebido. É um filme delicado, que diz muito nas entrelinhas. Uma experiência que gostei muito de fazer e abriu portas para novos trabalhos”, disse Ana Carolina, que depois de quatro curtas no currículo, pretende participar de um longa.
Complementaram o segundo bloco de curtas nesta competitiva, “Blackout” de Daniel Rezende, estrelado por Wagner Moura e o premiadíssimo “Dossiê Rê Bordosa”, de César Cabral. Este último, representado pelo roteirista e mntador, Leandro Maciel que estava receoso do público não compreender algumas passagens da animação em stop motion.
“A reação da plateia foi a ideal. Eu estava receoso por conta das inúmeras referências que ele possui das tiras do Angeli, mas o filme também serve para divertir o público. Não é um filme puramente intelectual”, comentou Maciel.
Além do ótimo roteiro assinado por Maciel e Cabral, a animação tem apuro técnico que se deve em parte pelo excelente trabalho do modelista Olyntho Tahara, na concepção dos bonecos/personagens
Texto e Foto: Suyene Correia
Legenda da Foto: Leandro Maciel (de óculos), Ana Carolina Lima e Bruna Ferreira (blusa vermelha ) prestigiam a segunda noite de Mostras Competitivas de Curtas 35 mm
Nenhum comentário:
Postar um comentário